terça-feira, novembro 13, 2018

A evolução é um fato? Análise de três “evidências”


[Nossos comentários seguem entre colchetes. – MB/EL] Nestes tempos de dúvida e desconfiança em relação à ciência e ao conhecimento, é importante reafirmar verdades absolutas adquiridas através de muita pesquisa e trabalho duro de cientistas. A evolução, por exemplo, não é uma hipótese. É um fato. Por mais de 150 anos, desde que Charles Darwin propôs a teoria que o tornaria uma das pessoas mais conhecidas da história da humanidade, a Teoria da Evolução passou por mais escrutínio e investigação rigorosa do que qualquer outra afirmação científica – e isso só a fortaleceu. [Pois bem, já no primeiro parágrafo tentam associar teoria da evolução com ciência, conhecimento e verdade absoluta (imagino que quem escreveu isso não seja relativista). E, para variar, são bastante generalistas, ao afirmar que a evolução – que evolução? – não é uma hipótese, é um fato. De todas as áreas da pesquisa acadêmica, essa está entre as que utilizam os métodos menos rigorosos conhecidos. Afirmar o contrário é demonstrar total desconhecimento de como se faz pesquisa rigorosa avançada. Por exemplo, podemos afirmar com 5 ou 6 sigmas de certeza que todas as espécies da Terra vieram de um acestral comum? Como exatamente os dados foram avaliados quantitativamente para afirmar isso? Que famílias de modelos matemáticos suportam essa conclusão e quais são seus limites de validade?]

Embora muitas pessoas queiram fazer parecer que a evolução não é amplamente aceita dentro da comunidade científica, isso não é verdade. Em todas as universidades, instituições de pesquisa e organizações científicas, a evolução não é apenas aceita quase que universalmente, é também a base sobre a qual estão sendo feitas pesquisas importantes. [A macroevolução naturalista ou aspectos da teoria da evolução que, de fato, são científicos, como a seleção natural? A mesma generalização de sempre.] A evolução é a base da maior parte da ciência conhecida como biologia. [A evolução é irrelevante para desvendar os mecanismos que realmente fazem funcionar os organismos vivos; ficar imaginando cenários de como eles podem ter evoluído até a presente situação tem desviado o foco do desenvolvimento de métodos de pesquisa realmente avançados, causando um atraso desnecessário; principalmente a partir da década de 1990, físicos têm começado um trabalho para ajudar a compensar esse atraso, mostrando como usar métodos matemáticos na pesquisa em Biologia.]

Caso você precise argumentar sobre o fato da evolução ser, bem, um fato, e não uma hipótese, o portal Futurism listou três evidências que podem ajudar nessa empreitada: [Evidências são usadas para provar um fato? Parece haver um problema conceitual fundamental aqui.]

Traços comuns, ancestrais comuns

“Pense na sua família. Você e seus parentes mais próximos são mais parecidos do que você e seus primos. Da mesma forma, você se parece mais com seus primos do que com parentes mais distantes e mais com parentes distantes do que com pessoas do outro lado do globo. Quanto mais próximo você estiver relacionado, em geral, mais semelhanças você compartilha. É claro que essas semelhanças se estendem muito além do nível da superfície, alcançando nossa genética”, afirma o texto.

Esse padrão de semelhanças entre parentes mais próximos se estende por toda a vida na Terra. Essas semelhanças são conhecidas como “sinapomorfias”. São características que estão presentes em espécies ancestrais e são compartilhadas exclusivamente (em forma mais ou menos modificada) pelos descendentes evolutivos dessa espécie. As sinapomorfias vêm em hierarquias aninhadas relacionadas à variedade e intensidade das semelhanças.

Isso acontece porque as semelhanças foram herdadas de ancestrais comuns, e quanto mais atrás no tempo quaisquer duas espécies compartilham um ancestral comum, mais distantes as semelhanças se tornam. Você e seus primos compartilham os mesmos ancestrais comuns nos seus avós, mas você e seus irmãos compartilham ancestrais mais próximos – seus pais. [Ancestralidade humana comum está plenamente de acordo com o que afirmam os criacionistas bíblicos, afinal, descendemos mesmo de uma família ancestral, a de Noé.]

O texto destaca que espécies com um grande número de semelhanças tendem a viver perto umas das outras. Pinguins vivem apenas no Hemisfério Sul, marsupiais vivem quase exclusivamente na Austrália, cactos quase exclusivamente nas Américas, lêmures em Madagascar, etc. “Se a evolução não fosse verdadeira, esse padrão geográfico não faria absolutamente nenhum sentido. Além disso, essas semelhanças muitas vezes parecem ser completamente arbitrárias, em vez de terem alguma vantagem seletiva.” A imagem abaixo é um bom exemplo das semelhanças adquiridas por um ancestral em comum: embora sejam incrivelmente diversos, os insetos têm seis patas. Há provavelmente várias centenas de milhares de espécies de insetos e todas têm praticamente o mesmo plano corporal. [O criacionista argumenta que essas semelhanças são a assinatura do Projetista, não evidência de macroevolução. Criacionistas não são fixistas. Acreditam que as espécies mudam e se diversificam com o tempo, até de maneira muito rápida por meio de mecanismos epigenéticos. O que os criacionistas contestam é que todos os organismos vivos possuem um ancestral comum, assim como as escalas de tempo.]

Espécies mudando com o tempo

A Teoria da Evolução de Darwin se tornou possível através da descoberta de fósseis de animais que habitavam a Terra milhões de anos atrás [segundo a cronologia evolucionista], mas que deixaram de existir. Os primeiros paleontólogos perceberam que espécies que viviam no passado são muitas vezes drasticamente diferentes de qualquer coisa viva hoje. Trilobites, dinossauros, preguiças gigantes, entre outros, sugerem que a vida na Terra mudou com o tempo. [Não é correto usar como exemplo de animais atuais animais extintos. A ideia do parentesco é forçada. Quanto aos preguiças gigantes, são exatamente iguais aos seus parentes modernos, só que... gigantes.]

Quanto mais voltamos no tempo, mais diferentes as espécies são quando comparadas com as espécies de hoje. [Não é o que se vê quando são encontrados seres vivos que têm correspondentes atuais. Tirando algumas características morfológicas e o tamanho, insetos, peixes, anfíbios, aves de “milhões de anos” são praticamente idênticos aos descendentes modernos.] Essas tendências gerais também podem ser vistas no nível individual, já que as linhagens podem ser vistas mudando com o tempo. [Diversificação de baixo nível é um fenômeno defendido pelos criacionistas.]

Como sabemos, no entanto, que as progressões de fósseis não representam apenas espécies separadas e não relacionadas? Primeiro, eles têm semelhanças que sugerem que eles estão relacionados. [Assim como uma moto, um avião, um carro e uma bicicleta mostram semelhanças...] Em segundo lugar, essas progressões representam uma tendência, também conhecida como progressão de mudança. Por exemplo, ao longo do tempo, as espécies vão da baixa expressão de uma determinada característica à expressão intermediária e à alta expressão. Como a evolução das pernas, por exemplo. Não há elos perdidos na evolução. [Óbvio que não há elos perdidos! Mas queria que me explicassem como uma escama de réptil deu um salto evolutivo e se transformou em algo tão especificamente complexo como uma pena.]

“Os fósseis não são a única maneira de vermos a mudança de espécies. Podemos ver isso em um laboratório, através da distribuição geográfica como uma espécie se espalha, ou através de seleção artificial realizada por seres humanos”, ressalta o texto. [Repito: evidências de diversificação de baixo nível não provam jamais a macroevolução, a menos que se façam extrapolações filosóficas.]

Falhas genéticas

As espécies carregam marcas de onde vieram. Esses sinais de origem podem vir na forma de traços reaproveitados, características que prejudicam as chances de uma espécie sobreviver ou se reproduzir. Simplificando, as espécies são falhas, e são essas falhas que contam claramente a origem natural delas.

A maioria dos mamíferos pode produzir vitamina C. Eles não precisam se alimentar de frutas ou outros alimentos com vitamina C em sua dieta. Não é o caso para os humanos. Nós tivemos ancestrais que comeram frutas ricas em vitamina C por tanto tempo que nossos genes produtores de vitamina C sofreram mutações há muito tempo. [Olha a hipótese sem comprovação aí...] Nós, no entanto, ainda possuímos seu remanescente na forma de pseudogenes. [Quem disse que “involução”, perda de uma característica seria evidência de evolução ascendente? Pelo contrário: trata-se de evidência do criacionismo.]

Com estes três fatos [sic] em mente, temos a habilidade de olhar para qualquer espécie e perguntar algumas coisas. Por exemplo: ela compartilha semelhanças com outras espécies que podem sugerir que elas estão intimamente relacionadas? Podemos perguntar também se existem mudanças progressivas nessa espécie que podem ser vistas no registro fóssil, na história registrada ou na geografia, ou mesmo se a espécie em questão tem algum traço que seja remanescente das suas gerações passadas.
As respostas para essas perguntas mostram como a evolução é uma realidade da natureza – e uma de suas maiores belezas.

“Essas três simples perguntas podem, se você permitir, transformar a maneira como você olha para o reino biológico ao seu redor. Continue. Pergunte à vontade. A biologia nunca será a mesma”, conclui o texto do Futurism. [Sim, devemos sempre perguntar, a começar por esta pergunta: Quanto há de verdadeiramente científico nos argumentos evolucionistas e quanto disso é mera hipótese baseada em evidências mínimas? Observar coisas e ficar imaginando explicações ad hoc é um processo de pensamento pré-científico e não confiável. Quando se faz isso, frequentemente escolhe-se arbitrariamente uma entre milhares de explicações possíveis mas trata-se a possibilidade escolhida como se fosse a única. E o pior é que se tem observado uma tendência afirmar aquela possibilidade como fato em casos assim, incluindo o da hipótese da ancestralidade comum. Nas pesquisas avançadas, o processo tem sido o inverso: parte-se da expressão matemática de leis conhecidas, as quais, combinadas, formam uma teoria científica, com escopo geral. Ao ser aplicada a casos particulares, essa teoria gera modelos matemáticos que têm feito previsões que têm surpreendido os próprios pesquisadores envolvidos na elaboração dos modelos. Essas previsões têm-se confirmado por experimentos rigorosamente desenvolvidos e avaliados por métodos estatísticos que atestam alta confiabilidade. É assim que se faz pesquisa científica. O contrário disso é exatamente o que o texto propõe: conclusões ad hoc baseadas em observações interpretadas por um viés. E esse viés passa a ser chamado de “fato” e de “verdade absoluta”.]

[Se essas são as melhores evidências de que os evolucionistas dispõem, isso significa que a “coisa” está feia!]