segunda-feira, maio 31, 2010

O cristianismo é bom para o mundo?

O livro tem apenas 77 páginas, por isso mesmo dá para ler de uma assentada, mas também por isso mesmo nem chega perto de esgotar o assunto que se propõe elucidar: O cristianismo é bom para o mundo? Trata-se do debate entre o jornalista ateu Christopher Hitchens e o teólogo liberal Douglas Wilson. O prefácio de John Goldberg é uma pérola: “A história do cristianismo não é absolutamente imaculada, conforme Christopher Hitchens deixa claro e Douglas Wilson admite, mas o cristianismo pelo menos oferece instrumentos para condenar os que praticam o mal em seu nome. Há muitos ismos ‘seculares’ que não têm condições de alegar o mesmo. Eles precisam – ou preferem – simplesmente redefinir o mal como deslealdade para com a Causa, ao passo que todo mal praticado em prol da Causa é considerado ato de heroísmo. Com toda a certeza, o cristianismo teve seguidores que agiram perversamente em nome de Deus. Mas, pelo menos, ele cultiva uma consciência moral pela qual os homens podem tentar olhar para seus atos com os olhos de um Deus de amor. Diante de algumas alternativas, esse princípio de organização dificilmente parece ser o pior para a humanidade.”

O livro da editora Garimpo é organizado em seis “rounds” e o debate segue educadamente, embora acabe, em minha opinião, sem um vencedor evidente. Hitchens começa por questionar a ideia de liberdade e livre-arbítrio pelo fato de Deus ser uma espécie de “big brother” atento a cada deslize humano (p. 12, 13). E cita Fulke Greville, para quem “fomos criados doentes”, embora nos ordenem que sejamos saudáveis. Assim, Hitchens começa a pintar seu quadro de um deus exigente, vigilante e responsável pelo mal – embora requeira de nós o bem.

Na réplica, Wilson admite que Hitchens possui boa argumentação, mas, em seguida, questiona: “Em face do ateísmo, gostaria que ele [Hitchens] explicasse o porquê do uso da razão. Se Deus não existe, o que é a verdade? Christopher Hitchens manifesta uma enorme indignação moral, mas, em face do ateísmo, gostaria que ele explicasse o porquê de sua prosa vibrante e motivadora. Se Deus não existe, então proteste, protorte, pro&^%...” (p. 17).

Na página 23, Hitchens afirma que é possível encontrar “mais motivos de assombro e reverência num estudo do espaço ou de nosso DNA do que em qualquer livro escrito por um grupo de homens piedosos na era do mito”. De fato, o espaço e as leis que regem o universo causam assombro, tanto que, ao pensar nisso, o maior ateu do século 20, Anthony Flew, acabou se convertendo a Deus. A complexidade do DNA igualmente assombra, e foi no estudo do genoma humano que o ex-ateu Francis Collins repensou suas convicções. Para o leitor atento, o livro da natureza traz a mesma mensagem da Revelação especial, a Bíblia Sagrada: “No princípio, criou Deus” (Gn 1:1).

Na mesma página 23, Hitchens deixa clara sua má compreensão do caráter de Deus: “É claro que não tenho condições de provar a inexistência de uma divindade que supervisiona e vigia cada momento da minha vida e irá me perseguir mesmo depois da morte. (Mas posso me alegrar com a falta de provas para uma ideia tão pavorosa...).” Se Hitchens tivesse estudado a Bíblia com atenção, descobriria que, para quem não quer saber da Vida, não haverá vida após a segunda morte. Deus não “persegue” e muito menos “perseguirá” ninguém, pois essas pessoas não mais existirão.

Wilson contrapõe com perguntas a tradicional alegação de que no Antigo Testamento Deus teria promovido genocídios e massacres, e que os que ensinam essas histórias para crianças foram “condenados pela História”: “Por que deveríamos nos importar com os frágeis julgamentos da História? Deveriam os propagadores desses ‘horrores’ ter se importado? Não há Deus, correto? Como não há Deus, isso significa – você sabe disso – que genocídios acontecem do mesmo jeito que terremotos e eclipses. Tudo é matéria em movimento, e essas coisas acontecem” (p. 27). E Wilson completa: “Diante de seu ateísmo, que explicação você pode dar que nos obrigue a respeitar o indivíduo? Como o seu individualismo flui das premissas do ateísmo? Por que alguém do mundo externo deveria respeitar os detalhes de sua vida e de seu pensamento mais do que respeita o movimento interno de qualquer outra reação química? Nossos pensamentos não passam disso, certo? Ou, se existe uma diferença, poderia você, a partir das premissas de seu ateísmo, fazer essa distinção? [...] A fé cristã é boa para a humanidade porque fornece o padrão fixo que o ateísmo não consegue fornecer e porque proporciona perdão dos pecados, algo que o ateísmo também não pode dar. Precisamos da direção de um padrão porque somos pecadores confusos. Precisamos do perdão porque somos pecadores culpados. O ateísmo não apenas conserva a culpa, mas também mantém a confusão” (p. 29, 35, 36).

A discussão segue a respeito da origem da moral. Hitchens afirma que a moral é “básica e inata” na humanidade. Wilson questiona, dizendo que, mesmo que fosse inata, a moral não seria digna de crédito, já que, para o pensamento ateu, somos fruto da evolução e, portanto, vivemos num universo em mudança. Então, nossa moral inata pode ter sido outra ou poderá ser outra. “Temos primos [evolutivos] distantes cujas mães comiam os filhotes. Isso lhes era inato? Será que eles se desenvolveram porque agir assim não era bom para eles? [...] Se o cristianismo é ruim para o mundo, os ateus não podem afirmar isso com coerência, pois lhes falta um critério fixo para definir o que é ruim” (p. 54).

Com respeito à “coexistência de Deus com o mal”, apontada por Hitchens no quinto round, Wilson responde que prefere Deus mais o problema do mal em vez da ausência de Deus junto com um “Mal? Tudo bem!” (p. 63). Gostei dessa resposta simples porque mostra que, a despeito da relativa dificuldade de seu explicar a existência do mal num universo criado por um Deus todo-poderoso e todo-amoroso, é justamente o conceito de um Deus perfeito e bom que nos leva à indignação contra o mal (por contraste) e alimenta o desejo de buscar algo melhor e de esperar respostas desse Deus.

No sexto e último round, Wilson, como bom pastor, termina fazendo veemente apelo a Hitchens: “[O Senhor] estabeleceu um lar que, além de grande, é acolhedor; há bastante espaço para você. Nada que já tenha feito ou falado será usado contra você. Todas as coisas serão purificadas e perdoadas. Sobre a mesa há comida simples – pão e vinho. A porta está aberta, e vou deixar a luz acesa para você” (p. 77).

Que bom que Wilson concluiu assim o debate! Creio que seriam as mesmas palavras que eu gostaria de dizer com carinho e respeito a todo ateu sincero. Agora só me resta orar por Hitchens e outros que precisam conhecer o Deus verdadeiro e encontrar descanso nEle.

Meses depois de ler o livro O Cristianismo é Bom Para o Mundo?, lendo outro livro – Antropologia Cristã, de Valfredo Tepe (Vozes) –, me deparei com esta citação, na página 244, que me fez lembrar do debate entre Hitchens e Wilson: “Jürgen Habermas, o último dos grandes filósofos da escola de Frankfurt, fez recentemente um discurso que chamou atenção pela abertura positiva para a religião. Afirmou que não conhecia nenhuma alternativa para a herança da cultura ocidental que proveio da ética judaica da justiça e da ética cristã do amor. Dessa substância se alimentaram todas as ideias ‘de liberdade e convivência solidária, de conduta autônoma da vida, da moral de consciência individual, de direitos humanos e democracia’. Tudo o mais seria ‘conversa pós-moderna’.”

Michelson Borges

Na UnB, disco voador e astrologia têm status de ciência

Na pequena sala do professor Álvaro Luiz Tronconi, no prédio principal da Universidade de Brasília, misturam-se livros-texto de suas duas especialidades: física da matéria condensada e percepção extrassensorial. Doutor em física pela Universidade de Oxford, Reino Unido, Tronconi coordena um grupo de uma dezena de docentes que se reúnem para estudar fenômenos que supostamente existem, mas que estão fora do alcance da ciência “tradicional”. Fundado em 1989, o Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais da UnB promove pesquisas e cursos em quatro áreas: astrologia, ufologia, conscienciologia (relacionada aos potenciais do cérebro humano) e terapias integrativas (propondo novas abordagens na medicina).

Um curso de percepção extrassensorial, por exemplo, envolvia “acessar o mundo extrafísico”. Um exercício ajudava a “ver assombração, acessar algo do passado, olhar algo do futuro”.

Tronconi diz que o núcleo já passou por vacas magras e gordas, dependendo do reitor. “Na atual administração o pessoal é menos radical”, alegra-se o pesquisador. Ele reclama de preconceito contra a área. Com frequência os comitês da UnB negam dinheiro para seu grupo. “Mas eles negaram sem julgar o mérito. Sempre falaram que era bobagem, que a UnB não podia permitir aquilo porque ia colocar a universidade em descrédito.”

Os órgãos de fomento federais também negam verba, fazendo com que o núcleo procure fundações estrangeiras interessadas na área. “Uma pena”, diz. “Esses conhecimentos poderiam ser úteis para a sociedade.”

“Existe a astrologia médica, por exemplo. Aqui em Brasília você até encontra um ou outro médico que, quando você vai lá fazer o exame, ele pega seus dados e diz qual parte do seu corpo é mais vulnerável, o que pode ajudar no diagnóstico.”

Ele diz que sensitivos poderiam também ajudar a polícia. Suas opiniões não deveriam servir como palavra em tribunais, diz, mas eles deveriam fazer parte das equipes de investigações.

“Algumas pessoas dizem que é charlatanismo, que é feitiçaria, que é coisa de quem tem distúrbio mental”, diz. Mas, segundo ele, os alunos se interessam profundamente pelo assunto.

Entre as atividades de pesquisa recentes está a busca pela compreensão dos episódios de supostos aparecimentos de extraterrestres na Terra. Outra pesquisa tenta mostrar que sensitivos podem dar diagnósticos precisos da doença de alguém.

O último trabalho de Tronconi envolveu levar seis deles para o hospital da UnB para adivinhar o que os pacientes tinham. A conclusão foi que os sensitivos não conseguiam acertar mais do que um computador chutando doenças aleatórias. “Isso não é motivo para desistir das pesquisas, porém”, diz Tronconi.

“Quando há um grande médium, um paranormal, a gente vê que ele é capaz de realizar certos fenômenos”, diz. “Mas chega uma hora que ele está cansado ou estressado e vai fazer uma demonstração. Então percebe que não vai dar conta e arruma um jeito de fazer usando um truque. Isso pode acabar com toda a reputação dele.”

(BOL Notícias)

Nota: Quando estudava na UFSC, lembro-me que frequentemente via cartazes espalhados pelo campus anunciando eventos relacionados a florais de Bach, gnose, yoga, budismo, astrologia, etc. Agora tente promover um simpósio criacionista nesses campi seculares... A aceitação frequentemente não é a mesma. Mundo confuso...[MB]

domingo, maio 30, 2010

Blog da Gi: baleia franca

Recebi do meu avô Zulmar um vídeo documentário sobre a natureza e a biodiversidade de Santa Catarina, o estado onde meus pais nasceram. A parte que mais gostei foi sobre as baleias francas.

Antigamente as baleias francas (a segunda espécie mais ameaçada do planeta) iam se refugiar nos mares de Santa Catarina, mas ao invés disso elas se encontravam com a fúria dos caçadores. Não eram só pescadores artesanais que caçavam as baleias, mas também as frotas baleeiras americanas, francesas e japonesas. [Leia mais]

Educação, ciência e... Deus

Um dos artigos que a revista IstoÉ [publicou dias atrás] (confira meus comentários aqui), intitulado “Deus chega às aulas de biologia”, assinado por Hélio Gomes, pretende ativar uma polêmica educacional, opondo ciência e religião. Talvez o título mais adequado fosse “Deus retorna à biologia”. De fato, o que se vê por parte de alguns movimentos religiosos estigmatizados como “fundamentalistas” (nem sempre o são...) é a reivindicação de uma concepção de ciência aberta à crença em Deus. Essa reivindicação não é nova. Pertence à mentalidade religiosa mais esclarecida e, em particular, ao pensamento católico no que tem de melhor, procurar congruências entre conhecimento racional e fé [na verdade, esse pensamento também pertenceu aos precursores da ciência, muitos dos quais eram protestantes devotos]. A doutrina do evolucionismo encarada como busca de uma explicação para “a origem do corpo humano em matéria viva preexistente”, segundo palavras do papa Pio 12 na encíclica Humani generis (1950), não cancela, em princípio, a convicção de que matéria e almas são criadas por Deus (heresia insuportável do ponto de vista ateu). [O dualismo alma-corpo é uma elaboração grega e não bíblica. Segundo o livro de Gênesis, Deus criou o ser humano como “alma vivente”, composto de pó da terra e fôlego de vida, e este não é um elemento independente do corpo. Quando um desses elementos falta, não existe alma vivente.]

Assim como a educação se desvirtua em mãos religiosas quando se torna instrumento de manipulação para fins escusos (pensemos nas escolas e universidades criadas pelo Opus Dei para capturar novos membros e influir nos meios de comunicação), a ciência também perde credibilidade quando se especializa em discurso combativo (e assustado) contra a religião.

No mesmo artigo da IstoÉ cita-se o biólogo inglês Richard Dawkins, militante ateu, que faz das suas convicções antirreligiosas a única conclusão possível de toda e qualquer pesquisa científica. Mas aí reside o perigo contrário ao da religião fechada às descobertas da ciência. Devemos estar atentos para não cair no fundamentalismo oposto, igualmente desumano e nocivo. Educação saudável repele fanatismos de todos os gêneros. Marcelo Gleiser, em artigo da Folha de S. Paulo (26/11/2006), fez o alerta oportuno:

“Para ele [Dawkins], a ciência é um clube fechado, onde só entram aqueles que seguem os preceitos do seu ateísmo, tão radical e intolerante quanto qualquer extremismo religioso. Dawkins prega a intolerância completa no que diz respeito à fé, exatamente a mesma intolerância a que se opõe.”

Pedagogicamente falando, deve-se garantir que, no contexto da educação laica, saibamos refletir (não para destruir, mas para valorar e valorizar) sobre as ideias e práticas religiosas presentes na sociedade e, por consequência, em nossas salas de aula. Seria irresponsabilidade da mídia extremar desavenças entre religião e ciência.

(Gabriel Perissé, Observatório da Imprensa)

Nota: Parabenizo ao Gabriel Perissé por ter a argúcia de perceber e a coragem de destacar (como poucos têm feito) que para alguns setores da mídia o que interessa mesmo é a polarização da discussão como sendo religião versus ciência, quando o assunto é mais complexo. Oportuna também é sua menção aos radicalismos e fundamentalismos que podem se manifestar entre teístas e naturalistas – posturas igualmente reprováveis.[MB]

Governo vai proibir mulheres nuas em outdoors

O Departamento Brasileiro de Trânsito vai proibir outdoors com mulheres seminuas em beira de estradas. De acordo com o diretor do DBT, Marcelo dos Anjos, a medida visa a evitar acidentes. "Constatamos que os motoristas se distraem olhando os anúncios e acabam batendo", disse ele. Um levantamento do DBT mostrou que cerca de 25% dos acidentes nas estradas brasileiras aconteceram pelo menos 100 metros antes ou depois desses outdoors. "Verificamos um alto índice de batidas em determinados pontos das estradas e fomos investigar as causas. O resultado nos surpreendeu", afirma.

A pesquisa também chegou a resultados curiosos. Pelo menos 5% dos acidentes foram causados por ataques de fúria de mulheres que estavam no banco do carona e agrediram os motoristas ao perceber que eles olhavam para as modelos. O risco de acidentes nesse caso é muito maior do que falar ao celular, por exemplo.

A proibição deixou preocupadas as agências de publicidade. "Não sabemos o que vamos fazer se não pudermos usar modelos de biquíni. Semana que vem mesmo vamos estrear um comercial de ração para cães. Como vamos fazer isso sem mulheres peladas?", disse o presidente de uma agência.

Essa notícia é fictícia e tem caráter meramente humorístico.

(Época)

Nota: Essa "notícia" de Nelito Fernandes pode ser fictícia, mas encerra uma lição importante. Assim como o motorista deve digigir atento para chegar seguro ao seu destino, os "navegantes" das águas cibernéticas (e os consumidores de mídias em geral) também devem sempre manter o foco: saber para onde querem ir e ir apenas para lá. As distrações podem ser fatais e trazer grandes aborrecimentos. Filipenses 4:8 é ótimo parâmetro para se navegar com segurança.[MB]

PEDIDO: este blog está participando do concurso TopBlog. Se você quiser dar seu voto, é só clicar aqui. Muito obrigado!

sexta-feira, maio 28, 2010

As lições que a Psita nos ensinou

Há exatamente um ano, uma avezinha apareceu no portão da nossa casa. Era uma calopsita e estava perdida. Imediatamente a levamos para dentro, demos-lhe água e comida. Para minhas filhas, foi amor à primeira vista – e para mim também, que sempre quis ter um animal desse tipo, fosse papagaio ou calopsita. A avezinha era mansa e muita bonitinha, com suas penas cinza-claro e cabeça branca, lembrando uma miniatura de águia. Disse para minhas filhas que era possível que alguém a tivesse perdido e que certamente deveria estar muito triste. Por isso, decidimos bater de porta em porta nas casas do nosso bairro para saber se alguém havia perdido um bichinho de estimação. À medida que recebíamos “não” como resposta, crescia em nosso coração o desejo de poder adotar a calopsita, até que, numa das casas, a esperança foi por terra. “Nossa calopsita fugiu e meu filho está muito triste”, disse o homem. Pegamos a calopsita, mostramos ao vizinho e ele disse que era dele mesmo.

Enquanto caminhávamos para casa, disse a minhas filhas que havíamos feito a coisa certa, que aquele menino ficaria muito feliz por ter reencontrado seu animalzinho, etc. Mas o desapontamento era inevitável.

Dali meia-hora, o pai do menino bateu à nossa porta. Ele estava com a calopsita e me disse, constrangido: “Você foi honesto comigo e tenho que ser honesto com você... A calopsita não é nossa. Fique com ela.” Apertou minha mão e foi embora.

Reuni minhas filhas e, com a calopsita no ombro, disse-lhes que nossa honestidade havia impressionado aquele homem. Que sempre é importante falar a verdade. Que Deus nos havia recompensado por termos feito a coisa certa. Essa foi a lição número 1.

Durante um ano, a calopsita (que passamos a chamar de Psita) nos deu muitas alegrias. Ela e nossa cachorrinha Laila aprenderam a conviver bem. Viajou conosco para alguns lugares e gostava muito de ficar sobre o banco do carro, observando a paisagem passar depressa. Cortei um galho de árvore e coloquei em nosso quintal. Ela gostava de ficar ali observando os pardais que “roubam” ração da nossa cachorrinha. Comprei uma gaiola para ela dormir e uma papagaieira para ela passar o dia – mas ela gostava mesmo era de ficar em nosso ombro, bicando-nos delicadamente a orelha e assobiando. O apego era tão grande que, quando não havia ninguém no local em que ela estava, a Psita literalmente gritava pedindo companhia.

A lição número 2 apenas foi reforçada em nosso coração: os animais são nossos amigos e se apegam a nós com profundos laços de amor.

Mas terça-feira, 25, foi um dia muito triste para minha família. No meio da manhã, recebi uma ligação da minha esposa contando a tragédia: a Psita havia morrido nas mãos dela, depois de um triste acidente. Minhas filhas estavam inconsoláveis. Após o almoço, fui para casa cuidar das minhas meninas. A Gi e eu fomos até um local à beira de um riacho (a Débora ficou com a Marcella, que preferiu não ir) e sepultamos a calopsita que tanto amávamos. Depois, fiz uma oração em lágrimas, abraçado à minha filha. Agradeci a Deus os bons momentos que tivemos com nossa avezinha e pedi que Jesus logo venha para terminar com toda dor; toda perda.

Para mim, foi como voltar no tempo. Lembrei-me da dor que senti quando perdi meus animaizinhos de estimação: os cãezinhos Veludo, Rinti, Scooby e Goober, além de passarinhos que meu avô me dava. Como era triste ver sem vida aqueles amigos que tantas alegrias nos davam. Como era triste ver a vida se esvaindo de seus olhinhos – a mesma cena que apertou o coração da minha esposa enquanto segurava a Psita junto ao peito.

Mundo difícil este. É preciso permitir que os filhos sofram para criar “calos espirituais” ao mesmo tempo em que o que mais queremos é pegá-los no colo e protegê-los de toda dor. Imagino o que o Pai sente... Imagino o que o Pai sentiu ao ver Seu Filho na cruz e “não poder fazer nada”, ainda que pudesse.

E esta foi a lição número 3 que aprendemos com nossa Psita: nesta vida, tudo é passageiro e vivemos a dicotomia de um mundo que nos oferece momentos de felicidade para depois nos arrancar dos lábios o sorriso – por isso mesmo devemos olhar para o alto em busca de esperança.

Um amigo querido enviou a seguinte mensagem para minha filha: “Eu sei que você vai sentir saudades de sua calopsita. Mas sentir saudades, Gi, é uma coisa muito boa. Sentir saudades é desejar ardentemente fazer presença grandes ausências. Todas as vezes que os cristãos celebram a ceia do Senhor, eles estão declarando esse ardente desejo: fazer presença a grande ausência física de Jesus. Agora eu entendo por que eles cantavam Maranatha – ora vem, Senhor Jesus, e por que Ele vai um dia enxugar todas as nossas lágrimas...”

Algo que o professor Azenilto Brito escreveu tempos atrás também me conforta: “Gosto de pensar que Deus poderá ter uma surpresinha para os Seus filhos. Ele fará voltar à vida esses animais que nos fizeram felizes e a quem amamos e dos quais cuidamos com carinho nesta vida, para serem nossos ‘pets’ na Nova Terra. Isso serve como incentivo adicional para me qualificar, pela divina graça, a estar ali nesse mundo renovado, onde os animais serão nossos companheiros por tempos de duração eterna” (“Quando se ama uma criaturinha de Deus”).

Fiz um papel de parede com a foto da Psita e duas “amiguinhas” dela. Confira aqui.

Michelson Borges

Estudo diz que Ardi não é ancestral do homem

[Meus comentários seguem entre colchetes.] Querem destronar Ardi. A fêmea primata de 4,4 milhões de anos [na cronologia evolucionista] virou ícone da espécie Ardipithecus ramidus, um dos mais antigos ancestrais do homem. Mas não passaria de uma reles macaca, acusa um novo estudo. Ironicamente, o “rebaixamento” da espécie de Ardi está sendo proposto nas páginas da prestigiosa revista especializada Science, a mesma que alçou a suposta fêmea de hominídeo (ancestral humano) à categoria de descoberta do ano em 2009. O esqueleto quase completo da criatura, bem como hipóteses detalhadas sobre sua locomoção e até sua vida sexual, foram descritos em 11 artigos científicos no dia 2 de outubro do ano passado. [O ano de Darwin, lembra? Assim como o já “destronado” Darwinius masilae, Ardi veio a calhar para abrilhantar as celebrações em torno do “pai da evolução”. Esperaram passar a festa para permitir que a verdade viesse à tona...]

Ardi e seus companheiros de espécie estariam entre os primeiros primatas a comprovadamente caminhar com duas pernas, tal como o homem. É o que argumentava a equipe liderada por Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley (Costa Oeste dos EUA).

Besteira, declarou à Folha Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação Evolução Humana, em Nova Jersey. “O Ardipithecus é um quadrúpede palmígrado [ou seja, apoiava-se nas plantas das quatro patas], e não um bípede. Aliás, é muito difícil dizer se o fóssil [Ardi] era um macho ou uma fêmea.” [Eita!] Mais importante ainda: o animal seria, na verdade, um grande macaco africano primitivo [bem que a gente falou, mas quem ouve os criacionistas?], talvez anterior à separação entre as linhagens de humanos e chimpanzés. [Outra ficção que merece ser “destronada”.]

Até certo ponto, problemas de interpretação são naturais quando se trata de um fóssil como esse. [Agora é que dizem? Digam isso para milhões de pessoas que ainda acreditam que o “elo perdido” foi achado.] Embora fragmentos de outros indivíduos da espécie já tenham sido achados, Ardi é, de longe, a mais importante fonte para entender o A. ramidus, por causa de seu esqueleto relativamente completo.

Ocorre, porém, que os milhões de anos de preservação distorceram vários dos ossos do bicho, em especial os da pelve (quadril), importantes justamente no debate “dois pés versus quatro patas”. [Não são apenas os “milhões de anos” que distorcem a amostra – aliás, argumentozinho bem conveniente –, a filosofia por trás do pesquisador também distorce duas conclusões.]

Além disso, a idade remota, próxima do momento estimado para a separação evolutiva entre as linhagens do homem e do chimpanzé, também é fonte de confusão. Isso porque, em tese, quanto mais perto dessa divergência, mais difícil fica dizer quem é pré-humano e quem é apenas macaco. [Hmmm...]

Sarmiento aponta que White e companhia teriam errado feio na interpretação dos detalhes mais significativos do esqueleto. Em resumo, ele diz que traços dos dentes, da pelve e dos membros da espécie lembram mais os dos grandes macacos mais antigos, com uns 10 milhões de anos [sic].

O problema é que esses bichos mais primitivos só foram encontrados até agora na Europa e na Ásia. Há uma lacuna no registro deixado pelos fósseis na África, tanto que até agora ninguém reconheceu oficialmente a descoberta de um protochimpanzé ou protogorila.

Sarmiento aposta que a “mania” de achar apenas hominídeos na África, com idade de 7 milhões de anos para cima, pode ser explicada por um viés dos cientistas: ninguém quer afirmar que achou “apenas” um ancestral dos chimpanzés ou dos gorilas, critica ele.

Paleoantropólogos ouvidos pela Folha disseram que a crítica tem fundamento. “Embora o Dr. White e seus colegas tenham descoberto um fóssil fabuloso de grande macaco, tentaram forçar a mão e transformá-lo num hominídeo [!], coisa para a qual não há base nenhuma”, diz o americano Lee Berger, da Universidade do Witwatersrand (África do Sul).

“Creio que esse é só o primeiro de uma avalanche de artigos. Apesar da força considerável de personalidade do Dr. White, nem ele é capaz de forçar a área a aceitar o A. ramidus como hominídeo.” [...]

(Folha.com)

O Cético: Vida artificial ou design inteligente?


Clique na imagem para ampliá-la. Leia mais tirinhas do Cético aqui.

Contato com a terra aumenta inteligência

Será que “sujeira” na sua comida faz bem? Esqueça as ladainhas de sua mãe – um experimento com ratos mostrou que aqueles que comiam manteiga de amendoim com uma bactéria inofensiva encontrada no solo tinham mais facilidade para encontrar a saída de um labirinto (comparados com aqueles que comiam manteiga de amendoim “pura”). Além disso, os ratinhos que comeram “sujeira” também corriam mais rápido do que os outros. O efeito durou quatro semanas depois da ingestão da manteiga de amendoim “batizada”. Especialistas acreditam que isso foi causado pelo efeito que a bactéria causaria no sistema imunológico. Quando a bactéria entra no organismo, as defesas do corpo são ativadas e também os neurônios no hipocampo, que é responsável pela memória espacial (logo, o melhor desempenho dos ratinhos no labirinto). As descobertas sugerem que nós também podemos nos beneficiar com as bactérias presentes na terra – então saia da frente da TV e vá arrumar seu jardim.

(Hypescience)

Nota: Há mais de um século, Ellen White já falava em seus livros sobre a importância do contato com a terra. “Que homens e mulheres trabalhem no campo, pomar e jardim. Isto levará saúde e força aos nervos e aos músculos. Viver em ambiente fechado e convidar a má saúde é péssimo negócio. Se os que estão enfermos dessem aos nervos, músculos e tendões adequado exercício ao ar livre, sua saúde seria renovada” (Medicina e Salvação, p. 296). “Onde a escola é estabelecida deve haver terra para pomares e hortas, a fim de que os estudantes tenham exercício físico combinado com esforço mental” (Beneficência Social, p. 184).

quinta-feira, maio 27, 2010

Exemplo de amor à Bíblia

No sábado à noite, dia 22, faleceu a senhora Yolanda Anversa da Silva, 92 anos, de parada cardiorrespiratória. O enterro foi no domingo, em Curitiba, e juntou muitas pessoas conhecidas e outras que nem faziam ideia da importância dessa mulher para a história da Igreja Adventista. Yolanda nasceu em 1917 em Xavantes, interior de São Paulo, e foi professora de ensino religioso no antigo Colégio Adventista Brasileiro (CAB), hoje Unasp campus São Paulo. Filha de italianos, era a terceira de seis irmãos. Os princípios bíblicos que aceitou aos 12 anos de idade a acompanharam até a morte. Foi casada com o pastor Waldemar Rodrigues da Silva, com quem teve três filhas. Uma das suas regras de vida era estudar detidamente a Bíblia e isso a levou a participar de concursos internacionais promovidos por Israel, de onde voltou com o primeiro lugar em 1958 e em 1961. Aliás, na segunda vez tinham conferido a ela o segundo lugar, mas depois de apurações verificaram que era dela o primeiro lugar e ela ficou com os dois troféus. Havia 22 anos viúva, a senhora cristã dedicava seu tempo aos menos favorecidos e, quando a idade limitou seus movimentos, o coração serviu de apoio a muitos que buscavam conselho. Ela deixa as três filhas, dez netos e sete bisnetos. [Na foto acima, o embaixador de Israel, Yosef Tekoah, cumprimenta Yolanda.]

Notas sobre Yolanda na Revista Adventista:

"Após uma luta pelo desempate entre Yolanda Anversa da Silva (Brasil) e o Rabino Yihya Alsekh (Israel), os juízes deram o 1º lugar ao rabino. Mas a imprensa e o público não aceitaram o veredicto do júri, pois Yolanda também respondeu à pergunta do desempate. Foi feita tão grande propaganda a seu respeito que, afinal, lhe concederam também a Medalha de Ouro do 1º lugar. Por isso ela é a única que tem duas medalhas." - Moisés S. Nigri, Revista Adventista de janeiro de 1965.

"As proezas do povo de Deus são resultado da confiança nEle, e essa confiança é o resultado direto da leitura, da assimilação, da meditação e prática dos ensinos maravilhosos da Santa Palavra de Deus - a Bíblia", disse Peixoto da Silva, na Revista Adventista de janeiro de 1962.

"Ah! Eu gostaria que todos os que me leem estivessem comigo na noite de 3 de outubro de 1961! Veriam o interesse, o entusiasmo de uma nação por um concurso sobre a Bíblia". - Yolanda Anversa da Silva, Revista Adventista de fevereiro de 1971.

"Dizia de mim para mim: a Bíblia é a carta de Deus aos homens. Se eu tenho que ler alguma coisa boa, vou ler a Bíblia e entesourar no coração e na mente seus ensinamentos. Mas como começar? Valeu-me a tabela do então chamado 'Ano Bíblico'... Formar esse hábito não foi fácil. Quantas coisas aconteceram através desse tempo! Mas a firme vontade de estar apegada à Palavra foi vencendo." - Yolanda.

(Fabiana Bertotti, ASN)

quarta-feira, maio 26, 2010

Barbaridade do primeiro mundo

Hoje [21/5] foi o dia da caça. O toureiro sevilhano Julio Aparicio, de 41 anos, foi chifrado no rosto quando participava do Festival de San Isidro, na arena de Las Ventas, em Madri. O chifre de Opíparo entrou por baixo da mandíbula de Aparicio, pelo lado direito, quando ele se levantava após ter sofrido uma queda e saiu pela boca do espanhol, atravessando a língua. Ele sofreu fratura no maxilar superior. O toureiro, um dos mais queridos da Espanha, foi operado e depois levado para uma unidade de tratamento intensivo. Aparicio se encontra em condição de saúde estável, porém grave, segundo médicos da capital espanhola.

Antes do acidente em Madri, o toureiro tinha sido ferido nas duas orelhas ao se apresentar na cidade francesa de Nimes, quando foi ovacionado por uma multidão. Nesta temporada, Aparicio estava tentando recuperar a sua melhor forma, vivida em meados da década de 90.

(Page Not Found)

Nota: A foto acima é realmente chocante, mas o que dizer da imagem ao lado? Em TODAS as touradas os animais saem feridos ou vão para os açougues. Mas isso quase nunca é notícia. Pior ainda: ouvi dizer que há um movimento, na Europa, para incluir as touradas na Unesco como "patrimônio da humanidade"! Quando morava em Florianópolis, eu sempre ouvia comentários e lia matérias criticando a tradicional e ridícula farra do boi. E é, de fato, uma brincadeira de muito mau gosto. Mas por que a versão chique e primeiromundista dessa farra é considerada por muitos como "patrimônio"? Os bárbaros estão espalhados por todo o mundo.[MB]

Rir realmente é o melhor remédio

Médicos consideram o riso tão saudável quanto a prática de exercícios. De acordo com eles, uma gargalhada é como uma “malhação interna” – ela faz com que a sua pressão sanguínea baixe, assim como diminui o stress e ativa o sistema imunológico. Voluntários de uma pesquisa assistiram 20 minutos de comédia ou de números de stand up e seus hormônios relacionados ao stress e até mesmo o colesterol diminuiu um pouco. Além disso, seu apetite também foi estimulado. A gargalhada, então, pode prevenir doenças cardíacas, ajudar no tratamento da diabetes e é muito importante, principalmente, para idosos que não conseguem mais fazer tanto exercício físico. [Leia mais]

Jornalismo com pé no chão e salto alto

A revista Veja desta semana ajudou a dimunuir o entusiasmo dos jornalistas sensacionalistas que anunciaram a criação de "vida sintética" em laboratório. Na matéria "Eles ainda não são deuses", a semanal explica: "O extraordinário anúncio de Craig Venter exige uma explicação que, para ser bem clara, deve começar pelo que a pesquisa com o genoma do Mycoplasma mycoides não é:

"Ela não é a criação artificial da vida, nem a criação de vida artificial. Isso significa que Venter não partiu de matéria inanimada e com ela produziu um ser vivo. Tampouco produziu um ser com base em alguma química vital misteriosa desconhecida da ciência.

"Não é a criação de célula ou bactéria sintéticas. A equipe americana conseguiu, sim, desenhar, sintetizar e montar o genoma de uma bactéria e inserir esse material em uma bactéria diferente. O genoma é o conjunto completo do material hereditário que a maioria dos seres vivos carrega e utiliza para produzir descendentes da mesma espécie. Portanto, não houve a criação sintética de um organismo vivo completo, mas apenas de seu núcleo genético.

"Não é a invenção de um novo genoma. Venter e equipe recriaram um genoma que já existe na natureza. A metáfora mais clara e obrigatória é com alguém que desmonta um relógio, depois remonta as peças, instala o conjunto em um estojo diferente e o mecanismo volta a funcionar normalmente. Ainda assim, para fazer o mecanismo genético sintético funcionar na nova célula a equipe americana precisou enxertar sua criação com DNA natural da célula receptora.

"Não é o maior avanço genético de todos os tempos. O título fica ainda com Crick e Watson, pais da biologia molecular. Craig Venter levaria o título se tivesse criado o primeiro ser vivo artificial, sem um antepassado, portanto, a partir de matéria inanimada. Isso ainda é privilégio da natureza. Continua de pé o repto lançado por Charles Darwin, pai da teoria da evolução, morto em 1882, segundo o qual todo o seu trabalho poderia ser jogado na lata de lixo se lhe apontassem um 'único ser vivo que não tivesse um antepassado'."

É preciso dar os parabéns à revista pelo contraponto. Mas não dá pra elogiar muito. Nas páginas amarelas dessa mesma edição, Veja publicou entrevista com o professor Jared Diamond, que defende a democracia como requisito indispensável para o progresso. Mas o mesmo Jared faz uma afirmação não muito democrática: "Não é possível ser biólogo, nem mesmo um bom médico, se você não acredita na evolução." O que dizer do Dr. Ben Carson, adventista e criacionista? E o Dr. Ariel Roth, autor de vários livros e ex-pesquisador do Geoscience Research Institute? Negar que existam bons cientistas criacionistas é igualmente um tipo de fundamentalismo.

Jared também associa (e sabemos que Veja endossa isso) o "anti-intelectualismo americano" e o "fundamentalismo evangélico". É a velha atitude arrogante daqueles que pensam que as pessoas que seguem a Bíblia e se pautam por ela não podem ser pensantes. É a contradição dos que sustentam a necessidade de pluralismo e mente aberta, desde que "não me venham com cristianismo bíblico".

Parece que o jornalismo de Veja é pé no chão, mas pisa com salto alto.[MB]

The Secret of Life

Bispo católico admite unicidade humana

Em meu programa de mestrado em Teologia estou lendo o livro Antropologia Cristã (Ed. Vozes), do bispo franciscano Valfredo Tepe. Na página 226, encontrei esta pérola: “A religião cristã nasceu do tronco de Israel. Ao ser transportada ‘para os gentios’, se inculturou no helenismo, reinante naquela época. A Sabedoria bíblica como que se identificou com o Logos grego. Na época patrística, os padres gregos, responsáveis pela inculturação, usaram os instrumentos da filosofia grega. Conseguiu-se uma perfeita transição? O conceito platônico da alma imortal não corresponde exatamente ao conceito bíblico do ser humano. A dicotomia latente da filosofia grega corpo x alma – exacerbada depois por Descartes – não é afirmada pela Bíblia. O ser humano é antes espírito em corpo. Este ser individual, pessoa humana, morre quando a união entre espírito e corpo se desfaz. Não sobrevive a alma, ‘libertada’ do corpo mortal. O que sobrevive é o amor. Deus é amor. Deus é imortal. Quando Ele ama torna imortal o amado. ‘Tu não podes morrer’ – na boca de Deus não é uma proclamação romântica e irreal. ‘Eu digo e faço’ (Ez 36:36). Quando Ele diz, ao criar um ser humano: ‘Eu te chamei pelo nome, tu és Meu’ (Is 43:1) e ‘Com amor eterno Eu te amei, por isso conservei para ti Meu amor’ (Jr 31:3), nos garante vida eterna. Ele cria um interlocutor para sempre, cria o eu metafísico que dá ao indivíduo humano sua dignidade de pessoa desde o instante de sua concepção.”

Clique aqui para saber mais sobre o estado do ser humano na morte.

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Projeto Atlanta: Restaurante Cuatro Cruzes

Retomar o projeto Atlanta não foi fácil. Não poderia voltar a Costa Rica sem o visto norte-americano. Mas, por um milagre, me concederam o visto de turista e de negócios por cinco anos. Com o visto em mãos, sai buscando patrocínios. Bati em muitas portas abastadas e todas me fizeram promessas. Me deram “chá de cadeira” e, por fim, recebi um não amargo e definitivo. Restou-me a alternativa de comprar a passagem parcelada para San Jose, capital da Costa Rica, onde interrompi a viagem para vir ao Brasil retirar o visto e buscar apoio financeiro. Acho incrível que, mesmo sendo eu o único brasileiro adventista que sai de seu país montado numa bicicleta, cruzando as três Américas, não encontre quem me ache digno de um patrocínio completo... Não fosse a misericórdia de Deus e alguns bondosos irmãos que têm tirado de suas economias uma parte para me ajudar, esse projeto poderia ter naufragado. Porém, tenho me dedicado a esse serviço tão-somente por ter a certeza de que meu testemunho pessoal tem salvado vidas de diversas nações.

A glória pertence a Deus, e quando Ele quiser, abrirá as janelas do Céu e terei que construir muitos celeiros na terra para conter Suas bênçãos sem medida!

No dia 26 de maio, às 16h, o avião procedente de São Paulo pousou em San Jose. Peguei um taxi e desci na casa do pastor Michael Castro, que estava guardando a “gorducha” (minha bike). Meus olhos brilharam quando vi meu veículo de viagem. Posso até dizer que senti falta dela.

No dia seguinte, às 7h, levei a bicicleta para trocar o cambio traseiro e a corrente que haviam sido danificados na Sierra de la Muerte, na chegada a Costa Rica.

Às 11h desta terça-feira, 27, após me despedir do pastor e sua família, saí “desesperado” para a rodovia Interamerica. Alcançando-a, pedalei rápido por 91 km até que cheguei à cidade chamada Cuatro Cruzes. Eram 18h30 quando cheguei nesse lugar. O sol já tinha se escondido no horizonte. A estrada, sem acostamento estava muito perigosa para prosseguir e então resolvi dormir ali.

Como para essa etapa levo uma barraca, procurei um posto de gasolina e pedi que me deixassem armar a barraca e dormir até o dia clarear. Recebi um não. “O patrão não permite”, disseram os frentistas. Fui a um posto policial próximo. Disseram não haver espaço para a barraca. Fui a um restaurante e pedi para armar no pátio. Dessa vez, a resposta foi sim, porém, era necessário esperar o estabelecimento fechar depois das 22h. Aceitei e, em minha pequena barraca, dormi a primeira noite após o retorno. Sem direito a janta. “Jantei” uma garrafa de água mineral de um litro e meio. Para mim, dormir em hotel ou mesmo comer mais de uma refeição por dia é um luxo. Na verdade, confio que Deus me susterá e fará multiplicar o pão que chegue às minhas mãos.

Agora, minha única alternativa é olhar para frente. Seguir os passos do Mestre. Confiar nas promessas dEle. Acreditar que sigo amparado por Seus anjos. Ter a fé de que este projeto agrada aos seres celestiais e que sou amado por Deus. Sou como um grão de areia diante dos homens. Nem um pouco desejado. Mas tenho fé de que meus passos levando as boas-novas do reino eterno a todos merecem consideração diante do trono do Altíssimo. Não fosse assim, como estaria aqui? Dormindo dentro de uma pequena barraca, a quilômetros dos braços de minha amada Francis e dos meus queridos filhos Gregori e Glendali, Além do que, meu Brasil é o país mais lindo do mundo. Pelo menos até o que conheço agora.

Por isso tudo, continuo seguindo para os Estados Unidos, montado na “gorducha”. Gostaria de ter o privilégio de tê-lo comigo outra vez.

Vamos juntos porque Deus esta aqui!

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)

terça-feira, maio 25, 2010

Prêmio Jegue Epistemicus 2010

Fazia tempo que esse prêmio não era concedido. Para ganhá-lo é preciso ter uma pesquisa de peso que seja alardeada pela grande mídia como sendo um feito científico insofismável que traga luz à origem e evolução do universo e da vida. O primeiro Prêmio Jegue Epistemicus de 2010 vai para a equipe do J. Craig Venter Institute e a grande mídia internacional pelo anúncio estapafúrdio do “plágio da criação” (Argh, isso é como cometer um holocausto epistêmico contra a Nomenklatura científica!) da primeira vida sintética. O que houve de verdade foi apenas, NOTA BENE, apenas um transplante genômico, capice? Transplante agora é “criação” (Arghs!!!) de vida?

Sem mais comentários, pois este blogger não ficou nada impressionado com essa descoberta a ponto de dormir tranquilamente nesses últimos dias. US$ 40 milhões de dólares por um “plágio”? Eu, se fosse o patrocinador, pediria meu dinheiro de volta! O Venter vendeu “plágio” por “criação” (Vade retro, palavra abjeta! Larga do meu pé, sô!). Traduzindo em graúdos: vendeu gato por lebre, e a grande mídia internacional idiota trombeteou aos quatro cantos (da Terra?) uma descoberta traque que não foi a grande explosão digna dos fogos Caramaru, os únicos que não dão CHABÚ!

(Desafiando a Nomenklatura Científica)

"Francamente, os cientistas não sabem o suficiente sobre biologia para criar vida. Embora o Projeto do Genoma Humano tenha expandido a lista de peças para as células, não há manual de instrução para reuni-las para produzir uma célula viva. É como tentar montar um avião jumbo operacional a partir de sua lista de peças — impossível. Embora alguns de nós na biologia sintética possam ter delírios de grandeza, nossos objetivos são muito mais modestos" (Jim Collins, Nature).

Nova palestra: Casamento - sem data de validade


Clique aqui para fazer o download.

Antropomorfizações cósmicas

O telescópio espacial Hubble captou um planeta de nossa galáxia, a Via Láctea, sendo devorado por sua estrela gravitacional, anunciou nesta segunda-feira um comunicado publicado no Astrophysical Journal Letters. O planeta agonizante, batizado de Wasp-12b, é o mais quente conhecido na Via Láctea, com uma temperatura de 1.500 graus Celsius em sua superfície, e poderá desaparecer totalmente nos próximos dez milhões de anos, segundo os autores. A descoberta foi possível graças a um instrumento novo instalado no Hubble em 2009. Trata-se do “Cosmic Origins Spectrograph”, que captou a atmosfera do planeta inchando devido ao calor e à força gravitacional de sua estrela. O Wasp-12b, descoberto em 2008, está a 600 anos-luz da Terra (um ano-luz corresponde a 9,4 bilhões de quilômetros), na constelação de Auriga. Os astrônomos sabiam que as estrelas podiam tragar seus planetas caso estes se aproximassem muito, mas esta é a primeira vez que o fenômeno é observado de perto.

(Veja.com)

Nota: Antes de mais nada, é bom lembrar que a “foto” acima é apenas uma representação artística do que se crê estar acontecendo com o Wasp-12b. Não existem observações diretas do planeta e, portanto, nem se sabe exatamente o que está ocorrendo por lá. Mas o que chama atenção nesse tipo de notícia é a tentação da antropomorfização, ou seja, atribuir conceitos humanos a objetos sem vida como estrelas e planetas. Note que a matéria diz que o planeta “agonizante” está sendo “devorado”, dando a impressão de que se trata de uma injustiça astronômica, uma violência cósmica. O mesmo vale para as supernovas, fenômeno comumente chamado de “morte de estrelas”. Estrelas não morrem e planetas não agonizam. Prefiro pensar que esses fenômenos são como fogos de artifício de Deus que não nos colocou num universo monótono.[MB]

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Só assim eles chegam perto do céu

Esse é o título da nota sobre Valdemiro Santiago publicada na seção “Radar” da revista Veja desta semana. Eis o texto: “Valdemiro Santiago, chefe da Igreja Mundial do Poder de Deus, está negociando a compra de um jato bimotor Global Express, de 48 milhões de dólares – igualzinho ao que o seu atual concorrente e antigo chefe Edir Macedo possui. Santiago já é dono de um jatinho e um helicóptero, comprados há menos de um ano.”

Veja esqueceu de mencionar outros dois “pastores alados”: Silas Malafaia, da Assembleia de Deus (comprou jato de 12 milhões de dólares), e R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça (jato de 5 milhões de dólares). Pelo visto, esses homens não estão preocupados com os suados recursos que seus seguidores lhes confiam, nem com a opinião pública e com o descrédito que trazem sobre o cristianismo. Nos tempos de Jesus, os nobres e altos funcionários é que andavam de carruagem. O Mestre e Seus discípulos percorriam a pé as distâncias da Palestina, e assim podiam encontrar as pessoas. Não faria mal algum Santiago, Malafaia, Macedo e Soares viajarem em voos comerciais ou mesmo de ônibus. Assim poderiam falar às “ovelhas perdidas” e não apenas aos seus respectivos e cativos rebanhos.

Seria bom que esses “pastores” dessem ouvidos a declarações como esta, de Mahatma Ghandi: “Eu seria cristão, se não fossem os cristãos.” Ou a esta, do famoso escritor Arthur Clarke: “Basta olhar tudo o que foi feito em seu [do Cristianismo] nome nos últimos milênios para perceber que o Cristianismo poderia ter sido a melhor das religiões, mas nunca foi praticado direito” (Folha de S. Paulo, 22 de agosto de 1997).[MB]

Leia também: “Filosofia e teologia a mais de 10 mil metros”

segunda-feira, maio 24, 2010

Depressão tem lado bom? Para Darwin, sim

A ciência vem se esforçando para demonstrar que a depressão tem seu lado bom e que dela podemos tirar proveito se percebermos seu potencial transformador. É o que defendem dois pesquisadores evolucionistas norte-americanos, em um estudo recente publicado no periódico Psychological Review no qual tentam desvendar o que chamam de “o paradoxo da depressão”. Guiados pela teoria da seleção natural de Charles Darwin (1809-1882), o psiquiatra J. Anderson Thomson, da University of Virginia, e o psicólogo Paul W. Andrews, da Virginia Commonwealth University, passaram anos tentando entender por que doenças mentais como a esquizofrenia afetam apenas de 1% a 2% da população mundial, enquanto a depressão já atinge mais de 20%. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde divulgadas em setembro de 2009, essa será, em duas décadas, a doença mais comum do planeta, à frente do câncer. Residiria aí o tal paradoxo: por que uma disfunção tão sofrida também é tão comum?

Segundo Darwin – ele próprio um notório deprimido, como explicitou em várias cartas ao longo da vida –, as espécies passam por um inexorável processo de adaptação em que características mais favoráveis a sua existência acabam sendo passadas de geração a geração. Trata-se de um afinadíssimo mecanismo de seleção e especialização que garante a permanência de traços que nos deixam mais aptos a encarar os obstáculos. Adeptos da psicologia evolucionista acreditam que a seleção natural não envolve apenas o corpo. As características da mente humana também seriam o resultado de uma longa jornada de depuração em nome da sobrevivência e reprodução. Se a teoria de Darwin é amplamente aceita até hoje no meio científico, argumentam Thomson e Andrews, então a depressão não pode ficar de fora. Em outras palavras, a depressão seria uma adaptação humana que chegou até nós com tamanha incidência não por acidente, mas porque precisamos dela como indivíduos.

De acordo com essa perspectiva, a depressão nada mais é do que uma resposta radical da mente para que encaremos nossos dilemas mais profundos. “Como a dor física, ela serve para sinalizar que existe um problema a ser resolvido”, afirma Thomson. “Seria maravilhoso se a gente não tivesse de sentir dor. Só que não é assim. A depressão, como a dor, é um mal necessário.” Esse mecanismo seria tão poderoso que nos faria parar e olhar na marra para dentro de nós mesmos, ainda que de forma muitas vezes caótica, nem sempre consciente e invariavelmente sofrida. Tamanha concentração da mente tem um preço, exigindo muitas vezes terríveis sacrifícios. Por causa dela, alguns param de comer, de trabalhar, de ver os amigos e de sentir prazer.

Integrante da mesma corrente de pesquisa que tenta mostrar que a doença não é apenas uma disfunção qualquer, Edward Hagen, psicólogo evolucionista da Washington State University, costuma compará-la a uma greve geral. “Por que os trabalhadores entram em greve? Porque não estão satisfeitos. Acontece o mesmo com nossa mente. Trata-se de um ultimato, um pedido de socorro para que mudemos o que está nos prejudicando.”

(Galileu)

Nota: Por que ninguém havia pensado nisso antes? Mas é claro! A “teoria-explica-tudo” pode explicar até mesmo a doença do século. O evolucionismo já “explica” (e, portanto, justifica) a mentira, o adultério e a crença religiosa. Agora, até mesmo a depressão passa a ser “vantajosa” para a humanidade e, portanto, acabou naturalmente selecionada. Infelizes dos nossos “ancestrais primitivos” que não dispunham de remédios nem de terapia...[MB]

Dica de leitura: Como Sair da Depressão

domingo, maio 23, 2010

Marcelo Rubens Paiva não entendeu nada

Em sua coluna de 22 de maio no site do Estadão, o escritor Marcelo Rubens Paiva fala sobre o fim do mundo, cita site adventista e deixa claro que não entendeu o assunto. Leia alguns trechos aqui: "Mais e mais pessoas têm dito por aí que o mundo vai acabar em 2012, fim previsto pela Terceira Profecia Maia. Já tem até site oficial, www.ofimdomundo.com.br, curiosamente patrocinado pela revista Um Dia de Esperança [entregue pelos adventistas na semana passada, no projeto Impacto Esperança]. Culpa do calendário Maia, que misteriosamente termina em 23 de dezembro de 2012. Sinais de alerta foram emitidos: chuvas torrenciais em São Paulo, Angra e Niterói no começo do ano, terremotos na China e Chile, tsunami na Ásia, furacão Katrina, desastre ambiental no Golfo do México, que trocou a água azul do Caribe pelo petróleo. O vulcão, que, além de um nome impronunciável, controla o ir e vir de todos os passageiros da Europa, poderia trazer o fim. Mas não seremos extintos por um orifício que expele magma que nem os noticiários das populações de outros planetas conseguem pronunciar.

"Será no dia 31 de janeiro de 2012, quando 433 Eros, o segundo maior objeto próximo à Terra já registrado, pedregulho de 33 km da largura, passará perto? Ou em 15 de abril, centenário do naufrágio do Titanic, prenúncio da ira do planeta contra a modernidade?

"Em 20 de maio de 2012 haverá um eclipse solar anular. Em 13 de novembro, um solar total. Nosso fim será às escuras? Dia 27 de julho é a Abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Um meteoro gigante cairá durante a cerimônia, efeito especial catastrófico, incomparável, definitivo. Mais espetacular que o triplo carpado e o ursinho Misha, mascote chorão reproduzido pelo público no estádio dos Jogos de Moscou.

"Ou chegará o Anticristo em 6 de novembro, eleições presidenciais dos Estados Unidos, que determinará que a guerra contra o terrorismo tem só uma saída: acabar com toda a espécie.

"Em 31 de dezembro de 2012 expira o prazo do Protocolo de Kyoto. Nessa mesma noite, todas as fábricas e usinas atômicas abrirão as válvulas, todos os habitantes do planeta sairão com seus carros para dar um rolê e comemorar o fim das imposições à emissão de carbono, e os plantadores de soja queimarão a Amazônia com maçaricos. [...]

"O que fazer? Guardar estoque de água, comida enlatada, lanterna, travesseiros, roupas confortáveis, abridor de lata, um litro de conhaque, perfumes, xampu anticaspa, relógio de cordas, retratos da família, baralho, tabuleiro de War, clássicos literários e esperar. [...]

"Boa sorte. Nos vemos por aí."

Nota: Paiva caiu direitinho na armadilha do inimigo de Deus (mas é claro que o escritor não vai admitir isso): foi Satanás quem inventou essas predições hilárias e absurdas com o objetivo de desviar a atenção da profecia bíblica segundo a qual Jesus voltará para resolver os problemas deste mundo carcomido pelo pecado. Aliás, talvez Paiva não saiba (e muita gente também não), mas, diferentemente das "profecias" de Nostradamos, dos maias e outras por aí, a Bíblia não errou uma predição sequer. É só pesquisá-la à luz da história. Tenho feito isso há duas décadas. Pelo visto, Paiva nem sequer se deu ao trabalho de ler os artigos do site O Fim do Mundo (como o meu "2012: a ilusão da solução sem Deus"), pois acha que ali se está divulgando a profecia maia. Muito pelo contrário, ela está sendo criticada ali. Além do site, Paiva deveria estudar a Bíblia para saber que existe esperança e que feliz não será o ano velho, mas o novo dia após a volta de Jesus.

Paiva se mostra um cético localizado quando cita a profecia de Ivan Fiodorovich, em Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski, que vaticina: "Quando a humanidade, sem exceção, tiver renegado Deus (e creio que essa era virá), então cairá por si só, sem antropofagia, toda a velha concepção de mundo e, principalmente, toda a velha moral, e começará o inteiramente novo. Os homens se juntarão para tomar da vida tudo o que ela pode dar, mas visando unicamente à felicidade e alegria neste mundo. O homem alcançará sua grandeza imbuindo-se do espírito de uma divina e titânica altivez, e surgirá o homem deus. [...] Cada um saberá que é plenamente mortal, não tem ressurreição, e aceitará a morte com altivez e tranquilidade..."

Por que Paiva considera esse autor confiável em seus escritos e "profecias", e outros não?

Ele pergunta ainda "O que fazer?". Simples: "Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras" (Tito 2:11-14); "Estai de sobreaviso, vigiai [e orai]; porque não sabeis quando será o tempo" (Marcos 13:33). O que fazer? Entregar a vida a Jesus e se preparar para a vinda dEle.[MB]

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sexta-feira, maio 21, 2010

Famílias da esperança: o portfólio de Deus

Os cristãos e os adventistas em particular são portadores de uma mensagem maravilhosa. Assim como no passado, Deus escolheu um povo especial para levar Sua Palavra ao mundo. Deus os escolheu para anunciar a volta de Jesus e mostrar a todas as pessoas que existe esperança. Mas a felicidade que Jesus promete não precisa começar somente quando Ele voltar. É claro que ela será plena a partir daquela ocasião, mas Jesus pode nos fazer felizes aqui também.

As pessoas que recebem nossa mensagem, como aconteceu no dia do projeto Impacto Esperança, querem ver o poder transformador de Jesus na vida de Seus filhos. E de que forma e em que lugar esse poder pode melhor ser visto? No lar. É no lar que mostramos quem somos de verdade e se Jesus está realmente em nosso coração. [Leia mais]

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O Cético: por que a mãe não rejeita o feto


Clique na imagem para ampliá-la. Leia mais tirinhas do Cético aqui.

Vida artificial ou jornalismo fantástico?

Os principais jornais brasileiros entram na onda de espetacularizar a notícia e anunciam que o ser humano acaba de criar a vida. O Globo é o mais enfático: "Criada vida artificial", diz a manchete do jornal carioca. A Folha de S. Paulo vai na mesma linha e apregoa: "Ciência cria primeira célula sintética". O Estado de S. Paulo, mais comedido, informa que "Cientistas anunciam ter criado forma `sintética´ de vida". No interior dos jornais, logo após os textos explicativos fornecidos por agências internacionais a partir de artigo publicado na revista Science, alguns especialistas reduzem o impacto das manchetes.

A rigor, segundo especialistas citados pelos jornais, os cientistas financiados pela empresa americana Synthetic Genomics não criaram vida a partir do nada. O que eles fizeram foi mapear rigorosamente o DNA de uma bactéria, guardar essas informações em um computador e depois introduzi-las em uma célula de uma bactéria de outra espécie "esvaziada" de material genético.

Reativada com as informações armazenadas no computador, a bactéria que estava inativa voltou à vida e suas células se reproduziram, replicando as características impressas pelos pesquisadores.

Trata-se, segundo alguns especialistas citados pelos jornais, de uma espetacular façanha técnica, mas não de uma revolução científica, como fazem crer as manchetes.

O líder da equipe de pesquisadores é o geneticista americano James Craig Venter, um dos autores do projeto Genoma e também dono da empresa que irá se beneficiar da patente gerada pelo projeto, o que pode contaminar sua avaliação científica.

Mesmo com sua enorme importância para o conhecimento humano, a proeza dos cientistas da Synthetic Genomics ainda não significa, como dão a entender os jornais, a criação sintética de vida – o que remete a certo vício da imprensa.

Seja em relação à ciência, à economia ou à política, os jornais seguem mapeando a história a partir de fatos espetaculosos, como se coubesse à imprensa determinar onde devam se situar os grandes eventos da humanidade.

Talvez seja mesmo mais fácil criar vida sintética nas páginas do jornal do que encontrar vida inteligente no mundo real.

(Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa)

Nota: Eu estava pesquisando sobre o assunto para escrever um texto a respeito, quando me deparei com esse artigo do Luciano Costa. Não tem o que tirar e (quase) nem pôr. Tirou as palavras do meu teclado. Curiosamente, essa notícia exagerada uniu na comemoração ateus, darwinistas e criacionistas, afinal, a vida foi criada![MB]

William Dembski também comentou: "A retórica é interessante. O que eles fizeram foi enfiar um genoma sintético dentro de uma célula não sintética. No entanto, eles falharam ao falar de 'síntese de célula bacteriana'. De fato, uma manchete diz: 'A primeira célula sintética Auto-Replicante'. Isto é enganador. Se alguma coisa vai ser chamada de 'sintética', não devia a totalidade dessa coisa ser sintetizada, e não apenas uma parcela minúscula da mesma? E não sabemos que essa célula evidencia design e, em caso afirmativo, por que não haveriam as células que não foram tocadas pela Synthetic Genomics fazer o mesmo, ou seja, implicar design?"

quinta-feira, maio 20, 2010

Fóssil de tecodonte é encontrado no RS

A descoberta de um fóssil quase completo do superpredador tecodonte Prestosuchus chiniquensis, no município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul, atraiu a atenção da imprensa internacional. Após apresentação feita pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), na última segunda-feira, dia 10, veículos como os britânicos Telegraph, Daily Mirror e Fox News repercutiram a notícia da espécie que tinha aproximadamente 7 m de comprimento e pesava 900 kg. O animal viveu no período Triássico (há aproximadamente 238 milhões de anos [na cronologia evolucionista]) e é [tido como] um ancestral dos dinossauros.

Segundo o paleontólogo Sérgio Cabreira, responsável pelo achado, a imprensa internacional não está acostumada com trabalhos na América do Sul. Países como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, defendem a sua própria cultura científica. “Aí, nesse conjunto, nós, brasileiros aqui do Sul, descobrimos algo completo com estruturas que não haviam sido encontradas antes. Isso mexe com o contexto”, afirma. De acordo em ele, o Brasil está em ascensão no cenário internacional e já é visto com respeito. “Não precisamos mais de suporte externo, temos estrutura.”

O pesquisador ressalta também que essa região do município de Dona Francisca é um dos sítios de fósseis mais importantes do mundo. “A área explorada ainda é pequena. Quando o processo de pesquisa for formatado realmente, vamos encontrar dezenas de fósseis.” [...]

O cientista acredita que esse animal tenha sido soterrado pela enchente poucos dias após sua morte. “Encontramos um fóssil com crânio, coluna cervical, cauda, em excelente estado de preservação. O fóssil fala por ele mesmo.” Depois da divulgação das imagens, paleontólogos de diversas regiões visitaram o local. [...]

(Terra)

Nota: A equipe de pesquisadores brasileiros merece louvor pelo fato de se tornar independente de “suporte externo”. O Brasil pode e deve, com os devidos incentivos, fazer boa e respeitável ciência. Quero apenas chamar atenção para a declaração de Cabreira de que o animal teria sido soterrado por uma enchente poucos dias após a morte. Na verdade, é sempre a mesma “explicação” para todos os fósseis em bom estado de preservação encontrados por todo o mundo. Haja enchente para explicar tantos fósseis, alguns tremendamente maiores que o tecodonte! O fato é que o bom estado de preservação sugere soterramento instantâneo seguido de morte (muitos fósseis de dinossauros, peixes e outros animais indicam morte por sufocamento).


A meu pedido, o amigo designer Cristiano James Kleinert, que mora a 20 km do local do achado, esteve lá e fez algumas fotos do tecodonte (que ilustram esta postagem). No blog dele, Cristiano explica que toda região central do Rio Grande do Sul, chamada de “depressão central”, é um grande sítio paleontológico onde constantemente são encontrados fósseis de plantas e animais. “Eu já ouvira de meu pai que ele, quando criança, encontrara fósseis de árvores enormes, ainda com alguns galhos, quando escavavam a terra para a construção de uma barragem para irrigação de arroz”, diz o designer. O tamanho da área em que são encontrados fósseis no RS sugere mais que uma simples enchente.[MB]


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Áustria usa druidas para reduzir número de acidentes

Inicialmente, a medida foi mantida em sigilo. Por razões óbvias. Mas os bons resultados fizeram com que autoridades da Áustria revelassem a inusitada estratégia para reduzir o número de acidentes em estradas no país. Para atingir esse objetivo, o governo contratou druidas – sacerdotes celtas – para que eles construíssem uma série de monumentos Stonehenge a fim de drenar a energia negativa nos pontos mais problemáticos das rodovias. “No começo estávamos meio céticos, e não queríamos que as pessoas ficassem sabendo. Então mantivemos a medida em sigilo”, disse Harald Dirnbacher, engenheiro-chefe do órgão que cuida das estradas austríacas, ao Croatian Times. Mas, segundo o governo, a melhora foi tão impressionante que as autoridades do país europeu resolveram ampliar o programa com os druidas. Os sacerdotes celtas só temem perder a luta para as torres de telefonia celular, que, de acordo com os místicos, espalhariam radiação negativa de uma forma difícil de combater. Ah tá!

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Nota: O paganismo ocultista vai ganhando espaço tímida, mas progressivamente nas questões de Estado. No Brasil, é o Cobra Coral.

Projeto Atlanta: Frutos do Espírito 2

No dia oito de agosto de 2009, deixei o meu lar na cidade de Bertioga, litoral norte do Estado de São Paulo, região sudeste do Brasil. Por muitas vezes me afastei dos meus entes queridos para viajar. No entanto, especificamente nesse dia oito, não estava saindo de casa para uma viagem comum. Não estava me despedindo do meu filho Grégori, da Glendali e de minha amada esposa Francis, para um afastamento de um dia, dois, uma semana ou um mês. Dessa vez a viagem tem previsão de durar vários meses. Pode até ser que fosse de um dia, no entanto, ir para longe de quem amamos, mesmo que seja por algumas horas, faz brotar uma dor apertada no coração. Enche-nos de uma angústia na alma e é necessário apegar-se ao Consolador para suportar a ausência daqueles que, quando somos obrigados a deixar para trás, levam consigo um pedaço de nós.

O conforto para mim e para os que ficaram em nosso paraíso, na cidade de Bertioga, reside no motivo pelo qual deixo nosso querido Brasil: pregar o evangelho em todos os países da Terra. Isso mesmo! Deixo tudo quanto mais amo neste planeta para ir a outras nações cumprir a ordem do mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo.”

Outra razão que tem me impulsionado a avançar nestas viagens é que recebi um convite direto e pessoal de Deus, quando Ele me disse: “Eu te escolhi para que saias por todo o mundo e vás anunciar que Meu Filho Jesus em breve virá.”

Foi por isso que me vi revestido de forças para dar um beijo, um abraço caloroso e um decidido adeus, para ir rumo à cidade de Boa Vista, capital do Estado de Roraima, na região norte deste Brasil continental, e de lá, sobre meu “cavalo de aço”, a “gorducha”, minha bike, iniciar no dia 12 de agosto a travessia das três Américas, com o alvo de chegar até Atlanta, no Estado da Geórgia, Estados Unidos.

Largando de Boa Vista, primeiramente cheguei à cidade de Santa Helena de Uairén, na Venezuela. Cruzei esse país de leste para oeste, e após percorrer 2.732 km, alcancei a cidade de Cucuta, na Colômbia. Pedalei 1.580 km em território colombiano e entrei em Puerto Obaldia, primeira cidade do principal país da America Central, o Panamá. Ali rodei por 720 km e atravessei mais uma fronteira, dessa vez para alcançar San José, capital da Costa Rica, após pilotar a “gorducha” por mais 420 km.

Depois que cheguei a San José, após viajar mais de 5.000 km, parei para analisar o resultado evangelístico deste desafio. Venho pregando e testemunhando em escolas, universidades e igrejas por esses países. Em todas as ocasiões, faço apelos para que se alguém em sua perfeita razão entende que anuncio o verdadeiro caminho para o Céu, que se converta e entregue a vida ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Anotei em papéis o nome de muitos que fizeram esse compromisso com Deus. São os frutos do Espírito até o momento do Projeto Atlanta. Estarei orando para que muito em breve Jesus volte e nos leve para o Seu Reino.

Sinto que está valendo à pena o sacrifício. Se Jesus viria ao mundo para morrer por um único pecador, tenho que me ver realizado, pois graças à oportunidade de testemunhar, muitos agora estão mirando o mesmo alvo de minhas peregrinações na Terra: a Canaã Celestial.

É por isso que continuarei neste caminho, como um “caçador celeste”, fazendo todo o possível para convencer os que abrirem os olhos e ouvidos ao clamor de que Jesus está às portas.

Estou indo para Atlanta na companhia de Deus. Convido-o a me acompanhar.

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)

Sexo, por que não?

Como quase toda jovem cristã, ela era muito romântica e sonhava conhecer a pessoa ideal com quem se casar. Encontrou o “príncipe” e o namoro começou. Só que, com o tempo e a intimidade, os limites que haviam estabelecido começaram a ser desafiados. “A cada dia a gente falava mais sobre amor, e até sobre casamento. Era tão bom ficar com ele!”, relata a moça que prefere não ter o nome divulgado. “Mas percebemos que alguma coisa errada acontecia entre nós quando o sexo dominava nosso relacionamento. Quanto mais nos envolvíamos,mais íntimos nos tornávamos; e, mesmo assim, brigávamos muito. De qualquer maneira, estava segura de que ele era a pessoa certa para mim.” O problema é que a “pessoa certa” acabou se transformando com o tempo. “Pouco a pouco, perdemos o respeito um pelo outro... Logo, tudo se inverteu. O amor começou a se desgastar. Havíamos compartilhado tudo e, como éramos muito jovens para nos casar, nosso relacionamento perdeu a graça. Haviam me prevenido sobre isso. Falaram-me repetidas vezes sobre a mágoa de se dar algo que nunca mais poderá ser recuperado. Agora entendo. Fui tola o bastante para descobrir por mim mesma.”

A garota da história acima tinha apenas 15 anos quando terminou o namoro e ficou com as mágoas. Ela ficou com medo de se apaixonar de novo e confiar novamente em alguém. Tremia só de pensar em falar de seu passado com um novo namorado. Tinha medo de não poder ter uma vida verdadeiramente íntima com ele, caso não contasse. “É terrível sentir-se privada do mistério do futuro, de sua dignidade, valor e respeito próprio. Eu amava o Guto*. A ferida vai demorar muito tempo para sarar”, é o desabafo de uma alma muito jovem para suportar tanto peso. [Leia mais]

Desclassificado por se recusar a jogar no sábado

Stefan Mangroo, de 17 anos, foi desclassificado do torneio seccional da Divisão II, no sábado passado, por se recusar a atuar no dia em que sua religião, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, destina ao descanso. “É o dia do Senhor. A gente tem de seguir aquilo em que acredita”, justificou Mangroo, que frequenta o templo de Centerville. Mangroo e seu parceiro veterano Cody Buffenbarger deveriam jogar duplas pela Franklin High School, pelas semifinais. Quando não apareceram na quadra, foram desclassificados. De acordo com uma dirigente, se a dupla tivesse alegado uma falsa contusão para desistir da partida, teria perdido o jogo, mas avançado à fase seguinte.

(Tênis Brasil)

Nota: Conforme lembra o leitor Fellipe Petermann, a última frase do hino nacional norte-americano diz: “Sobre a terra dos livres e o lar dos valentes!” Que liberdade é essa que pune aqueles que querem viver de acordo com os ditames de sua consciência religiosa? Que valentia seria essa de inventar uma mentira para prosseguir no campeonato e fugir do testemunho e da responsabilidade para com Deus? Parabéns, Stefan![MB]