Mesmo a lanterna sendo simples e limitada, em meio à completa escuridão em que estava, ainda era seu único instrumento de orientação para chegar à cidade de destino. A lanterna não é o seu objetivo; é apenas um meio que lhe ajudará a alcançar a luz maior da cidade de chegada. E, finalmente, já por volta da meia-noite, você enxerga uma pequena luz ao fundo, que vai aumentando à medida que você caminha na direção dela. Quanto mais próximo, seu caminho, que antes era iluminado apenas pela pequena lanterna, agora é confirmado pela intensa luz da cidade no fim da trilha. Tudo faz sentido agora!
E se a ciência, como prática de pesquisa, for como uma luz que, em meio às trevas de um mundo desconhecido e incerto, serve como indicativo de algo maior, mais luminoso, e que preencherá a vida de significado?
Desde sua origem, a pesquisa científica tem como objetivo primordial compreender a realidade ao seu redor. Tal objetivo tem sido realizado com bastante êxito ao compararmos o conhecimento que possuímos nas diversas áreas científicas e como ele resulta na melhoria da vida humana. Porém, há algo que parece estar além do escopo científico: a determinação de um significado para a realidade. Por mais que tentemos, os métodos científicos não conseguem dar uma resposta para o porquê e o propósito de nossa existência. Isso se dá especialmente porque sua luz, apesar de eficiente, ilumina somente uma perspectiva da realidade. Portanto, mesmo com todo o seu poder explicativo, a jornada científica não produziu uma explicação sobre o significado e propósito da realidade. E isso não é um problema do método, mas da natureza da pesquisa científica. A própria natureza do método científico não abarca as diversas perspectivas da existência como um todo. Então, o que faremos? Ficamos às cegas, só com uma lanterna (a ciência humana) em meio a essa trilha complexa e incerta da existência, tateando, com pouca luz, algumas pistas ao redor, a fim de encontrar o caminho?
Assim como a lanterna teve um papel crucial em nossa história inicial, a pesquisa científica também tem. Por outro lado, tal como a lanterna, o resultado da investigação científica ilumina aspectos específicos da realidade, os quais nos indicam o caminho para algo mais amplo e significativo, que irá atender nossas necessidades plenamente. Mas onde encontrar esta luz mais ampla? Não pode ser apenas na natureza, pois se assim fosse, a pesquisa científica seria suficiente para alcançar esse objetivo. É preciso que a fonte de significado transcenda o natural, que seja algo revelado, que apresente o porquê e o propósito da existência.
Há somente uma fonte que atende a estes critérios: alguém que tenha o conhecimento e a autoridade para apresentar o significado do quadro maior da realidade. O Deus Criador! Só Deus é absoluto, autoexistente e o criador não criado. Por ser criador, ele sabe quem somos e para que fomos criados. Só nEle poderemos encontrar a real satisfação de nossos anseios e não continuarmos perdidos e inseguros nessa incógnita trilha da vida!
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(Rafael Christ Lopes é doutor em Cosmologia)