É possível guardar o sábado hoje |
A
Bíblia é, por excelência, o livro mais influente do Ocidente. Por mais
secularizada que seja uma pessoa, ela sempre se depara com elementos extraídos
das páginas do livro sagrado de cristãos e judeus. Uma de suas influências mais
marcantes diz respeito à contagem do tempo. A divisão do dia em doze horas, da
semana em sete dias, e do ano em doze meses são medidas de tempo que estão
registradas nas páginas da Bíblia. São praticamente universais, pois apenas poucas
culturas sem muita expressão adotam medidas de tempo diferentes (e, entre os
que adotaram contagens de tempo alternativas, como os revolucionários franceses
do século 18 e os soviéticos no século 20, há os que fizeram isso para
demonstrar claro inconformismo com a notória influência judaico-cristã da
semana de sete dias nos calendários tradicionais).
No
caso da semana, a duração de sete dias é atribuída na Bíblia ao período que
Deus empregou para criar tudo o que há no mundo. Nos seis primeiros dias, o
Criador executou Sua obra de criação. No sétimo dia, o sábado (do hebraico shabbath, “descanso”, “pausa”, “cessação”),
Deus encerrou a semana da criação com uma ocasião de descanso e culto. Em geral,
os seguidores da Bíblia observaram o sábado como dia de especial para descanso
religioso durante o período de sua composição (que se encerrou no fim do
primeiro século d.C.). Após isso, os judeus piedosos, que rejeitaram a segunda
parte da Bíblia, o Novo Testamento, continuaram a ter o sábado como dia de
descanso, enquanto boa parte dos cristãos foi gradualmente adotando o dia
seguinte ao sábado, que passou a ser chamado de domingo (do latim Dominus die, “dia do Senhor”), como o
novo “sábado” cristão.[1] Ao longo da história cristã, apenas grupos
periféricos continuaram observando o dia correspondente ao shabbath judaico. Para os cristãos sabatistas, o sábado corresponde
ao dia definido por Deus ao final da semana da criação, e seu preceito
transcende as disposições da lei mosaica referentes ao templo e às cerimônias
da economia hebraica. Para os cristãos que observam o domingo, a justificativa
para a mudança de dia de culto pela maior parte da cristandade varia, mas em
geral está associada à ressurreição de Cristo ou à tradição da igreja cristã.
Alguns
cristãos observadores do domingo, no entanto, apresentam outro motivo para não
cumprirem o descanso semanal aos sábados, conforme a Bíblia indica. Segundo
eles, durante os milênios desde a semana da criação e a proclamação dos Dez Mandamentos
no Monte Sinai, a contagem dos dias da semana muito provavelmente teria se perdido.
Portanto, a conclusão a que chegaram é que o dia por nós conhecido como sábado pode
não ser o dia correspondente ao sétimo dia da semana da criação. Sendo assim, a
celebração cristã no domingo se justificaria pela tradição, já que seria
impossível recuperar o verdadeiro sétimo dia do ciclo original. Mas será que o argumento
procede? Há evidências para uma interrupção história da contagem da semana? É
possível garantir que o ciclo semanal foi registrado ininterruptamente desde a
criação do mundo?
Para entender esse argumento, primeiro é
preciso saber como o ciclo semanal poderia ter-se perdido, se é que isso
aconteceu. Eventualmente, uma pessoa isolada pode, distraída, não saber qual é
o dia da semana. Porém, se forçar um pouco a memória, poderá recuperar um
evento que definitivamente ocorreu em um dia específico da semana e contar os
dias seguintes até chegar ao dia presente. E isso com certeza será mais fácil
se determinados eventos ocorrerem em dias específicos do ciclo semanal. Apesar
de ser ficção, a história de Robinson Crusoé ilustra a improbabilidade dessa
suposição. Após 25 anos perdido numa ilha deserta, o marinheiro do romance sabia
exatamente o dia da semana em que resgatou um selvagem da gula dos canibais, a
ponto de nomeá-lo “Sexta-feira”. Seria possível para uma pessoa em isolamento
social completo manter a perfeita contagem do ciclo semanal ao longo de décadas?
Não é irrazoável supor que sim, desde que a pessoa se proponha a não perder a
contagem do tempo e não seja tão inculta a ponto de não ter noções básicas de
calendário. No romance, o herói Crusoé conseguiu. Mas não estamos tratando de
um único sujeito perder a contagem de tempo, o que já é difícil, mas de uma
cultura completa perder a referência de semana.
Consideremos
que é bastante improvável para um povo alfabetizado perder a contagem do ciclo
semanal. E, se pelo menos um dia específico da semana possui um significado
cultural e impõe quebra da rotina, pode-se arriscar dizer que é impossível uma
nação inteira perder a contagem dos dias da semana.
Para
afirmar que a semana original se perdeu em algum momento da história, é preciso
comprovar que o povo hebreu, de quem herdamos a semana, durante algum tempo
deixou, coletivamente, de registrar as datas em um calendário. Para que isso
tenha acontecido, é preciso concluir que a história israelita combinou, durante
algum tempo considerável, retrocesso cultural, em que a esmagadora maioria da
população era analfabeta, com apostasia religiosa generalizada, a ponto de a
guarda do sábado ser completamente abandonada. Essa apostasia teria que ter,
inclusive, interrompido durante algum tempo o funcionamento do santuário
israelita. Afinal, havia rituais específicos para sábados, luas novas e outras
datas comemorativas. Portanto, somente se houvesse uma interrupção completa das
atividades do santuário, pode-se considerar verossímil a perda da contagem do
ciclo semanal por parte do povo hebreu (isso, considerando que nenhuma outra
civilização da época utilizasse a semana de sete dias, o que é bastante difícil
de comprovar, já que vários povos não relacionados aos hebreus utilizaram uma
semana de sete dias e seu sétimo dia era o sábado).[2]
Não
há registros suficientes na Bíblia nem na História para verificar uma perfeita
continuidade da contagem semanal desde a criação do mundo até a proclamação do
Decálogo. Mas, se não podemos saber quanto a semana, sabemos pela Bíblia que,
nas eras mais antigas da humanidade, a contagem do tempo era bastante
importante. O Gênesis traz minuciosos relatos do tempo de vida de todos os seus
personagens principais. As cronologias bíblicas desse período somam as idades
de cada geração e tentam harmonizá-las com eventos contemporâneos marcados pela
história secular. Se anos eram contados e registrados com tanto cuidado, a
ponto de Moisés, o autor do Gênesis, ter conhecido as idades precisas de cada
um de seus antepassados, não há por que imaginar que houvesse uma perda da
referência de períodos de tempo menores, como a semana, antes de Moisés.
Ao
se empenhar na libertação dos hebreus da escravidão, Moisés desperta o respeito
pelo sábado entre o povo (Êxodo 5:4). Após o êxodo do Egito, a data do sábado é
confirmada de modo sobrenatural pela dupla porção de maná no dia de preparação
para o sábado e na ausência do milagre aos sábados (Êxodo 16). O fenômeno se repetiu
durante quarenta anos, confirmando a vontade de Deus com respeito ao sétimo
dia.
O
texto dos Dez Mandamentos relaciona o sábado ao sétimo dia da semana da criação
(Êxodo 20:8-11). Deus restabelece a observância do sábado indicando o dia
correspondente ao sétimo dia da semana da criação. Portanto, durante a
magistratura mosaica, o dia correspondente ao sétimo dia da semana da criação
foi honrado de forma especial.
Mas
o período entre a conquista de Canaã e o advento da monarquia unida é o menos
definido da cronologia bíblica. A era semianárquica dos juízes é uma pedra no
sapato de quem quer datar os eventos bíblicos pré-davídicos. Foram anos em que
o ciclo de apostasia nacional, opressão e restauração se repetiu. Como o
calendário hebreu era regulado por festivais religiosos, entre eles o sábado, é
de se imaginar que, durante os tempos de apostasia, as datas, talvez, não
fossem marcadas com tanta precisão. Aparentemente, na ausência de um governo
central e de um templo fixo, as celebrações religiosas talvez não tivessem
muita adesão nos períodos de apostasia generalizada e, assim, a contagem do
tempo se perdeu. Fato?
É
bastante difícil que a contagem do tempo tenha se perdido durante os eventos
relatados em Juízes. Primeiro porque os israelitas eram, em geral,
alfabetizados. Uma evidência bíblica disso está em Juízes 8:14. Na passagem, um
rapaz (ou escravo) escreve vários nomes para o juiz Gideão. Ou seja, se mesmo
um inculto serviçal era capaz de escrever, muito provavelmente boa parte do
restante do povo e principalmente as classes sacerdotais responsáveis pela
transmissão da Torá fossem letradas. Achados arqueológicos indicam que a
alfabetização não era incomum no levante ao final da Idade de Bronze. O melhor
exemplo é o Calendário de Gézer, que, ao que tudo indica, foi escrito por uma
criança como exercício escolar no século 10 a.C. As evidências de alfabetização
difundida durante o período dos juízes diminuem as possibilidades de a contagem
do tempo ter-se perdido.
Deve-se
entender também que, mesmo não havendo templo, o tabernáculo armado em Siló
permaneceu ativo durante todo o período dos juízes. Em Juízes 21:19, lemos que
a peregrinação anual ao santuário acontecia mesmo durante um período turbulento
de guerra civil. A menção faz parte do relato de uma ocasião em que o povo
praticava idolatria. Aliás, o livro de Juízes registra que o culto aos deuses
pagãos coexistiu com a adoração a Yahweh
(ver Juízes 6, 18:14-31, e.g.).
Portanto, fica difícil afirmar que, mesmo com a apostasia, a guarda do sábado
possa ter permanecido completamente suspensa a ponto de o ciclo semanal se perder.
O
problema que persiste é a afirmação de que, durante os períodos de dominação
estrangeira na terra de Canaã, o ritual do santuário teria sido desativado.
Para provar que isso tenha acontecido, seria preciso encontrar, nas cronologias
dos juízes registradas na Bíblia, lacunas de tempo. No entanto, não é isso o que
acontece. A dificuldade de calcular o período dos juízes existe principalmente
por causa de superposição de datas entre os diferentes juízes, afinal, alguns
agiram como juízes locais simultaneamente com outros juízes. Por exemplo, é bem
possível que os anos iniciais dos quarenta anos do sacerdócio de Eli tenham
sido simultâneos aos vinte anos do juizado de Sansão.[3]
Mesmo
que a contagem do tempo houvesse se perdido na era dos juízes, o próprio fato
de profetas, inspirados por Deus, apelarem posteriormente para uma reforma do
dia especial de culto a Deus levaria a crer que o dia perdido estaria
recuperado por intervenção divina. Porém, mesmo fatores humanos podem
perfeitamente ter mantido inalterado o ciclo semanal entre a milagrosa queda de
maná no deserto e as manifestações proféticas posteriores.
Qualquer
leitor da Bíblia percebe que a cronologia dos eventos bíblicos é bastante
complexa. Os antigos hebreus eram aficionados por genealogias e registravam os
anos de cada geração. Os anos eram contados pelos reinados dos reis ou pela
data do Êxodo. Em 1943, o teólogo Edwin Thiele defendeu uma tese doutoral em
Arqueologia pela Universidade de Chicago. Ele elaborou a melhor solução
existente para as cronologias dos reis de Israel e Judá. O estudo encontra-se
no livro The Mysterious Numbers of Hebrew Kings, publicado pela Zondervan. A partir desse estudo, os intérpretes da Bíblia
têm como datar com bastante precisão os eventos registrados a partir do reinado
de Davi.
Dificilmente
essa possível perda coletiva da contagem semanal teria ocorrido durante ou após
o reinado de Davi. A organização minuciosa do serviço sacerdotal estabelecida
por Davi e registrada nos últimos capítulos de 1 Crônicas e o funcionamento
contínuo do templo construído por Salomão são fatos que diminuem as
possibilidades de uma falta de registro de tempo. Tampouco se pode afirmar que
houve períodos sem registro de tempo até o exílio. Mesmo durante o reinado da
ímpia Atalia, o sábado era conhecido e marcado como dia de encerramento do
ciclo semanal (2 Reis 11:5-9). Houve uma tentativa de desprestigiar as
celebrações sabáticas durante o reinado do apóstata Acaz (2 Reis 16:18). Mas
devemos lembrar que o profeta Isaías foi atuante durante todo o reinado desse
rei (Isaías 1:1; 7:1, 2; 14:28); e Isaías foi um ardente defensor da guarda
correta do sábado (Isaías 1:13; 56:2, 4, 6; 58:13; 66:23). Afinal, uma observância
hipócrita do sábado foi considerada uma das causas da ruína espiritual de Judá
(Isaías 1:13, 2 Crônicas 36:21). E, para profetas como Jeremias reconhecerem o
desrespeito popular ao sábado (Jeremias 17), é necessário que o sábado fosse
conhecido
Durante
o exílio, o profeta e sacerdote Ezequiel se destacou como um reformador do
sábado, tendo registrado quinze menções ao sábado em seu livro (Ezequiel 20:12,
13, 16, 20, 21, 24; 22:8, 26; 23:38; 44:24; 45:17; 46:1, 3, 4, 12). É atribuída
a Ezequiel a criação das sinagogas, instituições que promovem a guarda do
sábado entre o povo judeu até hoje. A prática do descanso sabático é levada
muito mais a sério após o exílio (ver Neemias 9, 10 e 13; 1 Macabeus 2:32-41; 2
Macabeus 5:25; 6:11, etc.). Nos dias de Cristo, os evangelhos e o livro de Atos
registram que o sábado era bem definido entre os judeus e cristãos primitivos.
Portanto,
não se pode admitir que o povo judeu tenha perdido a referência ao sábado durante
os mil anos entre o reinado de Davi e a composição do Novo Testamento. Após a
destruição do segundo templo, a prática e o uso de calendários diferentes entre
os judeus dispersos por vários países do mundo indicaria facilmente se um grupo
entre eles houvesse, de alguma forma, perdido a contagem da semana. Portanto,
pode-se ter bastante certeza de que o sábado definido no calendário gregoriano
em 2015 corresponde ao mesmo sétimo dia de um ciclo semanal ininterrupto desde
os tempos bíblicos; o mesmo dia que os profetas Neemias, Jeremias, Ezequiel e
Isaías apelaram, por inspiração divina, para que o povo santificasse e que interrompessem
o trabalho; o mesmo dia no ciclo semanal que regulava os turnos sacerdotais nos
dias de Davi; e por sua vez o mesmo dia que os hebreus guardavam no deserto
abstendo-se da colheita do maná; e inegavelmente o mesmo dia da semana que o
Deus criador separou para descanso após os seis dias em que esteve ocupado com
a criação do mundo.
(Fernando Dias é teólogo e editor associado
na Casa Publicadora Brasileira)
1.
Para mais detalhes a respeito dessa mudança de dia de culto, ver: Bacchiocchi,
S., From Sabbath to Sunday – A
historical investigation of the rise of Sunday observance in Early Christianity, Roma: The Pontifical Gregorian University Press, 1977;
Carson, D. A. Do Shabbath para o Dia do
Senhor, São Paulo: Cultura Cristã, 2006; Dourado, A. R. Pausa Semanal, Domingo? ou Sábado? – Na
Bíblia e na História, Niterói: Ados, 2010. Andrews, J. N.; Conradi, L. History of the Sabbath and First Day of the Week, Washington,
DC. Review and Herald, 1912.
2. Uma boa documentação
sobre o sábado como o sétimo dia da semana em diferentes povos encontra-se em:
Stein Júnior, Guilherme, Sábado ou o Repouso
do Sétimo Dia, Brasília: Sociedade Criacionista Brasileira, 1995.
3. Exemplos de datas
historicamente definidas na cronologia bíblica. Note que, na era dos juízes,
ocorre uma sobreposição de datas, tornando-se difícil definir as datas
precisas, muito provavelmente porque a magistratura de alguns juízes foi
simultânea (fontes: Nichol, Francis, Comentário
Bíblico Adventista do Sétimo Dia, Tatuí: Casa Publicadora Brasileira,
2011-2014, v. 1-7; Thiele, Edwin, The Mysterious
Numbers of the Hebrew Kings, Grand Rapids: Zondervan, 1983.
Cronologia dos principais eventos do
Antigo Testamento:
Chamado
de Abraão (1875 a.C.); nascimento de Ismael (1864 a.C.); circuncisão de Abraão (1851
a.C.); nascimento de Isaque (1850 a.C.); perseguição dos descendentes de Abraão
(1845 a.C.); nascimento de Jacó (1790 a.C.); entrada no Egito (1660 a.C.); Êxodo
(1445 a.C.); viagem para espiar Canaã (1444 a.C.); travessia do rio Jordão (1405
a.C.); conquista de Canaã (Josué 14:10) (1400 a.C.); morte de Josué (1375 a.C.);
servidão sob Cusã-Risataim (8 anos); magistratura de Otoniel (40 anos); opressão
sob Eglom (18 anos); magistratura de Eúde e período de paz (80 anos); opressão
dos filisteus e juizado de Angar (?); opressão por Jabim (20 anos); magistratura
de Débora e Baraque (40 anos); opressão sob os midianitas (7 anos); magistratura
de Gideão (40 anos); reinado de Abimeleque (3 anos); magistratura de Tola (23
anos); magistratura de Jair (22 anos); opressão sob os filisteus e amonitas (18
anos); magistratura de Jefté (1107-1101 a.C.); magistratura de Ibsã (7 anos); magistratura
de Elom (10 anos); magistratura de Abdom (8 anos); opressão sob os filisteus (40
anos); magistratura de Sansão (20 anos); magistratura de Eli (40 anos); magistratura
de Samuel (?); reinado de Saul (1050 a.C.); reinado de Davi (1010 a.C.); conquista
de Jerusalém (1003 a.C.); coroação de Salomão (971 a.C.); morte de Davi (970 a.C.);
construção do templo (965 a.C.); morte de Salomão (931 a.C.); cisma entre os
reinos de Israel e Judá (931 a.C.); reinado de Roboão em Judá (931-913 a.C.); reinado
de Asa em Judá (911[910]-870[869] a.C.); reinado de Josafá em Judá (972-848 a.C.);
reinado de Acabe em Israel (874-853 a.C.); reinado de Joás em Judá (835-796 a.C.);
reinado de Uzias em Judá (792-740[739] a.C.); queda de Samaria e deportação
para a Assíria (722 a.C.); reinado de Ezequias em Judá (716[715]-687[686] a.C.);
reinado de Manassés (687[686]-643[642] a.C.); reinado de Josias (641[640]-609
a.C.); primeira de deportação para Babilônia (605 a.C.); segunda deportação
para Babilônia (597 a.C.); terceira deportação para Babilônia e destruição de
Jerusalém (586 a.C.); queda de Babilônia (539 a.C.); decreto de Ciro (537 a.C.);
inauguração do segundo templo (515 a.C.); decreto de Artarxerxes (457 a.C.).