terça-feira, dezembro 31, 2013

Como viveremos em 2014?

Questão de escolhas
Quase um ano atrás, mais de 200 jovens perderam a vida num incêndio em uma boate em Santa Maria, RS. Entre tantas histórias tristes e dramáticas, uma em especial me chamou a atenção: a do estudante João Vitório Tavares, então com 19 anos. Segundo ele, sua vida foi salva pelo pai. “Os guris já tinham me ligado umas setes vezes para ir para a Kiss, já tinha até me arrumado, mas meu pai trancou o pé na porta e não me deixou sair. Acabei dormindo e fui acordado por várias ligações me perguntado se eu estava bem”, disse o estudante. Ele perdeu ao menos três amigos na tragédia. “Poderia ter sido eu, era para eu estar lá.” De certa forma, 2013 representa o ano em que João “nasceu de novo”. Aquela poderia ter sido a última noite da vida dele, como foi para centenas de outros jovens. Mas não, João continua vivo. Recebeu uma segunda chance de continuar sua história. O que 2013 representou para você? E se, perdoe-me por perguntar, você soubesse que 2014 fosse seu último ano de vida?

Na Bíblia, encontramos a história de várias pessoas e o relato de seus começos, meios e fins. Algumas começaram bem e terminaram mal. Outras começaram mal e terminaram bem. Outras, ainda, começaram mal e terminaram mal. E algumas começaram bem e terminaram bem. Enfim, pessoas que usaram seu livre-arbítrio para fazer escolhas e tomar decisões que afetaram sua trajetória nesta vida e até mesmo seu destino eterno.

Um desses personagens é Saul. Ele começou bem. Quando de sua escolha para ser o monarca de Israel, sentiu medo, incapacidade. Nas mãos de Deus, até profetizou. Mas, com o tempo, a autossuficiência e o orgulho tomaram conta da vida dele. Afastou-se do Senhor. Consultou uma feiticeira e acabou se suicidando (1Sm 31:1-6). Começou bem, terminou mal.

Outro que não soube aproveitar as oportunidades que Deus lhe concedeu foi Sansão, o homem fisicamente mais forte da Terra, mas um dos mais fracos no aspecto moral. Relacionou-se com prostitutas, tornou-se, assim como Saul, autossuficiente, acabou preso, humilhado e com os olhos furados. Nos últimos momentos de sua vida, clamou a Deus por restauração e foi misericordiosamente atendido (Jz 16:26-31). Conforme Hebreus 11, a salvação de Sansão está garantida. Mas isso não muda o fato de que a vida dele foi desperdiçada.

Diferentemente dos exemplos anteriores, a vida do primeiro mártir cristão, Estevão, foi muito bem aproveitada, já que foi dedicada a Deus. Estevão morreu exatamente como viveu: vendo a face de Jesus (At 7:54-60). Igualmente, Moisés viveu em comunhão com Deus (Êx 33:12-21) e terminou seus dias junto dAquele a quem tanto amou e serviu (Dt 34:1-7).

O que pode ser dito da sua história? O que poderá ser dito dela quando você dormir para este mundo e de você restarem apenas as lembranças na memória dos que ficaram?

Em Romanos 6:2, o apóstolo Paulo pergunta: “Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” É realmente uma pergunta muito pertinente: Como viveremos? Em grande medida, o fim de nossa vida depende de como a começamos e de como é o “durante”. Se estamos vivos hoje e conscientes de nossa situação, o começo já não importa tanto. Como terminaremos nossos dias não nos é permitido saber. Assim, o que mais importa é a maneira como estamos vivendo agora. A respeito disso podemos fazer alguma(s) coisa(s).

Stephen Smith e sua família aceitaram a mensagem adventista em 1850, mas logo ele começou a ter ideias contrárias à Bíblia e, em seguida, tornou-se altamente crítico dos líderes adventistas e de Ellen White. Smith não aceitou as advertências da Sra. White, que haviam sido dadas a ela numa visão sobre sua condição e seu triste futuro, a menos que ele tivesse uma mudança de coração. Ele se recusou a abrir e ler o testemunho escrito por ela e a carta permaneceu fechada no fundo de um baú por 28 anos – um período de grande amargura para ele.

Em 1884, ele leu vários artigos escritos por Ellen White e, em 1885, participou de algumas reuniões realizadas por Eugene Farnsworth. Durante uma reunião, ele confessou os erros de sua vida para a surpresa dos presentes que esperavam um discurso amargo. Voltando para casa, ele abriu a carta de Ellen White e descobriu que sua vida tinha sido exatamente o que ela disse que seria, se ele não voltasse para Deus. Em outra reunião, ele fez a seguinte confissão: “Os testemunhos estão certos e eu estou errado.”

Alguém disse que “é melhor fazer a vontade de Deus contra a minha vontade do que fazer a minha vontade contra a vontade de Deus”. O estudante João Vitório Tavares, de Santa Maria, aprendeu isso do modo mais difícil. Ele queria ir à boate, mas obedeceu à ordem negativa do pai. Somos livres para escolher nosso caminho, mas não somos livres para dar as costas para as consequências dessa escolha. Mesmo quando Deus “tranca o pé na porta”, ainda podemos insistir e dizer “não”. Ele respeita nosso livre-arbítrio. Com lágrimas nos olhos (como fez o pai do filho pródigo), Ele diz: “Ok, filho, siga seu caminho, mas não se esqueça de que sempre estarei aqui, de braços abertos, para recebê-lo.”

Quando Deus nos pede para escolher sabiamente os lugares que decidimos frequentar, as pessoas com quem vamos nos relacionar e os prazeres a que vamos nos entregar, Ele faz isso porque sabe que lugares, pessoas e prazeres podem representar bênção ou maldição; podem edificar ou destruir; podem refazer, recrear, santificar, revigorar ou desfazer, poluir e escravizar.

Quero me valer das palavras de Paulo em Romanos 13:11-14 como um convite para uma nova vida em 2014: “Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos. A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e vistamos a armadura da luz. Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne.

Lembre-se de que “as coisas mais importantes na vida não são coisas”, como escreveu Anthony J. D’Angelo. Em 2014, invista no que realmente vale a pena: sua relação com Deus, sua vida espiritual, sua família, seus amigos.

Como viveremos em 2014? Depende de nós.

Michelson Borges

sábado, dezembro 28, 2013

MEC diz que criacionismo não é tema para aula de ciências

MEC deveria ter outras preocupações
O Ministério da Educação tomou posição no debate relativo ao ensino do criacionismo nas escolas do país. Para o MEC, o modelo não deve ser apresentado em aulas de ciências, como fazem alguns colégios privados, em geral confessionais (ligados a uma crença religiosa). “A nossa posição é objetiva: criacionismo pode e deve ser discutido nas aulas de religião, como visão teológica, nunca nas aulas de ciências”, afirmou à Folha a secretária da Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar. Apesar do posicionamento, o MEC diz não poder interferir no conteúdo ensinado pelas escolas, pois elas têm autonomia. Conforme informou o colunista da Folha Marcelo Leite no último dia 30, o colégio Mackenzie (presbiteriano) adotou neste ano apostilas que apresentam o criacionismo nas aulas de ciências nos anos iniciais do ensino fundamental. Outras escolas, como as adventistas, por exemplo, praticam opção semelhante.

Os criacionistas dizem que o Universo foi criado por um ser superior, assim como os seres vivos. Para eles, a vida é muito complexa para ter surgido sem intervenção sobrenatural. Essa crença se opõe à teoria da evolução desenvolvida por Charles Darwin, presente nas diretrizes curriculares nacionais, segundo a qual todas as espécies provêm de um ancestral único - e, a partir dele, se diferenciaram, chegando à diversidade atual de seres vivos.

O entendimento do MEC é semelhante ao dos pesquisadores contrários ao criacionismo: o modelo não pode ser considerado teoria científica por não estar baseado em evidências (preceito tido como básico para se definir o que é ciência).

“[O ensino do criacionismo como ciência] é uma posição que consideramos incoerente com o ambiente de uma escola em que se busca o conhecimento científico e se incentiva a pesquisa”, afirmou Pilar.

O presidente da Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, Christiano da Silva Neto, tem entendimento diferente. Para ele, como não há consenso sobre qual teoria está correta, “a maneira mais justa e honesta de lidar com a questão é apresentar ambos os modelos nas aulas de ciências, dando-se destaque aos pontos fortes e fracos de cada um”.

O criacionismo é ensinado no Colégio Presbiteriano Mackenzie desde 1870, quando a instituição foi fundada. O conteúdo é abordado no sexto ano do fundamental - para crianças com idade por volta dos 11 anos -, assim como a teoria evolucionista.

Neste ano, no entanto, o colégio passou a adotar um novo material nos três primeiros anos do ensino fundamental. São apostilas com conteúdos didáticos convencionais, onde há a explicação criacionista, mas sem a teoria evolucionista.

Segundo o colégio, nessa idade (por volta dos oito anos) os alunos não estão preparados para aprender o darwinismo. O colégio anunciou que alterará o conteúdo das apostilas, abrandando o caráter religioso, mas manterá o criacionismo.

O Pueri Domus Escolas Associadas, uma rede laica que reúne 160 escolas no Brasil inteiro, algumas com orientação católica ou protestante, também apresenta o criacionismo nas aulas de ciências. O conteúdo é exposto com o evolucionismo no oitavo ano do ensino fundamental das escolas. Para Lilio Alonso Paoliel-lo Júnior, diretor de conteúdo da rede associada, o objetivo é promover o debate. “Negativo seria não deixar que a discussão acontecesse. É uma questão de posição pedagógica. O conteúdo é aceito por pais das escolas laicas e das religiosas”, diz o diretor.

A visão também é defendida por Maria Lúcia Callegari, orientadora do colégio Santa Maria (zona sul de SP). “Quando falamos sobre o surgimento da vida, abordamos o criacionismo e o evolucionismo. Trabalhamos com pluralidade na ciência, para romper a ideia de uma verdade absoluta.” Na escola, o conteúdo é ensinado para os alunos do quinto ano do ensino fundamental e, segundo ela, não há reclamação de pais por causa do conteúdo.


Nota: Criacionismo não deve ser ensinado nas aulas de ciência por ser considerado religião. Ok, mas o que dizer de uma teoria que sustenta que todas as formas de vida passaram a existir a partir de um suposto ancestral comum que teria surgido espontaneamente há bilhões de anos, mesmo sem ter evidência conclusiva a respeito disso? Quando se pergunta pela evidência, o que apresentam? Diversificação de baixo nível, alterações em bicos de aves e mutações em bactérias que continuam a ser bactérias. O MEC ajuda a promover uma teoria filosófica (naturalismo filosófico) como se fosse ciência experimental. Se criacionismo é religião, macroevolução é filosofia, e, portanto, também estaria sendo ensinada na matéria errada.

Criacionismo não é baseado em evidências? E o que dizer das evidências de um dilúvio global? O que dizer das evidências de design inteligente – que os descrentes precisam fechar os olhos para não ver? O que dizer da análise da informação genética que jamais poderia ter surgido e se complexificado com o tempo? O que fazer quando as evidências contrárias ao mainstream são simplesmente ignoradas ou reinterpretadas ao bel prazer?

“[O ensino do criacionismo como ciência] é uma posição que consideramos incoerente com o ambiente de uma escola em que se busca o conhecimento científico e se incentiva a pesquisa”, diz a secretária da Educação Básica do Ministério da Educação. Nossa secretária está muito mal informada. Pena que ela desconhece escolas criacionistas como a Universidade Adventista de Loma Linda, na Califórnia, que se caracteriza pela excelência em pesquisa científica. É afirmação muito leviana dizer que o criacionismo não combina com conhecimento científico e pesquisa. Uma pena, para dizer o mínimo...

Fosse tão pernicioso o ensino do criacionismo, escolas como a Mackenzie e a Adventista não seriam conhecidas pelos altos índices de aprovação no vestibular e pela boa qualidade do ensino que oferecem. Em lugar de proibir esse ou aquele conteúdo, o governo deveria se preocupar mais com a qualidade geral do ensino que oferece em suas escolas, cujos alunos todos os anos têm ficado em péssimas posições no ranking de educação mundial (confira). Parece até que o criacionismo está sendo usado como elemento para desviar o foco do verdadeiro problema: salários baixos para os professores, desvio de verbas para a educação, corrupção, etc. [MB]

Por que a maioria dos cientistas aceita a evolução?

Sabe o porquê? Vou lhe explicar, porque sou cientista há muitos anos e conheço bem a questão... A ciência hoje é megafragmentada. Ninguém entende bem toda uma área. Ninguém sabe Química em toda a sua “vastidão”. Ninguém entende bem biologia em sua abrangência toda. E como a evolução é um processo que, para entendê-lo, você precisa saber Química, Bioquímica, Genética, Biologia, e até Matemática, para fazer as contas de probabilidade, e Computação, para entender as estratégias do código, e um pouco mais ainda de quase tudo em ciência, ninguém entende bem a evolução. E aí tem um monte de cientistas com “c” que se acha, e se achando diz que a evolução – que eles conhecem muito bem, obrigado – tá mais “provada” que a gravidade, e como ninguém tem coragem de falar o contrário, pois não tem conhecimento suficiente para perceber as falhas da argumentação, e se percebe não tem coragem de confrontar, pois a tarefa é com certeza tremenda, pois além de requerer muito conhecimento você vai ter que enfrentar toda uma legião de “discípulos”, de “inquisidores seculares”, os “bulldogs de Darwin”, os meus colegas fazem então, infelizmente, coro com a blablação da evolução. Meio sem escolha todos vão no embalo e se juntam ao bloco.

Mas quando alguém que sabe um pouco de Química e Bioquímica, e Genética, e Matemática, como eu sei um pouco, decide se aprofundar ao máximo no assunto, e se dedica com afinco a entender a “coisa horrorosa” em nível molecular, que vai a fundo e investiga o DNA e os diversos códigos da Vida, e decide não aceitar provas a la bico de passarinho, mas estuda o que o fez o bico mudar -genética e bioquimicamente - descobre o quê? Que a evolução é uma farsa científica monstruosa que se perpetua na Ciência e é “aceita” por boa parcela dos cientistas por conta não de suas evidências científicas, mas da ignorância da maioria dos cientistas quanto à própria teoria, e à incapacidade desses cientistas de entender as falácias da evolução, e a confiança então que depositam em seus “colegas”, que lhes afirmam ser a “defunta” verdade absoluta, provada por uma “avalanche de dados”...

Evolução, ópio da ciência, trevas da ignorância, que só sobrevive pela força de um paradigma imenso, mas falido! Pela propaganda dos “bispos de Darwin”. Pela exclusão da concorrência com definições espúrias do que é e não é ciência, pela difamação - e não refutação - de teorias concorrentes.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

A maravilhosa história do Natal

O Rei do Universo veio como um bebê!
A história do Natal aconteceu mais de dois mil anos atrás. Ela começa com uma virgem, chamada Maria. Ela estava noiva de José, quando o anjo Gabriel apareceu a ela e disse: “Não temas, Maria! Pois encontraste graça em Deus! Você engravidará e dará à luz um Filho; Ele será chamado Jesus e será Filho do Altíssimo!”, e Maria lhe respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a vontade de Deus.” Esse mesmo anjo também falou com José em sonho e disse para ele aceitar Maria como sua esposa, sem nenhum temor. Quando saiu um decreto para o levantamento dos impostos, José e Maria tiveram que ir até Belém, para ali registrar seus nomes. Porém, eles viajaram de jumento e o jumentinho andava bem devagar, pois ele levava Maria, e ela já estava com um barrigão.

Andando naquela velocidade, demoraram muito para chegar a Belém, e quando chegaram, todas as estalagens estavam lotadas. Os ricos e orgulhosos estavam bem hospedados, enquanto aqueles humildes viajantes tiveram que encontrar descanso em uma estrebaria.

No meio da noite, ouviu-se um chorinho. Jesus, o Salvador do mundo, acabara de nascer em um estábulo. Dá para imaginar? O Rei do Universo deitado em uma manjedoura? Mas foi assim que Deus escolheu vir ao mundo. Humildemente, como um bebê. E, ainda, um bebê que nasceu em um estábulo, na companhia dos animais!

Deus não revelou o acontecimento a toda população. Em vez disso, anunciou apenas a alguns pastores que guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. Eles foram avisados pelo anjo Gabriel. Então, foram apressadamente até Belém, onde encontraram Maria e José do lado de uma manjedoura, onde estava o menino. Reis magos que viviam no Oriente viram no céu uma estrela diferente. E seguindo-a encontraram Jesus na manjedoura! E presentearam-no com incenso, ouro e mirra.

Deus veio a este mundo como um bebê para ser como nós. Ele cresceu, curou a muitos, contou parábolas, fez milagres, morreu e ressurgiu para nos salvar! Porque Ele nos ama e quer nos ter perto dEle! Por isso Ele nasceu, morreu e ressurgiu. Para que nós possamos, um dia, quando Ele voltar, ser levados por Ele para o Céu e viver lá para sempre com Ele. A única coisa que você deve fazer é aceitá-Lo e amá-Lo de todo o seu coração.

Jesus vai voltar um dia, e Ele quer que você vá para o Céu com Ele.

(Giovanna Martins Borges, 11 anos, e Letícia Borges Nunes, 10 anos)



sexta-feira, dezembro 20, 2013

Apocalipse 17 e o mistério do oitavo rei

Símbolos proféticos impressionantes
Sete séculos se passaram e mais de 70 papas se sucederam até que um novo pontífice ousasse abdicar do chamado trono de Pedro. No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou que declinaria de seu pontificado. “Bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, assim anunciou Bento XVI, alegando sua idade avançada e decrescente vigor. Contudo, dias depois, Bento XVI condenou a “hipocrisia religiosa” e afirmou ter enfrentado “águas agitadas”, certamente em referência aos escândalos de pedofilia, lavagem de dinheiro no Banco do Vaticano e, mais recentemente, de práticas homossexuais na própria Cúria Romana. Em entrevista ao canal de notícias Globo News, no dia 27 de fevereiro deste ano, o arcebispo Dom Geraldo Majella confirmou que até a vida de Bento XVI estava em perigo.

Contudo, as especulações sobre a renúncia de Bento XVI têm ido muito além das questões internas do Vaticano. Em alguns círculos, elas intensificaram uma expectativa em torno da chamada “teoria dos sete reis”, construída sobre Apocalipse 17. A teoria enumera os papas a partir do estabelecimento do Estado do Vaticano, em 1929, até a volta de Jesus. Portanto, Bento XVI, o sétimo papa desde então e cujo pontificado foi relativamente breve, é visto como o “rei” que tinha que “durar pouco” (Ap 17:10). Dessa forma, de acordo com a teoria, o papa Francisco I, o oitavo, seria o último antes da segunda vinda de Cristo (veja mais aqui). Essa teoria não recebe o apoio da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois carece de fundamentação bíblica, como veremos a seguir. [Continue lendo.]

quinta-feira, dezembro 19, 2013

Ciência e religião: entrevista para o Portal UAI

Conciliação possível?
Recentemente, concedi entrevista à jornalista Gabriella Pacheco, do Portal UAI, parte da qual foi publicada na matéria “A ciência matou Deus? Para muitos cientistas, a resposta é não” (confira aqui). Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Michelson, é possível ter fé (crer em Deus) e acreditar na ciência? Qual a sua opinião a respeito disso. Você acha que ter fé em Deus impossibilita a pessoa de acreditar na ciência e no que ela diz sobre o Universo, o mundo e sobre nós, humanos? É possível que, de alguma forma, elas caminhem juntas? Se não, qual o papel da ciência? E qual o papel da religião?

Tenho plena certeza de que isso é possível, afinal, os cientistas lidam com o que é imanente, com aquilo que é passível de verificação com seus métodos. Portanto, lidam com o mundo natural. A ciência é uma ótima “ferramenta” humana para nos ajudar a entender o mundo que nos rodeia, mas, como tudo o que é humano, ela tem também suas limitações, e uma delas é justamente a premissa filosófica sobre a qual trabalha: o naturalismo (ele mesmo não passível de verificação científica). Quem disse que a realidade se compõe apenas daquilo que podemos mensurar e que faz parte do chamado “mundo natural”? A ciência pode até nos explicar os “comos”, mas o que dizer dos “porquês”?

O próprio fato de existirem muitos cientistas que creem em Deus me mostra que o método científico é limitado no que diz respeito às questões relacionadas com o sobrenatural. Se a ciência provasse por a mais b que Deus não existe, todos os cientistas seriam ateus. De igual modo, se provasse que Deus existe, todos os cientistas seriam crentes. Mas não é isso o que acontece, justamente porque a ciência, quando bem empregada, trabalha dentro de suas limitações óbvias.

Se a ciência e a fé podem andar juntas? Creio que sim, quando ambas são corretamente compreendidas. Ciência é método, fé é confiança, convicção. Elas lidam com aspectos diferentes da realidade, embora muitas vezes possam atuar em conjunto para a melhor compreensão das coisas e para possibilitar uma vida mais plena e feliz. Além disso, a ciência nos estimula a manter um ceticismo saudável, aquele que nos faz analisar tudo com visão crítica e não aceitar qualquer falácia ou argumento sem fundamento consistente. Até para crer às vezes é preciso duvidar.

Ciência e fé andam de mãos dadas, por exemplo, quando falamos da arqueologia bíblica. Várias descobertas em anos recentes têm respaldado o pano de fundo histórico da Bíblia, atestando sua confiabilidade como documento. Isso significa que a arqueologia “prova” que Deus existe ou que a Bíblia é um livro de origem sobrenatural? Não, mas mostra que ela é historicamente confiável e que, portanto, sua teologia merece atenção. Assim, a ciência pode ajudar a mostrar a razoabilidade da fé. [Continue lendo.]

quarta-feira, dezembro 18, 2013

Fósseis da “Era do Gelo” são achados no Sertão de Alagoas

Sepultamento em massa
Além de terra, minerais e água, o solo do município de São José da Tapera esconde história. Fósseis de Preguiça Gigante, Mastodonte, Tatu-Gigante, Toxodon e Paleolhama foram descobertos recentemente nas escavações das obras trecho 4 do Canal Adutor do Sertão. Vestígios de vida da Era do Gelo em pleno Sertão alagoano. No dia 6 de dezembro os últimos fósseis foram retirados da escavação pelo paleontólogo, professor universitário e diretor técnico de Paleontologia do Museu de História Natural da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Jorge Luiz Lopes. “Foi um achado incrível. Temos dentes, ossos, e tudo foi devidamente preservado e catalogado. Nesta última viagem, foram 12 caixas só para trazer o material para o museu em Maceió”, afirmou. [...]

De acordo com Lopes, o aumento em obras de grande porte, como o Canal do Sertão e duplicações de rodovias, que envolvem relatórios exigidos pelos órgãos ambientais competentes, além da ampliação na pesquisa e extensão de paleontologia, têm favorecido o crescimento de incidência de fósseis no estado. “Quando um fóssil é encontrado em uma obra, é necessário que o serviço seja paralisado até que se faça uma pesquisa e remoção do material e depois é liberado”, destacou. [...]

Graças a esses fatores, o número de municípios que registram incidências de descobertas de fósseis em Alagoas quadruplicou nos últimos oito anos, segundo o paleontólogo. “Nos municípios de Penedo, São Luis do Quitunde, Anadia, Maravilha, Ouro Branco e Poço das Trincheiras sempre havia relatos de achados de fósseis. Hoje passou de seis para 24 municípios com incidências, principalmente fósseis mamíferos, que são o foco dos nossos estudos”, contou.

Nos 24 municípios pesquisados, há mais de 100 sítios paleontológicos, sendo 50 só de fósseis mamíferos já georeferenciados pela equipe do museu da Ufal. “Nessas pesquisas já chegamos a catalogar 14 espécies diferentes de animais mamíferos fossilizados em Alagoas, a exemplo da Preguiça Gigante, do Mastodonte, que eram parentes dos elefantes e os toxodons, parentes do hipopótamo. Dinoussauro, por enquanto, não achamos”, destacou o especialista.

[Agora começa a ficção:] Há milhões de anos, as condições climáticas e ambientais da região que hoje é Alagoas favoreceram o processo de fossilização, segundo Jorge Lopes. “Esses organismos viraram fósseis por causa do clima do passado. Eles não se degradaram no clima de hoje, graças às condições do tempo e ambientais de antigamente.”

De acordo com Lopes, o fóssil mais antigo chega a registrar 420 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista]. “Há três meses, um morador encontrou fósseis de vestígios de atividades, como pegadas e vestígios de organismos no Semiárido. Ou seja, são fósseis do período devoniano, da era Paleozoica.” [...]

O crescimento do acervo e coleções de fósseis em Alagoas é tão grande, que, segundo o professor, a estrutura do museu hoje não comporta tal aumento. [...]


Nota: Assim como ocorre em Santana do Araripe, por exemplo, não deixa de surpreender a ocorrência de fósseis de animais marinhos em regiões hoje desérticas ou elevadas em relação ao nível do mar. Outro detalhe interessante, além da abundância dos fósseis, é a proporção dos animais que foram sepultados. Animais de grande porte e sepultamento em massa sob lama e água são elementos do cenário proposto pela teoria diluvianista. [MB]  

Perda de memória e ingestão de “junk food”

Como a comida afeta o cérebro
Um grupo de cientistas da Austrália vinculou a perda de memória com a ingestão da chamada “junk food”, após realizar um experimento com ratos que foram submetidos a uma dieta de açúcar e gorduras, informou nesta terça-feira (17) a imprensa local. Margaret Morris, chefe da pesquisa realizada pela Universidade de Nova Gales do Sul, afirmou que os ratos com uma dieta pobre mostraram, seis dias após o início dos experimentos, sintomas de perda de memória ao serem submetidos a testes relacionados com a memória espacial. “Os animais evidentemente não estavam obesos após seis dias, mas as mudanças na capacidade cognitiva, como a perda da memória, ocorreram antes de qualquer variação de peso”, declarou Margaret à emissora ABC, e acrescentou que ficou surpresa com a rapidez com que os animais perderam essas faculdades mentais. [Continue lendo.]

terça-feira, dezembro 17, 2013

A história de Noé e o dilúvio retratada em filme

Quão fiel?
Cada vez que Hollywood lança um novo filme bíblico, aqueles que levam a sério as palavras e revelações das Escrituras ficam com dois pés atrás. Em 2014, vão para as telas algumas produções baseadas em histórias bíblicas, como o filme “Noé”, com Russell Crowe no papel principal. Depois de assistir ao trailer (abaixo), dois amigos expressaram sua impressão: “Achei o trailer bem legal, mas preocupante, por um outro lado. Do jeito que eles colocaram, ficou parecido com filmes como ‘O Senhor dos Anéis’ e outras grandes produções hollywoodianas; e assim subjetivamente mostram, quem sabe, a esta nova geração Y, o ‘caráter fictício’ do filme, e isso poderá levar alguns a pensar: ‘Que viagem! Imagine se isso aconteceu de verdade!’ Ou seja, a Bíblia é mais um livro de ficção” (Flávio Pavanelli).

“É claro que, dificilmente, um filme secular segue à risca o relato bíblico. Apesar de o trailer parecer coerente com o modelo catastrofista do criacionismo, são perceptíveis alguns traços de ficção ali. E, pelo menos, uma mensagem subliminar já aparece embutida na chamada da produção. As palavras ‘O fim do mundo é apenas o começo’ nos reportam ao o futuro, pois o dilúvio não foi o fim do mundo (não como entendemos o fim do mundo). Ou seja, a chamada passa a velha ideia cinematográfica de que, no fim, os homens vencerão a disposição divina de destruir este sistema de coisas. É esperar para ver. Como diz Paulo: ‘Julgar todas as coisas, reter o que for bom’” (Ronival Gonçalves).

Realmente é de se ficar desconfiado (ainda mais quando no trailer aparece uma filha de Noé!). O que gostei de ver foi a chuva de meteoritos e as fontes do abismo jorrando água (como afirma o modelo catastrofista/criacionista). Mas não acredito mesmo que o roteiro vá ser totalmente fiel à Bíblia. [MB]

70% das doenças humanas têm origem animal

Um mal profetizado
Num relatório publicado, nesta segunda-feira, a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO) diz que é necessária uma abordagem mais “holística” para a gestão das ameaças relacionadas com doenças na ligação entre animais, humanos e ambiente. “O aumento da população, a expansão agrícola e a existência de cada vez mais cadeias de abastecimento alimentar globais alteraram dramaticamente a forma como as doenças emergem, como passam de uma espécie para outra e como se espalham”, alerta o relatório, intitulado World Livestock 2013: Changing Disease Landscapes. O diretor-geral adjunto da FAO para a Agricultura e a Proteção do Consumidor, Ren Wang, escreve no prefácio do documento que a contínua expansão dos terrenos agrícolas, a par de uma explosão mundial da produção de gado, significa que “os animais de criação e os animais selvagens estão cada vez mais em contato uns com os outros” e os próprios humanos estão “mais em contato com animais do que nunca”.

“O que isso significa é que não podemos lidar com a saúde humana, a saúde animal e a saúde dos ecossistemas isoladamente - temos de olhar para elas juntas, e abordar as causas do aparecimento das doenças, a sua persistência e a sua expansão, em vez de nos limitarmos a combatê-las depois de aparecerem”, diz.

Segundo o relatório da FAO, a maioria das doenças infecciosas que apareceram em humanos desde a década de 1940 terão origem em animais saudáveis.

É provável, exemplifica a organização, que o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) nos humanos tenha sido inicialmente transmitido por morcegos a civetas, tendo passado destas para humanos através de mercados de animais. Em outros casos, acontece o oposto, e o gado transmite doenças a animais selvagens, afetando a saúde na natureza.

Por outro, a mobilidade humana é maior do que nunca e o volume de bens e produtos transacionados em nível internacional atingiu níveis sem precedentes, o que permite aos agentes patogênicos viajar pelo mundo com facilidade, recorda a FAO.

O estudo agora publicado focaliza em particular em como as mudanças na forma de criar e comercializar animais afetou a emergência e transmissão de doenças.

“Os muitos desafios discutidos nesta publicação requerem maior atenção à prevenção”, pode se ler no relatório. “A atitude de deixar tudo como está já não é suficiente.”

A FAO advoga por isso uma abordagem de “Uma Saúde”, que olhe para as interligações entre fatores ambientais, saúde animal e saúde humana, juntando profissionais de saúde, veterinários, sociólogos, economistas e ecologistas para trabalhar estes assuntos.


Nota: Há mais de cem anos, Ellen White escreveu: “Segundo a luz que Deus me deu, a predominância do câncer e dos tumores é em grande parte devida ao uso abundante de carne de animais mortos. [...] Os animais estão doentes, e participando de sua carne, plantamos as sementes de enfermidades em nossos tecidos e sangue. Depois, quando sujeitos às mudanças num ambiente doentio, isto é mais sensível; também quando somos expostos a epidemias e doenças contagiosas dominantes, o organismo não se acha em condições de resistir ao mal” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 386-388).

Não à cultura da morte no novo Código Penal!

Ameaça à vida e à família
O projeto do novo Código Penal será votado no Senado [hoje]. O texto foi elaborado às pressas por uma comissão de 17 juristas, que, com apenas uma exceção, são todos a favor do aborto, da eutanásia e da ideologia de gênero. O texto tem tantos problemas que o professor Miguel Reale Jr., da Universidade de São Paulo, afirmou no Senado que o projeto apresentado possui “impropriedades de tamanha grandeza que ele pode ser tornar objeto de vergonha nacional”. O jurista também chegou a afirmar que a proposta “não tem conserto”. Uma das principais aberrações presentes no texto que será votado [hoje] é a ameaça à vida e à família: assim como o PLC 122 e o PNE, o novo Código Penal também pretende introduzir na legislação brasileira os conceitos de identidade de gênero e orientação sexual. Também promoverá, caso seja aprovado tal como foi apresentado, a legalização do aborto, a legalização da venda de substâncias abortivas, a despenalização do homicídio culposo entre parentes e a despenalização do atentado público ao pudor. 

Veja abaixo algumas das mudanças absurdas que teremos em nosso sistema penal, caso o projeto seja aprovado tal como está: 

O artigo 75 enumera como agravantes de qualquer crime o preconceito de “identidade de gênero e orientação sexual”. 
O artigo 121 estabelece como forma qualificada o homicídio cometido por preconceito de “orientação sexual e identidade de gênero”. 
O artigo 143 estabelece que a pena de crime de injúria triplica se “a injúria consiste em referência à identidade ou opção sexual”. 
O artigo 249 prevê como uma das motivações do crime de terrorismo a conduta praticada “por preconceito de gênero, identidade ou orientação sexual”.
O artigo 127 estabelece que não há crime de aborto praticado por médico quando houver risco à saúde da gestante (a OMS define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças” -, portanto, o aborto poderia ser recomendo caso um médico identificasse fragilidade psicológica na mulher). 
O artigo 121 §9 diz: “O juiz, no homicídio culposo, deixará de aplicar a pena se a vítima for ascendente, descendente, cônjuge, companheiro, irmão ou pessoa com quem o agente esteja ligado por estreitos laços de afeição.” 
O artigo 249 §7 estabelece que “não constitui crime de terrorismo a conduta individual ou coletiva de pessoas movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios, desde que os objetivos e meios sejam compatíveis e adequados à sua finalidade”. 

Clique aqui para acessar a íntegra do projeto. 

Essas são apenas algumas das medidas que promovem a destruição da família e a cultura da morte no projeto do novo Código Penal. Estamos em uma semana crucial para a defesa da vida e da família no Brasil! Envie um e-mail aos senadores e peça que eles retirem do projeto do novo Código Penal as propostas que ameaçam a vida.

segunda-feira, dezembro 16, 2013

Cientistas descobrem segundo código genético

Explicar a origem de um já é difícil...
Há muito tempo os cientistas acreditavam que o DNA diz às células como produzir proteínas. Mas a descoberta de um segundo código secreto de DNA, nesta quinta-feira [12], sugere que o corpo na verdade fala dois idiomas diferentes [explicar a origem de um "idioma" já era difícil, imagine agora com dois...]. A descoberta, publicadas na revista Science, pode ter fortes implicações em como especialistas médicos usam os genomas dos pacientes para interpretar e diagnosticar doenças, afirmaram os pesquisadores. O recém-descoberto código genético, encontrado no interior do ácido desoxirribonucleico, o material hereditário existente em quase todas as células do corpo, foi escrito bem acima do código de DNA que os cientistas já tinham decodificado. Ao invés de se concentrar nas proteínas, esse DNA instrui as células sobre como os genes são controlados. Sua descoberta significa que o DNA muda, ou que mutações que ocorrem com a idade ou em resposta a vírus podem fazer mais do que os cientistas pensavam anteriormente.

“Por mais de 40 anos, presumimos que as mudanças no DNA que afetam o código genético impactavam unicamente a forma como as proteínas são feitas”, disse o principal autor do estudo, John Stamatoyannopoulos, professor associado de ciência do genoma e de medicina da Universidade de Washington. “Agora nós sabemos que essa suposição básica sobre a leitura do genoma humano está incompleta”, afirmou. “Muitas mudanças no DNA que parecem alterar a sequência das proteínas podem na verdade causar doenças interrompendo programas de controle genético ou inclusive ambos os mecanismos simultaneamente”, prosseguiu.

Os cientistas já sabiam que o código genético usa um alfabeto de 64 letras denominado códons. Mas agora os pesquisadores descobriram que alguns desses códons têm dois significados. Denominados “duons”, esses novos elementos da linguagem de DNA só têm um significado relacionado ao sequenciamento proteico e outro que é relacionado ao controle genético.

As últimas instruções “parecem estabilizar certas características benéficas das proteínas e de como são feitas”, destacou o estudo [se servem para estabilizar, como os organismos "se viravam" até que essa função "evoluísse"?]. A descoberta foi feita como parte de uma colaboração internacional de grupos de pesquisa conhecidos como projeto Enciclopédia do Elementos de DNA ou ENCODE. Ele é financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisas do Genoma Humano com o objetivo de descobrir onde e como as direções de funções biológicas são armazenadas no genoma humano.


Nota: Quanto mais as pesquisas na área da genética se aprofundam, mais complexidade é revelada. Complexidade irredutível e informação complexa e específica apontam para um design inteligente. Quem nega isso precisa primeiro dar uma boa explicação naturalista para a origem da informação sem uma fonte informante. [MB]

A escura e sinuosa trilha de En-Dor

A existência nos apresenta dois profundos mistérios, a vida e a morte, os quais estão entrelaçados na história humana num contexto de oposição e luta intermináveis: ambos combatem por tudo o que existe neste mundo. A vida é comparada a uma constante corrida para longe da morte; a morte, uma perseguidora da vida - fantasma universal que faz tremer qualquer coração. Como nascemos - nós, seres racionais - sob o paradoxo viver versus morrer, somos instigados a levantar questionamentos acerca do futuro, do além, do que virá depois de. Entre os gregos antigos, povo detentor de vasta mitologia, a morte era personificada por Tânatos, irmão gêmeo de Hipnos (personificação do sono) e filho de Nix (a sinistra noite). O deus funéreo era descrito como tendo um coração de ferro e entranhas de bronze – características da insensibilidade, bem apropriadas ao ser imaginário representativo da ceifeira cruel.

Todos se preocupam de alguma forma com a morte. Ela não constitui uma ideia mitológica (quem dera fosse!). Embora o assunto não seja algo agradável de se lidar, ainda assim a ciência, a filosofia, a literatura e a religião o abordam de diferentes maneiras, na tentativa de sondar esse enigma tão profundo, incômodo e presente na experiência de todos nós. A ciência, por meio de pesquisas, procura pela fórmula da imortalidade ou, pelo menos, tenta garantir mais longevidade ao ser humano. Na literatura, o poeta português António Feijó evoca um hino de lamento: “Morte que, sem piedade, uma a uma arrebata, / Como um tufão que passa, as nossas afeições, / E, deixando-nos sós, lentamente nos mata, / Abrindo-lhes a cova em nossos corações.” Semelhantemente, Edgar Allan Poe, num de seus mais conhecidos poemas, encarna essa ideia da irreversibilidade do curso da existência num animal sinistro, um corvo empoleirado na beira de uma janela, que só sabe dizer e repetir uma única fórmula: “Never more” (nunca mais).

Como bem concluiu o filósofo e humanista Luc Ferry, “a morte [...] possui faces diferentes cuja presença é, paradoxalmente, perceptível no próprio coração da vida mais viva. [...] Tudo o que é da ordem do ‘nunca mais’ pertence ao registro da morte [...]. Conhecemos inúmeras encarnações de morte no próprio seio da existência.” Ainda na esteira filosófica, Epicuro, antigo pensador grego, apregoava um tipo de resiliência diante da chegada da morte, a chamada ataraxia. Nas suas palavras nada consoladoras (pelo menos para muita gente), ele pregava: “Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exato do fato de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma ideia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no fato de não viver. É, pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la. Tolice afligir-se com a espera da morte, pois se trata de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois, enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais.” No epicurismo, o sábio não teme a morte, pois com ela desaparecem todas as sensações que causam sofrimento.

Endossando o pensamento de Epicuro, reflete o filósofo latino Lucrécio em Sobre a Natureza das Coisas: “É preciso, antes de tudo, expulsar e destruir esse medo do Aqueronte (o rio dos Infernos) que, penetrando até o fundo de nosso ser, envenena a vida humana, colore todas as coisas do negror da morte e não deixa subsistir nenhum prazer límpido e puro.” Apesar de todas as racionalizações sobre o fim dos viventes, morrer é algo que ninguém, em são juízo, deseja. Instintivamente buscamos a vida e a imortalidade; por isso, ainda persiste no coração humano o leve ou pesado temor da morte.

Mas não é só de medo de que se alimentam os vivos. A morte desperta também certa curiosidade. O que existe depois dela, quando “o pó volta à terra, como o era, e o ‘espírito’ volte a Deus, que o deu” (Ec 9:7)? De todas as vias para se tentar obter o conhecimento do além, a religião constitui a área mais interessada e interessante, porquanto propõe dar uma resposta que sirva de consolo ao ser humano diante de sua mortalidade inerente, prometendo-lhe a superação desse fatalismo. Aqui os materialistas encerram seus questionamentos, porquanto para eles a morte é o fim de tudo, não restando nenhuma esperança ou consolo senão aceitar a proposta epicurista de ataraxia. Para quem é religioso, no entanto, permanece a indagação: no que se deve acreditar quando o assunto é vida após a morte? Nesse sentido, quero abordar uma das “filosofias religiosas” mais difundidas e aceitas em nossa era científica, contrapondo-a a outra proposta religiosa concorrente que vai em direção contrária. Desejo conversar acerca do espiritismo moderno à luz do Livro mais difundido e confiável (na minha e em outras opiniões): a Bíblia, de cujas citações se valem, algumas vezes, a literatura e a pregação espírita.

Passeando por certa livraria, minha atenção foi despertada para o recente livro Kardec: a biografia, do jornalista e escritor autodeclarado ateu Marcel Souto Maior. Folheei rapidamente a obra (que futuramente vai se transformar em filme) e li trechos de alguns capítulos. Foi o suficiente para que eu pudesse obter algumas informações curiosas acerca da vida e obra da maior personalidade espírita de todos os tempos, Hippolyte Léon Denizard Rivail ou Allan Kardec. No meio de minha leitura fragmentária, surgiu a reflexão: o que faz o fenômeno espiritualista, com sua pretensa promessa de imortalidade e comunicação com os mortos, ter tantos adeptos no mundo e chamar a atenção até mesmo de ateus e cristãos? Filmes, novelas, revistas e obras ditas literárias vêm abordando o espiritismo de forma crescente. No cinema e até mesmo no teatro, a atenção das massas é despertada para a “realidade” e a “verdade” de que “eles estão entre nós”. Por que, pensava eu, muitas pessoas trilham o “caminho de En-Dor” (1Sm 28)? Só pude concluir que, conquanto alguns sejam céticos, não se pode prescindir da sobrenaturalidade presente no espiritismo – o sobrenatural que fascina, encanta, “consola” e... engana multidões.

Lamento aos que me pedem uma prova cabal de que o espiritismo é um engano religioso dos mais bem elaborados. Minha única “prova” para desmentir o que considero uma grandiosa e ilusória manifestação sobrenatural são apenas as palavras bíblicas, as quais advertem: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Ec 9:5, 6). Também: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram; Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” (Is 8:19).

Há inúmeras declarações semelhantes espalhadas por todo o Livro Sagrado. Eu pediria aos amigos espíritas que as examinassem cuidadosamente, confrontando-as com seu entendimento quase universal de vida após a morte. Se assim o fizerem, serão surpreendidos com várias verdades escriturísticas, entre as quais: a natureza humana não é inerentemente imortal (Ez 18:20); o conceito de “alma” e “espírito” abrigado em muitas mentes religiosas – de entidade consciente após a morte – não tem correspondência na Bíblia (Gn 2:7); os mortos estão verdadeiramente mortos, “dormindo” em suas sepulturas, aguardando, todos juntos, o despertar (mediante a ressurreição) ou para a vida eterna ou para a morte eterna, tendo todos de enfrentar o Juízo (Is 26:19; Jo 5:24, 27; 1Co 15; 1Ts 4:16; Hb 9:27); as manifestações espiritualistas ocorridas em sessões mediúnicas têm uma explicação que só as Escrituras apresentam: seres espirituais (anjos caídos), em direta oposição a Deus, mostram-se na forma de “espíritos de luz” na pretensa missão de mensageiros do mundo celestial. Todavia, a crença em suas afirmações é perigosa e demonstrar-se-á, em algum momento, fatal (1Sm 28; 2Co 11:14); fora de Jesus e de Seu sacrifício expiatório (não da caridade) não há salvação, pois a vida eterna advém do divino Filho de Deus (Jo 3:14).

Guardemo-nos da ignorância sobre esse tema tão fundamental e relevante! Por isso, exponho aos queridos espíritas as palavras paulinas: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13).

Tudo o que se diz na Bíblia acerca de vida após a morte é uma proposição revelacional. No “Assim diz o Senhor”, nossa confiança é testada da mesma forma como foi a de Eva ao se confrontar com a sedutora afirmação da serpente: “É certo que não morrereis” (Gn 3:4). Não seria o espiritismo uma tentativa fenomenológica, filosófica, “científica” e religiosa de se sustentar e comprovar uma ideia totalmente antibíblica? Quem se atreve a concordar comigo? Quem prefere permanecer do lado impopular e minoritário, contrariando maravilhosas e inegáveis manifestações sobrenaturais provenientes do reino do oculto? Quem iria contra seus sentidos para acreditar nas afirmações cristalinas da Palavra?  

É notória a sinceridade de muitos espíritas, pessoas de bem que têm alto comprometimento com a ética, a cultura, o amor e a solidariedade. Tenho preciosos amigos que fazem parte da comunidade espírita, indivíduos apegados profundamente ao que creem: uma doutrina que procura oferecer respostas ao dilema da morte, buscando explicações e consolo para a humanidade sempre em luto. Jamais compete a mim emitir qualquer julgamento acerca da sinceridade e convicção dessas pessoas. Na pregação espírita há um espaço também para as palavras de Jesus e o evangelho, ressignificados, porém, pelo “Evangelho Segundo o Espiritismo”. Ainda assim, com bastante respeito, levanto-me contra a sinceridade e convicção espíritas, lançando o alerta sobre o perigo de se defender uma explicação equivocada no tocante à morte. A morte não é nem amiga nem uma transição para um estado superior de existência, mas o pavoroso e extremo resultado da transgressão humana. Ela nos roubou a vida e a imortalidade originais, concedidas por Deus, para nos lançar num vale escuro e sombrio. Nada há de amigável na morte.

A experiência sobrenatural e trágica do rei Saul (1Sm 28), que desobedeceu as expressas ordens de Deus ao se intrometer com os poderes ocultos, levou-o às trevas, à caverna, à câmara espiritualista e, tristemente, à morte. Sua história ficou registrada e atravessou os séculos para nossa advertência, sinalizando os perigos da estrada que conduz a En-Dor. Nas palavras do poeta Rudyard Kipling:

“O caminho a En-Dor é o caminho mais antigo
e a senda mais demente de todas;
conduz diretamente à morada da feitiçaria,
tal como nos dias de Saul.
Nada mudou quanto à aflição que espera
os que recorrem à senda de En-Dor.”

O caminho perigoso, sinuoso e escuro percorrido por Saul não precisa ser trilhado por nós. Temos à disposição abundante luz para nossos pés (Sl 119:105). Diante de toda pessoa sincera está uma estrada mais luminosa, confiável e segura; uma esperança para o enigma da morte: Jesus, o Caminho, Verdade e Vida (Jo 14:6). Ele morreu, desceu ao inferno (sepultura) e de lá voltou. Cristo, em Sua Palavra, apresenta a resposta e a solução para a raça humana, sujeita à morte por causa do pecado. Jesus quer não somente conceder vida com abundância, mas eliminar a ceifeira cruel para sempre do Seu Universo.

Está predita uma renovação; ocorrerá uma mudança drástica quando não “haverá mais morte, nem pranto, nem dor” (Ap 21:4). Diante de uma verdade tão superior e abrangente, por que não substituir o “consolo” e a proposta do espiritismo pela confiabilidade do evangelho bíblico-cristão? Aos espíritas fica lançado o convite para conhecer o outro lado da vida, que dista quilômetros do caminho de En-Dor.

(Frank de Souza Mangabeira, membro da Igreja Adventista do Bairro Siqueira Campos, Aracaju, SE; servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe)

sexta-feira, dezembro 13, 2013

O cético e o crente no ventre

Outro mundo os aguarda
No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro perguntou ao segundo:

- Você acredita na vida após o nascimento?

- Certamente. Tem que haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?

- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: a vida após o nascimento está excluída. O cordão umbilical é muito curto.

- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E, afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.

- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita em mamãe? E onde ela supostamente está?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.

- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.

- Bem, mas, às vezes, quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou a sente, quando ela afaga nosso mundo. Sabe, eu penso então que a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela.


(Autor desconhecido)