domingo, junho 29, 2014
Vocalista ateu continua em banda gospel para vender CDs
domingo, junho 29, 2014
religião
Tudo por dinheiro |
Fãs
da banda As I Lay Dying, um grupo de metal cristão, foram surpreendidos com a
declaração de Tim Lambesis, que se declarou ateu e confessou que mesmo depois
de deixar de acreditar em Deus ele continuou fazendo shows como cristão. Lambesis está preso por ter contratado um
matador de aluguel para executar sua ex-esposa, Meggan Murphy Lambesis, mas
além de confessar o crime o vocalista ainda fez outras declarações polêmicas ao
Alternative Press. Uma dessas
declarações se refere ao fato dele não ter deixado a banda ou ter avisado aos
fãs sobre sua nova posição religiosa que é o ateísmo. A justificativa dada por
Lambesis é que tal afirmação causaria a diminuição da venda de discos da banda.
“Nós conversamos sobre a possibilidade de continuar vendendo para os cristãos”,
disse ele. No pensamento da banda, os fãs eram “crianças” que viviam em uma
“bolha” e que precisavam das músicas para alimentar esse mundo paralelo do
cristianismo. “Tivemos essa ideia ‘nobre’ de pensar: ‘Bem, não estamos passando
ideias ruins, estamos apenas cantando coisas sobre a vida real. Essas crianças
precisam ouvir sobre isso porque vivem em uma bolha.’”
Ele
também confessou que não era o único ateu da banda. “Eu não fui o primeiro cara
do As I Lay Dying que deixou de ser cristão. Na verdade, eu acho que fui o
terceiro. Os dois que permaneceram pararam de falar sobre isso, então eu tenho
certeza de que eles caíram também”, disse.
Questionado
se se sentia hipócrita por cantar o que não acredita, o roqueiro afirmou que
não e disse que a maioria das bandas cristãs que dividiu o palco com ele também
não acreditam no que pregam. “Em 12 anos de bandas conhecemos muitos grupos;
posso afirmar que a maioria das bandas cristãs não são formadas por cristãos.
Eu diria que talvez uma em cada dez bandas realmente são cristãs.”
Na
entrevista, ele chegou a confessar que quando um fã pedia uma oração ele
desconversava e dizia que iria orar quando estivesse no ônibus, por não gostar
de orar alto. Outras vezes apenas fechou os olhos e esperou que os fãs
realizassem a oração.
(Gospel Prime, via
Música e Adoração)
Nota:
A adoração está no centro do grande conflito entre o bem e o mal. Assim, não
deixa de ser um golpe de mestre por parte daquele que deu início ao conflito
colocar entre os adoradores pessoas que nem sequer creem no que cantam ou vivem
em desacordo com a mensagem cantada, é só pensam no lucro que vem dessa
“atividade”. E o público iludido assiste a shows
pensando que está louvando. [MB]
sexta-feira, junho 27, 2014
União de igrejas avança a passos largos
O
papa Francisco pediu e o amigo Tony Palmer cumpriu, levando vários líderes
evangélicos para se encontrarem com o líder romano. Tema do encontro: o fim da
divisão entre os vários setores do cristianismo. Na foto acima, da esquerda
para a direita: Carol e John Arnott, casal pastoral fundador e presidente da
Catch The Fire e supervisores da Partners in Harvest Network of Churches – duas
famílias, redes de diferentes igrejas evangélicas. Brian Stiller, embaixador-geral
da Aliança Evangélica Mundial, uma associação global que representa cerca de
600 milhões de protestantes evangélicos. Kenneth Copeland, orador,
tele-evangelista, fundador da organização cristã Kenneth Copeland Ministries, cuja
orientação é inspirada no Word of Faith, movimento evangelístico pentecostal
que influenciou muitos pregadores norte-americanos. Foi dos primeiros líderes a
aceitar o repto do papa para união. Papa Francisco, líder da Igreja Católica
Romana. Thomas Schirrmacher, professor de sociologia na Universidade Ocidental
de Timisoara, Romênia, professor de Teologia Sistemática na Universidade Livre
de Teologia de Giessen, Alemanha, de orientação evangélica, e presidente da
Comissão Teológica da Aliança Evangélica Mundial. Geoff Tunnicliffe, CEO e secretário-geral
da Aliança Evangélica Mundial. James Robison, tele-evangelista americano,
fundador e presidente da Life Outreach International, uma organização
humanitária cristã, um dos mais famosos líderes religiosos conservadores
durante os anos 1980, apresentador do programa “Life Today”, cuja audiência é
estimada em centenas de milhões de pessoas nos EUA, Europa e Austrália (ao
lado, sua esposa Betty). Tony Palmer, bispo na Comunidade das Igrejas
Episcopais Evangélicas (tradição celta anglicana), amigo próximo do papa
Francisco e seu interlocutor com os outros líderes religiosos.
O
Bispo Tony Palmer enviou um e-mail aos subscritores de sua mailing list, dando seu testemunho acerca do encontro do qual
participou nesta semana no Vaticano com o papa Francisco e vários líderes
evangélicos. Destaco dois parágrafos que me parecem os mais relevantes e da
máxima importância em termos proféticos:
“Obrigado pelas vossas orações pelo nosso encontro histórico com o papa Francisco em 24 de junho de 2014. Foi um grande sucesso. [...] Este atual ‘Milagre da Unidade’ continua com a sua própria vida. Todos nós, incluindo o papa Francisco, ficamos espantados pelo fato da nossa delegação Evangélica representar 80-90% dos cristãos evangélicos do mundo.”
“Nossa delegação reconheceu de forma conjunta que o nosso ‘Protesto’ acabou e pediu ao papa Francisco para sugerir alguns passos concretos adiante para termos a oportunidade de declarar publicamente a nossa unidade tanto na fé (salvos pela graça, não obras) como na missão comum (evangelizar e ministrar juntos ao mundo). Nossa intenção foi-lhe apresentada e agora aguardamos que ele nos mostre o próximo passo adiante para o cumprimento da oração de Jesus em João 17:21.”
“Obrigado pelas vossas orações pelo nosso encontro histórico com o papa Francisco em 24 de junho de 2014. Foi um grande sucesso. [...] Este atual ‘Milagre da Unidade’ continua com a sua própria vida. Todos nós, incluindo o papa Francisco, ficamos espantados pelo fato da nossa delegação Evangélica representar 80-90% dos cristãos evangélicos do mundo.”
“Nossa delegação reconheceu de forma conjunta que o nosso ‘Protesto’ acabou e pediu ao papa Francisco para sugerir alguns passos concretos adiante para termos a oportunidade de declarar publicamente a nossa unidade tanto na fé (salvos pela graça, não obras) como na missão comum (evangelizar e ministrar juntos ao mundo). Nossa intenção foi-lhe apresentada e agora aguardamos que ele nos mostre o próximo passo adiante para o cumprimento da oração de Jesus em João 17:21.”
(Filipe Reis)
Nota:
Enquanto grande parte do planeta está distraída com a Copa do Mundo, líderes
religiosos avançam em seus planos de união (ecumenismo). É interessante notar
como o bispo Palmer reduz o “protesto” à questão da salvação pela graça (conforme
já destacado neste vídeo), ignorando deliberadamente que os reformadores também foram contra a adoração
de imagens, a veneração de Maria, o pretenso poder dos padres de perdoar
pecados, e outras questões mais. Também é importante notar que dois dogmas unem
católicos e evangélicos em geral: a crença numa alma imortal e a santificação
do domingo. Em cima desses dois pilares, muitos acordos podem ser costurados.
[MB]
Borboletas-monarca dispõem de “bússola interna”
sexta-feira, junho 27, 2014
animais, design inteligente
GPS supereficiente |
As
borboletas-monarca norte-americanas usam o Sol e o campo magnético da Terra
como ferramentas de navegação para sua famosa migração de longa distância,
afirmaram cientistas nesta terça-feira (24). Batendo suas delicadas asas
alaranjadas e pretas, o inseto viaja por milhares de quilômetros todos os anos
dos Estados Unidos e do sul do Canadá até as montanhas Michoacán, no centro do
México, onde passam o inverno. As borboletas, cujo nome científico é Danaus plexippus, são conhecidas por
usar um tipo de bússola solar no cérebro. No entanto, curiosamente, elas também
são capazes de migrar quando o céu está nublado, o que sugere uma codependência
em uma bússola magnética. Agora, biólogos de Massachusetts dizem ter encontrado
evidências disso, o que torna a borboleta o primeiro inseto migratório de longa
distância a usar a navegação magnética.
Os
cientistas colocaram as monarcas em um simulador de voo, que cercaram com
diferentes campos magnéticos artificiais para testar o senso de direção dos
insetos. A maioria se orientou na direção do Equador no teste inicial, mas se
voltou para o norte quando o ângulo de inclinação do campo magnético foi
mudado. A bússola funcionou apenas na presença de luz na extremidade superior
do espectro luminoso visível. De acordo com os pesquisadores, as antenas das
borboletas pareciam conter sensores magnéticos sensíveis à luz para fazer todo
o trabalho.
A
pesquisa, publicada na revista Nature
Communications, inclui a monarca a uma lista crescente de aves, répteis,
anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, que se acredita que
usem o campo magnético para navegação.
“Nosso
estudo revela outro aspecto fascinante do comportamento migratório da borboleta
monarca”, afirmaram os autores. “O maior conhecimento dos mecanismos
subjacentes à queda da migração pode ajudar em sua preservação, atualmente
ameaçada pelas mudanças climáticas e pela perda contínua das plantas da família
das asclépias e dos hábitats de hibernação”, diz estudo.
Outra
vulnerabilidade a considerar é a potencial interrupção da bússola magnética nas
monarcas pelo ruído eletromagnético induzido pelo homem, o que pode,
aparentemente afetar a orientação geomagnética de uma ave migratória.
Nota:
Aves, répteis, anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, dependem
de mecanismos complexos para navegar usando o campo magnético da Terra. Teria esse sistema vital evoluído simultaneamente em seres vivos tão distintos? Já é difícil explicar o "surgimento" disso numa espécie... E se esses seres vivos dependem desses
sistemas para sobreviver (afinal, um erro de cálculo poderia levar as borboletas para regiões inóspitas ou fazer com que elas se perdessem e esgotassem suas reservas de energia), como "se viravam" até que o mecanismo evoluísse? Dá-lhe sistemas de complexidade irredutível que tinham que funcionar bem desde que foram criados! [MB]
A histeria ambiental ameaça nossas liberdades
sexta-feira, junho 27, 2014
ECOmenismo, profecia
"Quero controlar você!" |
Nosso
planeta está na iminência de derreter e, para salvá-lo, é preciso mudar
radicalmente nosso estilo de vida, abandonar o progresso industrial e delegar
poder absoluto aos governos. Ao menos é isso que muita gente quer que
acreditemos. São os ambientalistas, uma seita que mascara profundo desprezo
pelo avanço capitalista e tenta monopolizar a legítima preocupação com o meio
ambiente. Contra essa ameaça, o ex-presidente da República Tcheca Vaclav Klaus
escreveu o excelente livro Planeta azul
em algemas verdes, afirmando que é a liberdade, não o clima, que corre
verdadeiro perigo atualmente. Klaus considera o risco “verde” mais sério do que
o comunismo, e isso, vindo de alguém que sofreu intensamente sob o regime
comunista, é algo que merece atenção. “O aquecimento global tornou-se símbolo e
exemplo da luta entre a verdade e a propaganda. A verdade politicamente correta
já foi estabelecida e não é fácil opor-se a ela”, diz ele. A postura de muitos
ambientalistas remete àquela de seitas religiosas fanáticas. Há uma “verdade”
absoluta revelada, os “profetas” (como Al Gore e companhia), e os “hereges”,
que adotam posição mais cética e demandam cautela.
(Rodrigo Constantino, Veja)
Nota:
É bom ver que outras pessoas estão percebendo o “perigo verde” que ronda o
planeta, com o espectro politicamente correto do ECOmenismo.
[MB]
quinta-feira, junho 26, 2014
Sábado e o jogo das decisões
quinta-feira, junho 26, 2014
sábado
Que camisa você veste? |
Acordei
de madrugada, estou preocupada com uma amiguinha muito doente, aproveitei para
orar por ela e por outros amigos doentes, e pelos meus filhos. E no meio das
divagações noturnas, pensei no jogo do Brasil que se aproxima, marcado para o
dia 28, às 13h. Seria um jogo comum e não causaria tanta polêmica, não fosse o
fato de ser realizado no dia do sábado. Aqui em casa já tomamos a nossa decisão.
Vamos nos abster de assistir e comemorar. Também creio que não será muito
difícil, porque meu marido, apesar de gostar um pouco de futebol, é um
persistente observador do sábado, como a mãe dele sempre foi e eu admirava isso.
Não preciso aqui dizer que ele é um seguidor de Jesus Cristo, e ser guardador
do sábado é uma consequência da obediência a Deus, porque isso é evidente.
Não
se trata de se sentir melhor do que esse ou aquele. Trata-se apenas de definir
nossa posição. Há os que definiram que vão prestigiar o Brasil nas horas
sagradas do sábado, e eu respeito e tento não julgar a decisão, mas aqui nem
houve reunião a respeito. A isso não caberia negociação. Em tempos de Copa do
Mundo, eu quero seguir a escalação do meu Técnico. “Lembra-te do dia do sábado
para o santificar...” (Êx 20:8-11). É sabido que há inúmeras bênçãos reservadas
para os cumpridores da vontade do Senhor. E eu entendo que essa é a vontade dEle
nesse dia.
Também
não vou cair naquela acusação de que os que decidiram não assistir são os
fariseus, os sepulcros caiados, e blá, blá, blá... Não, isso não me atinge. A
questão da obediência tem o objetivo de posicionar você na luta. Não fará
ninguém maior ou menor, mas definirá o que realmente é importante para nós.
E
aquela velha história muito usada: “Ah, não vai assistir, mas vai morrer de
vontade, então é melhor assistir.” Ainda assim eu prefiro obedecer.
E
para reafirmar a posição que escolhi, transcrevo aqui o “velho”, mas sempre
atual conselho de um grande líder religioso, Josué: “Então, Josué disse a todo
o povo [no caso, o povo de Israel, mas pode ser dirigido a nós hoje]: Escolhei
hoje a quem sirvais [...] porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).
É
tempo de preparação para nós e nossos filhos; em tempo integral, sem adaptações
da verdade a esse ou aquele gosto pessoal. Tomemos nossas decisões, conscientes
de que o Senhor nos ama, mas nos observa. Sempre!
(Tânia Prioli Cardozo)
Nota: Em
Isaías 58:13 e 14 está escrito: “Se você vigiar seus pés para não profanar o
sábado e para não fazer o que bem quiser
em Meu santo dia; se você chamar delícia o sábado e honroso o santo dia do
Senhor, e se honrá-lo, deixando de seguir
seu próprio caminho, de fazer o que bem quiser e de falar futilidades, então
você terá no Senhor a sua alegria, e Eu farei com que você cavalgue nos altos
da terra e se banqueteie com a herança de Jacó, seu pai” (NVI).
Jesus
disse que quem é fiel no pouco,
também é fiel no muito. As “pequenas” decisões de hoje estão nos preparando
para as grandes decisões de amanhã – quando teremos que proclamar nossa fé ao
custo da própria vida. O exercício de fazer a vontade de Deus, ainda que a
nossa seja outra, vai nos acostumando a fazer o que é certo, não com base em
nossos sentimentos e desejos, mas com base em nossa decisão de agradar a Deus e
na confiança de que Ele sabe o que é melhor para nós. Prefiro fazer a vontade
de Deus contra a minha do que a minha contra a dEle.
Porém, não nos esqueçamos de que “cada um de
nós prestará contas de si mesmo a Deus. Portanto, deixemos de julgar uns aos
outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou
obstáculo no caminho do irmão. [...] Assim, seja qual for o seu modo de crer a
respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem
que não se condena naquilo que aprova” (Rm 14:12, 13, 22). [MB]
quarta-feira, junho 25, 2014
A breve história de Hawking (e algumas revelações)
quarta-feira, junho 25, 2014
Com
15 anos, li Uma Breve História do Tempo,
de Stephen Hawking e fiquei ainda mais apaixonado por cosmologia e passei a
admirar o cientista cuja mente tem viajado tão longe, mas que, ironicamente,
está há décadas preso a uma cadeira de rodas, devido à esclerose lateral amiotrófica
que tem limitado seus movimentos e foi diagnosticada quando ele tinha 21 anos
de idade. Depois li O Universo Numa Casca
de Nós, um primor gráfico, também dele. E quando soube que ele havia
lançado Minha Breve História, não
perdi tempo e comprei o livro. A história é breve, realmente. Tem apenas 140
páginas (na edição em português publicada pela editora Intrínseca). Mas nelas
Hawking revela lances curiosos de sua infância e muita coisa dos bastidores do
mundo da ciência. Continuo admirando o intelecto de Hawking, apesar de algumas
“bobagens” que ele andou dizendo a respeito da fé e de outros assuntos (confira
aqui,
aqui
e aqui).
Aliás, lendo o livro, pude perceber nas entrelinhas o porquê da ligeira aversão
do cientista pela religião (nada tão escancarado como acontece com Dawkins, por exemplo).
Hawking
nasceu em Oxford, na Inglaterra, no dia 8 de janeiro de 1942. Filho de um
médico pesquisador e de uma secretária escocesa, ambos formados pela
Universidade de Oxford, o menino desde cedo manifestou interesse por matemática
(o que causou certo descontentamento no pai, que queria que ele também fosse
médico) e pelas grandes questões da vida, como de onde viemos e para onde
vamos. Com cerca de dez anos, esteve sob os cuidados de um tutor na Espanha
que, mais interessado em escrever uma peça para o festival de Edimburgo do que
em ensinar, obrigava o menino a ler capítulos da Bíblia todos os dias e a fazer
uma redação a respeito, segundo ele, para lhe ensinar a beleza do idioma
inglês. Hawking parece não ter gostado disso, até porque a versão que ele teve
que ler foi a tradicional e antiquada King James. A falta de religião no lar e
essa experiência negativa com a Bíblia não foram coisas positivas na vida dele,
como veremos mais adiante.
Hawking
fala de sua doença, de suas esposas, de seus três filhos e dois divórcios, e
dedica mais espaço para discursar a respeito dos assuntos que sempre mais o
atraíram: física e cosmologia. Um dos trechos mais reveladores e interessantes,
para mim, está nas páginas 71 e 72. Nos anos 1960, a teoria do universo
estacionário vinha apresentando problemas (e Hawking chega a agradecer por não
ter sido aluno de um professor que defendia essa teoria) com crescentes
evidências apontando para um universo em expansão. Hawking escreveu que “dois
russos, Evgeny Lifshitz e Isaak Khalatnikov, alegaram ter provado que uma
contração geral sem uma simetria exata sempre provocava um repique, com a densidade
se mantendo finita. O resultado foi muito conveniente para o materialismo
dialético marxista-leninista, uma vez que evitava indagações inconvenientes sobre
a criação do Universo. Portanto, tornou-se um artigo de fé para os cientistas
soviéticos”.
Isso
mostra que a ciência não é um empreendimento isento de interesses escusos. Fico
me perguntando, também, a quem interessam os supostos bilhões de anos
atribuídos à vida neste planeta... A quem interessa a ideia de que vida pode
surgir de não vida e que a complexidade pode surgir a partir do rudimentar,
contrariando a própria ciência...
Outros
dois relatos que me chamaram a atenção estão nas páginas 91e 92. Certa ocasião,
Hawking fez uma aposta com Kip Thorne. Caso a teoria de Kip fosse a vencedora,
Hawking propôs dar-lhe a assinatura de uma revista pornográfica. Caso ele
vencesse, Kip lhe daria a assinatura de outra revista pornográfica. Hawking
conta: “Nos anos que se seguiram à aposta, a evidência em favor dos buracos negros
ficou tão forte que capitulei e dei a Kip a assinatura da Penthouse, para grande desgosto da esposa dele.”
Hawking
perdeu dois casamentos. Não deveria atrapalhar o dos outros...
Eu
já sabia da moral duvidosa do cientista e que ele era (ou é, não sei)
frequentador assíduo de um clube de swing
(confira),
mas o pior foi saber que ele acabou desperdiçando novamente uma oportunidade de
conhecer o Criador do Universo. Eis o segundo relato que começa na página 91: “Enquanto
estive na Califórnia, trabalhei com um aluno de pesquisa no Caltech chamado Don
Page. Don tinha nascido e fora criado em uma aldeia do Alasca, onde seus pais
eram professores da escola e, junto com ele, eram os únicos não esquimós da
região. Ele era cristão evangélico e fez o possível para me converter quando,
mais tarde, veio morar conosco em Cambridge. Don costumava ler histórias da
Bíblia para mim durante o café da manhã, mas eu lhe disse que conhecia bem a
Bíblia do tempo em que morava em Maiorca e porque meu pai costumava lê-la para
mim. (Meu pai não era crente, mas achava que a Bíblia do rei James era
culturalmente importante.)”
Não,
Hawking não conhecia a Bíblia, apenas havia tido uma experiência de leitura
forçada na infância que o marcou negativamente e levantou nele uma espécie de “blindagem”
contra a Palavra de Deus. Que pena... Outra oportunidade perdida (aliás,
Hawking também conhece alguma coisa do adventismo: confira).
No
entanto, embora não dê importância à religião, o físico admite que a menção a
Deus em seu livro Uma Breve História do
Tempo ajudou a alavancar as vendas: “No estágio de provas, quase cortei a frase
final do livro, que era que iríamos conhecer a mente de Deus. Se eu tivesse
feito isso, as vendas talvez houvessem caído para a metade” (p. 110).
De
qualquer forma, Minha Breve História
acaba sendo uma lição de superação e de que nada deve nos impedir de sempre
aprender mais e mais. O autor diz: “Tive e tenho uma vida completa e prazerosa.
Acredito que pessoas com deficiência devem se concentrar nas coisas que a desvantagem
não as impede de fazer, e não lamentar as que são incapazes de realizar. No meu
caso, consegui fazer quase tudo o que queria” (p. 137).
Michelson Borges
De acordo com nova teoria, o Universo não deveria existir
quarta-feira, junho 25, 2014
cosmologia
Tudo teria vindo do nada? |
Um
novo estudo britânico sugere que as condições logo após o Big Bang deveriam ter
desmoronado o Universo apenas microssegundos após seu nascimento explosivo. Os
físicos tiraram essa conclusão a partir de um modelo sobre as propriedades da
partícula recém-descoberta bóson de Higgs, a partícula que explica como todas
as outras ganham sua massa, além do estudo de ondas gravitacionais formadas na
origem do Universo. Eles acreditam que, logo após a explosão primordial do Big
Bang, a matéria correu a uma velocidade vertiginosa, em um processo conhecido
como inflação cósmica. Esse espaço-tempo curvado e espremido, que criou
ondulações conhecidas como ondas gravitacionais, também “torceu” a radiação que
passou através do Universo. “Durante o início do Universo, houve a inflação cósmica,
uma rápida expansão do Universo logo após o Big Bang”, disse um dos coautores
do estudo, Robert Hogan, doutorando em Física na King’s College em Londres
(Reino Unido). “Essa expansão fez com que um monte de coisas se agitasse ao
redor, mas, se agitadas demais, o Universo poderia entrar em colapso.”
Embora
esses eventos tenham ocorrido 13,8 bilhões de anos atrás, o telescópio BICEP2
(um radiotelescópio que opera na Estação Polo Sul Amundsen-Scott) detectou
recentemente os traços da inflação cósmica na radiação cósmica de fundo
micro-ondas que permeia o Universo. Em particular, ondas torcidas ou enroladas
características chamadas de “modo B”. E a gravidade não era a única força do
início do Universo. Um campo de energia onipresente, chamado de campo de Higgs,
também já permeava o mundo e dava massa às partículas que passavam através
dele. Os cientistas descobriram o sinal indicador desse campo em 2012, quando
descobriram o bóson de Higgs e determinaram sua massa.
Com
uma maior compreensão das propriedades da inflação cósmica e da massa do bóson
de Higgs, Hogan e seu colega, Malcolm Fairbairn, também físico da King’s
College, tentaram recriar as condições do Universo logo após o Big Bang. O que
eles encontraram foi uma má notícia. O universo recém-nascido devia ter
experimentado uma tremulação intensa no campo da energia, conhecida como
flutuação quântica. Essa tremulação, por sua vez, poderia ter interrompido o
campo de Higgs, em essência deixando todo o sistema em um estado de energia
muito menor que tornaria o colapso do Universo inevitável.
Obviamente,
há algum problema com essa teoria, afinal, se o Universo não deveria existir,
por que está aqui? “A expectativa é que deve haver algum novo conceito da
física que não colocamos em nossas teorias ainda”, disse Hogan.
Uma
possibilidade, conhecida como a teoria da supersimetria, propõe que existem
“partículas superparceiras” para todas as partículas conhecidas atualmente.
Talvez aceleradores de partículas mais poderosos do que os existentes poderiam
encontrar essas partículas.
Outro
problema com a hipótese dos físicos é que a teoria da inflação cósmica ainda é
especulativa. Alguns estudiosos sugerem que o que pareciam ser ondas
gravitacionais primordiais para o telescópio BICEP2 podem na verdade ser apenas
sinais de poeira cósmica na galáxia. Se a teoria da inflação cósmica mudar,
então o modelo de Hogan e Fairbairn precisa mudar também.
Curiosamente,
esta não é a primeira vez que físicos disseram que o bóson de Higgs levaria
nosso Universo ao seu fim. Outros cientistas já calcularam que a massa do bóson
de Higgs torna o Universo fundamentalmente instável, podendo acabar com ele de
maneira apocalíptica em bilhões de anos.
A
massa do bóson de Higgs, cerca de 126 vezes maior do que o próton, fica “no
limite” em termos de estabilidade do Universo. Se fosse um pouco mais leve, o
campo de Higgs seria muito mais facilmente perturbado; se fosse um pouco mais
pesada, o campo de Higgs atual seria incrivelmente estável.
Nota:
Parece que tudo conspira contra a existência do Universo, tamanhas são as
variáveis e as leis físicas que devem ser finamente ajustadas para a manutenção
do tecido da realidade. No entanto, estamos aqui, num universo estável e que
funciona perfeitamente bem. Quem ou o quê teria feito essa “tunagem” lá no início
de tudo? A resposta é bastante óbvia para aqueles que não creem no acaso e na
ideia de que do nada pode surgir tudo. Para aqueles que creem que o natural
(tempo, espaço, matéria) não pode ter surgido a partir do natural (o que
equivaleria dizer que o Universo teria criado a si mesmo!), mas que deve haver
uma causa primeira não causada super ou sobrenatural, todo-poderosa e
inteligentíssima. [MB]
terça-feira, junho 24, 2014
Dez conceitos científicos usados do jeito errado
terça-feira, junho 24, 2014
ciência
Para entender a ciência |
Muitos
conceitos saíram do mundo da ciência e passaram a fazer parte da linguagem do
dia a dia – e, infelizmente, eles quase sempre são usadas de maneira incorreta.
Nós pedimos a um grupo de cientistas para listarem quais são os termos
científicos que mais são usados do jeito errado. Aqui estão dez deles.
1. Prova.
O físico Sean Carroll diz: “Eu diria que ‘prova’ é o conceito mais
incompreendido da história da ciência. Ele tem uma definição técnica (a demonstração
lógica de que certas conclusões decorrem de certas suposições) que está em
forte desacordo com a maneira como o termo é usado em conversas casuais, que
está mais próxima do simples ‘forte evidência de alguma coisa’. Há uma
incompatibilidade entre o que os cientistas dizem e o que as pessoas ouvem,
porque os cientistas tendem a ter a definição de prova em mente. E, por
definição, a ciência nunca prova coisa nenhuma! Então, quando nos perguntam ‘Qual
é a prova científica de que nós evoluímos de outras espécies?’, ou ‘Nós podemos
realmente provar que as mudanças climáticas são causadas por atividades
humanas?’, nós tentamos desenvolver uma explicação em vez de simplesmente dizer
‘Sim, nós podemos provar’. O fato de que a ciência nunca prova nada realmente,
mas simplesmente cria cada vez mais teorias confiáveis e abrangentes sobre o
mundo – teorias essas que sempre podem ser atualizadas e melhoradas – é um dos
aspectos-chave que explicam por que a ciência é tão bem-sucedida.
2. Teoria.
O astrofísico Dave Goldberg tem uma teoria sobre a palavra teoria: “Os
membros do público geral (junto com as pessoas que brandem machados
ideológicos) ouvem a palavra ‘teoria’ e a equalizam com ‘ideia’ ou ‘suposição’.
Teorias científicas são sistemas completos de ideias que podem ser testadas e
que são potencialmente refutáveis, seja por evidências ou por um experimento
que alguém poderia fazer. As melhores teorias (entre as quais eu
incluo a da Relatividade Especial, a da Mecânica Quântica e a da
Evolução [considero leviano comparar a evolução em seu aspecto “macro” com a
relatividade e a gravidade, por exemplo. Mas deixa isso pra lá... – MB])
resistiram a cem anos – ou mais – de desafios, tanto de pessoas que queriam se
provar mais espertas do que Einstein como daqueles que não gostam de desafios
metafísicos porque eles não se encaixam em suas visões de mundo. Por fim,
teorias são maleáveis, mas não infinitamente. Teorias podem ser incompletas ou
ter detalhes errados sem que todo o conceito caia por terra. A Teoria da
Evolução foi sendo adaptada ao longo dos anos, mas não a ponto de ficar
irreconhecível [isso porque os evolucionistas lutam arduamente para mantê-la
assim]. O problema com a frase ‘é só uma teoria’ é que ela implica que uma
teoria científica real é algo pequeno – e não é.” [Por isso insisto em que a
macroevolução está mais para hipótese ou cosmovisão ou modelo do que para
teoria.]
3. Incerteza Quântica e
Estranheza Quântica. Goldberg acrescenta que duas ideias têm
sido mais mal interpretadas e vilipendiadas que quaisquer outros conceitos: a
Incerteza Quântica e a Estranheza Quântica (também chamada de comportamento não
local ou entrelaçamento quântico). Isso acontece quando as pessoas se apropriam
de conceitos da Física com intenções espirituais ou New Age: “As pessoas criam
falácias que são exploradas por um certo tipo de espiritualistas e gurus da
autoajuda, que podem ser resumidas por aquela abominação chamada ‘Quem
somos nós?’ (o filme cujo título original é ‘What the Bleep Do We Know?’). Todo
mundo sabe que o ponto central da mecânica quântica é a questão da medida. Um
observador que tentar medir a posição ou o momentum
ou a energia causa ‘o colapso da função de onda’, que entra em colapso de modo
não determinista. (Na verdade, um dos meus primeiros artigos foi sobre ‘Quão
esperto você precisa ser para causar o colapso de uma função de onda?’). Mas só
porque o Universo não é determinista, isso não significa que você esteja no
controle dele. É incrível (e assustador) o modo como em certos círculos
pensantes a Incerteza Quântica e a Estranheza Quântica sempre aparecem ligadas
à ideia de alma, de que seres humanos controlam o Universo ou a qualquer outra
pseudociência. No fim das contas, somos feitos de partículas quânticas
(prótons, nêutrons, elétrons) e somos parte do universo quântico. Claro que
isso é legal, mas apenas no sentido de que a física é muito legal.”
4. Aprendido versus inato.
A bióloga evolutiva Marlene Zuk diz: “Um dos usos errados de que eu mais
gosto é a ideia de os comportamentos serem ‘aprendidos versus inatos”, ou qualquer uma das outras versões desse erro. A
primeira pergunta que eu frequentemente recebo quando falo sobre comportamento
é sobre o que é ‘genético’ e o que não é, e isso é um erro porque TODAS as
características SEMPRE são o resultado de uma junção das contribuições dos
genes e do ambiente. Só a diferença entre as características, e não a
característica em si, pode ser tida como genética ou aprendida – por exemplo:
se você tem gêmeos idênticos criados em ambientes diferentes e eles fazem
alguma coisa de forma diferente (como falar línguas diferentes), então a
diferença é aprendida. Mas falar francês ou italiano ou qualquer outra língua
não é, por si mesmo, algo totalmente aprendido, porque, no final das contas,
obviamente que a criatura precisa ter um determinado background genético para ser capaz de falar.”
5. Natural. O
especialista em Biologia Sintética Terry Johnson está cansado de ver as
pessoas entendendo o significado dessa palavra do jeito errado: “‘Natural’ é
uma palavra que vem sendo usada em tantos contextos e com tantos significados
diferentes que se tornou praticamente impossível analisar essa questão. Seu uso
mais básico, que distingue os fenômenos que só existem por causa da humanidade
de fenômenos que não precisam dela para acontecer, pressupõe que os seres
humanos estão fora da natureza e que nossas obras não são naturais quando
comparadas às obras de, digamos, castores ou abelhas. Quando estamos falando de
comida, ‘natural’ é uma definição ainda mais escorregadia. A palavra tem
significados diferentes em países diferentes e, nos EUA, a FDA simplesmente
desistiu de tentar definir ‘comida natural’ (principalmente em favor do termo ‘orgânico’,
outra palavra de significado nebuloso). No Canadá, eu poderia comercializar
milho como ‘natural’, se evitar a adição ou a subtração de várias coisas antes
de vendê-lo, mas o próprio milho já é o resultado de milhares de anos de
seleção feita por humanos, de uma planta que não existiria sem a intervenção
humana.”
6. Gene.
Johnson tem uma preocupação ainda maior com a maneira como a palavra gene é
usada: “Foram necessários 25 cientistas trabalhando por dois dias para que
chegássemos a uma definição: ‘Uma região localizável de sequência genômica,
correspondente a uma unidade de herança, que é associada a regiões reguladoras,
regiões transcritas e/ou outras regiões de sequências funcionais.’ Isso
significa que um gene é uma pedacinho do DNA para o qual nós podemos apontar e
dizer: ‘Aquilo faz alguma coisa, ou regula a realização de alguma coisa.’ A
definição é bem flexível e pode ser reelaborada; pouco tempo atrás nós
pensávamos que grande parte do nosso DNA não servia para nada. Nós o chamávamos
de ‘DNA lixo’, mas estamos descobrindo que muito
desse lixo tem funções que não são óbvias.
“Normalmente,
a palavra ‘gene’ é usada do jeito errado quando vem seguida da palavra ‘para’.
Há dois problemas aqui. Todos nós temos genes para hemoglobina, mas nem todos
temos anemia falciforme. Pessoas diferentes têm versões diferentes do gene da
hemoglobina e essas versões se chamam alelos. Existem alelos de hemoglobina que
são associados à anemia falciforme e outros que não são. Então, um gene se
refere a uma família de alelos e apenas alguns membros dessa família estão
associados a doenças e desordens – isso se estiverem. O gene não é o problema –
acredite, você não viveria muito tempo sem hemoglobina –, embora uma
determinada versão da hemoglobina possa ser problemática.
“O
que mais me preocupa é a popularização da ideia de que quando uma variação
genética está relacionada a alguma coisa, ela se torne ‘o gene para’ aquela
coisa. Essa linguagem acaba sugerindo que ‘esse gene causa uma doença cardíaca’,
quando, na realidade, em geral, o correto seria dizer: ‘Pessoas que têm esse
alelo parecem ter uma incidência ligeiramente maior de doenças cardíacas, mas
nós não sabemos qual o motivo disso e talvez haja vantagens que compensem essa
característica desse alelo, mas nós ainda não as descobrimos porque
simplesmente não estávamos procurando por elas.’”
7. Estatisticamente
significante. O matemático Jordan Ellenberg quer
deixar o registro correto sobre esse conceito: “‘Estatisticamente significante’
é uma daquelas frases que os cientistas gostariam de pegar de volta e renomear.
‘Significante’ sugere importância; mas o teste de significância estatística,
criado pelo estatístico britânico R. A. Fisher, não mede a importância ou o
tamanho de um efeito; ele apenas aponta a existência desse efeito, mostra que
somos capazes de percebê-lo, usando nossas ferramentas estatísticas mais
afiadas. “Estatisticamente perceptível’ ou ‘estatisticamente discernível’
seriam expressões muito melhores.”
8. Sobrevivência do
mais apto. A paleoecologista Jacquelyn Gill diz
que as pessoas não compreendem um dos princípios mais básicos da Teoria da
Evolução. “No topo da minha lista está ‘sobrevivência do mais apto’. Em
primeiro lugar, essas não são palavras de Darwin; em segundo lugar as pessoas
não compreendem direito o que significa ‘mais apto’. Também há muita confusão
sobre o conceito de evolução no geral, incluindo a persistente ideia de que a
evolução é progressiva e direcional (ou mesmo algo deliberado da parte dos
organismos; as pessoas simplesmente não pegam a ideia de seleção natural), ou a
ideia de que todas as características devem ser adaptativas (seleção sexual
existe! Mutações aleatórias também!).
“Mais
apto não significa mais forte nem mais inteligente. Significa simplesmente um
organismo que se encaixa melhor em seu ambiente, o que pode significar qualquer
coisa, desde ‘menor’ ou ‘mais escorregadio’ até ‘mais venenoso’ ou ‘mais capaz
de viver sem água por semanas’. Além disso, as criaturas nem sempre evoluem de
maneira que nós possamos explicar as adaptações. O caminho evolucionário delas
tem mais a ver com mutações aleatórias ou traços que sejam atraentes para
outros membros daquela espécie.” [No que diz respeito às mutações aleatórias, é
bom sempre lembrar que elas não explicam o surgimento de informação genética
nova e de novos órgãos funcionais e planos corporais que antes não existiam. A
teoria da evolução pode explicar bem a sobrevivência
do mais apto, mas é incapaz de explicar como
esse mais apto veio à existência.]
9. Escalas de tempo
geológico. Gill, cujo trabalho gira em torno de ambientes do
Pleistoceno que existiram 15.000 anos atrás [duplo sic, pois o correto deve ser
15 milhões de anos, e porque essa é a majorada escala de tempo evolucionista],
diz que ela fica desanimada com quão pouco as pessoas parecem entender sobre as
escalas de tempo da Terra: “Uma questão com a qual eu sempre me deparo é a de
que o público simplesmente não entende as escalas geológicas. Tudo que é
pré-histórico acaba comprimido na cabeça das pessoas e eles pensam que 20.000
anos atrás nós tínhamos espécies drasticamente diferentes (não) ou dinossauros
(não, não, não). Claro que não ajuda o fato de que os dinossauros de brinquedo
quase sempre são vendidos no mesmo pacote que homens das cavernas e mamutes.”
[Os brinquedos estão mais próximos da realidade histórica...]
10. Orgânico.
A entomologista Gwen Pearson diz que há toda uma constelação de termos que
vêm junto com a palavra “orgânico”, como “livre de produtos químicos” e
“natural”. E ela está cansada de ver como as pessoas não compreendem esses
termos: “Estou menos preocupada com a forma como esses termos são tecnicamente
incorretos [uma vez que toda] comida é orgânica, por conter carbono, etc.
[Minha preocupação é] a maneira como essas palavras são usadas para deixar de
lado ou minimizar as diferenças reais entre comida e processos industriais. As
coisas podem ser naturais e ‘orgânicas’, mas ainda assim muito perigosas. As
coisas podem ser ‘sintéticas’ e manufaturadas, mas seguras. E algumas vezes
essas coisas artificiais são escolhas melhores. Se você estiver tomando
insulina, é bem provável que ela seja feita com bactérias geneticamente
modificadas. E ela salva vidas.”
Livros e filmes afetam dinâmica do cérebro adolescente
terça-feira, junho 24, 2014
mídia, psicologia
Personagens da série Crepúsculo |
Segundo
os cientistas, a literatura afeta o cérebro dos jovens, mas eles ainda não
sabem exatamente como. O que eles sabem é que, definitivamente, a mente dos
adolescentes é mais suscetível a influências do que a dos adultos – tanto a
partir de outras pessoas e experiências, como a partir de livros, filmes e
músicas. Por exemplo, a nova febre entre os adolescentes, a saga Crepúsculo,
exibida tanto em forma de livros como filmes, poderia estar afetando o
funcionamento dinâmico do cérebro adolescente em formas que os cientistas ainda
não entendem. Segundo eles, algumas novas descobertas identificaram manchas no
cérebro que respondem à literatura e à arte. Educadores, cientistas e autores
estão se reunindo na Inglaterra justamente para discutir de que forma esses
livros e filmes estão afetando a mente dos adolescentes.
Ao
longo da última década, os pesquisadores descobriram que o cérebro adolescente
processa as informações diferentemente do cérebro mais maduro. Ele é mais
propenso a responder a situações emocionalmente, e menos propenso a considerar
as consequências por antecipação racional. Isso porque na adolescência o córtex
pré-frontal, a parte do cérebro responsável pelo raciocínio e avaliação de
risco, passa por um surto de crescimento pouco antes da puberdade, seguido por
um período de organização e de supressão das vias neurais.
Os
pesquisadores também debateram o impacto das obras nos adolescentes,
psicologicamente falando. A série Crepúsculo tem como
protagonistas o casal Bella e Edward. A história é de uma adolescente que se
apaixona por um vampiro “muito mais velho”. Alguns críticos alegam que a
passividade de Bella, e a mensagem de abstinência até o casamento, são antifeministas
[pelo menos tem isso de bom, a ideia da abstinência - MB].
A
argumentação é de que a história propaga valores muito conservadores que de
modo algum endossam o pensamento independente, o desenvolvimento pessoal ou a
posição da mulher como uma criatura independente.
Os
pesquisadores estão interessados em entender o apelo dessas obras obscuras na
mente dos jovens, e porque eles são especialmente cativados por histórias com
vampiros, zumbis e temas pós-apocalípticos. [E aqui está o problema, não no
conservadorismo em si.]
Os
críticos também alegam que os autores de livros destinados a adolescentes devem
ter uma responsabilidade moral de incluir positividade e esperança em suas
obras. Segundo eles, o mundo precisa estar ciente do quanto os jovens são
influenciados por aquilo que leem ou assistem, e se eles leem livros onde não
há esperança em nada, isso pode ser prejudicial. [E o que este mundo e a
literatura secular podem oferecer de esperança? A verdade é que somente os
livros que tratam da vida eterna e da Fonte dela é que podem oferecer a
verdadeira esperança.]
segunda-feira, junho 23, 2014
O poder da música e a "gospelização" do adventismo
segunda-feira, junho 23, 2014
adventismo, comportamento
Descoberta relacionada ao Big Bang é revista
segunda-feira, junho 23, 2014
astronomia, cosmologia
Menos, pessoal, menos! |
No
novo artigo publicado, a parte da calibração é omitida, o que faz com que os
resultados sejam menos convincentes. “Não temos um bom controle sobre qual é o
tamanho desse sinal de poeira”, explicou o pesquisador Colin Bischoff da
Universidade de Harvard à New Scientist.
“Ainda defendemos que nossos dados favorecem uma origem cosmológica do sinal
através de uma origem de poeira, mas não é mais tão forte.”
De
fato, artigos recentemente publicados sugerem que os dados do Planck que estão
sendo usados subestimam a contribuição da poeira ainda mais do que cientistas
céticos temiam. Os pesquisadores de Harvard escreveram em uma nota de rodapé
que “enquanto esses artigos não oferecem informação definitiva no nível da
contaminação da poeira no nosso campo, eles sugerem que ela deve ser maior do
que todos os modelos considerados”.
O
que isso tudo significa? Bem, a descoberta não é tão importante como
imaginávamos; mesmo que as observações possam indicar que a inflação cósmica
ocorreu logo após o Big Bang, nossa confiança nos dados é muito menor. Por fim,
se outras equipes conseguirem reproduzir os resultados será ótimo – mas, até
lá, não temos uma prova definitiva de que o Big Bang realmente foi o começo de
tudo. Mas não vamos nos desesperar; afinal, é assim que a ciência avança.
(Gizmodo)
Nota: O interessante é que a teoria da macroevolução também é colocada em cheque por evidências contraditórias, mas quem tem coragem (ou honestidade intelectual) para admitir isso? Na astronomia (ciência menos relacionada e comprometida com a religião naturalista), parece que é mais fácil admitir falhas e ser menos ufanista. [MB]
Leia também: "Universo não está se expandido, afirmam astrofísicos"
Nota: O interessante é que a teoria da macroevolução também é colocada em cheque por evidências contraditórias, mas quem tem coragem (ou honestidade intelectual) para admitir isso? Na astronomia (ciência menos relacionada e comprometida com a religião naturalista), parece que é mais fácil admitir falhas e ser menos ufanista. [MB]
Leia também: "Universo não está se expandido, afirmam astrofísicos"
domingo, junho 22, 2014
Sentido: quaestio magna
domingo, junho 22, 2014
filosofia
Quando o horizonte desaparece |
“A
crise de sentido não é uma crise entre outras, mas é a crise fundamental, que
atravessa todas as outras crises e as condiciona. Trata-se de uma crise
qualitativamente diferente das outras, e isso por vários motivos. Primeiro, porque
mexe com a vida como um todo e não com uma parte dela, qual seja, a vida econômica,
a vida política, a vida emocional, etc. Segundo, porque essa crise não diz respeito
apenas ao significado ordinário e direto das coisas, mas, sim, ao sentido último
de cada coisa. Para que, no fim das contas, existe o trabalho, a técnica, a política,
a arte, a justiça, o amor? Em terceiro lugar, porque a crise de sentido não
concerne a essa ou àquela pessoa ou a tal ou tal categoria social, mas a
todos e a cada um dos seres humanos, sem exceção. Cada um tem que se haver
com o sentido de sua vida e de sua morte, de seu agir e de seu destino
definitivo. Apesar da sua decantada autonomia, os grandes valores instituídos,
como família, trabalho, ciência e política, estão, eles também, submetidos ao
processo niilista: eles perdem valor.
“Essa
é a experiência fundamental da cultura imperante. Mas de onde provém esse pathos, esse sentimento de entropia
axiológica e mesmo ontológica? Da desvinculação desses valores de seu princípio
mais originário por obra dessa mesma cultura. Esta, achando – supremo engodo! –
que Deus lhe roubava sentido e buscando, em contrapartida, fundar a vida em si
mesma, acabou por esvaziar a própria vida. O resultado era logicamente
esperado: quando se apaga o sol, vem a escuridão; quando a fonte seca, o rio
morre; quando o horizonte desaparece, o viajante perde a direção. A vida então
se torna um tédio sem remédio, contendo apenas intervalos de sentido. Sem Deus,
subsistem ilhas de sentido num mar de absurdo. E, contudo, o mar continua subindo
e ameaça submergir também as ilhas.
“Chamar
de ‘niilismo’ a crise maior de nosso tempo foi mérito de Nietzsche. Trata-se,
contudo, de um mérito relativo, pois [...] não é toda a cultura atual que é
niilista, mas apenas a dominante. Mas, também, Nietzsche nunca pretendeu
que as maiorias pudessem viver sob o signo da ‘morte de Deus’: só uma
aristocracia teria a energia para isso. Outro mérito de Nietzsche foi ter visto
na figura de Deus o sentido supremo e fundamento de todos os outros sentidos,
como o ético e o metafísico. Mas tal mérito vira demérito na medida em que
aquele pensador interpretou a equivalência Deus = Sentido de um modo totalmente
enviesado: Deus seria o pseudossentido, a máscara do Nada. Assim, só caindo
essa máscara, com a ‘morte de Deus’, ficaria aberto o caminho para o sentido autêntico,
que chamou ‘vontade de potência’ e ‘eterno retorno’. [...]
“Notável
exceção constitui a interpretação de Heidegger, que põe no respeito e na escuta
do Ser o princípio da superação do nietzscheísmo, sem que, contudo, resolva a
questão do niilismo em geral, por ter permanecido caudatário do imanentismo.
Ademais, Heidegger quis superar o niilismo no plano do puro pensar. Mas para
vencer o niilismo não basta filosofia, por mais misticismo ontológico que nela
se injete. A ‘Seinsphilosophia’ heideggeriana só pode vencer a Filosofia do
Nada, não o próprio Nada, tal como se manifesta na experiência concreta da
finitude, vivida na culpa, na dor e na morte. Por fim, para superar o Nada não
basta o Ser abstrato e formal do pensamento heideggeriano, por mais ontológico
que se queira. Precisa-se do Ser realmente existente, o ‘Ipsum Esse Subsistens’,
pois só nEle pode haver salvação, que é, em verdade, o nome religioso do
sentido.”
(O Livro do Sentido, v.
I, p. 137, 138; colaboração de Frank de Souza Mangabeira)
sexta-feira, junho 20, 2014
quinta-feira, junho 19, 2014
Memórias são guardadas em células individuais
quinta-feira, junho 19, 2014
design inteligente
Complexidade que surpreende |
O
cérebro humano guarda memórias episódicas no hipocampo, colocando cada lembrança
em uma distinta e distribuída fração de células individuais. O estudo que faz
essa afirmação, liderado por pesquisadores do Instituto Neurológico Dignity
Health Barrow, da Universidade da Califórnia e da Escola de Medicina de San
Diego, todos nos Estados Unidos, confirma algo que os especialistas já
suspeitavam. Os resultados, publicados em 16 de junho na revista da Academia
Nacional de Ciências dos Estados Unidos, iluminam ainda mais a base neural da
memória humana e podem até mesmo lançar luz sobre novos tratamentos para
doenças e condições adversas, como o mal de Alzheimer e a epilepsia. “Para
realmente entender como o cérebro representa a memória, devemos entender como a
memória é representada pelas suas unidades fundamentais – os neurônios
individuais – e suas redes”, explica Peter N. Steinmetz, diretor do Programa de
Neuroengenharia em Barrow e autor sênior do estudo. “Conhecer o mecanismo de
armazenamento de memória e recuperação é um passo crítico na compreensão de
como tratar melhor as doenças cerebrais que afetam nossa crescente população
idosa.”
Steinmetz,
juntamente com John T. Wixted, professor de psicologia, e Larry R. Squire,
professor dos departamentos de Neurociências, Psiquiatria e Psicologia, ambos
da Universidade da Califórnia, e outros colegas, avaliaram nove pacientes com
epilepsia, cujos cérebros foram cobertos com eletrodos para monitorar
convulsões. O monitoramento registrou atividade no nível dos neurônios
individuais.
Os
pacientes memorizaram uma lista de palavras em uma tela de computador. Em
seguida, viram uma segunda lista mais longa, que continha essas palavras e
outras. Eles foram convidados a identificar as palavras que tinham visto antes
e indicar o quão bem eles se lembravam delas. A diferença observada na
excitação das células na leitura das palavras vistas na primeira lista e
aquelas que não estavam na lista anterior indicou claramente que as células no
hipocampo foram representando as memórias das palavras dos pacientes.
Os
pesquisadores descobriram que as palavras exibidas anteriormente e de forma
recente foram armazenadas de forma distribuída ao longo do hipocampo, com cerca
de 2% das células respondendo a qualquer nova palavra e uma pequena fração de
palavras, cerca de 3%, produzindo uma forte mudança na ativação dessas células.
“Intuitivamente,
pode-se esperar descobrir que qualquer neurônio que responde a um item da lista
também responderia aos demais itens da lista, mas os nossos resultados não se
pareciam nada com isso. O mais incrível sobre esses resultados é que eles não poderiam
estar mais de acordo com o que teóricos influentes há muito tempo previam”,
afirma Wixted.
Embora
apenas uma pequena fração de células tenha codificado a memória recente para
qualquer palavra, os cientistas afirmam que o número absoluto de células de
codificação de memória para cada palavra era grande, no entanto – na ordem de
centenas de milhares, pelo menos. Assim, a perda de qualquer célula teria um
impacto negligenciável sobre a capacidade de uma pessoa se lembrar de palavras
específicas vistas recentemente.
Em
última análise, os cientistas afirmam que seu objetivo é entender completamente
como o cérebro humano forma e representa memórias de lugares e coisas na vida
cotidiana, quais células estão envolvidas nisso e como as células são afetadas
por doenças e enfermidades. Os pesquisadores irão agora tentar determinar se
uma codificação semelhante está envolvida em memórias de fotos de pessoas e
lugares e como as células do hipocampo que representam a memória são afetadas
nos pacientes com formas mais graves de epilepsia.
Nota:
O cérebro é tão complexo que ainda não é capaz de entender o próprio
funcionamento, e surpreende cada vez mais os pesquisadores que se dedicam a
estudá-lo. Digite a palavra “cérebro” no buscador do blog e leia vários outros
textos sobre quilo e meio de matéria mais complexa do Universo (como este texto aqui). [MB]
quarta-feira, junho 18, 2014
Hipótese do impacto que "criou" a Lua é questionada
quarta-feira, junho 18, 2014
astronomia
Teoria indefensável |
Os
cientistas não sabem como a Lua se formou, mas eles gostam muito de uma teoria
- a rigor, uma hipótese - que afirma que um hipotético planeta Teia (ou
Theia) se chocou com uma “proto-Terra” e formou nosso satélite. Se tal
colisão ocorreu, os escombros de Teia deveriam constituir cerca de 70% da Lua. O
problema com a teoria é que, até hoje, não se encontraram diferenças
significativas nas constituições da Terra e da Lua - ambas têm uma composição
muito similar, indicando que a Lua é filha da Terra, ou talvez irmã, sem
qualquer sinal de Teia. Mas isso leva os cientistas de volta à estaca zero, e
eles ficam sem nenhuma teoria para explicar o nascimento da Lua a partir da
Terra.
Daniel
Herwartz, da Universidade de Cologne, na Alemanha, resume bem o sentimento de
decepção da comunidade científica a esse respeito: “A teoria do impacto gigante
é uma bela teoria que explica um monte de coisas, mas há esse problema”,
entenda-se bem, o problema de que os dados não dão sustentação à hipótese.
Agora,
Herwartz e seus colegas encontraram um jeito de dar esperança à hipótese e,
quem sabe, elevá-la à classe das teorias. Analisando amostras de rochas
trazidas da Lua pelas missões Apolo, e comparando-as com amostras da Terra e de
meteoritos, eles encontraram uma pequena diferença entre os raríssimos isótopos
oxigênio-17 de lá e de cá. É fato que as amostras da Lua trazidas pela Apolo
vêm sendo estudadas à exaustão há meio século, incluindo comparações de isótopos
não apenas do oxigênio, mas também de titânio, silício e vários outros
elementos.
Ocorre
que as tecnologias de medição melhoraram, o que permitiu agora encontrar uma
minúscula diferença, várias casas depois da vírgula. Os dados da equipe alemã
indicam que há 12 partes por milhão (ppm) a mais de oxigênio-17 nas amostras da
Lua do que nas rochas da Terra - pense em 0,0012%, ou, para facilitar, pense em
encontrar 1.000.000 dos isótopos oxigênio-17 na Terra e 1.000.012 deles na Lua.
Parece muito pouco para sustentar a hipótese do grande impacto, que afirma que
a Lua teria algo entre 70% a 90% de Teia e de 10% a 30% da Terra. Mas isso não
impediu a equipe de concluir que seus dados “fornecem evidências crescentes”
para sustentar a ideia.
As
ciências planetárias têm sofrido de uma tendência à geração de notícias com
embasamentos questionáveis que, ao invés de ajudar a dar suporte a esses
estudos, acabam desacreditando todo o campo. Todos se lembram das “descobertas”
de água na Lua, anunciadas com grande esforço de mídia, incluindo conclusões de
que a Lua poderia ter água disseminada em todo o seu interior. Contudo,
estudos posteriores que mostraram que os minerais descobertos não se formam na
presença de água não mereceram a mesma atenção. Muitos defendem que a Lua
não tem água, algo que logo será tirado a limpo, uma vez que a NASA já trabalha
na construção de um robô para procurar a água lunar.
A
descoberta de água em Marte seguiu rumo semelhante, com anúncios bombásticos
feitos pela NASA criteriosamente a cada seis meses - anúncios que só deixaram
de ser feitos depois que os cientistas que assinavam estudos desse tipo
começaram a se tornar alvos de piadas e comentários maldosos na própria
academia. Sem contar que estudos recentes mostraram que os canais que se
acreditava terem sido escavados em Marte por água, mais provavelmente
foram criados por lava.
A
teoria do impacto de Teia é uma teoria elegante, que poderá encontrar
sustentação futura. Mas defendê-la com base em uma diferença de 12 ppm em
grânulos de poeira lunar que não se pode considerar como representativos da
geologia de toda a Lua parece certamente mais um “exagero científico”.
Nota:
Infelizmente, há outras hipóteses questionáveis, verdadeiro exagero científico,
mas bastante aceitas quase como dogma, cujos defensores não têm coragem de se
expor e admitir os dados contraditórios. [MB]