sexta-feira, setembro 09, 2016

Papa pede união e falará aos líderes mundiais

Cruzada contra os fundamentalistas
O papa Francisco pediu, nesta quinta-feira, que todas as confissões religiosas condenem “de forma conjunta e contundente” e tomem distância das ações terroristas que se amparam na religião. Ele fez esse pedido ao discursar no seminário “América em diálogo: nossa casa comum”, que a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Instituto de Diálogo Inter-religioso de Buenos Aires realizaram no Vaticano. “Percebemos com pesar que o nome da religião é usado, muitas vezes, para cometer atrocidades como o terrorismo e semear o medo e a violência e, por consequência, as religiões são identificadas como responsáveis pelo mal que as cerca. Essas ações abomináveis devem ser condenadas de maneira determinada. É preciso tomar distância de quem busca envenenar as pessoas”, disse o Pontífice. Diante disso, ele disse que é necessário mostrar os valores positivos inerentes às tradições religiosas para conseguir uma sólida esperança. “É necessário que compartilhemos as dores e as esperanças, para poder caminhar juntos, cuidando um do outro, e também da criação, na defesa e na promoção do bem comum”, acrescentou. 

Francisco destacou a importância dos encontros e da cooperação entre as variadas confissões, “baseado na promoção de um diálogo sincero e respeitoso, pois se não existe respeito recíproco não haverá diálogo inter-religioso”. Para o papa, todos os crentes têm o dever “de defender a vida, a integridade física e as liberdades fundamentais, como a de consciência, de pensamento, de expressão e de religião”.

“O mundo constantemente nos observa para comprovar qual é nossa atitude perante a casa comum e perante os direitos humanos”, explicou. E acrescentou a necessidade de colaborar entre os crentes, mas também “com os homens e mulheres de boa-vontade que não professam religião, para que demos respostas efetivas a tantas pragas de nosso mundo”.

O Vaticano receberá nos dias 2 e 3 de dezembro o Fórum Global 2016 – “The 21st Century Challenge: Forging a New Social Compact” (Desafio do século 21: Forjando um novo pacto social). A iniciativa é promovida pela revista norte-americana Time, que elegeu Francisco como “homem do ano” em 2013. Inspirados pelo convite do papa Francisco à “nobre vocação” que ajude a criar uma economia mais inclusiva e humana, os responsáveis pela economia mundial refletirão sobre melhores condições de trabalho e desenvolvimento, e como criar formas duradouras para erradicar a pobreza e o problema dos refugiados.

Em um comunicado publicado no dia 6 de setembro, Joe Ripp, presidente e administrador da revista Time, fala que o evento inédito contará com a presença de diretores-gerais das 500 empresas mais bem-sucedidas da atualidade, as 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a revista Fortune, e vários líderes econômicos, acadêmicos e religiosos.

Os participantes do evento discutirão tecnologia, saúde global, recursos alimentares e hídricos, energia e meio ambiente e inclusão financeira. Cada um desses temas representa um elemento crítico para a erradicação da pobreza e requer uma atenção urgente.

O primeiro dia do encontro será destinando a reuniões de grupos de trabalho sobre as temáticas. No segundo dia, os grupos deverão apresentar soluções e em seguida, terão uma audiência especial com o papa Francisco.

O papa Francisco é destacado pela Time Inc. como uma figura que “tem abordado com regularidade” essas questões, “apontando para a crescente desigualdade” e “criticando a ditadura de uma economia impessoal e desprovida de um objetivo verdadeiramente humano”.