sexta-feira, agosto 24, 2018

Definições oficiais de conceitos criacionistas

É fundamental saber o que significam os termos que abordamos em nossas conversas ou em nossos textos. O fato de não definirmos um termo da maneira correta implica em não conseguir transmitir a ideia correta em favor de nossas discussões. Muito se tem discutido sobre o que é criacionismo e quais as suas variações. Basta uma breve busca para nos depararmos com uma série de "definições" diferentes e confusas. Diante desse problema, a equipe de editores da Origem em Revista decidiu dedicar um tempo considerável para reunir os melhores especialistas em ciência da criação no Brasil, ligados à Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), a fim de que, juntos, pudessem desenvolver conceitos simples e diretos sobre cada um desses modelos das origens, para facilitar sua compreensão, bem como o conceito de ciência que norteará toda a linha de publicação da revista (e também deste blog).

Ciência é um conjunto infinito de métodos matemáticos que pode ser usado coerentemente em investigações sobre qualquer assunto. Esse conjunto de métodos é como uma caixa de ferramentas. Nela, encontramos os mais variados tipos de ferramentas para cada tipo de tarefa, desde as mais simples até as mais sofisticadas. Os pioneiros da ciência reconheciam a Matemática como estando na base de todas as demais áreas do conhecimento humano. Também entendiam que Matemática não se inventa, se aprende na natureza.

Evolucionismo é uma estrutura conceitual segundo a qual os seres vivos surgiram por processos naturais, casuais e a partir de um ancestral comum, e se diversificaram ao longo do tempo geológico por meio de pequenas e grandes mudanças, sem direção nem propósito definidos.

Criacionismo é uma estrutura/modelo conceitual que adota para o estudo da natureza a possibilidade da existência de um Criador. A vida teria sido criada inicialmente complexa, completa e funcional, em tipos básicos de seres vivos dotados do aporte necessário para sofrer diversificação limitada ao longo do tempo. Existem três principais ramificações distintas dentro do criacionismo: a religiosa, a bíblica e a científica.

Normalmente, quando falamos de criacionismo, as pessoas tendem a associar apenas aos dois primeiros e se esquecem de que existe uma terceira ramificação, que vem sendo divulgada desde 1970 nos Estados Unidos, chamada de “criacionismo científico”. Mas antes de falar sobre o criacionismo científico, vamos definir as duas propostas criacionistas mais conhecidas.

Criacionismo religioso é uma estrutura/modelo conceitual que, apenas pela fé, aceita como verdadeiros certos escritos de determinada religião, tais como exemplo o hinduísmo e o islamismo, que tratam da origem do universo e da vida. Não tem necessariamente a intenção de comprovar ou testar cientificamente suas afirmações. Também abrange os mitos da criação (tais como os chineses, hinduístas ou de tribos indígenas, por exemplo)

Criacionismo bíblico é uma estrutura/modelo conceitual que defende a Bíblia como a infalível Palavra de Deus. Leis, evidências, processos naturais e testes científicos são perfeitamente compatíveis com as revelações e os conceitos bíblicos. A vida é criada complexa e vai degenerando em decorrência dos efeitos deletérios do pecado, processo intensificado pelo dilúvio global, descrito na Bíblia e em outros documentos antigos.

Em relação à idade da terra, os criacionistas bíblicos utilizam a expressão “menos de 10.000 anos” para se referir ao tempo decorrido desde a criação. Isto porque o texto massorético da Bíblia hebraica sugere uma idade em torno de 6.000 anos, enquanto a versão Septuaginta sugere cerca de 7.500 anos, e a versão Samaritana ainda outro valor. O calendário judaico aponta também uma idade diferente.

Mas a grande confusão realmente está no “criacionismo científico”. Muitas pessoas confundem o criacionismo científico com o criacionismo bíblico, quando, na verdade, ambas são propostas distintas. O criacionismo científico não se preocupa em defender uma Terra jovem, de cerca de 6 a 10 mil anos de idade, tal como faz grande parte dos adeptos do criacionismo bíblico. Portanto, neste modelo, a Terra poderia ter 20 mil, 30 mil anos, caso as evidências atuais da ciência apontassem nessa direção (o que não é o caso)...

Muitas pessoas também confundem o “criacionismo científico” com o design inteligente. Segundo a definição oficial, o criacionismo científico é uma linha de pesquisa que utiliza métodos da ciência para identificar e analisar evidências de que o universo e a vida foram criados. O ‘criacionismo científico’ apenas avalia evidências de que processos naturais e leis da natureza não teriam trazido à existência o universo, a vida, nem a complexidade neles encontrada. Dessa forma, vemos que o criacionismo científico trabalha somente com processos naturais, leis da natureza e métodos matemáticos.

Já o design inteligente (DI) é uma proposta diferente. Oficialmente, ele é definido como “uma teoria científica que defende que certas características do universo e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente ao invés de processo não direcionado, como a seleção natural”. O DI utiliza métodos da ciência a fim de demonstrar se o design observado na natureza é real ou um produto das leis naturais, necessidades ou do acaso. Logo, o design inteligente trabalha apenas com a detecção de design. Ou seja, seu campo investigativo é bem mais delimitado e específico em relação ao criacionismo científico.

Vai escrever um artigo científico, livro, matéria ou montar uma palestra sobre a controvérsia criacionismo versus evolucionismo? Bem, agora você já sabe que ao utilizar essas definições acima você estará divulgando de forma correta e honesta a ciência de nossas reais origens.

(Origem em Revista)