sexta-feira, fevereiro 09, 2018

Como os alienígenas saberiam que o Tesla foi feito por Musk?

Neste exato momento há um automóvel flutuando no espaço em direção a Marte! Sim, o Tesla Roadster criado pelo bilionário Elon Musk foi lançado no dia 6 de fevereiro de 2018 da base da Nasa em Cabo Canaveral pelo foguete Falcon Heavy, da empresa SpaceX, também de Musk. Com isso, o empresário provou de maneira incontestável que seu foguete – o mais potente do mundo – é capaz de levar carga pesada para o espaço com preços mais em conta, e ele, claro, vai lucrar bastaste com o frete de satélites e outros equipamentos para vários países. Houve transmissão ao vivo do lançamento e milhares de pessoas puderam assistir no local e registrar o momento histórico. Mas um detalhe passou despercebido de quase todos: uma pequena placa com uma inscrição interessante foi colocada dentro do carro.

Assim que a carapaça metálica do foguete foi liberada revelando o Tesla dentro dele, lindas imagens do planeta Terra começaram a ser exibidas. Na verdade, Musk brindou o mundo com mais de quatro horas de transmissão ao vivo, com ângulos de câmeras diferentes que mostraram o carro de frente, de lado e, dentro dele, o boneco vestido de astronauta que ficou conhecido como Starman.

Uma das declarações de Musk foi esta: “Adoro a ideia de um carro navegando aparentemente sem parar pelo espaço e talvez sendo descoberto por uma raça alienígena milhões de anos no futuro.” E ele realmente tomou providências para que os ETs tivessem certeza de que o objeto foi criado por seres inteligentes: mandou que fosse colocada no conversível uma placa com a inscrição “Feito na Terra por humanos”. Mas isso será evidência suficiente, já que os alienígenas não terão visto qualquer ser humano fabricando o carro?

Claro que será! Sabe por quê? Porque uma frase revela informação complexa e específica, e todo mundo sabe que informação não surge do nada; necessita de uma fonte informante inteligente. Esse é justamente um dos argumentos da teoria do design inteligente e do criacionismo. As digitais apontam para os dedos. A criação aponta para seu criador. Intuitivamente Musk sabe que a lógica da mensagem na frase denunciará imediatamente a origem inteligente de seu brinquedo de quatro rodas.

Aliás, nem seria necessário dizer que o veículo foi feito por seres inteligentes, afinal, ele contém motores, componentes mecânicos e elétricos, peças interconectadas, interdependentes e claramente projetadas para funções específicas (complexidade irredutível), válvulas, cabos, dutos, circuitos, computador de bordo, e muitas outras coisas – coisas igualmente encontradas em um corpo humano, por exemplo, só que com muito mais complexidade, nesse caso.

Essa história me fez lembrar de outra semelhante, ocorrida em 2 de março de 1972. Nesse dia os norte-americanos lançaram ao espaço a sonda Pioneer, com o objetivo de fazer fotos e registrar informações do sistema solar. Por sugestão do astrônomo ateu Carl Sagan, foi colocada na sonda uma placa de ouro contendo uma ilustração com pouco mais de mil bits de informação. A intenção de Sagan, assim como a de Musk, era clara: se algum alienígena inteligente encontrasse a Pioneer e visse a placa de ouro, imediatamente concluiria que o artefato foi feito por pessoas inteligentes, afinal, informação depende de uma fonte informante.

Ok, há lógica nesse pensamento. Mas já que o assunto é informação, pensemos nas células humanas, com suas milhares de máquinas moleculares automatizadas e organelas com funções específicas. Em cada célula do nosso corpo há um bilhão e meio de bits de informação – muito, muito mais do que a informação contida na placa de Sagan. Nosso genoma encheria uma pilha de livros com a altura de uma montanha – muito, muito mais informação do que no Tesla de Musk.

Então, por que tanta gente se recusa a admitir que em cada célula, cada tecido, cada órgão, cada corpo humano também existe uma inscrição? É só olhar com atenção. Está lá: “Feito na Terra por Deus.”

Michelson Borges