domingo, julho 19, 2020

O ataque ao destróier HMS Sheffield e a curvatura da Terra

Há 38 anos, na manhã de 4 de maio de 1982, o sofisticado destróier Tipo 42 HMS Sheffield (D80) da Royal Navy, foi atingido mortalmente pouco acima da linha d’água por um míssil AM39 Exocet, lançado por um jato Super Étendard da Armada Argentina. O navio de escolta britânico atuava como “piquete-radar” e era responsável pela defesa antiaérea de área de unidades maiores da FT britânica, cujo principal objetivo era a retomada das Falklands com um desembarque anfíbio. Mesmo sendo equipado com um radar de busca aérea de longo alcance e mísseis antiaéreos Sea Dart capazes de atingir um alvo a pelo menos 20 milhas de distância (37 km), o Sheffield não conseguiu detectar a aproximação de dois jatos Super Étendard, nem se proteger do míssil Exocet.

O fantasma da vulnerabilidade de navios de escolta ainda está presente hoje, quase 40 anos depois daquele ataque, apesar dos avanços tecnológicos. A causa disso é uma limitação natural: a curvatura da Terra. Devido a essa curvatura, a partir da linha do horizonte, forma-se uma zona cega à baixa altura, não atingida pelo radar. Assim, o alcance do radar de um navio é limitado pela linha do horizonte, contra alvos voando rente ao mar. Essa vulnerabilidade também está presente nos radares terrestres e é usada por pilotos de aviões do tráfico de drogas, por exemplo, para escapar à detecção.


A tática argentina para atingir embarcações importantes da RN empregava aeronaves de patrulha marítima, como o P-2 Neptune, que repassavam por rádio os contatos às aeronaves de ataque. [...]

Os jatos prosseguiram para as coordenadas, sempre “colados” na água, elevando-se a poucos metros a mais para realizar algumas varreduras com seu próprio radar de busca, a fim de localizar os alvos, sem alertar os equipamentos MAGE/ESM britânicos. Ambos os pilotos detectaram um alvo grande e três medianos, travaram seus Exocet no alvo maior e, quando estavam a cerca de 50 km de distância, lançaram os mísseis. [...]

O HMS Sheffield sofreu um incêndio após o impacto do míssil que matou 20 tripulantes. O navio acabou afundando no dia 10 de maio de 1982 quando era rebocado.



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