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Seriam realmente tão antigos? |
Nas
últimas décadas, “quantidades facilmente detectáveis de Carbono 14”, mesmo em
carvão,[1,2] diamantes,[3, 4] madeiras,[5, 6] conchas de amonitas[6] e vários outros
fósseis, “têm sido a regra e não a exceção”[7: p. 49; 8]. Os evolucionistas
afirmam que as amostras em todos os casos devem ter sido contaminadas por
carbono externo. Por outro lado, seria de esperar encontrar Carbono 14 (C-14) em
tais amostras se os relatos bíblicos da criação e do dilúvio fossem
verdadeiros. Cientistas criacionistas alegam que as técnicas modernas de “medidas
por AMS [Espectrometria de Massa com Aceleradores, em português] eliminam
cuidadosamente todas as possíveis fontes de contaminação de carbono. Estas
incluem qualquer traço de C-14 que eventualmente poderia ter entrado nas
amostras em épocas recentes, ou C-14 introduzido durante a preparação e a análise
da amostra”[7: p. 50] Portanto, as hipóteses de contaminação, uma após a outra,
têm sido rejeitadas.[8]
Quanto
ao resumo aceito e publicado na forma de pôster, na sessão Biogeociência, e
depois removido da página da conferência em Cingapura (confira aqui), ele não trouxe a descrição minuciosa dos
procedimentos metodológicos adotados pelos autores devido à quantidade predeterminada
de palavras que deveria conter (embora tenha sido apresentado com detalhes na
forma oral pelo Dr. Thomas Seiler, em seus 15 minutos, conforme mostra o vídeo da palestra).
Mas, para aqueles que querem maiores detalhes a respeito da condução do estudo,
basta acessar o site oficial do grupo de Paleocronologia.[9]
Além
disso, o grupo de Paleocronologia (Paleogrupo) publicou outros trabalhos acerca
da descoberta de C-14 em ossos de dinossauros. Em 2009, um artigo revisado por
pares foi aceito e publicado em italiano em uma conferência realizada pelo
Conselho de Pesquisas Nacionais da Itália, na cidade de Roma. O mesmo artigo
foi publicado em inglês em uma conferência realizada pela Gustav Siewerth
Academie, no sul da Alemanha. Esse artigo trouxe uma descrição minuciosa da
metodologia adotada pelos pesquisadores.[10] Inclusive o resumo desse artigo
foi incluído em dois livros,[11, 12] e criticado posteriormente em uma das publicações
da Science[13] e da Scientific American.[14]
Críticas
têm sido feitas ao longo do tempo, direcionadas ao trabalho apresentado em 2012
em Cingapura, alegando contaminação das amostras por resina e outros
conservantes químicos.[15] Se as críticas realmente fazem algum sentido, por
que motivo ano após ano o Paleogrupo tem sido autorizado a apresentar seus
resultados em conferências internacionais na área de ciências Geofísicas? No
dia 17 de dezembro de 2014, por exemplo, o Paleogrupo apresentou informações na
forma de pôster na reunião da American Geophysical Union (AGU), em San
Francisco (EUA).[16] Em 5 de agosto de 2015, por sua vez, na reunião da Asia
Oceania Geosciences Society (AOGS), em Cingapura [17].
A
fim de esclarecer a controvérsia e dar a oportunidade para que “o outro lado da
história” seja apresentado, nossa equipe enviou um e-mail para obter mais
informações direto da fonte. O geólogo John Michael Fischer, relações públicas
do Paleogrupo, nos enviou uma resposta na qual diz: “A crítica no site Physics
Stack Exchange foi escrita por alguém que não entende o que foi feito e nunca
nos pediu [informações]. Eles confundem um relatório feito há 25 anos com o recente
trabalho, e colágeno, resina, contaminação, etc. são problemas comuns que todo
aquele que faz testes de radiocarbono sabe como lidar. Infelizmente, eles não nos
deixarão responder-lhes.”
Fischer,
inclusive, nos enviou a matéria publicada em 1991 que criticava o teste de espectroscopia
de massa a laser aplicado em ossos de dinossauros a fim de investigar C-14, conduzidos
por russos da Universidade Estadual de Moscou em parceria com Hugh Miller,
líder da então Creation Research, Science Education Foundation (CRSEF).
Hugh
Miller, no ano anterior a esse relatório, havia publicado seus primeiros
achados de C-14 em ossos de dinossauros.[18] Segundo Fischer, muitos
evolucionistas ainda hoje fazem uma associação equivocada da matéria divulgada
em 1991 com as pesquisas recentes do Paleogrupo.[19] É possível encontrar ambas,
a matéria com as críticas divulgada em 1991 e a resposta de Hugh Miller em
relação às críticas, no site oficial do Paleogrupo.
A
fim de dar ainda mais transparência às evidências apresentadas nesta matéria,
disponibilizaremos os e-mails dos membros do Paleogrupo:
Hugh
Miller, consultor químico e coordenador do Grupo Internacional Paleocronologia
de Columbus Ohio (hugoc14@aol.com)
Joe
Taylor, paleontólogo de campo e diretor do Mt. Blanco Fossil Museum, Crosbyton,
Texas (mtblanco1@aol.com)
(Everton Alves)
Referências:
[1] Schleicher, M., Grootes,
P.M., Nadeau, M.-J., and Schoon, A., “The Carbonate 14C Background and Its
Components at the Leibniz AMS Facility”, Radiocarbon,
40(1998), p. 85-93.
[2] Baumgardner JR, Snelling
AA, Humphreys DR, Austin SA. “Measurable 14C in Fossilized Organic Materials:
Confirming the Young Earth Creation-Flood Model.” In:
Ivey Jr RL (ed.). Proceedings of the
Fifth International Conference on Creationism. Pittsburgh, Pennsylvania: Creation Science Fellowship,
2003, p. 127-147.
[3] Baumgardner JR. “14C
Evidence for a Recent Global Flood and a Young Earth.” In: Vardiman L, Snelling
AA, Chaffin EF (eds.). “Radioisotopes
and the Age of the Earth: Results of a Young-Earth Creationist Research
Initiative.” El Cajon, California:
Institute for Creation Research, and Chino Valley, Arizona: Creation Research
Society, 2005, p. 587-630.
[4] Taylor RE, Southon J. “Use
of Natural Diamonds to Monitor 14C AMS Instrument Backgrounds.” Nuclear Instruments and Methods in Physics
Research B 259 (2007): 282-287.
[5] Snelling AA. “Geological
Conflict: Young Radiocarbon Date for ‘Ancient’ Fossil Wood Challenges Fossil
Dating.” Creation (April-June 2000),
p. 44-47.
[6] Snelling AA. “Radiocarbon
Ages for Fossil Ammonites and Wood in Cretaceous Strata near Redding, California.”
Answers Research Journal 1 (2008):
123-144.
[7]
De Young D. Thousands... Not Billions.
Green Forest, AR: Master Books, 2005.
[11]
De Mattei R (ed.). Evoluzionismo: Il
tramonto di una ipotesi. Siena: Cantagalli, 2009. P.125-155. ISBN
88-8272-500-6.
[12]
Gerhard Hess Verlag. Evolution and the
Sciences: A Critical Examination. Bad Schussenried, Germany, 2012, p.
295-321.
[16] Miller H, Bennett R, de
Pontcharra J, Giertych M, Kline O, van Oosterwych MC, Owen H, Taylor J. “A comparison of δ13C & pMC values for ten Cretaceous-Jurassic
dinosaur bones from Texas to Alaska USA, China, and Europe with that of coal
and diamonds presented in the 2003 AGU meeting.” AGU Fall Meeting
2014, 15 to 19 Dec, 2014, San Francisco, Abstract #B31E-0068. Disponível em: https://agu.confex.com/agu/fm14/meetingapp.cgi/Paper/29800
[17] Miller H, Bennett R, Owen
H, de Pontcharra J, Giertych M, van Oosterwych MC, Kline O, White B, Taylor J. “Soft
Tissue, Collagen and Significant 14C Content in Dinosaur Bones – What Does it
Mean?” AOGS 12th Annual Meeting, 2 to 7 Aug, 2015, Singapore, Abstract
BG01-D3-PM2-P-006 (BG01-A013). Disponível em: http://www.dinosaurc14ages.com/singabs.pdf
[18] Dahmer L, Kouznetsov D,
Ivenov A, Hall J, Whitmore J, Detwiler G, Miller H. “Report on chemical
analysis and further dating of dinosaur bones and dinosaur petroglyphs.” In Proceedings of the Second International
Conference on Creationism held July 30-August 4, 1990, Volume 2, “Technical
symposium sessions and related topics”, ed. by R. E. Walsh and C. L. Brooks, p.
371-374. Pittsburgh: Christian Science Fellowship, Inc.
[19] Lafferty MB. “Creationists
Say Dinosaurs Lived With Man.” Columbus
Dispatch, 1991, p. 1B-2B, November 3.