“Ninguém jamais falou como este Homem.” João 7:46
Cecília Meireles, uma das escritoras mais importantes e
expressivas da literatura brasileira, deixou-nos o belo poema “Falai de Deus
com clareza”. Nele, a poetisa, com sensibilidade para o divino, deixou
transparecer um apelo aos que pretendem comunicar Deus ao mundo.
“Falai de Deus com a clareza / da verdade e da certeza: / com
um poder de corpo e alma / que não possa ninguém, / à passagem vossa, / não O
entender. / Falai de Deus brandamente, / que o mundo se pôs dolente, / tão sem
leis. / Falai de Deus com doçura, / que é difícil ser criatura: / bem o sabeis.
/ Falai de Deus de tal modo / que por Ele o mundo todo tenha amor / à vida e à
morte, / e, de vê-Lo, O escolha como modelo superior. / Com voz, pensamentos e
atos / representai tão exatos os reinos Seus / que todos vão livremente para
esse encontro excelente. / Falai de Deus.”
O poema acima traz marcas evidentes de um tipo de discurso
que desperta a atenção de alguns estudiosos: o discurso religioso, o qual, de
forma explícita ou não, permeia as instâncias comunicativas, sendo quase
onipresente na linguagem. Por causa dessa forte presença, não só a Análise do
Discurso, mas também outras áreas do conhecimento – sobretudo a Filosofia, Psicologia,
Psicanálise, Antropologia e Sociologia – tomarão o discurso religioso como um
importante material de investigação, já que ele produz significativo impacto
tanto sobre o indivíduo (é um elemento revelador da natureza humana, do homo religiosus) quanto sobre a coletividade
(manifesta-se na vida pública e social).
O assunto central do discurso religioso é Deus, que também
entrou, pelo menos tangencialmente, na pauta da Biologia, da Física e de outras
ciências. Com vocabulário próprio de cada área, muitos cientistas se veem
algumas vezes “obrigados” a se pronunciar perante a questão da origem do
Universo e da vida: criação especial ou evolução? Quando a controvérsia acerca da
existência de Deus surge, até mesmo o homem do laboratório (guiado pela
imparcialidade e objetividade, esforçando-se em alcançar uma explicação
estritamente científica para o mundo e a vida) termina discursando sobre Deus, seja
para defendê-Lo, negá-Lo ou meramente para comentar e opinar acerca de Sua
intromissão nos domínios da ciência. Nos moldes do teísmo clássico, fala-se até
na “prova matemática” da existência do Ser Supremo.
Como se vê, sempre haverá uma palavra a ser dita no tocante a
Deus, não importa se absurda e delirante ou convincente e razoável. Ele
continua sendo assunto na boca de todos. Por isso, o homem não pode não falar
de Deus. Mesmo o ateísmo tem se preocupado com Ele, mediante posicionamentos
discursivos em favor de Sua não existência. Diz-se que “o ateísmo incompleto
metamorfoseou o nome de Deus nas formas modernas da ciência, do estado, da
filosofia e inclusive das artes. Espectro de Deus cristão, em todas essas
formas encontramos um fantasma sob o desejo mais ingente de uma vontade débil
que busca um ideal para além de todo o real, um sentido para além de toda
consideração natural”. Assim, o discurso religioso, no sentido lato, é
abrangente e universal; envolve o enunciador, mais do que este domina aquele.
Por conseguinte, dele não se escapa; mas é necessário levá-lo até a arena das
discussões, confrontando-o com a crítica.
Realmente, “o homem fala a Deus, fala com Deus e fala de
Deus. Por outro lado, é impossível inventar uma linguagem que fale de Deus de
maneira exata, adequada, perfeita, como a fazemos em relação à matemática e à
física [...] Há sempre o perigo de entender mal o alcance da nossa linguagem e
crer que se consegue exprimir muito mais do que realmente somos capazes de
dizer dEle. [...] A linguagem religiosa não é uma linguagem abstrata,
desapegada, como a linguagem científica, e sim uma linguagem que envolve
intimamente aquele que a pronuncia: este não fala só do objeto em si mesmo, mas
também da relação que assume em relação a esse objeto (Deus). De fato, usar a
linguagem religiosa implica uma atitude de fé, de crença em Deus. Há, pois, uma
singularidade que brota diretamente do objeto que se pretende designar e
descrever: Deus. Dada a absoluta transcendência de tal objeto, é normal que a
linguagem religiosa tenha um caráter ‘estranho’ (Ramsey), ‘paradoxal’
(Bouillard), ‘simbólico’ (Tillich). Quando fala de Deus, o homem move-se nas
fronteiras da linguagem, submetendo-a a todo tipo de violência, acrescentando
às palavras qualificações estranhas: adjetivos, superlativos, circunlocuções,
sufixos, prefixos etc.” Logo, “esse ato de alongar as palavras até seu limite é
essencial para o comportamento linguístico que é a religião (van Buren)”.
Os analistas do discurso religioso extraem
dele, pelo menos, quatro características. Consideram-no persuasivo, poderoso, ideológico
e absoluto – um produtor de crença. Alguns acrescentam que ele é autoritário,
porquanto “sua dimensão ideológica é tão forte que o enunciatário se vê como
que impedido de optar publicamente por outro comportamento sem que se sinta
culpado ou infiel perante os membros da comunidade sócio-cultural-religiosa a
que pertence”. Na perspectiva de Eni Pulcinelli Orlandi, rigidez, ao invés de
flexibilidade, constitui uma de suas marcas, pois “tende fortemente para a
monossemia”, ficando restrito a uma significação específica. Já no âmbito da
filosofia, a linguagem religiosa, conforme o empirista David Hume, não faz
sentido; é sofística e ilusão que não pode ser levada a sério, pois contém
considerável carga retórica escorregadia. Para os positivistas lógicos, que
baseavam suas análises na verificabilidade (certo tipo de preconceito), o
jargão religioso “não demonstra sentido formal nem fatual e, portanto, não tem
sentido cognitivo”.
Quais cuidados deveríamos ter com nossas pressuposições ao
nos debruçarmos criticamente sobre o discurso religioso? Conquanto a Análise do
Discurso e outros saberes tenham contribuído no tocante aos estudos acerca da
natureza e funções do discurso religioso, ainda há muito a se dizer. Mais: é
preciso livrá-lo da caracterização enfaticamente negativa que certas análises
desconstrucionistas exageradas lhe conferem ao associá-lo diretamente com a
manipulação de mentes, alienação e imposição de dogmas irracionais,
considerando-o apenas um instrumento de poder e controle. Não negamos que o
discurso religioso presta-se a esse desserviço; entretanto, essa é somente a
expressão distorcida da religião nele revelada. Se, consoante Dominique
Maingueneau, “o discurso é uma organização situada para além da frase”,
cabe-nos então ir além das aparências discursivas e dos atos de fala se
quisermos compreender com maior profundidade as especificidades das enunciações
religiosas, as quais nos auxiliam na compreensão do sujeito religioso. Dessa
forma, malgrado as várias teorias do discurso propostas no meio acadêmico, o
fato é que o discurso religioso, além de argumentativo, conduz para uma “concretização
da intenção”, desembocando em um sistema de símbolos.
A pluralidade de religiões implica a pluralidade de discursos
religiosos. Nesse sentido, dadas as várias noções e compreensões da Divindade
espalhadas pelo mundo, falar de Deus sempre será algo complexo, polêmico,
incômodo, arriscado, politicamente incorreto para algumas pessoas e, em certo
aspecto, “perigoso”. Isso porque o objeto do discurso religioso é sui generis,
exigindo do indivíduo envolvido com ele condições e requisitos nada fáceis de
cumprir, os quais ultrapassam a esfera analítico-intelectual para imiscuir-se
no âmbito psicológico-afetivo. Por isso, muitos defendem que a religião deve
restringir-se à esfera privada da vida. A realidade, porém, é outra: o discurso
religioso, sobretudo o institucionalizado, “dominou” o mundo – na fala, na
escrita e em tudo mais. A reação racionalista é uma evidência desse domínio que
ressurgiu com toda força, mesmo numa época de “morte de Deus”.
No Ocidente, largamente influenciado pelo cristianismo, o
falar religioso - com sua característica de pregação apologética - expande-se
para a esfera pública, gerando preocupação nas mentes humanistas e até mesmo
nos pensadores crentes em Deus. Temendo-se qualquer manifestação de teocracia,
vê-se essa intromissão do discurso religioso na esfera pública como um fator de
exclusivismo e intolerância, ameaçando a democracia, a laicidade e a
pluralidade de pensamento. Exageros à parte, se o assunto “Deus” não pode ser
amputado nem da consciência individual nem do espaço coletivo – uma vez que
pesquisas anunciam que “o cérebro humano já nasce predisposto a acreditar em
Deus” -, como o cristianismo, especificamente, deveria se comportar ao falar do
Ser divino numa sociedade avessa à pregação? Para os cristãos, o exemplo de
Jesus Cristo revelado nas Escrituras constitui a máxima referência.
Antes de ascender ao Céu, Jesus deu importante comissão a
Seus discípulos: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”
(Marcos 16:15). O evangelho significa o anúncio das “boas-novas” ou boas
notícias de salvação que o planeta inteiro precisa ouvir, pois a mensagem
cristã deve atingir até mesmo “os confins da Terra” (Atos 1:8). Não é uma
imposição, mas uma proclamação e convite. No entanto, surge a pergunta: Diante
de um cristianismo fragmentado em milhares de doutrinas, aparentemente
contraditório e em crise, qual mensagem deve ser anunciada ao mundo? Não seria
aquela denominada de “evangelho eterno” (Apocalipse 14:6)? Transposto o
obstáculo concernente à identificação do verdadeiro evangelho de Cristo e
assumindo-se o pressuposto de que existe uma verdade religiosa a ser descoberta
e conhecida, em que linguagem ou espírito deve o evangelho ser exposto? Tal
questionamento requer reflexão séria por parte da fé cristã, sem desconsiderar
o seguinte: “Em certo sentido, o evangelho será sempre um discurso estranho ao
mundo. Ele lança um desafio poderoso aos padrões, às perspectivas e às ideias
seculares dominantes. O evangelho enfrentará o preconceito, a ignorância e a
confusão. Por que acrescentar outras dificuldades às que existem, dada a
natureza do próprio evangelho? Por que fazer o evangelho parecer mais
estranho?” Assim, para que as “Boas Novas” não pareçam mais estranhas do que já
são ao homem natural (que as considera loucas, excêntricas e esquisitas),
revisitemos o poema de Cecília Meireles a fim de extrair dele alguns princípios
necessários a todo indivíduo predisposto a falar de Deus.
“Falai de Deus com a clareza / da verdade e da certeza: / com
um poder de corpo e alma / que não possa ninguém, / à passagem vossa, / não O
entender.”
É possível visualizar clareza, verdade e certeza nos
discursos humanos? Não seria esse um ideal ilusório e inalcançável? Segundo
Michel Foucault, “a verdade é algo deste mundo: ela só é produzida em virtude
de múltiplas formas de coação. E induz aos efeitos de poder. Cada sociedade tem
seu regime de verdade, sua ‘política geral’ de verdades: isto é, os tipos de
discurso que ela aceita e faz funcionar como verdadeiras; os mecanismos e
ocasiões que permitem a alguém distinguir entre declarações verdadeiras e
falsas, os meios pelos quais cada uma é sancionada; as técnicas e procedimentos
concedem valor na aquisição de verdades; o status daquelas que são acusadas de
dizer o que conta como verdade.” Por estarem restritas a uma compreensão
limitadora da verdade, pautada no espírito desconstrucionista da
pós-modernidade, as considerações foulcautianas carecem de correção, pois
enfocam apenas o aspecto problemático da manipulação, do poder e do controle em
relação à verdade, a qual, nesta espécie de pensamento, não existe. De fato,
entre falas conflitantes, incoerentes e mal intencionadas, nada exige mais
clareza, compreensão e verdade do que Deus. Contudo, se a linguagem humana é
imperfeita e limitada para se falar de coisas conhecidas, que esforço não
devemos fazer para falar clara e distintamente do Ser infinito, que está fora
da linguagem!
Conforme Guimarães Rosa, “o idioma é a única porta para o
infinito, mas infelizmente está oculto sob montanhas de cinzas”. Se, por um
lado, o nome genérico Deus vem do sânscrito div (luz, claridade), por outro, o
significado desse nome continua sepultado sob montanhas de cinzas hermenêuticas,
debaixo de escombros linguísticos teoréticos. Dessa forma, se quisermos dizer
algo dEle, nossas palavras – poluídas de a
prioris – têm de ser “divinas”, purificadas pelo toque da “brasa viva do
altar” (Isaías 6:7 e 8).
Em outro aspecto, o discurso religioso tem de ser exotérico
(compreensível aos de fora da comunidade religiosa, claro como a luz do dia) e
não esotérico (restrito ao universo da religião, opaco), revelando simplicidade
e, tanto quanto possível, objetividade, livrando-se de jargões complexos e
próprios da retórica pomposa, grandiloquente. Portanto, aos proclamadores da
Palavra, cautela é essencial a fim de não envolver Deus em obscuridade,
cercando-O de conceitos filosóficos especulativos e teologias nebulosas que O
tornam ainda mais distante de Sua autorrevelação. Nesse sentido, ninguém falou
de Deus com tanta clareza, verdade, certeza e poder quanto Jesus Cristo. Por
onde Ele passava, era impossível não O entender.
“Falai de Deus brandamente, / que o mundo se pôs dolente, /
tão sem leis. / Falai de Deus com doçura, / que é difícil ser criatura: / bem o
sabeis / Falai de Deus de tal modo / que por Ele o mundo todo tenha amor / à
vida e à morte, / e, de vê-Lo, O escolha como modelo superior.”
O mundo vem se
transformando num ambiente caótico, num campo de conflito onde leis universais
de justiça e amor são cada vez mais desconsideradas. Em tal contexto, Deus, no
pensamento do filósofo Nietzsche, “não passa de um conceito que determina o
nosso modo de pensar. Assim, o discurso sobre Deus [...] se estabelece com
pretensões de verdade, mas não passa de ‘palavras duras como tochas que fazem
tropeçar’. No fundo, o possível discurso sobre Deus seria lido no mesmo âmbito
das ciências positivas que buscam pelo mundo verdadeiro, um mundo que, no dizer
de Nietzsche, foi suprimido. [...] O âmbito do saber metafísico, se revelaria,
em Nietzsche, violência do conceito que, ao mirar as coisas celestes, impede a
liberdade do ‘sentido da terra’. [...] Contudo, o discurso nietzschiano não
será igualmente violento, já que, afinal de contas, enquanto ‘sacrossanto
egoísmo’, ele declara guerra às verdades metafísicas, principalmente através da
célebre fórmula do ‘filosofar com o martelo’: uma forte declaração de guerra
aos ídolos ‘eternos’?”
Inegavelmente, o tema “Deus” tem sido causa de hostilidade
entre as pessoas. A tese é confirmada pela própria História: inquisição,
fogueiras, guerras santas, prisões, exílio e muito derramamento de sangue “em
nome de Deus”, mas também contra o nome de Deus. Religião e ateísmo, cada um ao
seu modo, desempenharam papel vergonhoso nos séculos passados, haja vista a
igreja hegemônica da Idade Média e os regimes ateus da antiga União Soviética e
da China, ambos causadores de traumas históricos na civilização. O cenário de
hoje, aparentemente mais brando, parece ser outro; entretanto, a “violência
sagrada” insiste em levantar a cabeça. A palavra “Deus”, na boca vã e má,
transforma-se em espada ameaçadora, embora Deus nada tenha a ver com violência.
Todavia, se violência for entendida como conflito entre a verdade e o erro, que
provocou profundas divisões no pensamento religioso, todo discurso será
“violento”, na medida em que tenta posicionar-se hermeneuticamente. Daí as
palavras de Jesus, frequentemente mal interpretadas: “Não penseis que vim
trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada” (Mateus 10:34).
Mais uma vez, Cristo é o referencial de não violência e amor.
Acerca dEle, o Modelo superior dado à humanidade, pronunciou-se certa autora
cristã: “Jesus não suprimia da verdade uma palavra que fosse, mas sempre a
proferia com amor. Em Seu convívio com o povo exercia o maior tato,
dispensando-lhes atenta e bondosa consideração. Não era nunca rude; jamais
pronunciava desnecessariamente uma palavra severa; nunca motivava dores
desnecessárias a uma alma sensível. Não censurava as fraquezas humanas. Dizia a
verdade, mas sempre com amor. Denunciava a hipocrisia, a incredulidade e a
injustiça; mas o pranto transparecia em Sua voz quando proferia Suas
fulminantes repreensões. Chorou sobre Jerusalém, a cidade que amava, e que
recusava recebê-Lo a Ele que era o caminho, a verdade e a vida. [...] Sua vida
foi de abnegação e solícito cuidado pelos outros. Toda alma era preciosa aos
Seus olhos. Se bem que sempre Se conduzisse com divina dignidade, inclinava-Se
com a mais terna simpatia a cada membro da família de Deus.” Na perspectiva
cristã, o discurso religioso equilibra a “dureza” da verdade com a suavizante
influência do amor e da compaixão.
“Com voz, pensamentos e atos / representai tão exatos os
reinos Seus / que todos vão livremente para esse encontro excelente. / Falai de
Deus.”
Qualquer discurso hoje é olhado com desconfiança. Na esfera
religiosa, quando se dissocia discurso de prática, o estrago é muito grande: a
boa palavra é traída pelo ato ruim e Deus é malcompreendido. Quão diferente era
Jesus quando falava aos homens! “Em conformidade com o que Ele ensinava, vivia
(João 13:15). [...] Em Sua vida, as palavras de Cristo tiveram perfeita
ilustração e apoio. E mais do que isto: Ele era aquilo que ensinava. Suas
palavras eram a expressão não somente da experiência de Sua própria vida, mas
de Seu próprio caráter. Não somente ensinava Ele a verdade, mas era a verdade.
Era isto que Lhe dava poder aos ensinos”. Sendo o Logos divino, Cristo
demonstrou, com voz, pensamentos e atos, a representação exata do reino de
Deus, estimulando o homem ao encontro excelente com o Criador. Seu discurso
atrativo, coerente e poderoso evidenciava o caráter divino de Suas palavras.
Por essa razão, ficou registrado: “Nunca homem algum falou assim como este
homem” (João 7:46); e nunca ninguém falará.
Retomando Guimarães
Rosa: “A língua, para mim, é instrumento: fino, hábil, agudo, abarcável,
penetrável, sempre perfectível. Mas sempre a serviço do homem e de Deus, do
homem de Deus, da Transcendência.” Ainda há espaço para se falar de Deus com
clareza, veracidade e certeza, aliados à ternura, amor e misericórdia. Se não
for falso, vão e prejudicial, o discurso religioso centrado em Cristo será recebido
como boas novas, preservando o seu lugar na vida do sujeito e no mundo e
estando a serviço do bem. Porém, caso enverede por caminhos tortuosos,
representará somente palavras jogadas ao vento destituídas de relevância e
valor para uma realidade carente de sentido e ainda faminta de Deus.
“Pois Ele falou, e tudo Se fez” (Salmo 33:9). Que os
seguidores de Jesus Cristo falem de Deus da forma melhor e mais completa
possível: mediante palavras eternas, carregadas de vida e encarnadas em boas
ações, tal como discursou o Deus-homem quando esteve Terra.
(Frank de Souza Mangabeira, membro da Igreja Adventista do Bairro Siqueira Campos, Aracaju, SE; servidor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe)