sexta-feira, junho 30, 2017

As duas revelações (parte 6): evidências da criação da vida

Para mim, a maior evidência de que a vida na Terra foi criada e não surgiu espontaneamente a partir da operação das leis da física e da química é o próprio fato de que todas as tentativas para demonstrar isso enfrentam barreiras intransponíveis. Até o século 19, era comum a crença de que vida poderia surgir espontaneamente de matéria orgânica em decomposição. Na década de 1860, Louis Pasteur realizou experimentos que demonstraram a inviabilidade do surgimento de vida de forma espontânea a partir de matéria orgânica em decomposição. Em 1924, Oparin publica The Origin of Life (A Origem da Vida) propondo o surgimento da vida pela acumulação sucessiva de populações moleculares cada vez mais complexas em gotículas de um coacervado.[1] Em 1929, Haldane publica ideias semelhantes às de Oparin.

O físico Freeman Dyson, em seu Origins of Life, diz que a teoria de Oparin foi popular entre os cientistas por cerca de meio século, “não porque houvesse qualquer evidência para apoiá-la, mas, antes, porque ela parecia ser a única alternativa para o criacionismo bíblico.”[2]

Em 1953, Urey e Miller, tentando comprovar as hipóteses de Oparin e Haldane, realizam seu célebre experimento procurando simular as condições da Terra primitiva para obter compostos orgânicos. Eles conseguiram obter, entre outras coisas, pequenos aminoácidos, que são matéria-prima para a formação de proteínas (componente principal de seres vivos). Alguns dos problemas com esse experimento são as evidências que surgiram de que a atmosfera da Terra primitiva não poderia ser redutora como simulado ali, e o de que os compostos orgânicos produzidos precisavam ser retirados rapidamente do meio de reação para não serem destruídos pelas descargas elétricas que os criavam.[3, 4]

Até o final da década de 1960, os pesquisadores da origem da vida se defrontavam com o dilema: quem surgiu primeiro, proteínas ou ácidos nucleicos? Porque proteínas dependem de ácidos nucleicos (DNA e RNA) para sua formação e ácidos nucleicos dependem de proteínas enzimáticas para serem sintetizados e exercerem suas funções.

Na década de 1960, Carl Woese, Francis Crick e Leslie Orgel propuseram que a molécula de RNA, além de sua função informacional, poderia exercer uma função catalítica (como proteínas enzimáticas).[5] E na década de 1980, Sidney Altman e Thomas Cech, independentemente, confirmaram que RNAs podem atuar como catalisadores em reações químicas.[6]

O dilema de quem teria surgido primeiro, proteínas ou ácidos nucléicos, parecia solucionado. Gerald Joyce e Leslie Orgel estão entre os pesquisadores que propuseram um mundo primitivo de RNA em que essa molécula teria atuado como a fornecedora da informação genética ao mesmo tempo que realizando as reações catalíticas para sua própria formação.[7]

Outros pesquisadores propuseram uma origem da vida por meio de um metabolismo primitivo em que catalisadores metálicos possibilitariam o estabelecimento de um ciclo metabólico a partir de moléculas pequenas.[8]

Os desafios enfrentados pelo modelo de um mundo primitivo de RNA são descritos na revista Scientific American, de 12 de fevereiro de 2007, por Robert Shapiro.[8] A seguir, apresento um resumo de alguns desses desafios:

A molécula de RNA é formada por nucleotídeos. Um nucleotídeo é formado por um açúcar, um fosfato e uma base, sendo estes formados por 9 ou 10 átomos de carbono, átomos de nitrogênio, oxigênio e fósforo. As combinações possíveis que esses átomos poderiam formar espontaneamente na natureza são muitas e não existe uma razão para se acreditar que seriam preferencialmente as que formariam RNA. A síntese prebiótica (de substâncias da Terra primitiva) realizada em laboratório utiliza, normalmente, quilogramas de material inicial para obter miligramas do produto. Explicando: os reagentes necessários para cada etapa da formação de RNA obtidos nesse tipo de síntese são sempre em quantidades ínfimas. A despeito disso, eles são utilizados em grandes quantidades nas etapas de reação. Quem ou o que forneceria essas quantidades grandes na Terra primitiva?

Algumas das condições invocadas para tornar possível a síntese de RNA na Terra primitiva são: lagoa seca, lagos glaciais congelados, reservatórios de água fresca em flancos de montanha, correntes fluindo, praias, desertos secos, aquíferos vulcânicos e o oceano global inteiro (congelado ou aquecido, quando necessário). Em outras palavras, são necessárias condições extremas que precisam variar entre uma etapa das reações e outra, ou seja, mudanças bruscas que precisam acontecer muito rápido para que as moléculas não se percam no ambiente antes de a reação se realizar. A alternativa opcional para contornar esses problemas – a de uma molécula mais simples que a de RNA que a teria originado – enfrenta desafios ainda maiores. Por exemplo: unidades da molécula são combinadas ao acaso e não da maneira correta, são formados híbridos curtos da molécula desejada, formam-se cadeias terminadas ao invés de uma mais longa mantendo as funções de replicação e catalíticas.

A hipótese de uma origem da vida por meio de um metabolismo primitivo também enfrenta vários problemas. Um trabalho publicado em 26 de janeiro de 2010, na PNAS, conclui o seguinte a respeito de cenários de metabolismo primeiro na origem da vida: “A replicação da informação de compostos é tão imprecisa que os mais ajustados genomas de compostos não se mantêm pela seleção e, portanto, falta-lhes capacidade de evolução. [...] Concluímos que essa limitação fundamental de conjuntos de replicadores adverte contra teorias de origem da vida de metabolismo primeiro.”[9]

Devido às dificuldades encontradas para demonstrar praticamente a viabilidade desses modelos, pesquisadores buscaram um modelo alternativo. Esse novo modelo tenta produzir simultaneamente precursores dos três tipos de moléculas orgânicas essenciais na formação de uma célula: ribonucleotídeos (que compõem RNA), precursores de aminoácidos (que compõem as proteínas) e lipídios (componentes importantes da membrana celular). Os pesquisadores Sutherland e colaboradores publicaram seu trabalho na Nature Chemistry de 16 de março de 2015.[10]

Eles procuraram estabelecer uma rede de reações globais se desenvolvendo ao longo do tempo em correntes e poças separadas. Seriam formados ribonucleotídeos, precursores de aminoácidos e lipídios derivados de homologação redutora de cianeto de hidrogênio e alguns de seus derivados. Os passos fundamentais nas reações foram impulsionados por luz ultravioleta utilizando sulfeto de hidrogênio como redutor e podendo ser acelerados por Cu (I) e Cu (II).

Vários dos desafios que esse modelo enfrenta são tão monumentais quanto os dos modelos do mundo de RNA e metabolismo primeiro. Só para citar alguns: as diferentes etapas da rede de reações precisariam de um terreno inclinado para que pudessem ir ocorrendo em poças separadas, pois são diferentes as condições de que cada tipo de molécula precisa para se formar. Contudo, não seria suficiente uma poça para cada um dos três tipos, até porque existem etapas compartilhadas entre os tipos diferentes de moléculas a serem produzidos. Em alguns casos, seria necessário que diferentes etapas para a formação de cada um dos três tipos se realizassem em poças separadas também. Por exemplo, uma determinada etapa precisa de pH neutro, enquanto a etapa seguinte precisa de um pH alcalino. Outro problema: certa etapa precisa de radiação ultravioleta (UV), a etapa seguinte precisa se realizar no escuro e a próxima precisa de luz ultravioleta novamente. Esse tipo de problema é complicado de resolver, mesmo com diferentes poças se formando ao longo de um terreno inclinado. Cada etapa precisa ocorrer no momento certo com as condições certas e dependendo de fenômenos tais como chuva, UV e outros ocorrerem no momento certo. Isso tudo não apenas uma, mas repetidas vezes para que os componentes certos possam ser produzidos a taxas razoáveis e não serem perdidos no ambiente. As coincidências precisariam se repetir favoravelmente incontáveis vezes para que a rede de reações se estabelecesse.

Contudo, esses são apenas pequenos problemas perto de outros ainda maiores. Alguns exemplos: formação de isômeros (moléculas que têm os mesmos átomos na mesma quantidade, mas arranjados de forma diferente), destruição dos compostos formados pela luz ultravioleta, a necessidade de impacto de meteoritos ou atividade geotérmica periodicamente para formação de compostos necessários para o ciclo de reações, evaporação da água ocorrendo em uma etapa, chuva ocorrendo na próxima etapa no momento certo e na quantidade adequada, irradiação UV, seguida de reação no escuro, seguida de reação UV, chuvas ocorrendo no fim das etapas corretas para escoar os produtos pelo terreno, compostos convergindo em poças corretas, etc. Note-se que essas diferentes condições e coincidências precisariam ficar se repetindo vez após vez sempre nos momentos certos. Não pode chover sempre que precisar ocorrer evaporação, não pode ficar seco por muito tempo sem chover, não pode estar escuro quando se precisa de UV, mas também não pode haver UV por muito tempo. Em laboratório, sob condições controladas, isso é possível, mas não na natureza. Mesmo assim, algumas coisas no laboratório não correram tão bem, pois um dos aceleradores das reações, o Cu (II), só era obtido transitoriamente.

Quando Oparin ou Darwin imaginaram que poderia ocorrer uma evolução química das moléculas para a formação do primeiro ser vivo, ainda não se sabia que as moléculas orgânicas da vida são nanomáquinas e que a célula é uma imensa fábrica com linhas de montagem que funcionam sob condições muito precisas. Os pesquisadores, aparentemente, perceberam que essas nanomáquinas são muito interdependentes para funcionar separadamente e tentaram simular seu aparecimento simultâneo. O problema que eles enfrentam é maior do que alguém esperar que em uma praia com bastante areia, ventos, montanhas e minerais nas proximidades, dado tempo suficiente, se forme um computador com sistema operacional funcionando.

Outra questão sobre a origem dos seres vivos tem a ver com a crença generalizada de que todas as espécies evoluíram ao longo de milhões de anos. Darwin propôs que toda a diversidade de criaturas que encontramos hoje evoluiu por meio da seleção natural, ou seja, que pequenas modificações nos organismos que lhes conferissem alguma vantagem em termos de sobrevivência seriam mantidas e passadas para os descendentes. A Teoria Sintética da Evolução, ou Neodarwinismo, incluiu os conhecimentos de genética na teoria de Darwin. Assim, até há pouco se acreditava que a diversidade encontrada nas espécies ocorria lentamente ao longo de milhões de anos, pois um órgão bem desenvolvido, como uma asa, por exemplo, precisaria de milhares de pequenas modificações ao acaso até se tornar o que é hoje. Contudo, recentemente, diversos estudos têm trazido à luz evidências de que modificações adaptativas podem ocorrer muito rapidamente nos organismos, ativadas por mecanismos epigenéticos desencadeados por modificações no ambiente. Um exemplo são os estudos do casal Peter e Rosemary Grant acerca dos tentilhões na Ilha Dafne Maior (uma das ilhas de Galápagos) por 40 anos. Esses tentilhões foram estudados por Darwin e se acreditava que as diferenças entre eles evoluíram ao longo de milhões de anos. O casal Grant observou períodos de seca e de chuva nessa ilha concomitantemente com modificações nos bicos de tentilhões de acordo com a disponibilidade de alimentos depois dos períodos de seca ou chuva. Essas modificações ocorreram em intervalos de tempo tão curtos quanto dois anos.[11]

Ao que parece, nem sempre a seleção natural é o mecanismo primário de adaptação dos organismos.


(Graça Lütz é bióloga e bioquímica)

Referências: 
[2] DYSON, F. Origins of life. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1999/2000.
[3] TO THE UNIVERSE, W. The miller urey experiment. http://www.windows2universe.org/earth/Life/millerurey.html
[4] ZAHNLE, K., SCHAEFER, L., FEGLEY, B. Earth’s earliest atmospheres. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2944365/ 2 10 2010.
[5] The discovery of ribozymes. http://exploringorigins.org/ribozymes.html
[6] SCOTT, W. G., KLUG, A. Ribozymes: structure and mechanism in rna catalysis. https://ai2-s2-pdfs.s3.amazonaws.com/6853/3c931ec41d18d51b93327ad9ce02dee250e0.pdf 6 1996.
[7] ROBERTSON, M. P., JOYCE, G. F. The origins of the rna world. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3331698/ 5 2012.
[8] SHAPIRO, R. A simpler origin for life. https://www.scientificamerican.com/article/a-simpler-origin-for-life/ 12 2 2007.
[9] VASAS, V., SZATHMáRY, E., SANTOS, M. Lack of evolvability in self-sustaining autocatalytic networks constraints metabolism-first scenarios for the origin of life. http://www.pnas.org/content/107/4/1470.full 26 1 2010.
[10] PATEL, B., PERCIVALLE, C., RITSON, D., DUFFY, C., SUTHERLAND, J. Common origins of rna, protein and lipid precursors in a cyanosulfidic protometabolism. Nature Chemistry, v. 7, p. 301–307, 3 2015.
[11] SKINNER, M. K., GURERRERO-BOSAGNA, C., HAQUE, M. M., NILSSON, E. E., KOOP,

J. A., KNUTIE, S. A., CLAYTON, D. H. Epigenetics and the evolution of darwin’s finches. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4159007/ 6 8 2014.

Ele pedalou sozinho as três Américas com uma missão

O militar e superatleta missionário George Silva é mais conhecido como o “Atleta da Fé”, isso porque quem o conhece sabe que não existem obstáculos capazes de parar esse homem que conheceu Jesus em uma corrida pela Floresta Amazônica e recebeu dEle uma missão específica: anunciar o segundo advento (saiba mais aqui). George pedalou sozinho pelas três Américas, colecionando inúmeras experiências missionárias e de livramento miraculoso. Em seu ótimo livro Conquistando o Brasil (CPB), ele conta algumas dessas aventuras e faz um retrato de nosso país, sob o ponto de vista de um ciclista sem recursos financeiros, mas com muita fé, esperança e persistência. [MB]



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quinta-feira, junho 29, 2017

Terra de Gigantes: O que aconteceu com os dinossauros?

Existem centenas de teorias que tentam explicar a extinção dos dinossauros. A mais aceita entre elas diz respeito à queda de um meteorito que teria levantado uma enorme quantidade de poeira e levado o mundo a uma era glacial supostamente responsável pela extinção dos grandes répteis (estranhamente, animais mais frágeis acabaram sobrevivendo...). Apesar de bem aceita, essa hipótese é insuficiente para explicar a abundância de fósseis em todo o planeta - fósseis de animais que, quando encontrados inteiros, revelam morte em agonia, súbita. Neste livro ricamente ilustrado, o jornalista criacionista Michelson Borges propõe uma explicação alternativa para a origem e o desaparecimento dos dinossauros. Trata-se de uma aventura com personagens que conduzem a trama por meio da qual as informações vão sendo dadas. Assista ao vídeo abaixo e saiba mais sobre o livro Terra de Gigantes.



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quarta-feira, junho 28, 2017

“Não existe vida inteligente fora da Terra”

A frase do título é o que afirma o cientista britânico Nick Lane, da Universidade de Londres. Lane vai na contramão de estudiosos do grupo que pesquisa Evidências de Vida Inteligente Fora da Terra (o SETI, na sigla em inglês). Para esses pesquisadores, havendo manifestação de vida em outros planetas, ela evoluiria à semelhança da raça humana (eles creem que a teoria de Darwin se aplica a qualquer canto do universo), e, mais cedo ou mais tarde, enviaria sinais de existência que seriam captados por nossos radiotelescópios. No entanto, Lane argumenta que vida avançada como a que existe na Terra é algo “extremamente raro” que dificilmente poderia ser copiado.

Em matéria publicada no The Telegraph, ele explica que os seres vivos precisam de separação entre seu meio interno e o meio externo, ou seja, o ambiente em que vivem. A teoria prevê que, ao longo dos supostos bilhões de anos de vida na Terra, muitos sistemas vitais evoluíram, mas sempre houve a necessidade dessa membrana.
Outro “milagre evolutivo” apontado por Lane é o “surgimento” da mitocôndria, um evento-chave que, segundo ele, potencializou e evolução dos seres vivos na Terra. “Sem a mitocôndria”, ele diz, “jamais seria possível sair do estado celular primitivo” (seja lá o que isso significa, já que qualquer célula está longe de ser “primitiva”, dada a sua complexidade).

As duas revelações (parte 5): evidências de Deus na natureza

Ao tratar da questão das evidências de Deus na natureza, existem duas perguntas que me parecem essenciais: (1) Existe alguma evidência de que Deus criou o universo? (2) Existe alguma evidência de que Deus criou a vida na Terra? De fato, eu acredito que a resposta para as perguntas acima é: Sim! Pretendo apresentar algumas evidências aqui.

Evidências da criação do Universo

Tenho consciência de que a primeira pergunta traz à tona uma questão muito controversa: o modelo do Big Bang. Não me entenda mal, o modelo em si não é nada controverso, se forem conferidas corretamente suas bases e suas predições forem confrontadas com dados observacionais. Aparentemente, esse é um dos modelos científicos mais criticados de todos os tempos. Tanto criacionistas quanto evolucionistas procuram encontrar defeitos nele incessantemente. Ao começar a escrever esta seção, pesquisei a respeito das ideias sobre um universo eterno e encontrei diversos artigos publicados em periódicos de Física por pessoas tentando contornar a conclusão de que o universo teve uma origem. Filosoficamente falando, a ideia de que o universo teve uma origem parece incomodar muito aqueles que não creem que existe um Deus. Por outro lado, parece incomodar bastante cristãos que creem que o universo foi criado na semana de Gênesis 1. A despeito de qual seja a crença pessoal de alguém, é necessário manter a mente aberta para se analisar evidências contrárias ao que acreditamos. Essa é a única forma de garantir um crescimento espiritual e intelectual saudável.

A Bíblia declara que Deus criou tudo do nada

“Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele mandou, e logo tudo apareceu” (Salmo 33:9). O que está incluído nesse tudo? Estaria a vida na Terra incluída? Sabemos que não, porque Gênesis 1:2 diz que quando Deus começou a preparar a Terra para a vida ela era sem forma e vazia e já havia água por aqui. Portanto, quando é dito que “Ele mandou, e logo tudo apareceu” deve estar se referindo ao universo.

O que mais estaria incluído nesse tudo que podemos não nos dar conta à primeira vista? “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê” (Hebreus 11:3). A palavra αἰῶνας (aiônas), traduzida como “mundos” nesse texto, tem o sentido original de “eras” ou “tempo”, e apenas por implicação pode significar “mundos”.[1] O modelo do Big Bang é justamente isso: um modelo que diz que o universo com o tempo e o espaço teve um início.

Várias descobertas permitiram chegar a esse modelo: o princípio da ação mínima, a Teoria Eletromagnética mostrando fenômenos relativísticos e alavancando outras frentes, as geometrias de Riemann, o cálculo tensorial de Ricci acrescentando grande utilidade à descoberta de Riemann, a formulação da Termodinâmica e, finalmente, a equação fundamental da Relatividade Geral, que não apenas forneceu uma explicação geométrica para a gravidade, mas também passou a servir de instrumento para pesquisas em Cosmologia por ser aplicável ao universo como um todo e impor regras sobre o comportamento do espaço-tempo, regras essas contrárias a algumas ideias tidas como verdadeiras até então.

Einstein, utilizando o cálculo tensorial juntamente com o princípio da ação mínima, descobriu como funciona a gravidade macroscopicamente. Estudos posteriores mostraram que a equação a que Einstein chegou (equação esta também deduzida por Hilbert e apresentada por ele antes da publicação de Einstein), quando combinada com a Termodinâmica, dizia que o universo teve uma origem. Ele imaginou que isso só podia ser um engano. Tentou corrigir sua equação acrescentando um termo. Isso não resolveu o problema. Vários pesquisadores, tais como Friedmann, Lemaître, Robertson, Walker, demonstraram que essas coisas implicavam que o universo não poderia ser estático como se pensava.

Um desses pesquisadores, Georges Lemaître, cria que Deus criou o universo e que essas consequências da lei da gravitação realmente faziam sentido tanto físico quanto filosófico. Ele refez cuidadosamente os detalhes das previsões e comparou seus resultados com observações astronômicas. Tudo estava em perfeito acordo: o universo realmente teve um momento de criação. Os cálculos geraram um modelo matemático no qual o espaço-tempo e tudo o que ele contém foram criados em dado momento, iniciando-se em seguida um processo de expansão. Esse modelo foi apelidado por Fred Hoyle de Big Bang, numa tentativa de ridicularizá-lo. Ele não acreditava em criação do universo na época.

Esse modelo implica em uma série de coisas bem específicas, observáveis e mensuráveis. Entre elas o avermelhamento de galáxias em função da distância, a radiação cósmica de fundo (incluindo o formato de seu espectro) e diversos outros detalhes do universo observável. Einstein finalmente ficou convencido de que o universo teve um princípio.

Várias tentativas de criar modelos alternativos ao Big Bang apenas conseguiram, sem que se percebesse a princípio, criar modelos de Big Bang mais complexos.

Como dito anteriormente, a ideia de que o universo, incluindo toda matéria, tempo e espaço tiveram uma origem e, portanto, as próprias leis da física também, é algo que incomoda muitas pessoas. Por isso as constantes tentativas de encontrar uma teoria alternativa que permita um universo eterno com as leis da natureza produzindo tudo o que existe espontaneamente, ou seja, naturalismo.

Ahmed Farag Ali, da Benha University e Zewail City of Science and Technology, diz o seguinte: “A singularidade do Big Bang é o problema mais sério de relatividade geral porque as leis da física parecem falhar ali.”[2]

“Ali e o coautor Saurya Das, da University of Lethbridge em Alberta, Canadá, mostraram em um artigo publicado na Physics Letters B que a singularidade do Big Bang pode ser resolvida por seu novo modelo em que o universo não tem princípio nem fim.”[2]

O problema aqui se refere justamente ao tipo de erro que pode acontecer quando alguém utiliza uma “ferramenta” inadequada ao problema, mencionado no início deste artigo. O físico Eduardo F. Lütz observa o seguinte: “Se usadas de forma pouco cuidadosa, as equações do modelo do Big Bang sugeririam que o universo teve início em uma singularidade, um estado de densidade infinita, em que toda a energia que o universo possui atualmente estava concentrada em um ponto. Tal noção, porém, é consequência de aplicar a Relatividade Geral fora de sua região de validade, isto é, antes do tempo de Planck, que marcaria o surgimento do tempo clássico. É um erro comum, porém bastante elementar, aplicar a Relatividade Geral fora de seus limites de validade conhecidos para obter uma conclusão como essa. Além disso, essa noção de que a energia total do universo já estaria presente ‘antes do tempo de Planck’ (como se esta expressão tivesse sentido) se baseia na lei da conservação de energia, que está ligada à simetria de translação temporal das leis físicas, simetria essa que só existe imediatamente após o início do tempo clássico. Em suma, toda a base usada para concluir-se que o modelo do Big Bang prevê uma singularidade inicial está equivocada.”

Seres humanos competentes podem se enganar e usar bons métodos que, contudo, podem não se aplicar ao problema em questão. Felizmente, a natureza e as ferramentas matemáticas estão aí para conferirmos quando quisermos. Mesmo que não seja viável, durante o curto tempo da vida humana, aprender tudo o que é necessário para se avaliar todas as coisas, podemos comparar todas as ideias com que entramos em contato com os conhecimentos fornecidos pelas duas revelações de Deus (a natureza e a Bíblia) da melhor forma que pudermos.


(Graça Lütz é bióloga e bioquímica)

Referências:
[1] ISIDRO PEREIRA, S. Dicionário grego-português e português-grego. Rua da Boavista, 591 – 4000 Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1969.
[2] ZYGA, L. No big bang? quantum equation predicts universe has no beginning. https://phys.org/news/2015-02-big-quantum-equation-universe.html 9 2 2015.

Teorias são periodicamente substituídas (parte 1)

Tenho visto ao longo do tempo muita gente confundindo alguns termos tais como hipótesesteorias e método científico, que são termos importantes de serem compreendidos, quando tratamos de ciência. Portanto, antes de adentrarmos no tema abordado no título deste artigo, vou apresentar, nesta primeira parte, alguns conceitos importantes. Para iniciar, apresentarei mesmo a contragosto, os conceitos de hipótese, teoria e método científico comumente utilizados na Academia, apesar de serem conceitos populares parcialmente equivocados (já apresento o spoiler) e estarem longe dos conceitos ideais entendidos pelos pioneiros da ciência, mas que podem, ao mesmo tempo, contribuir em muito na compreensão do porquê algumas teorias ditas “científicas” se mantêm como paradigma mesmo quando lhes faltam evidências para suporte. Vamos lá…
Conceitos equivocados, porém amplamente divulgados: 
Encontramos nos livros atuais de metodologia científica que a hipótese científica antecede o experimento e consiste em formular uma afirmação razoável como possível resposta provisória para um problema de pesquisa, antes de realizá-la efetivamente.[1, 2] Hipóteses são comprovadas e refutadas o tempo todo, ou seja, uma hipótese precisa ser testada e retestada muitas vezes e em condições controláveis, antes que ela seja aceita na comunidade científica como verdadeira.

terça-feira, junho 27, 2017

Cientistas “materialistas” procuram a consciência do universo

Um site de divulgação científica popular publicou recentemente a notícia de que cientistas têm procurado localizar a “consciência do universo”. Sim, isso mesmo! Como se o cosmos fosse uma entidade viva e consciente, compartilhando sua suposta consciência com outros seres. A verdade é que os pesquisadores não sabem sequer ao certo o que é a consciência, muito menos de onde ela vem. Esse é um tema que tem ocupado a atenção de físicos, neurocientistas, psicólogos e outros profissionais, e forçado os limites do materialismo que geralmente esses cientistas dizem defender. Alguns chegam a descambar para o dualismo corpo-mente, como se os pensamentos pertencessem a um mundo não físico, o que beira o espiritualismo. A opção que vem ganhando terreno em alguns círculos científicos é o pampsiquismo, segundo o qual todo o universo seria habitado pela consciência, o que, nesse caso, se aproxima dos ensinamentos do budismo.

Para o cientista e filósofo norte-americano John Archibald Wheeler, o fato de as partículas não terem formato ou localização precisa até que sejam observadas ou medidas (isso em mecânica quântica) revela um tipo de protoconsciência. Para Wheeler, cada pedacinho de matéria contém um pouco de consciência absorvida desse campo da tal protoconsciência, ideia que ele chama de Princípio Antrópico Participativo.

O físico Gregory Matloff, da College of Technology de Nova York (EUA), disse à NBC News que o pampsiquismo pode ser possível. Matloff concorda com o físico teórico alemão Bernard Haisch segundo o qual a consciência seria produzida e transmitida através do vácuo quântico. Para ele, qualquer sistema com complexidade suficiente e que crie um certo nível de energia poderia gerar a consciência a partir do nada.

Matloff chegou a publicar um artigo na revista Journal of Consciousness Exploration and Research no qual defende que as estrelas teriam a capacidade de se orientar de forma consciente para ganhar velocidade, e diz isso ao observar padrões de comportamento aparentemente lógicos. Matloff também propõe que a teoria da protoconsciência poderia substituir a matéria escura que, segundo os astrônomos, comporia cerca de 95% do universo, embora ainda não tenha sido encontrada.

O neurocientista Giulio Tononi, da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), propõe uma ideia ainda mais esdrúxula, chamada Teoria da Informação Integrada. Para ele, a consciência seria uma manifestação com localização física real, em algum lugar no universo que ainda não foi encontrado. Segundo essa hipótese, esse corpo misterioso e desconhecido poderia irradiar consciência da mesma forma que o Sol irradia energia.

O artigo termina mencionando, a título de exemplo, a inteligência artificial, que já pode vencer seres humanos em muitas tarefas, mas não tem vontade própria. “Um supercomputador capaz de alterar o mundo além das configurações que lhe foram dadas pelos comandos do programador teria consciência.”

Os cientistas (mesmo os materialistas) têm dificuldade para explicar em que momento a consciência desperta na matéria pura e simples. Se o cérebro é apenas um amontoado de átomos e moléculas, como explicar a existência de uma consciência imaterial transcendente e que tão bem caracteriza os seres humanos? Para evitar a conclusão óbvia de que existe algo ou alguém além da matéria e que bem poderia ser o Deus bíblico, os cientistas “materialistas” começam a flertar com o panteísmo e o budismo. Eles preferem apelar para ideias escapistas sem qualquer evidência, como a de que haveria um local desconhecido no Universo de onde a consciência emanaria como se fossem ondas eletromagnéticas (!). Além disso, usam a inteligência artificial como exemplo do que pode ser a emergência da consciência, mas deixam de falar que a inteligência artificial foi criada por um ser inteligente e consciente. (1) Estrelas revelam padrões e têm comportamentos ordenados porque teriam consciência ou (2) por que foram criadas inteligentemente para se comportar assim? Optar pela segunda proposta seria se aproximar demais daquilo que creem os criacionistas; portanto, resta aos “materialistas” a opção número 1 – estrelas têm consciência.

Aqui está o paradoxo: estrelas até podem agir conscientemente e o universo ser um grande ser transcendental dotado de consciência, mas o criacionismo é uma bobagem. Ideias como a de que as estrelas teriam consciência podem ser defendidas nos campi seculares e até publicadas em revistas científicas e em sites de divulgação científica, mas design inteligente, dilúvio universal e complexidade irredutível, aí não! Isso é religião. Assim caminha a chamada “ciência”.

O astrofísico Eduardo Lütz considera impressionante o grau de misticismo que as pessoas demonstram ter quando tratam desse assunto. “Qual é a dificuldade de considerar a consciência como sendo uma manifestação especializada de processamento de informações? Por que esse tipo de coisas não é óbvio para a maioria das pessoas?”, pergunta ele. Lütz diz ter ficado chocado vendo até físicos inventando ideias mirabolantemente místicas para explicar um assunto sobre o qual já se tem considerável experiência técnica. “Tudo isso parece ser ignorado nessas horas. Também não vejo por que tentar explicar a consciência humana como funcionando via consciência divina. Deus, como designer da consciência humana, está certo. Mas não que seja necessária qualquer coisa além das leis físicas conhecidas para explicar a consciência”, diz o físico.

Parece que estão tentando fugir do materialismo. Mas, para conciliar isso com o naturalismo, algumas evidências da existência de Deus estão sendo interpretadas como evidências de consciência por parte do universo. Nessas horas, é melhor divinizar o cosmos e as estrelas do que deixar o Deus da Bíblia abrir a porta.

Michelson Borges

Ronnie Von entrevista Rodrigo Silva: Jesus existiu?

Ronnie Von recebe o arqueólogo Rodrigo Pereira da Silva para falar sobre a polêmica que questiona a existência de Jesus Cristo. Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. Assunção (SP), com pós-doutorado em arqueologia bíblica pela Andrews University (EUA), Rodrigo traz alguns objetos, como moedas, botija de vinho e pregos de crucificação, entre outros, como evidências que comprovariam a existência do Cristo histórico. 

Superman e Mulher Maravilha são, na verdade, Jesus

Que a história do Superman é um verdadeiro plágio da de Jesus Cristo chega a ser óbvio (confira). O garoto é enviado à Terra por seus verdadeiros pais (“deuses” kryptonianos), acaba adotado por pais humanos e inicia seu “ministério” público aos 33 anos, sendo considerado o salvador da humanidade. Depois, em uma luta contra um inimigo chamado Apocalipse, ele morre para ressuscitar no terceiro dia (pelo menos em uma história em quadrinhos foi assim). Pelo visto, imitar as grandes histórias da Bíblia é o segredo do sucesso garantido – pois elas pertencem ao ideário geral ­– e é garantia de acaloradas discussões a respeito do que essas paródias realmente fazem: (1) se confundem a cabeça das pessoas e impõem deuses substitutos ou (2) se as fazem pensar no relato original do qual derivaram. Como o conhecimento bíblico de modo geral está cada vez mais “rarefeito”, inclino-me a pensar que a alternativa 1 seja a predominante.

segunda-feira, junho 26, 2017

Teoria da Evolução vai deixar de ser ensinada na Turquia

A teoria da evolução vai deixar de ser lecionada na Turquia porque é um assunto controverso, passível de debate e demasiado complicado para os estudantes. A ideia foi defendida por Alpaslan Durmus, responsável pelo Conselho de Educação turco, num vídeo publicado no site do Ministério da Educação. “Acreditamos que o tema está além da compreensão deles [dos estudantes]”, afirmou.O responsável acrescentou que um capítulo sobre a evolução ia ser removido dos livros de Biologia do nono ano. Adicionalmente, outra mudança no currículo poderá envolver uma redução do tempo que os estudantes passam estudando o secularismo e aumentar o tempo de estudo da religião. A proposta foi apresentada em janeiro e levou Cagatay Tavsanoglu, presidente da Sociedade Turca de Ecologia e Biologia Evolucionária, a escrever um artigo na Nature, pedindo apoio à comunidade científica internacional para o tema voltar ao currículo nas escolas turcas.

“A estratégia proclamada pela Turquia de alcançar excelência nas ciências biológicas e médicas deve ser apoiada por um forte programa educacional em biologia evolucionária. O entendimento da teoria da evolução é crucial para resolver desafios contemporâneos, como a perda da biodiversidade. Os princípios evolucionários têm proporcionado avanços em muitos campos, como a agricultura, medicina, farmácia e nanotecnologia”, escreveu Tavsanoglu.

Muitos são os críticos dessa mudança, de acordo com o jorna britânico Guardian, que acusam o presidente da Turquia, Recep Erdogan [foto acima], de querer tornar a sociedade turca cada vez mais religiosa e islâmica. Essa agenda é contrária, defendem muitos, aos ideais do fundador da Turquia moderna, Mustafa Atatürk. Assim, o país afasta-se também de uma abordagem e de ideais mais ligados ao Ocidente e à Europa, para dar lugar ao estudo do que foi feito por cientistas turcos e muçulmanos, defendeu também o líder do Conselho de Educação.


Nota: Talvez os evolucionistas possam pensar que os criacionistas de todo o mundo vão comemorar uma notícia como essa, só que não. A Turquia tem orientação religiosa muçulmana, e nos países islâmicos teocráticos as coisas acontecem meio que “no cabresto”. Criacionistas cristãos, de modo geral, não assumem nem defendem esse tipo de postura. Na verdade, também de modo geral (pelo menos os adventistas pensam assim), defendem a total separação entre o Estado e a religião/igreja, um dos motivos pelos quais não concordam com o ensino do criacionismo em escolas públicas (o outro motivo é o despreparo da maioria dos professores, que mais fariam é “detonar” o criacionismo em lugar de ensinar adequadamente suas bases conceituais). O ideal seria um ensino crítico da teoria da evolução, destacando seus elementos científicos e filosóficos, deixando claro que muito do que é apresentado como científico não passa pelo crivo do método científico nem se encaixa no conceito correto de ciência, que se vale de métodos matemáticos para compreender a realidade (acompanhe esta série e clique aqui e aqui). 

Tavsanoglu, que defende a teoria da evolução, comete vários erros em sua fala. Primeiro, ele associa a busca da excelência em ciências biológicas e médicas ao ensino do evolucionismo. Nada mais falso. Basta ver quantas dissertações e quantas teses foram publicadas sobre os mecanismos da macroevolução biológica, por exemplo. O avanço da biologia não depende necessariamente da teoria da evolução, embora aspectos dela (que são científicos), como a seleção natural, sejam válidos e úteis. Pior é dizer que o desenvolvimento da medicina tenha relação com a teoria darwiniana. Por favor, leia o artigo “Por que a medicina ignora a teoria da evolução” e compreenderá o que quero dizer. 

Tavsanoglu diz ainda que “os princípios evolucionários têm proporcionado avanços em muitos campos, como a agricultura, medicina, farmácia e nanotecnologia”. No imaginário popular, o que fica é o seguinte: a vida surgiu naturalmente em um mar primitivo há bilhões de anos e foi se tornando mais e mais complexa, por si só, e, de alguma forma, isso é tão importante que levou até mesmo ao desenvolvimento de tecnologias avançadas e medicamentos úteis. Só que uma coisa não tem nada a ver com a outra, e essa ideia faz com que se tenha a impressão de que os criacionistas seriam contra a medicina, o desenvolvimento de remédios e a nanotecnologia. Isso é uma tremenda confusão, para não dizer injustiça! De fato, o computador foi inventado por um religioso, a genética, por um padre, e o método científico (além do cálculo) por homens profundamente devotos e crentes na Bíblia como a revelação de Deus.

A Turquia está errada em sua decisão arbitrária, mas também estão errados os argumentos dos que não querem que o evolucionismo seja eliminado das salas de aula. [MB]

Sopa primordial #6: organizando os elementos

Outro dispositivo a que toda experiência sobre a origem da vida recorre é o sifão para proteger os produtos finais que foram formados. Os aminoácidos são delicados e facilmente se quebram, voltando aos elementos dos quais eles são compostos. Quando a eletricidade ou o calor são usados como fonte de energia para induzir os elementos químicos a se ligarem e formar aminoácidos, essa mesma energia pode também quebrá-los. Assim, o pesquisador tem que achar alguma forma de proteger os delicados compostos químicos. A solução é construir um sifão que remova os aminoácidos do local da reação assim que são formados, para protegê-los da desintegração. O aparato de Miller era um quadrado de vidro com tubulação ligada a um bulbo no topo, cheio de eletrodos para criar faíscas, e uma elevação em forma de “U” na parte de baixo, cheia de água para capturar os aminoácidos. Miller drenava o sifão para remover os aminoácidos da área da reação a fim de que não se quebrassem de novo.

domingo, junho 25, 2017

Enganos que envolvem o mundo

O que o evolucionismo, o espiritualismo, o marxismo e a ufologia têm em comum? Pode-se perceber um padrão perpassando cada uma dessas ideologias e as unificando. Que ideia básica seria essa? Nesta palestra, apresentada pelo pastor e jornalista Michelson Borges na Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, são revelados esses enganos à luz da Bíblia e do Espírito de Profecia. Assista e perceba que realmente é impossível deixar de perceber que há uma mente muito inteligente orquestrando essas e outras filosofias ao longo da história, com o único objetivo de levá-las ao desfecho, enganando tantas pessoas quanto for possível.

quinta-feira, junho 22, 2017

Sopa primordial #5: laboratório vs. natureza

A experiência de Miller foi controlada em laboratório. Mas seria válida se fosse feita na natureza? Por exemplo, na natureza, os elementos químicos quase nunca são encontrados em estado puro. Como resultado, ninguém pode predizer com certeza que reações acontecerão. Substancias A e B podem reagir efetivamente no laboratório, onde formas purificadas e isoladas são usadas. Mas, na natureza, há quase sempre outros elementos químicos – C e D - ao redor, o que significa que a substancia A pode reagir com C ao invés de reagir com B, rendendo resultado completamente diferente do que o cientista esperava. Em outras palavras, na natureza há todo tipo de reação concorrente. Desse modo, como os cientistas evitam o problema das reações concorrentes? Eles destampam suas garrafas e derramam somente ingredientes puros e isolados. Quando a experiência envolve mais do que um passo, tal como ir de aminoácidos para proteínas, os pesquisadores reiniciam cada passo com ingredientes novos. Obviamente, isso frauda o experimento. 

Isso é o que dá ficar marcando datas para o fim

Ele estava no auge da carreira quando decidiu abandonar o futebol. A razão? Preparar-se para o fim do mundo. A religião sempre teve um papel central na vida de Carlos Roa, internacional argentino que, aos 29 anos, recusou propostas milionárias e desapareceu durante alguns meses. O tempo passado em isolamento, nas montanhas, permitiu ao goleiro “ficar mais próximo da família”. Quando sentiu falta do futebol, regressou “relaxado e feliz” – mas o tempo dele já tinha passado, e a carreira não voltaria a ser o que era. Carlos Roa não teve um início fácil: estreou no campeonato argentino aos 19 anos, pelo Racing Avellaneda. [...] A aventura europeia começou em 1997-98. [...] Veio o Verão e Carlos Roa juntou-se à seleção argentina para o Mundial 1998. Titular indiscutível na equipe de Daniel Passarella, não sofreu qualquer gol na fase de grupos e voltou a ser decisivo nos pênaltis, perante a Inglaterra, nas oitavas-de-final. [...]

Roa era um herói nacional e na época, 1998-99, foi eleito o melhor goleiro do campeonato espanhol. Havia sobre a mesa uma proposta milionária do Manchester United, mas o goleiro tinha tomado a decisão de abandonar o futebol para dedicar-se a “transmitir a palavra de Deus”, como pastor [sic] da Igreja Adventista do Sétimo Dia. À semelhança de outros crentes, acreditava que a mudança de milénio traria o fim do mundo. A camiseta 13 do Maiorca (“O 1 é Deus, a criação, e o 3 porque Cristo ressuscitou ao terceiro dia”) deixou de ter dono, Roa libertou-se de todos os bens e retirou-se para um lugar incerto.


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(Quase) tudo o que Ellen White disse sobre a natureza humana de Cristo

O assunto da natureza humana de Cristo representa uma das principais discussões teológicas no meio adventista desde a década de 1950. Cristo era semelhante a Adão antes da Queda (posição pré-lapsariana)? Ou semelhante a Adão depois da Queda (posição pós-lapsariana)? Além disso, Cristo tinha ou não propensões (tendências) para o pecado? Essas questões possuem a maior relevância teológica e prática, mas abordá-las vai além dos objetivos deste texto. Um dos estudos mais importantes sobre o tema é o livro de Woodrow W. Whidden, Ellen White e a Humanidade de Cristo (CPB, 2003). No apêndice B, “O que diz Ellen White sobre a humanidade de Cristo” (p. 139-198), Whidden busca reunir TODOS os textos escritos pela autora a respeito do assunto, incluindo todas as declarações usadas pelos defensores de ambas as posições. Há vários anos, quando li esse livro como requisito da faculdade de Teologia, tentei sistematizar o conteúdo do apêndice. Compilei todas as declarações significativas de Ellen White sobre a natureza humana de Cristo em quatro tópicos: (1) Sua natureza humana era sem pecado; (2) não tinha propensões para o pecado; (3) assumiu uma natureza humana caída e (4) conhecia as paixões humanas.

quarta-feira, junho 21, 2017

Outros planetas Terra? Astrônomo dá um banho de realidade



Como já havia feito no começo do ano (confira), a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) anunciou a no último dia 19, em entrevista na Califórnia, a descoberta de dez planetas “semelhantes à Terra”. O documento tem como base dados do telescópio espacial Kepler. Segundo a Nasa, são apenas indícios e ainda é preciso mais dados para uma classificação acurada. Mesmo assim, como aconteceu no começo do ano, já foi o suficiente para a mídia espalhar a notícia de que foram descobertas mais “dez Terras” (parece que já se esqueceram da decepção com o sistema Trappist-1...). Descobertas de novos planetas e sistemas solares mexem com o imaginário das pessoas. Boris Casoy, Fernando Mitre e convidados discutem no vídeo abaixo se há vida fora da Terra com o astrônomo Jorge Meléndez [foto acima]. E recebem dele um banho de realidade.

terça-feira, junho 20, 2017

Deus me criou: palestra criacionista em Libras

Nesta palestra, apresentada na Igreja Adventista Central do Rio de Janeiro, conto um pouco da minha conversão de evolucionista a criacionista e dos principais argumentos que me fizeram mudar de cosmovisão. Trato especificamente das revelações natural e especial, ou seja, a natureza vista sob a ótica da ciência experimental e a Bíblia, analisada à luz da ciência e da arqueologia. Convido-o a assistir a este vídeo com a mente e o coração abertos, exercendo o mesmo ceticismo sadio que me fez duvidar para crer. O diferencial deste vídeo está na tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). [MB]

No Canadá, quem contestar ideologia de gênero poderá ser preso

Após o Canadá aprovar uma lei controversa que permite ao governo retirar as crianças de famílias que se recusam a aceitar a opção dos filhos por determinada “identidade de gênero” ou “expressão de gênero”, o Senado canadense vai mais fundo na imposição dessa agenda. Uma nova legislação poderá fazer com que todos aqueles que negam a ideologia de gênero sejam culpados de cometer “crimes de ódio”. Sendo assim, esses cidadãos poderão ser multados, obrigados a passar por um treinamento antipreconceito ou mesmo serem presos. O projeto de lei foi aprovado recentemente pelo Senado do Canadá por 67 a 11. Após mais de um ano de tramitação, essa nova lei visa oferecer “proteção à identidade e expressão de gênero”, adicionando isso ao Código de Direitos Humanos do país, usando as mesmas punições previstas pelo direito penal.

A medida ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Comuns do Parlamento – equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. A Ministra da Justiça Jody Wilson-Raybould defendeu o projeto em nota oficial, na qual afirma: “No Canadá, celebramos a inclusão e a diversidade, pois todos os canadenses deveriam sentir-se seguros para serem eles mesmos. Os trans e as pessoas com diversas identidades de gênero devem ter o mesmo status na sociedade canadense. Este projeto faz com que esse status seja explícito.”

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