terça-feira, fevereiro 28, 2017

Morro Branco e a incrível arte com areia


Se estivesse caminhando em uma praia e se deparasse com uma frase escrita na areia, viesse um pescador e dissesse que aquilo foi obra do acaso, você acreditaria nele? E se ele dissesse que foram milhões de anos de vento soprando e ondas batendo, até que as partículas de areia fossem organizadas daquela forma? Aí você acreditaria? Acho que não, né? Isso porque todo mundo sabe que informação não surge do nada; depende de uma fonte informante. E se isso é verdade com uma simples frase escrita na areia, o que dizer de uma obra de arte que tem paisagens, casas, pessoas e inscrições? Esse tipo de arte complexa e incrível pode ser encontrada no litoral cearense, na praia de Morro Branco, no município de Beberibe, a 80 km de Fortaleza.

Antes de chegar até o Labirinto das Falésias, nosso objetivo nessa viagem, fizemos um passeio de buggy com direito a banho de mar e à contemplação de paisagens lindíssimas em praias paradisíacas e quase desertas. Saímos da praia de Uruaú e passeamos por cerca de duas horas. Passamos pela pequena Praia do Diogo e chegamos até a Praia das Fontes, onde há algumas grutas. A maior delas é a Gruta da Mãe D’água, esculpida pelas águas e belamente iluminada pelos raios solares. Aliás, sol é o que não falta nessa região do Brasil próxima à linha do Equador e repleta de praias de águas esverdeadas e temperatura agradável.

domingo, fevereiro 26, 2017

A extinção dos dinossauros

Museu de História Natural de NY
Semelhanças entre as propostas evolucionista e criacionista

A maioria das pessoas aprendeu na escola que os dinossauros foram extintos devido à queda de um asteroide há 65 milhões de anos. Essa hipótese foi apoiada inicialmente em 1978 com a descoberta de uma fina camada de sedimento de argila rica em irídio na qual se formou no fim do período Cretáceo. O irídio é um elemento raro no planeta Terra, mas é encontrado com frequência em asteroides e cometas. A segunda evidência a favor do impacto do asteroide veio com a descoberta de uma enorme cratera soterrada em Chicxulub, no Estado de Yucatán, México, medindo cerca de 180 quilômetros de diâmetro.[1]Em 1980, o geofísico Luiz Alvarez, da Universidade da Califórnia, foi o responsável por apresentar a hipótese de que os dinossauros foram extintos devido ao impacto de um gigantesco asteroide. Ele formulou essa ideia a partir de dados que recolheu em campo.[2]

Durante os últimos 30 anos, essa hipótese vigorou, embora muitas outras hipóteses também tenham sido elaboradas e divulgadas concomitantemente pela comunidade científica.[3] A seguir apresentaremos, em ordem cronológica, as principais hipóteses evolutivas para a extinção dos dinossauros desenvolvidas nos últimos anos, a fim de compará-las, ao final, com as características que já têm sido descritas e divulgadas há dezenas de anos pelo modelo criacionista.

A extinção se deu por combinação de impacto extraterrestre e outros eventos descritos na Bíblia. Em 1994, um estudo realizado por geólogos sugeriu que um ou mais asteroides teriam se chocado contra a Terra em 7640 a.C. (±200), tendo outro fragmento menor se chocado em 3150 a.C. (±200).[4]Por meio de estudos históricos (síntese de tradições originais importantes), estratigráficos de tectitos, dendrocronologia e núcleos de gelo extraídos de CampCentury, Groenlândia, foi possível, segundo os autores do estudo, realizar uma análise a fim de reconstruir um cenário que conciliasse as extinções da megafauna do Holoceno e as tradições oral e escrita sobre eventos associados ao relato bíblico do dilúvio, tais como grandes terremotos, tsunamis, chuva torrencial, noite permanente por muitos dias e inverno permanente por muitos anos.

A extinção se deu devido ao impacto de asteroide da família Baptistina. Em 2007, estudo feito com modelos computacionais publicado na revista Nature sugeriu que um “engavetamento” de asteroides causou grande colisão de uma rocha de 170 quilômetros de diâmetro há 160 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista).[5] Essa colisão teria provocado uma chuva de asteroides a partir dos fragmentos (de rochas visíveis hoje em órbita pelo espaço, conhecidas como família Baptistina) lançados pelo sistema solar, e um daqueles fragmentos mais tarde se chocou sobre a Terra desencadeando a extinção de dinossauros. Outros fragmentos caíram na Lua, em Vênus e em Marte, criando grandes crateras.

A extinção não foi causada pelo impacto de asteroide. Em 2009, um estudo desenvolvido por Keller et al. sugeriu que o impacto do asteroide na Península de Yucatán não teve o efeito dramático na diversidade de espécies, pois teria ocorrido pelo menos 300 mil anos antes da extinção.[6] Durante escavações na cratera de Chicxulub, na região de El Peñon, México, o grupo encontrou registros de 52 espécies em sedimentos abaixo da camada correspondente ao impacto (camada limite KT) e as mesmas 52 em sedimentos acima, ou mais recentes. Segundos os cientistas, “não encontramos sinal de uma única espécie que foi extinta como resultado do impacto de Chicxulub”.

A extinção foi gradual até o período Paleoceno. Em 2009, um estudo realizado por Fassett sugeriu que alguns dinossauros sobreviveram até o período Paleoceno e, portanto, a extinção de dinossauros teria sido gradual e não de repente após o Cretáceo.[7] Foi encontrada uma concentração de 34 ossos (não espalhados, como seria de se esperar) de um mesmo hadrossauro na rocha calcária da bacia geológica de San Juan, Novo México, sem sinais de desgaste e erosão evidenciando que não foram retrabalhados, permanecendo em sistemas fechados. Porém, muitos céticos contra-argumentaram esta idéia, sugerindo que os fósseis analisados pudessem ter sido retrabalhados dos estratos, isto é, lavados e arrastados por córregos e rios para fora de seus locais originais e, em seguida, reenterrados em sedimentos muito posteriores. Em 2012, a fim de evitar novas alegações de reformulações geológicas, o mesmo autor do estudo publicou outra pesquisa na qual usou um novo método de datação para analisar diretamente uma amostra de osso fóssil (não a rocha onde ele foi encontrado) de um dinossauro saurópode e determinou que esse osso tem 64,8 ± 0,9 milhão de anos, que é 700 mil anos mais jovem do que qualquer outro osso de dinossauro conhecido (relativo a Época Paleoceno).[8] Os autores confirmaram que as áreas de amostragem dos ossos analisados por estudos geoquímicos demonstraram que cada conjunto de amostras continha diferentes concentrações de urânio e elementos de terras raras, indicando que os ossos foram mineralizados no local logo após o enterro, e que nenhum dos ossos de dinossauros tinha sido retrabalhados, ou seja, representando sistemas fechados e originais.

A extinção se deu devido aofrio repentino seguido por outras mudanças ambientais. Em 2010, cientistas afirmaram que dinossauros não foram extintos pela ação de um cometa, mas por uma queda brusca de temperatura.[9] Segundo o estudo, fósseis encontrados na Noruega indicam que a temperatura dos mares caiu de uma variação entre 9 graus centigrados e 13 graus centigrados para entre 4 graus centigrados  e 8 graus centigrados há cerca de 137 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista). Os pesquisadores atribuem o frio a uma mudança repentina na corrente do Golfo, no Oceano Atlântico, fenômeno que poderia voltar a acontecer. De acordo com os cientistas, a extinção de dinossauros foi resultado de uma série de eventos ambientais que começaram com a mudança na temperatura, ao contrário do que diz a teoria mais aceita: que a extinção foi resultado de um evento cataclísmico – como a queda de um meteoro.


A extinção se deu por múltiplos fatores resultantes do impacto de asteroide. Em 2010, um estudo sugeriu que o impacto de um asteroide como o de Yucatán teria liberado um milhão de vezes mais energia do que qualquer bomba atômica já testada.[10] Segundo os pesquisadores, o impacto liberou grandes quantidades de água, poeira, gases e partículas de carboneto e fuligem, o que teria causado um bloqueio da luz solar e o consequente esfriamento da Terra. Ademais, a grande quantidade de enxofre liberada pela colisão contribuiu para a formação de chuvas ácidas na terra e nos oceanos, e também teria tido um efeito na queda da temperatura. Além disso, o impacto provocou incêndios de grande escala, terremotos em magnitude maior do que 10 pontos na escala Richter e deslizamentos de grandes dimensões, que, por sua vez, causaram tsunamis muitas vezes maiores do que a onda que se formou no Oceano Índico e atingiu a Indonésia, em dezembro de 2004. Todas essas catástrofes associadas ao impacto de asteróide teriam causado o desaparecimento de cerca de 70% de todas as espécies que habitavam a Terra na época.

A extinção se deu exclusivamente por atividade vulcânica na região da Índia. Segundo resultados apresentados em 2011 durante o encontro anual da União Americana de Geofísica, em São Francisco, EUA, a atividade vulcânica no subcontinente indiano poderia ter causado a morte dos dinossauros e não um asteróide.[11] Ao longo de dezenas de milhares de anos, lava se espalhou por sobre o planalto de Deccan, formando uma região vulcânica. Essa atividade teria expelido toneladas de dióxido de carbono na atmosfera e provocado a extinção em massa por conta de um aquecimento global e acidificação dos oceanos.

A extinção se deu pela combinação de vulcanismo e chuva de asteroides. Em 2011, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Princeton sugeriu que os dinossauros foram extintos devido a duas catástrofes de larga escala: erupções vulcânicas, principalmente, e chuva de meteoritos, como consequência secundária.[12] Segundo os estudiosos, a maioria das criaturas já havia sido morta pela atividade vulcânica, que gerou erupções colossais, no momento em que aconteceu o impacto do asteróide. Segundo os pesquisadores do estudo “a província vulcânica de Deccan é uma das maiores erupções vulcânicas na história do planeta e hoje abrange uma área de 512.000 km2, cerca do tamanho da França” (p.399). A erupção vulcânica teria ocorrido há cerca de 65 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista).  Em onze poços profundos da bacia de Krishna-Godavari (KG), Índia, os pesquisadores observaram registros em sedimentos marinhos de que o vulcanismo de Deccan produziu os maiores e mais longos rios de lava do planeta que alteraram o clima e a atmosfera terrestre. “O impacto das catástrofes teria deixado a Terra quase inabitável por pelo menos 500 mil anos”, segundo entrevista.[13]


A extinção foi repentina (não gradual) devido ao impacto. Em 2012, pesquisadores analisaram fósseis de dinossauros saurópodes encontrados nas montanhas dos Pirineus, e seus resultados suportaram a hipótese de que a extinção desses animais foi repentina e ocorreu, provavelmente, como consequência do impacto de um asteroide sobre a Terra.[14] O resultado da análise desses fósseis mostra que esses saurópodes mantiveram sua diversidade até a extinção.

Fóssil da cabeça de um T-Rex
A extinção se deu por tempestade de fogo resultante de asteroide. Em 2013, um estudo sugeriu que efeitos secundários de um asteróide tal como uma tempestade de fogo global seria parte da explicação da extinção de dinossauros.[15]Entretanto sabe-se que, tempestade de fogo não explica a imensa quantidade de formações fósseis de dinossauros espalhados pelo mundo. Aliás, equipe de cientistas do Reino Unido apontou problemas na hipótese da tempestade de fogo.[16]

A extinção se deu pela combinação de mudanças climáticas e baixa diversidade de herbívoros. Em 2015, um estudo publicado na revista Biological Reviews afirmou que os dinossauros foram vítimas de uma combinação mortal – as mudanças ambientais devastadoras e a baixa diversidade de herbívoros, que serviam como base da cadeia alimentar.[17] Há [supostos] 64 milhões de anos, na Terra, as mais de dez mil espécies de dinossauros viviam uma situação sem precedentes. A erupção de vulcões que formaram o Deccan, onde hoje está a Índia, provocou chuva ácida, mudanças na temperatura global e chegou a ser considerada a maior causa da dizimação dos grandes répteis. O asteroide teria apenas matado os poucos sobreviventes.As primeiras vítimas do caos ambiental foram os herbívoros. A queda na diversidade das espécies que se alimentavam de plantas prejudicou os carnívoros, seus predadores, que se tornaram mais vulneráveis às mudanças da biosfera.

A extinção se deu por múltiplos eventos resultantes de impacto meteorítico. Estudos realizados entre 2015 e 2016 contestaram a ideia de que o enorme meteorito que supostamente teria atingido o planeta há 65 milhões de anos (segundo a cronologia evolucionista) fosse o único culpado.[18, 19] A extinção dos dinossauros teria ocorrido devido à série de potentes erupções vulcânicas causadas pelo impacto, gerando mudanças climáticas. Portanto, Paul Renne, pesquisador que liderou um dos estudos divulgado na revista Science, sugeriu que ambos os acontecimentos são responsáveis. Não um ou o outro.[18] O estudo se utilizou de análises da atividade vulcânica que indicaram que os vulcões duplicaram suas erupções no Planalto de Deccan durante os 50 mil anos que se seguiram ao impacto do asteroide, e durante os quais ocorreu a maior extinção em massa do planeta.

A extinção se deu pelo frio resultante do impacto de um meteorito. Em 2016, um estudo contestou a hipótese de que a extinção dos dinossauros tivesse ocorrido devido à poeira levantada pelo impacto.[20] Em vez disso, a análise sugeriu que o enxofre tivesse sido liberado pelo impacto de um meteorito que esfriou a Terra e contribuiu para a sentença de morte dos dinossauros. Após o impacto, o enxofre presente abundantemente naquela região foi liberado na atmosfera, onde se transformou em aerossóis de sulfato, provocando um período de frio e trevas.

A extinção foi gradual devido a desastres vulcânicos e mudanças ambientais. Em 2016, um estudo sugeriu que apenas o impacto de Yucatán não seria suficiente para a extinção dos dinossauros.[21] A pesquisa diz que já havia desastres vulcânicos acontecendo durante milhares de anos, que vinham contribuindo para o enfraquecimento da linhagem e a extinção de diversas espécies. Portanto, a extinção teria sido gradual, tendo seu início 24 milhões de anos antes do impacto deChicxulub, no México. O estudo também revelou um aumento no nível do mar durante esse período, reforçando a hipótese de que isso poderia provocar uma fragmentação do habitat, deixando alguns animais isolados e reduzindo a capacidade de reprodução. O estudo nos permite entender que novas espécies não estavam sendo produzidas tão rapidamente quanto as espécies que foram extintas. Isso possivelmente tornou os dinossauros vulneráveis ​​a mudanças ambientais drásticas – especialmente a algo como um “apocalipse”.

Até aqui apresentamos os principais modelos evolutivos que têm sido elaboradosna tentativa de explicar a extinção dos dinossauros. Mas qual é o modelo adotado pela comunidade de cientistas criacionistas? Seria também um modelo baseado em “evidências”? Há dados científicos que o apoiam? A resposta é sim! A propósito, ao analisarmos os modelos evolutivos apresentados acima, percebemos que muitos de seus argumentos se assemelham ao que o modelo catastrofista do dilúvio já prevê há bem mais tempo.

O geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr., em seu livro Uma Breve História da Terra, conta que nas seis missões do Projeto Apollo (1969 a 1972), desenvolvidas pela Nasa, foram coletados mais de 380 kg de amostras de solos das crateras de impacto e rochas da superfície da Lua.[22] O resultado das análises das amostras sugere que todas tinham a mesma “idade”. Em outras palavras, é possível que a Lua tivesse sido vítima de um gigantesco e violento episódio, conhecido como o “grande bombardeamento”, que teria afetado de igual modo todo o Sistema Solar.

Quem não lembra da ordem dos planetas no Sistema Solar? Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter... Entre Marte e Júpiter parece que falta um planeta. O espaço é ocupado por um cinturão de asteroides. O mesmo fenômeno que causou os impactos na Lua pode ter atingido a Terra. Se realmente houve um planeta entre Marte e Júpiter, e se por algum motivo ele explodiu, isso explicaria muito bem esse bombardeamento de meteoritos e até mesmo os cometas. Há muitas evidências de que a Terra também passou por um tremendo bombardeamento de meteoritos no passado, só que aqui existem as intempéries que acabam mascarando ou mesmo eliminando algumas marcas de impacto.

Há muito tempo pesquisadores criacionistas, como o Dr. Nahor, vêm defendendo a correlação entre bombardeio de múltiplos meteoritos, extensos derrames de material vulcânico e um cataclismo hídrico ocorridos praticamente ao mesmo tempo. EmUma Breve História da Terra, o Dr. Nahor apresenta dados coletados em pesquisas feitas por ele durante vários anos e fala a respeito da Bacia do Paraná, por exemplo, que se estende por milhões de quilômetros quadrados e que em algum momento no passado foi coberta com tremenda quantidade de lava.[22] Extinções em massa, extravasamento de material vulcânico, tectônica de placas, intensa queda de meteoritos – tudo isso é previsto no modelo diluvianista do Dr. Nahor e outros estudiosos criacionistas.

Então, aquela história de um grande meteorito que teria levado os dinossauros à extinção é verdadeira? Em parte. O modelo criacionista prevê que apenas um meteorito provavelmente não seria capaz disso nem responderia pela existência de tantos fósseis no mundo inteiro. Mas pense numa enxurrada de meteoritos caindo em terra e mar há bem menos tempo do que supõe a esticada cronologia evolutiva. Os que caíram na terra acabaram rachando a crosta, dando origem aos deslocamentos de placas tectônicas, aos terremotos e aos derrames de lavas. Os que caíram em mar poderiam gerar tsunamis de centenas de metros de altura, varrendo os continentes e destruindo tudo pela frente, sepultando quantidades incríveis de rochas, plantas e animais.

Portanto, quando analisamos o modelo catastrofista do dilúvio em contraste com os outros modelos evolutivos, percebemos que, individualmente, nenhuma das hipóteses evolutivas consegue explicar a imensa quantidade de formações fósseis que temos hoje em nosso planeta. Por isso, quanto mais os cientistas evolucionistas tentam inferir o cenário da extinção e formação dos fósseis de dinossauros, mais o dilúvio de Gênesis se afigura como a explicação perfeita para o que encontramos hoje no registro geológico. Imagine a cena em que o impacto de inúmeros asteroides (não apenas um) resultou no rompimento da crosta terrestre com liberação de água sob pressão e muitos derrames de lava (em quantidade hoje praticamente inacreditável, não fosse o registro geológico para atestar isso) e muita, muita água – fator que explicaria a fossilização em massa de incontáveis espécimes, não apenas dinossauros.


Aliás, se os dinos tivessem morrido por causa de nuvens tóxicas ou algo assim, o cadáver deles teria ficado exposto e decomposto, não fossilizado, o que depende de sepultamento rápido em água e lama. A propósito, um fator que foi ignorado (quase completamente) entre as pesquisas evolutivas, mas que, de igual modo, parece estar se tornando consenso é que grande parte dos dinossauros morreu repentinamente. Além disso, os fósseis também revelam sinais de agonia e morte por sufocamento.[23-25] 

Pelo visto, meteoritos, tectonismo, derrames de lava, inundação, extinções em massa, épocas do gelo,etc., são eventos interligados que poderiam compor um único cenário catastrófico ocorrido há alguns milhares de anos. Um evento chamado dilúvio.

(Everton Alves e Michelson Borges)

Referências:
[1] Hildebrand AR, Pilkington M, Connors M, Ortiz-Aleman C, Chavez RE. Size and structure of the Chicxulub crater revealed by horizontal gravity gradients and cenotes. Nature. 2002; 376:415-417.
[2] Alvarez LW, Alvarez W, Asaro F, Michel HV. Extraterrestrial Cause for the Cretaceous Tertiary Extinction. Science. 1980; 208(4448):1095-1108.
[3] Renne PR, et al. Time Scales of Critical Events Around the Cretaceous-Paleogene Boundary. Science. 2013; 339(6120):684-687.
[4] Kristan-Tollmann E, Tollmann A. The youngest big impact on Earth deduced from geological and historical evidence. Terra Nova 1994; 6(2):209-17.
[5] Bottke WF, Vokrouhlický D, Nesvorný D. An asteroid breakup 160 Myr ago as the probable source of the K/T impactor. Nature. 2007; 449(7158):48–53.
[6] Keller G, Adatte T, Juez AP, Lopez-Oliva JG. New evidenceconcerningthe age andbioticeffects of theChicxulubimpact in NE Mexico. Journal of theGeologicalSociety 2009; 166(3):393-411.
[7] Fassett JE. New geochronologicandstratigraphicevidenceconfirmsthePaleocene age of thedinosaur-bearingOjoAlamoSandstoneand Animas Formation in the San Juan Basin, New Mexicoand Colorado. PalaeontologiaElectronica 2009; 12(1):3A:146p. Disponível em: http://palaeo-electronica.org/2009_1/149/149.pdf/
[8] Fassett JE, Heaman LM, Simonetti A. Direct U-Pb dating of Cretaceous and Paleocene dinosaur bones, San Juan Basin, New Mexico. Geology. 2012; 40(4):e260-e261. Disponível em: http://geology.gsapubs.org/content/40/4/e260.full
[9] Price GD, Nunn EV. Valanginianisotopevariation in glendonitesandbelemnitesfromArctic Svalbard: Transient glacial temperaturesduringtheCretaceousgreenhouse. Geology. 2010;38(3):251-254.
[10] Schulte P, et al. The Chicxulub Asteroid Impact and Mass Extinction at the Cretaceous-Paleogene Boundary. Science. 2010;327(5970): 1214-1218.
[11] Keller G. The Cretaceous–Tertiary mass extinction: theories and controversies. In: Keller G, Adatte T. (Eds.) The End-Cretaceous Mass Extinction and the Chicxulub Impact in Texas. Tulsa: SEPM (Society for SedimentaryGeology) SpecialPublication 100:7-22, 2011. Disponível em: https://geoweb.princeton.edu/research/keller/pubs/Keller_2011_SEPM_100_KT_controv.pdf
[12] Keller G, et al. Deccan volcanism linked to the Cretaceous-Tertiary boundary mass extinction: New evidence from ONGC wells in the Krishna-Godavari Basin. Journal of the Geological Society of India 2011; 78(5):399-428.

[13] Kelly M. Massive volcanoes, meteorite impacts delivered one-two death punch to dinosaurs. News at Princeton (17/11/2011). Disponível em: https://www.princeton.edu/main/news/archive/S32/14/62G75/

[14] Vila B, et al. The diversity of sauropod dinosaurs and their first taxonomic succession from the latest Cretaceous of southwestern Europe: Cluestodemiseandextinction. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology 2012; 350-352:19-38.
[15] Morgan JV, Artemieve N, Goldin T. Revisiting wildfires at the K–Pg boundary. Journal of Geophysical Research: Biogeosciences 2013; 118:1508–1520.
[16] Belcher CM, et al. An experimental assessment of the ignition of forest fuels by the thermal pulse generated by the Cretaceous–Palaeogene impact at Chicxulub. Journal of theGeologicalSociety of London 2015;172: 175–185.
[17] Brusatte SL, et al. The extinction of thedinosaurs. BiologicalReviews 2015;90(2):628-642.
[18] Renne PR, Sprain CJ, Richards MA, Self S, Vanderkluysen L, Pande K. State shift in Deccan volcanism at the Cretaceous-Paleogene boundary, possibly induced by impact. Science. 2015; 350(6256):76-8.
[19] Peterson SV, Dutton A, Lohmann KC. End-Cretaceous extinction in Antarctica linked to both Deccan volcanism and meteorite impact via climate change. Nat Commun. 2016; 7(12079):1-9.
[20] Brugger J, et al. Baby, it's cold outside: Climate model simulations of the effects of the asteroid impact at the end of the Cretaceous. Geophysical Research Letters 2016: 44.
[21] Sakamoto M, et al. Dinosaurs in decline tens of millions of years before their final extinction. PNAS. 2016;113(18):5036-5040.
[22] Souza Jr  NN. Uma breve história da Terra. 2. Ed. Brasília: SCB, 2004. 208p.
[23] Faux CM, Padian K. The opisthotonic posture of vertebrate skeletons: post-mortem contraction or death throes? Paleobiolology 2007;33(2):201–226.
[24] Cutler A, Britt B, Scheetz R, Cotton J. The Opisthotonic Death Pose as a Function of Muscle Tone and Aqueous Immersion. Journal of Vertebrate Paleontology, SVP Programand Abstracts Book, 2011, p.95.
[25] Reisdorf AG, Wuttke M. Re-evaluating Moodie’sOpisthotonic-Posture Hypothesis in Fossil Vertebrates Part I: Reptiles—the taphonomy of the bipedal dinosaurs Compsognathuslongipes and Juravenatorstarki from the Solnhofen Archipelago (Jurassic, Germany). Palaeobiodiversity and Palaeoenvironments 2012;92:119-168.

quinta-feira, fevereiro 23, 2017

Sete planetas “Terra”: implicações de uma descoberta

O autor em visita à Nasa, na Flórida
A notícia ganhou os meios de comunicação e agitou o mundo. Finalmente, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) anunciou a descoberta de planetas semelhantes à Terra – sete, ao todo – que, teoricamente, poderiam conter água em estado líquido e, portanto, na opinião dos cientistas, ter ambiente favorável ao surgimento e à evolução da vida. O sistema solar descoberto está a 39 anos-luz de distância e tem no centro uma estrela anã chamada Trappist-1, similar ao sol e um pouco maior que Júpiter. Segundo a Nasa, os planetas do sistema têm massa semelhante à da Terra e composição rochosa. O estudo publicado na revista Nature sugere que há chances de os cientistas encontrarem vida nesses planetas. “Não é mais uma questão de ‘se’, mas uma questão de ‘quando’”, disse Thomas Zurbuchen, administrador da Direção de Missão Científica da Nasa, na coletiva de imprensa que anunciou a descoberta.

A esperança dos cientistas é tanta que, mesmo que não seja encontrado sinal de vida nesse sistema, eles creem que ela pode ter se desenvolvido ou se desenvolverá. “[A Trappist-1] queima hidrogênio tão lentamente que vai viver por mais dez trilhões de anos – que é, sem dúvida, tempo suficiente para a vida evoluir”, escreveu Ignas Snellen, do Observatório de Leiden, na Holanda.

Os planetas não são observados diretamente, como podem dar a entender as ilustrações publicadas em jornais e revistas. Na verdade, nada se sabe sobre a cor deles e muito pouco sobre sua composição. Eles só são percebidos porque, ao passar pela frente da estrela, acabam escurecendo um pouco sua luz. Como esse bloqueio de luz é cíclico, os astrônomos deduzem que há planetas lá. Com as observações a partir de telescópios no solo e no espaço, os cientistas calcularam que não havia apenas três exoplanetas, mas sete. E com os dados foi possível calcular o tempo de translação, a distância da estrela, a massa e o diâmetro dos sete astros. Quanto à composição atmosférica (se é que eles têm uma) e a presença de água, isso depende da análise da luz que vem de lá, submetida a espectroscópios.

O carnaval e a busca da saúde pelo motivo errado

Como editor da revista Vida e Saúde, recebo todos os dias muitos releases de assessorias de imprensa. Na semana passada, um desses me chamou a atenção de modo especial. Veja só: “Uma das datas mais aguardadas pelos brasileiros está chegando: o carnaval. Nesta época do ano, é comum as pessoas saírem para dançar, acompanhar trio elétrico ou blocos de rua e desfilar na avenida. Mas, antes de cair no samba, é preciso tomar alguns cuidados com a saúde para aguentar os dias de folia, como preparo físico e boa alimentação.” Depois vem uma lista de conselhos sobre beber bastante água, especialmente após consumo de bebida alcoólica; comer de três em três horas para “manter o pique”; diminuir o consumo de alimentos gordurosos e com muitos aditivos como fast food, para evitar uma intoxicação alimentar; fazer alongamento antes da folia; e, claro, usar preservativo.

São conselhos válidos (a maioria, pelo menos), mas que deveriam ser levados em conta sempre, não apenas em tempo de “folia”. Na verdade, o que mais se vê hoje em dia é a busca da saúde e da boa forma física pelos motivos errados. Há quem pratique exercícios (e até cometa exageros) para exibir o corpo como um troféu da vaidade. Há quem adote dietas mirabolantes e até arriscadas com o objetivo de perder peso a qualquer custo. E há os que se preocupam em manter a saúde para depois perdê-la, como vimos no release acima. Varam as madrugadas consumindo álcool e praticando sexo casual, e acham que beber mais água e cuidar do que come vai ajudar. Vai apenas minorar o problema. DSTs podem ser contraídas, ainda que se use o preservativo. O vírus HPV, por exemplo, causador de câncer de colo do útero, pode ser pego pelo contato com a pele em torno dos órgãos sexuais e de outras formas. E não se pode esquecer também da “doença do beijo”.

O cristão bíblico busca manter a saúde por motivos bem diferentes. Ele entende que seu corpo é templo do Espírito Santo e que, por isso, deve ser mantido nas melhores condições possíveis. Entende que a clareza mental depende em grande medida daquilo que come e bebe, e que a saúde do corpo se reflete na saúde mental e espiritual. Boa forma, beleza, longevidade e disposição são as consequências dessa atitude, não o alvo principal.

Quer uma alternativa realmente saudável para estes dias de folia? Participe de um retiro espiritual como os que são organizados todos os anos pelas igrejas adventistas espalhadas pelo Brasil e no mundo. Você será bem-vindo.

Michelson Borges

quarta-feira, fevereiro 22, 2017

Nasa descobre sistema solar com sete planetas “Terra”

Concepção artística do sistema
A Nasa anunciou hoje que encontrou o primeiro sistema solar com sete planetas de tamanho similar ao da Terra pela primeira vez na história. O sistema foi encontrado a cerca de 39 anos-luz de distância – uma distância relativamente pequena em termos cósmicos. Dos sete planetas, três estão dentro de uma zona habitável, onde é possível ter água líquida e, consequentemente, vida. Os astros mais próximos do seu sol devem ser quentes demais para ter água líquida e os mais distantes devem ter oceanos congelados. Os planetas orbitam uma estrela anã chamada Trappist-1, que é similar ao Sol e um pouco maior do que Júpiter. Segundo a agência espacial, os astros têm massas semelhantes à da Terra e são de composição rochosa. A expectativa da Nasa é que, na pior das hipóteses, ao menos um dos planetas tenha temperatura ideal para a presença de oceanos de água em forma líquida, assim como acontece na Terra.

As observações preliminares indicam que um dos planetas pode ter oxigênio em sua atmosfera – o que possibilitaria a realização de atividades fotossintéticas por lá. Para que haja vida como concebida por nós, no entanto, é preciso a presença de outros elementos na atmosfera, como metano e ozônio.

Segundo o estudo, que foi publicado na revista Nature, há chances de os cientistas encontrarem vida nesses planetas. “Não é mais uma questão de ‘se’, mas uma questão de ‘quando’”, disse Thomas Zurbuchen, administrador da Direção de Missão Científica da Nasa, na coletiva que anunciou a descoberta.

Telescópios na Terra e o Hubble, um telescópio espacial, poderão analisar em detalhes as moléculas das atmosferas dos planetas. Nessa exploração, o Telescópio James Webb, que será lançado ao espaço em 2018, terá papel fundamental. Ele será equipado com luz infravermelha, ideal para analisar o tipo de luz que é emitida da estrela Trappist-1.

Quando o novo telescópio da European Space Organisation começar a funcionar, em 2024, será possível saber se há realmente água nesses planetas.

Mesmo que os pesquisadores não encontrem vida nesse sistema, ela pode se desenvolver lá. O estudo indica que a Trappist-1 é relativamente nova. “Essa estrela anã queima hidrogênio tão lentamente que vai viver por mais 10 trilhões de anos – que é sem dúvida tempo suficiente para a vida evoluir”, escreveu Ignas A. G. Snellen, do Observatório de Leiden, na Holanda, em um artigo opinativo que acompanha o estudo na revista Nature.

Apesar da similaridade entre a Terra e os planetas do sistema recém-descoberto, a estrela Trappist-1 é bem diferente de nosso Sol. A estrela tem apenas 1/12 da massa do nosso Sol. A sua temperatura também é bem menor. Em vez dos 10 mil graus Celsius que nosso Sol atinge, o Trappist-1 tem “apenas” 4.150 graus em sua superfície.

De acordo com o New York Times, a estrela também emite menos luz. Um reflexo disso seria uma superfície mais sombria. A claridade durante o dia, por lá, seria cerca de um centésimo da claridade na Terra durante o dia. Uma dúvida que paira sobre os cientistas é qual seria a cor emitida por pela Trappist-1. Essa cor pode variar de um vermelho profundo a tons mais puxados para o salmão.

Tudo começou em 2016, quando Michael Gillon, astrônomo na Universidade de Liège, na Bélgica, descobriu três exoplanetas orbitando uma estrela anã. Ele e seu grupo encontraram os astros após notar que a Trappist-1 escurecia periodicamente, indicando que um planeta poderia estar passando na frente da estrela e bloqueando a luz. Para estudar a descoberta mais a fundo, o pesquisador usou telescópios localizados na Terra, como o Star, da Universidade de Liège, o telescópio de Liverpool, na Inglaterra, e o Very Large Telescope da ESO, no Chile. Já no espaço, Gillon usou o Spitzer, o telescópio espacial da Nasa, durante 20 dias.

Com as observações no solo e no espaço, os cientistas calcularam que não havia apenas três exoplanetas, mas sete. A partir dessa análise, foi possível descobrir o tempo de translação, a distância da estrela, a massa e o diâmetro dos sete astros. De acordo com os pesquisadores, ainda é preciso observar o sistema solar por mais algum tempo para saber novos detalhes, como a existência de água líquida.


Nota: Você percebe como o pensamento evolucionista está entranhado em todas as áreas, inclusive na astronomia? Primeiro, os cientistas dão a entender claramente que encontraram planetas capazes de abrigar vida e que muito provavelmente ela deve estar lá. Mas, se não estiver, ela será capaz de surgir e se desenvolver em algum daqueles planetas. Então deduzem que a estrela do sistema recém-descoberto poderá existir por mais dez trilhões de anos, o que, segundo eles, “é sem dúvida tempo suficiente para a vida evoluir”. No entanto, sabe-se que nem em zilhões de anos seria possível surgir vida com toda a sua complexidade a partir de matéria não viva. Os biólogos evolucionistas evitam esse assunto, pois sabem que a matemática está contra eles (confira aqui e aqui). Mesmo aqui em nosso planeta, com todas as condições favoráveis à vida planejadas minuciosamente, a vida não poderia ter surgido e macroevoluído, sendo essa uma hipótese mais para o campo da metafísica. Se aqui na Terra o modelo evolucionista encontra suas limitações, quando o assunto é origem da informação complexa e específica e da complexidade irredutível, por que acreditar que em planetas que nem podem ser vistos diretamente (todas as ilustrações que inundaram a mídia são concepções artísticas) ela teria surgido e evoluído? É preciso realmente muita fé para crer nessa história. Mas a vontade de descobrir vida lá fora e provar a teoria da evolução é tanta que a mídia internacional está em festa. Até o Google produziu um de seus famosos doodles para comemorar o feito, como se, finalmente, tivéssemos descoberto o lar dos ETs. [MB]

Clique aqui e veja por que não é tão simples afirmar que a vida poderia surgir em algum planeta.

Cientistas afirmam que houve megatsunamis em Marte

Teve lá? E aqui não?
Contribuindo com a ideia de que Marte possuía um grande oceano de água líquida, cientistas encontraram indícios de megatsunamis, que teriam varrido grande parte da superfície do Planeta Vermelho. Apesar de Marte agora ser um local seco, frio e inóspito, existem evidências de sobra que mostram que, no passado, um grande oceano de água líquida cobria todo o planeta, bilhões de anos atrás. Como a vida é encontrada em todo lugar onde há água líquida na Terra, pesquisadores afirmam que a vida provavelmente se desenvolveu no passado de Marte, e alguns dizem até que ela pode existir ainda hoje, escondida no subsolo, por exemplo. Até agora não havia provas concretas de costas e ondas no Planeta Vermelho, portanto, parece que ainda teremos muitas discussões sobre a existência dos antigos oceanos de água líquida em Marte. E esses debates ganham destaque a cada nova descoberta.

Segundo pesquisadores, novas imagens térmicas das planícies marcianas revelam antigas cicatrizes que poderiam ter sido deixadas por megatsunamis, cerca de 3,4 bilhões de anos atrás, quando se acredita que Marte tinha um gelado oceano de água salgada.

“Nosso trabalho fornece evidências definitivas da presença de grandes oceanos de longa duração em Marte”, afirma o coautor do estudo, Alberto Fairén, cientista planetário no Centro de Astrobiologia em Madri e da Universidade de Cornell, em Nova York.

Os cientistas examinaram antigos litorais marcianos em busca de anomalias, e descobriram grandes modificações dessas encostas. “São grandes curvas e projeções arredondadas, formadas por depósitos de sedimentos”, disse Fairén. Esses objetos são enormes, chegando a centenas de quilômetros de comprimento, segundo o autor do estudo, Alexis Rodriguez, cientista planetário do Instituto de Ciência Planetária em Tucson, nos EUA. Essas grandes curvaturas também são vistas aqui na Terra após ondas catastróficas, porém, lá em Marte elas são muito maiores.

Os pesquisadores sugeriram então que as evidências apareceram após dois tsunamis gigantes, que se estenderam por uma vasta região elevada, atingindo inclusive grandes picos. O tsunami mais antigo inundou uma área de 800.000 quilômetros quadrados, enquanto o outro megatsunami teria devastado uma região de um milhão de quilômetros quadrados, disseram os pesquisadores.

O tsunami mais antigo arrastou pedras de até dez metros de diâmetro. Após a ocorrência de um tsunami, a gravidade puxa rapidamente toda a água de volta para o oceano, o que veio a esculpir diversos canais com cerca 200 metros de largura e 20 km de comprimento. Esses canais também são criados aqui na Terra após a ocorrência de tsunamis.

Entre o tsunami mais antigo e o mais novo, o clima de Marte aparentemente se tornou mais frio, uma vez que as fissuras arredondadas do segundo tsunami eram ricas em gelo. “O gelo não voltou para o oceano, o que mostra que o grande oceano já estava repleto de gelo naquela época”, comenta Fairén.

Os cientistas sugerem que os dois megatsunamis foram causados por dois grandes impactos de rochas espaciais [leia mais sobre a teoria do grande bombardeamento aqui]. Os pesquisadores calcularam que os meteoritos criaram crateras de 30 km de largura, desencadeando ondas gigantescas, de aproximadamente 50 metros de altura. Uma pesquisa anterior sugeria que há 3,4 bilhões de anos, impactos dessa magnitude aconteceram a cada 30 milhões de anos em Marte.

Pesquisas futuras devem olhar mais atentamente os litorais marcianos em busca de novos indícios de tsunamis e depósitos de gelo. “Gostaríamos de investigar esses locais para coletar amostras de gelo, e entender qual era a composição do oceano”, disse Rodriguez.

Segundo os cientistas, esses novos achados fornecem indícios importantes sobre a possibilidade de vida no Planeta Vermelho. “Se a vida existiu em Marte, essas estruturas de gelo golpeadas pelos tsunamis são ótimos candidatos para buscarmos por assinaturas biológicas”, disse Fairén.

Outro fato interessante é que, segundo os cientistas envolvidos no estudo, as praias de Marte não deveriam ser nada parecidas com as que temos aqui na Terra. Longe de serem praias ideais para curtir as férias, elas mais se pareciam com lagos congelados ou com litorais polares, repletas de gelo. Contudo, até mesmo nas regiões mais remotas da Terra, onde o ser humano não seria capaz de viver sem a ajuda da tecnologia, é possível encontrar formas de vida microbiana. Portanto, se realmente existiu um oceano de água salgada em Marte, a vida provavelmente se proliferou, expandiu e dominou, pelo menos, uma grande parte do antigo Planeta Vermelho.


Comentário do amigo Marcus Vinicius de Paula Moreira: “Teve dilúvio em Marte, mas na Terra não? As evidências de dilúvio e megatsunamis na Terra estão por todos os lados. Esses crentes ateus são divertidos! Depois dizem que cristão é que tem fé... Vai ter fé assim lá em Marte!”


Deus conosco: qual o tamanho do seu Deus e como Ele é?

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Dieta materna altera DNA do bebê

Hábitos que afetam gerações
Toda gestante deve receber alimentação rica em ácido fólico para prevenir anencefalia e diferentes graus de deficiência mental no futuro bebê. Mas de que maneira essa vitamina atua sobre o DNA e define o funcionamento dos genes no organismo em gestação? A busca de respostas para essa questão fez uma equipe da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (SP) estudar a ação do ácido fólico em genes ligados a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Os resultados da pesquisa mostraram que mudanças no fornecimento da vitamina a gestantes e lactantes interferem no controle da expressão gênica das proles para essas doenças. Os filhotes - os experimentos foram feitos em animais de laboratório - gestados com dieta deficiente da vitamina apresentaram maior expressão dos genes envolvidos com essas doenças, enquanto os filhotes de mães que receberam suplemento de ácido fólico, ao contrário, apresentaram pouca expressão desses genes.

Os resultados revelam mecanismos moleculares envolvidos na “reprogramação epigenética fetal” dos genes ligados a doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2. Essa “reprogramação epigenética” corresponde a mudanças observadas nas expressões dos genes que não dependem da hereditariedade. É o próprio ácido fólico, vitamina normalmente retirada de alimentos, que atua no nível genético por meio das reações de metilação do DNA, conta a geneticista Paula Lumy Takeuchi, responsável pelo estudo.

A alteração da quantidade de ácido fólico fornecida pela alimentação das mães modificou o “ciclo da metionina, principal aminoácido doador de grupos metil para as reações de metilação do DNA e de proteínas”. Esse é um dos mecanismos pelo qual os genes são “ligados e desligados”; o que vale dizer que eles podem estar ativos ou inativos no organismo.

Embora não se possa fazer uma correlação direta entre esses resultados experimentais, em animais de laboratório, com o organismo humano, a pesquisadora lembra que as mulheres gestantes devem ingerir ácido fólico por várias razões, incluindo o fato de que ele é importante para a multiplicação celular e, portanto, importante para o desenvolvimento do embrião em formação, principalmente do tubo neural.

É do tubo neural, explica Paula, que se originam o eixo central do sistema nervoso, na cabeça e a coluna vertebral do feto. A recomendação do Conselho Federal de Medicina é de que as mulheres usem o ácido fólico antes da concepção e nos três primeiros meses de gravidez. A ingestão diária de 400 microgramas dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne casos de anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal nos bebês. Isso, além de diferentes graus de deficiência mental e de dificuldades de aprendizagem escolar.


Nota: Cada vez mais fica clara a importância dos fatores epigenéticos sobre a nossa vida e de nossos descendentes. No começo do ano passado, participei de um simpósio de saúde e estilo de vida, em Orlando, nos EUA. Tive a oportunidade de conversar com alguns especialistas na área e pude entrevistar um cientista que trabalha com epigenética. A matéria foi publicada na revista Vida e Saúde. A certa altura da conversa, ele me disse algo que me chamou muito a atenção: hábitos de vida ruins (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, etc.) podem afetar, além de quem os têm, até a terceira e quarta geração. É claro que imediatamente me veio à mente o texto de Êxodo 20. De igual maneira, hábitos saudáveis podem afetar muitas gerações. Portanto, aquilo que os futuros pais fazem de sua vida terá reflexos na prole, e especialmente as gestantes devem ter muito cuidado com a alimentação e com os sentimentos que nutrem nessa fase importante e especial da vida. Pra variar, sempre à frente de seu tempo, no século 19 Ellen White já falava sobre as influências que os pais legam aos filhos. Ela não usou a palavra epigenética, evidentemente, mas o conceito já estava ali. Experimente ler O Lar Adventista, por exemplo. [MB]

“A felicidade da criança será afetada pelos hábitos da mãe. Seus apetites e paixões devem ser regidos por princípios. Existem coisas que lhe convém evitar, coisas a combater, se quer cumprir o desígnio de Deus a seu respeito ao dar-lhe um filho” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 372).

“Nossos antepassados legaram-nos costumes e apetites que estão enchendo o mundo de doenças. Os pecados dos pais, através de desejos pervertidos, são, com poder assustador, visitados sobre os filhos até a terceira e quarta geração. A maneira incorreta de alimentar-se, de muitas gerações, a glutonaria e os hábitos de condescendência própria das pessoas, estão enchendo as casas de misericórdia, as prisões e os hospícios. A intemperança, a ingestão de chá, café, vinho, cerveja, rum e conhaque, e o uso do fumo, ópio e outros narcóticos têm resultado em grande degeneração física e mental, e esta degenerescência está em constante crescimento” (Ellen G. White, Review and Herald, 29 de julho de 1884; Conselhos Sobre Saúde, p. 49).

“Os anjos estão sempre presentes onde mais são necessitados. Eles estão com os que têm as mais árduas batalhas a ferir, com os que têm de combater contra a inclinação e as tendências hereditárias, cujo ambiente doméstico é o mais desanimador” (Review and Herald, 16 de abril de 1895).

Leia mais sobre epigenética aqui.

Infográfico: Qual a idade do universo?


Clique na imagem para vê-la ampliada. A arte é uma cortesia do designer Alex Kretzschmar, idealizador do site Onze de Gênesis.

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

LHC provou a inexistência de fantasmas?

A descoberta está certa e errada
O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) é uma das experiências científicas mais incríveis do mundo, e ele já foi capaz de provar muitas teorias emocionantes, testemunhar a criação do plasma quark-glúon (a matéria mais densa fora dos buracos negros), encontrar evidências-chave contra a supersimetria e descobrir o famoso bóson de Higgs, resultado que gerou um Prêmio Nobel de Física. Muitas pessoas, no entanto, não têm sequer conhecimento de todas essas maravilhas que o LHC está desempenhando, em geral, porque mal podem soletrar “quark-glúon”. Porém, uma certa conclusão que o LHC nos permite tirar pode agarrar a atenção do público: pelo menos um físico sustenta que ele, de fato, refutou a existência de fantasmas. O físico em questão é Brian Cox, pesquisador de física de partículas na Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Em uma transmissão recente feita pela BBC, os convidados do programa “The Infinite Monkey Cage” estavam discutindo a ciência e o paranormal, quando Cox afirmou o seguinte: “Antes de fazermos a primeira pergunta, vou dar uma declaração: não estamos aqui para debater a existência de fantasmas porque eles não existem. Se queremos que algum tipo de padrão que carrega informações sobre nossas células vivas persista, então precisamos especificar exatamente qual meio carrega esse padrão e como ele interage com as partículas de matéria a partir das quais os nossos corpos são feitos. Temos que, em outras palavras, inventar uma extensão para o Modelo Padrão de Física de Partículas que escapou à detecção no Grande Colisor de Hádrons. Isso é quase inconcebível nas escalas de energia típicas das interações de partículas em nossos corpos.”

Não entendeu nada? Pois é. Cox usou alguns termos científicos que podem confundir leigos como nós, de forma que o astrofísico Neil deGrasse Tyson, que também estava no programa, pressionou o cientista para esclarecer sua declaração. “Se eu entendi o que você acabou de declarar, você afirmou que o CERN, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, refutou a existência de fantasmas.” “Sim”, respondeu Cox.

O físico explicou que, se houvesse algum tipo de substância “dirigindo” nossos corpos (algo que poderia virar um fantasma depois da nossa morte, e mover nossas pernas e braços), então deveria interagir com as partículas das quais nossos corpos são feitos. Dado o fato de que o LHC já fez medidas de alta precisão sobre as maneiras como as partículas interagem, Cox concluiu: “Minha afirmação é que não pode haver nada, tipo uma fonte de energia, que está dirigindo nossos corpos.”

Embora existam inúmeras explicações científicas que refutam e desacreditam o paranormal, a declaração de Cox parece nova. A ideia é mais simples do que sua explicação sugere: se fantasmas existem, eles são feitos de partículas, não é mesmo? Logo, se eles estivessem mesmo invadindo o mundo físico, então certamente seus “rastros” seriam detectados pelo LHC. Isso não aconteceu.


Nota: Duas coisas me ocorreram quando li a matéria acima: (1) fantasmas, de fato, não existem (confira), e (2) quem disse que o LHC é tão adequado assim para sondar todos os recantos da realidade? Se existe uma realidade “espiritual”, em outra dimensão ou em outro universo, de fato um artefato humano possivelmente terá dificuldades em detectar isso, dadas as suas limitações óbvias. Quanto à inexistência dos “fantasmas”, nem seria preciso utilizar o LHC para demonstrar isso. A Bíblia já o afirma. Segundo o Livro Sagrado, fantasmas ou espíritos desencarnados são, na verdade, anjos caídos (anjos maus rebelados contra Deus) que se fazem passar por pessoas mortas com o objetivo de ecoar a mentira original proferida no Éden: “Vocês não morrerão e serão como Deus.” E anjos são seres físicos. O ser humano também, e se trata de uma criatura composta de corpo e fôlego de vida, os quais, juntos, compõem a alma vivente. Nada é dito nas Escrituras a respeito de alguma entidade imaterial que habitaria o corpo humano. Essa ideia se desenvolveu no paganismo espiritualista e acabou por “contaminar” alguns ramos do cristianismo. Portanto, a “descoberta” do LHC está certa e errada ao mesmo tempo, em minha avaliação. Certa porque, de fato, fantasmas não existem; e errada porque o que vemos aqui em nosso planeta não se trata da realidade toda. [MB

domingo, fevereiro 19, 2017

Carta de uma psiquiatra sobre “Cinquenta Tons de Cinza”

Relação doentia
Não há nada de cinza sobre os “Cinquenta Tons de Cinza”. É tudo preto. Deixe-me explicar. Eu ajudo pessoas que estão quebradas por dentro. Ao contrário dos médicos que utilizam raios x ou exames de sangue para determinar por que alguém está com dor, as feridas que me interessam estão ocultas. Faço perguntas e ouço atentamente as respostas. É assim que eu descubro por que a pessoa na minha frente está “sangrando”. Anos de escuta atenta me ensinaram muito. Uma coisa que eu aprendi é que os jovens são totalmente confusos sobre o amor – para achá-lo e mantê-lo. Eles fazem escolhas erradas e acabam sofrendo muito. Eu não quero que você sofra como as pessoas que vejo em meu escritório, por isso estou avisando sobre um novo filme chamado “Cinquenta Tons de Cinza”. Mesmo se você não vir o filme, sua mensagem tóxica está se infiltrando na nossa cultura e poderia plantar ideias perigosas em sua cabeça.

“Cinquenta Tons de Cinza” está sendo lançado no Dia dos Namorados, então você vai pensar que é um romance, mas não caia nessa. O filme é realmente sobre uma relação doentia e perigosa, preenchido com abuso físico e emocional. Parece glamouroso, porque os atores são lindos, têm carros caros e aviões, e Beyonce está cantando. Você pode concluir que Christian e Ana são legais e que seu relacionamento é aceitável.

Não se permita ser manipulado! As pessoas por trás do filme só querem o seu dinheiro; eles não se preocupam nem um pouco com você ou seus sonhos. Abuso não é glamouroso ou legal. Nunca é Ok, sob quaisquer circunstâncias. Isso é o que você precisa saber sobre “Cinquenta Tons de Cinza”: Christian Grey foi terrivelmente negligenciado quando era uma criança. Ele está confuso sobre o amor, porque ele nunca experimentou a coisa real. Em sua mente, o amor está emaranhado com sentimentos ruins como dor e o constrangimento. Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras. Anastasia é uma menina imatura que se apaixona pelos olhares e pela riqueza de Christian, e tolamente segue seus desejos.

No mundo real essa história iria acabar mal, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo – ou morgue. Ou Christian continuaria batendo em Ana, e ela sofreria como nunca. De qualquer maneira, as suas vidas não seriam um conto de fadas. Confie em mim.

Como médica, estou lhe pedindo: não assista “Cinquenta Tons de Cinza”. Se informe, conheça os fatos e explique aos seus amigos por que eles não devem assitir também. Aqui estão algumas das ideias perigosas promovidas em “Cinquenta Tons de Cinza”:

1. As meninas querem caras como Christian: grosseiro e que mande nela. Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita dor. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem em quem ela possa confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não algemas.


2. Homens querem uma garota como Anastasia: calma e insegura. Errado. Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que sabe se defender por si mesma. Ele quer uma mulher que o corrija quando ele sair da linha.

3. Anastasia exerce livre escolha quando ela consente em ser machucada, então ninguém pode julgar a decisão dele. Lógica falha. Claro, Anastasia tinha livre escolha – e ela escolheu mal. A decisão autodestrutiva é uma má decisão.

4. Anastasia faz escolhas sobre Christian de forma racional e distante. Duvidoso. Christian constantemente serve álcool a Anastasia, prejudicando seu julgamento. Além disso, Anastasia se torna sexualmente ativa com Christian – sua primeira experiência – logo após conhecê-lo. O sexo é uma experiência poderosa – particularmente na primeira vez. Finalmente, Christian manipula Anastasia para assinar um acordo que a proíbe de falar a alguém que ele é um abusador. Álcool, sexo e manipulação – dificilmente seriam os ingredientes de uma decisão racional.


5. Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastasia. Apenas em um filme. No mundo real, Christian não mudaria de forma significativa. Se Anastasia quisesse ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria ter se tornado uma psiquiatra ou uma psicóloga.

A principal questão: as ideias de “Cinquenta Tons de Cinza” são perigosas e podem levar à confusão e más decisões sobre o amor. Existem grandes diferenças entre os relacionamentos saudáveis e não saudáveis, mas o filme borra essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar: “O que é saudável em um relacionamento? O que é doentio? Há tantos tons de cinza… Eu não tenho certeza.”

Ouça, é da sua segurança e do seu futuro que estamos falando aqui. Não há margem para dúvidas: uma relação íntima que inclui violência, consensual ou não, é completamente inaceitável. É preto e branco. Não existem tons de cinza aqui. Nem mesmo um.