segunda-feira, fevereiro 10, 2020

O design inteligente é uma teoria científica válida? SIM


Ciência é busca da verdade, que liberta de superstições. É confronto de hipóteses à luz dos dados. A Teoria do Design Inteligente (TDI) é ciência de detecção de design, que distingue efeitos de causas naturais daqueles de causas inteligentes. A TDI argumenta com leis (exemplo: biogênese) e critérios (complexidade irredutível, informação, antevidência e ajuste fino), segue o método científico (observação, hipótese, experimentos e conclusão) e se alicerça só em dados: da física, da bioquímica, da biologia, da cosmologia e de ciências afins.

É falseável, pois detalha suas teses; faz previsões acertadas, como a riqueza genética do “DNA ex-lixo” e a utilidade dos “órgãos vestigiais”, como o apêndice. É defendida por milhares de cientistas, alguns laureados com o Nobel, que publicam artigos e livros, como A Caixa Preta de Darwin, Signature in the Cell, Darwin’s Doubt, Darwin Devolves e Foresight. TDI é ciência, e em sua mais pura essência.

A TDI defende Deus? Falso! Se Ele é Deus, não carece de defesa. Defendemos a ciência. Aponta para um criador? Fato! Mas a evolução não aponta para a inexistência dele? O biólogo evolutivo Richard Dawkins não se declarou intelectualmente realizado como ateu após Darwin? Seria a evolução uma vertente do ateísmo? Cientistas, como Francis Collins, são criacionistas evolutivos. Eu, teísta, assim o fui. Seria a evolução uma vertente do criacionismo? Antony Flew – o maior ateu do século 20 – tornou-se um defensor da TDI. O astrônomo Fred Hoyle era ateu, mas optou pelos ETs como seu designer.

Seria a TDI uma vertente do ateísmo ou da panspermia? O filósofo David Berlinski e o bioquímico Michael Denton são agnósticos e defendem a TDI. Seria a TDI uma vertente do agnosticismo? Sejamos honestos: tanto a evolução quanto a TDI, enquanto ciência, acomodam diferentes posições filosóficas e teológicas: é inevitável! É desonesto invocar essas posições no debate.

Um designer metafísico não pode ser estudado pela ciência? Fato! Mas a TDI não estuda o designer, nem se arrisca; avalia só a obra – o universo e a vida. A TDI é ciência análoga ao programa Seti (Busca por Inteligência Extraterrestre, na sigla em inglês), às ciências forenses e à arqueologia. Aplicaram a metodologia de detecção de design do Setiao DNA, e publicaram o artigo “The ‘Wow! signal’ of the terrestrial genetic code” (Icarus, 2013). Há Design Inteligente (DI) detectável no DNA.

A teoria da evolução é consenso e mais lei do que a gravidade? Falso! Veja os “Dissidentes de Darwin”: mais de mil bravos cientistas. Sociedades de DI se espalham pelo mundo. Quem ousaria desafiar Darwin, se absoluto fosse? Congressos tentam “salvar” a evolução, como o “New Trends in Evolutionary Biology” (Royal Society, 2016). Lá, disseram: “Não sabemos como a Evolução fez, só não foi por DI!”

Adaptações ocorrem? Fato! Mas são frutos de “DI genético” e se limitam às famílias, como experimentos equivalentes a “milhões de anos” demonstraram. Tentilhões continuam tentilhões; vírus, vírus; celacanto, celacanto. Mutações criam máquinas moleculares de novo e sofisticam a vida? Falso! Não há sequer um exemplo disso na literatura.

O registro fóssil confirma Darwin? Falso! A explosão cambriana – o surgimento repentino de diversos e complexos animais no período Cambriano – e a carência de formas transicionais demonstram que não.

Não se iluda com “discursos”. Ninguém desqualifica adversários como “hereges religiosos” se fosse possível refutar suas teses. A TDI é a maior novidade científica sobre nossas origens. Revigora a ciência; a resgata do dogma materialista. Cresce no mundo todo, pois é ciência pura. O filósofo Thomas Kuhn previu o “pânico acadêmico” de quebras de paradigmas, como esse que o Design Inteligente causa, e a dificuldade de desviar o “Titanic darwinista”. Mas estamos virando o leme! A verdade vencerá – quem viver, verá

(Marcos Eberlin é presidente da Sociedade Brasileira de Design Inteligente (TDI Brasil), doutor em química pela Unicamp e tem pós-doutorado pela Universidade de Purdue, EUA; texto publicado na Folha de S. Paulo)