sexta-feira, julho 07, 2017

Ciência divina vs. ciência humana

Quanto maior a influência do pecado, mais precisamos desconfiar do pensamento intuitivo. Os racionalistas tendiam a supervalorizar a filosofia humana e redefinir a ciência como uma empreitada humana, uma construção social. Terreno fértil para todo tipo de engano. Foi graças a estudos da Bíblia e da natureza combinadas que os pioneiros da revolução científica concluíram que Deus criou tudo usando Matemática e que só assim poderíamos nos aprofundar no que Ele deixou escrito na natureza. A experiência tem mostrado que eles tinham razão, que é impossível um aprofundamento além de certo ponto sem esses métodos (aprendidos na própria natureza) e que nos enganamos com muitíssimo mais frequência quando não os usamos. Por isso definiram ciência como o uso desses métodos. Infelizmente, as pessoas tendem a misturar até mesmo o uso de bons métodos com filosofias aleatórias ou, pior ainda, concentrar-se nessas filosofias e deixar inteiramente de lado a ciência.

Quanto mais utilizarmos corretamente os métodos de pesquisa para entender a Bíblia e a natureza, mais seguras serão nossas conclusões sobre ambas. Em particular, em todos os casos em que isso foi feito (trabalhando na camada do conhecimento, matema), descobertas posteriores apenas confirmaram ou aprofundaram conclusões anteriores. Já nos demais casos, em que o foco foi a camada filosófica (trabalhando na camada do entendimento, gnósis, sem suficiente suporte matemático), novas descobertas frequentemente obrigam a comunidade a jogar fora ideias velhas e a propor novas, conforme Thomas Kuhn descreveu. E a diferença de exatidão e detalhamento também é gigantesca quando comparamos métodos qualitativos com métodos da ciência. Quanto menos quisermos confiar na razão humana, mais precisaremos nos basear em métodos e fontes seguras. As fontes mais seguras são a Bíblia e a natureza. Os métodos mais seguros são os da ciência verdadeira. Mas as pessoas precisam aprender a reconhecer esses métodos.

Resumindo: não usar a ciência corresponde a apoiar-se na razão humana (seja para entender a Bíblia ou para entender a natureza). A ciência serve justamente para não dependermos disso.

(Eduardo Lütz é físico e engenheiro de software)