sábado, dezembro 29, 2012

Lição da ES "Origens": Jesus o Criador



Assista também à introdução geral à Lição deste trimestre (clique aqui).

Leia o comentário da Lição nº 1 (aqui) e a Introdução (aqui).

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Feliz Natal e um 2013 abençoado para você


Prezado leitor, nos próximos 15 dias, estarei de férias, motivo pelo qual as atualizações do blog, nesse período, não serão tão frequentes. Aproveito a oportunidade para agradecer seu apoio e prestígio. Este trabalho voluntário no blog Criacionismo (e no Twitter @criacionismo e no Facebook www.facebook.com/blogcriacionismo) tem sido compensador, pois muitas pessoas têm sido beneficiadas com a defesa racional da fé e com as fontes de pesquisa que procuro disponibilizar aqui. Tenho certeza de que, “no Senhor”, este trabalho não tem sido em vão (1Co 15:58). Por isso me encho de ânimo para prosseguir. Quero, também, agradecer os muitos colaboradores que diariamente me enviam links, sugestões de postagens e dicas. São tantos que não gostaria de cometer injustiça mencionando um ou outro nome. Enfim, agradeço a todos e desejo-lhes um feliz Natal (focado no Aniversariante) e um abençoado 2013.

Introdução geral à Lição da Escola Sabatina "Origens"

quarta-feira, dezembro 19, 2012

As semanais e o fim do mundo

O fim do mundo está na boca do povo. Prova disso é que duas das mais importantes revistas semanais do Brasil deram destaque ao assunto – no caso da IstoÉ, o tema foi capa. A Veja, revista brasileira de maior tiragem, publicou a matéria “Faltam poucos dias”, e afirma: “O índice de fiascos das previsões com data marcada é de 100%. É prudente, contudo, manter a estimativa em aberto até a próxima sexta-feira, 21 de dezembro. Há rumores de que o apocalipse [sic] ocorrerá nesse dia, quando se encerra um ciclo do calendário usado pelos maias, população indígena que ainda hoje habita regiões da América Central. [...] A associação entre o fim do ciclo maia e a catástrofe se deve a um escritor pop americano, José Argüelles, que interpretou com fartas doses de imaginação as antigas escrituras maias num livro publicado em 1987.” Já se sabe (e eu publiquei aqui) que o calendário maia não tem nada a ver com o fim do mundo. “Não há nos registros arqueológicos nada que diga que os maias esperavam uma hecatombe fantástica em 21 de dezembro de 2012”, diz Veja. Na verdade, há na literatura maia algo ainda mais curioso (clique aqui e confira).

Segundo estudiosos entrevistados por Veja, essa preocupação com o fim do mundo “tende a se acentuar em épocas de grande ansiedade social, com eventos como crise econômica, guerras e terrorismo. Se o mundo não acabar nesta sexta-feira, não faltarão profetas dispostos a dar uma nova chance ao apocalipse”. Com essa última frase, a revista deixa claro um dos aspectos negativos (entre muitos) dessa agitação toda em torno do fim: o tema vai sendo desgastado e, quando alguém procura falar a respeito do fim predito na Bíblia, acaba sendo tido como mais um sensacionalista maluco. Os que acreditavam no fim que não veio acabam perdendo a fé. Os que não acreditavam reforçam a descrença.

No quadro “O mundo já não acabou antes”, Veja comete um erro histórico ao afirmar que William [Guilherme] Miller foi o “precursor da Igreja Adventista do Sétimo Dia”. Se tivesse escrito que Miller foi o precursor do movimento adventista que agitou praticamente todas as igrejas norte-americanas e em outros continentes, no século 19, estaria correto. O fato é que Miller nunca se tornou adventista do sétimo dia. Ele era batista. E a Igreja Adventista do Sétimo Dia nunca marcou datas para a volta de Jesus. A Igreja Adventista foi organizada em 1863, quase três décadas depois da pregação milerita nos EUA.

Na matéria “À espera do fim do mundo”, IstoÉ dedica bem mais espaço ao tema do que as duas páginas de Veja. Na reportagem de nove páginas, a semanal apresenta o testemunho de várias pessoas que deixaram tudo para viver em lugares que, segundo elas, estariam livres dos eventos catastróficos que – também segundo elas – terão lugar no próximo dia 21. O subtítulo diz: “Conheça brasileiros e estrangeiros que fazem estoque de água, comida e remédios, se mudaram para cidades consideradas seguras e protegem-se em bunkers para tentar escapar do apocalipse [sic] previsto para a próxima sexta-feira 21.”

O texto prossegue: “No Brasil, as pessoas que se preparam para o dia 21 de dezembro estão quase sempre vinculadas às profecias de algumas lideranças místicas. A mais forte delas, atualmente, é a do japonês radicado no Brasil Masuteru Hirota, também conhecido como Professor Hirota. Hoje com 70 anos, ele fez fama como curandeiro em Atibaia, no interior de São Paulo, e ganhou o Brasil e o mundo – já foi tema de documentários na Alemanha e na França – nos últimos meses com estrambólicas previsões do fim dos tempos. Com base em interpretações duvidosas do suposto fim do calendário maia, ele cravou que 80% da terra habitável do planeta seria destruída em 21 de dezembro de 2012 por um tsunami que matará nada menos do que seis bilhões de pessoas. Como todo bom guru, Hirota deu o mapa da salvação. Quem quiser viver, disse ele, deve se mudar para as cidades de Alto Paraíso ou Pirenópolis, ambas em Goiás, estocar comida e remédios para dois anos e esperar o fim de colete salva-vidas.”

Resultado? “Foi o suficiente para que um grande número de pessoas, o maior e mais representativo do País quando o assunto é fim do mundo, largasse suas vidas estabelecidas em suas cidades e rumasse para essas localidades.” A população de Alto Paraíso, por exemplo, viu os “novos apocalípticos” se somarem ao volumoso fluxo de turistas e visitantes que já frequentam a localidade no fim de ano. “É tanta gente nova por aqui que já não reconheço mais os rostos das pessoas que vejo na rua”, diz o corretor Nilton Kalunga, dono da Kalunga Imóveis e morador há mais de 20 anos. Neste ano, ele viu suas vendas aumentarem em 110% quando comparadas às de 2011 graças ao “efeito fim do mundo”.

“Costumamos receber sete mil turistas nessa época”, diz Fernanda Inês Montes, secretária de Turismo de Alto Paraíso. Neste ano eles esperam entre 10 mil e 15 mil. “Muitos chegam bastante assustados, com medo do que pode acontecer”, diz Lucrécia Lopes, moradora há 15 anos.

Segundo IstoÉ, “o medo e a ansiedade são a grande força motriz dos apocalípticos. Para eles, ainda que a Nasa – agência espacial norte americana – tenha vindo a público desmentir as teorias de fim dos tempos [embora curiosamente alerte seus funcionários] e até o Vaticano tenha emitido um comunicado oficial afirmando, categoricamente, que o mundo não acaba na próxima sexta-feira, a simples possibilidade, embora remotíssima, do fim é mais forte e atropela qualquer lampejo de racionalidade”.

A matéria cita mais pessoas (especialmente nos EUA) que estão estocando alimentos e investindo em bunkers, e menciona o caso do prefeito de São Francisco de Paula, RS, Décio Colla. Durante este ano, ele veio a público, em mais de uma ocasião, alertar a população para uma possível alteração na atividade solar prevista para o dia 21. “Há risco de tsunamis gigantescos”, diz, fazendo eco a outras muitas previsões que se misturaram e passaram a se associar à fatídica sexta-feira 21 de dezembro de 2012.


Sim, o fim do mundo está na boca do povo, mas no coração o que se vê é medo ou indiferença (além de deboche ). É bom lembrar que essas falsas profecias são, na verdade, o cumprimento de uma profecia verdadeira feita por alguém que nunca errou, Jesus Cristo. Segundo Ele, devemos ter cuidado com os falsos profetas (cf. Mt 7:15; leia também todo o capítulo 24 de Mateus). O medo do futuro também é uma predição de Jesus: “Haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo” (Lc 21:26).

Gostaria muito que Jesus voltasse na sexta-feira (ou mesmo hoje), mas creio que farei tranquilamente minha viagem de férias para Santa Catarina e, no dia 22, de manhã, se Deus assim desejar, estarei apresentando a mensagem no culto da Igreja Adventista da Barra do Aririú, em Palhoça, onde fui líder no fim dos anos 1990. Naquela época, dizia-se que o mundo acabaria no ano 2000 (“mil passará, dois mil não passará”, lembra?). O tempo passou. A data marcada “furou” e, pelo visto, as pessoas ainda não aprenderam que esse assunto de data pertence a Deus (Mc 13:32), mas o preparo a cada dia é nossa responsabilidade. Quando Jesus vier (seja no ano que vem ou daqui a alguns anos) ou quando eu morrer, quero estar pronto para encontrá-Lo. Essa deve ser nossa maior preocupação; nosso maior “projeto de vida”.

Michelson Borges

Quer saber a verdade sobre o fim do mundo? Clique aqui.

Hollywood se mantém em silêncio após massacre

A maioria das estrelas do cinema ficou em silêncio até agora, após o massacre de 20 crianças e seis adultos em uma escola de Connecticut. Especialistas em cultura pop dizem que não é difícil entender por quê. “Quando você é uma estrela conhecida por carregar armas e atirar, quando acontece algo assim a última coisa que você quer é se colocar no centro da discussão... a não ser que pretenda nunca mais estrelar um filme de ação ou aventura”, propõe Robert Thompson, professor de cultura popular na Universidade Syracuse. Defensores de longa data do controle de armas, como a atriz Susan Sarandon e o diretor Michael Moore, logo fizeram seus comentários e milhares de americanos assinaram petições pedindo maiores restrições ao porte de armas.

Ainda assim, heróis de ação como Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Denzel Washington, assim como Pitt e Clooney, nada disseram. Mas isso pode mudar, de acordo com um veterano profissional de relações públicas com muitos clientes em Hollywood. “Acho que haverá uma demonstração pública de insatisfação vinda de pessoas importantes do mundo do entretenimento querendo fazer algo em relação a armas”, disse ele. “Acho que o estereótipo da estrela de ação evitando esse assunto está datado. Há muitas pessoas conversando sobre a necessidade de expressar sua revolta. Vamos ver como isso vai se manifestar.”

Com os estúdios novamente enfrentando críticas por produzirem filmes violentos, a Paramount Pictures cancelou no sábado a premiere de “Jack Reacher”, novo filme de Tom Cruise [foto acima], no qual o galã interpreta um ex-militar de sangue frio. Em Nova York, o Lincoln Center adiou uma exibição do filme, que teria a presença de Cruise, por “respeito pelas famílias que perderam entes queridos em Newtown, Connecticut”.

“Jack Reacher” começa com um atirador de elite atirando em cinco pessoas aparentemente normais. O filme tem estreia marcada nos EUA para a próxima sexta. Cruise nada disse sobre o atentado em Connecticut e não comentou o assunto durante uma entrevista no “Late Show With David Letterman”, na segunda-feira. Mas o diretor de “Jack Reacher”, Christopher McQuarrie, afirmou que o ator teve papel decisivo no cancelamento da premiere em Pittsburgh, onde o filme foi rodado.

“Nós dois insistimos. Ninguém deveria celebrar nada 24 horas depois de um evento trágico como aquele”, disse McQuarrie ao site TheWrap.

Letterman, por outro lado, falou longamente sobre as mortes antes de Cruise entrar no palco do programa. O apresentador sugeriu que legislação mais dura sobre armas não era a resposta para um programa social “multifacetado”. “Não sou bobo o bastante para pensar que esse é um problema de armas, pois antes de elas existirem as pessoas já se matavam”, disse Letterman.

Ele se disse estupefato pela “necessidade” de as pessoas portarem armas semiautomáticas, como uma das usadas no massacre. Num tom mais leve, comentou: “Nunca vi um cervo que mereça 30 cartuchos de munição de um rifle automático.”

Na televisão, a Fox tirou do ar trailers mais fortes da série “The following”, sobre um serial killer, e modificou episódios dos desenhos “Family Guy” e “American Dad”, para evitar qualquer “conteúdo potencialmente sensível”. O último episódio da premiada série “Homeland” – que inclui a explosão de um carro-bomba – foi precedida por um alerta de que algumas cenas poderiam ser perturbadoras.

Hollywood normalmente reage mal quando filmes ou videogames são culpados pelas ações de cidadãos americanos, alguns deles com problemas mentais, que causam tragédias com armas. “Acho que é sempre injusto colocar a culpa na indústria do entretenimento. Existe algo na psique americana muito mais profundo que videogames, filmes ou músicas”, avalia o profissional de relações públicas.

Apesar do atentado que deixou 12 mortos e 59 feridos no Colorado, durante uma exibição de “O cavaleiro das trevas ressurge”, em julho, o filme fez mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias mundiais, se tornando o segundo mais rentável do ano nos EUA.
Na Universidade de Syracuse, Thompson questiona quanta influência celebridades têm quando expressam suas opiniões pessoais, especialmente num tema como controle de armas, que levanta tantas paixões nos EUA.

“É mais provável que esse tipo de discurso leve as pessoas a mudarem suas opiniões quanto à celebridade, não à causa”, argumenta.

Tremor em Montes Claros foi de 3,6 na escala Richter

Os tremores de terra que atingiram Montes Claros, no norte de Minas Gerais, na madrugada desta quarta-feira tiveram magnitude 3,6 e 3,5 na escala Richter, segundo o Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), que monitora a área. Um terceiro tremor foi relatado por moradores da cidade, mas a magnitude não chegou a ser estimada pelos pesquisadores. O primeiro abalo foi registrado às 2h55. O segundo, às 3h30. Houve falta de luz na cidade, localizada a 418 km de Belo Horizonte. O telhado de uma casa desabou. Segundo o Corpo de Bombeiros, não houve feridos. Para efeito de comparação, o Japão sofreu um abalo de 8,9 graus na escala Richter em março de 2011, que devastou áreas e causou uma série de mortes.

O chefe do Obsis, Lucas Vieira Barros, diz que, “embora a magnitude do sismo seja considerada baixa, a intensidade foi expressiva devido a dois fatores: a proximidade do epicentro da área urbana e a profundidade rasa”. O pesquisador calcula que o epicentro dos tremores fique a uma profundidade de três a cinco quilômetros da superfície, o que considera pouco profundo.

Em maio deste ano, houve um tremor de magnitude 4 na escala Richter em Montes Claros, mas pareceu ter sido menos intenso para a população porque ocorreu à tarde, diz Barros. “Desta vez, foi de madrugada. Quando se está deitado, dormindo, o susto é maior.”

“Cada tremor durou cerca de dois, três segundos. Fez um barulho muito forte, de um trovão, e o chão tremeu. O terceiro [abalo] foi de menor intensidade, mas também assustou”, relatou José Maria Carvalho Mendes Filho, do Corpo de Bombeiros. Segundo Mendes Filho, os tremores causaram pânico na população. Assustadas, muitas pessoas abandonaram suas casas e foram para a rua.

terça-feira, dezembro 18, 2012

Meu texto no OI: A superdona da verdade

A revista Superinteressante, ao longo dos anos e cada vez mais distante de sua proposta original, se tornou extremamente previsível e redundante. Tanto é assim que, quase sempre nos meses de dezembro, os editores dela dão um jeito de publicar alguma coisa sobre Jesus, desde que seja algo sensacionalista e contrário ao que dizem os Evangelhos. O título da matéria de capa deste mês é autoexplicativo e típico: “Jesus, a verdade por trás do mito”. É a mesma ideia de sempre: o relato evangélico sobre Jesus é mitológico, mas a Superinteressante, com base em duas ou três fontes (sempre liberais ou simplesmente descrentes), tem a verdade. É a superdona da verdade. [Continue lendo e deixe seu comentário lá; leia também a versão mais completa aqui.]


O fim do mundo: seis ficções e uma verdade

O cinema trata o fim do mundo como se fosse verdade. Uma verdade de duas horas. O espectador fica em suspense quando assiste “O Dia depois de Amanhã”. Quando o filme acaba, ele sai para comer como se não houvesse amanhã. Para Hollywood e para o vendedor de pipocas, o fim do mundo pode ser só ficção, mas o lucro é bem real.

Como os maias “agendaram” a destruição do planeta para o dia 21/12/12, vamos lembrar de seis ficções e uma verdade sobre o fim do mundo:

Ficção 1: Presságio. O começo: números e cálculos feitos por uma garota há mais de 50 anos são interpretados como previsões (acertadas) de catástrofes. O fim: aniquilação total. O lado religioso: em meio a várias referências bíblicas (quatro cavaleiros, profecias), arruma-se até uma espécie de “nave de Noé”.

Ficção 2: O Fim do Mundo. O começo: cientista descobre que um planeta desgovernado atingirá a Terra. O fim: colisão de planetas. O lado religioso: uma arca de Noé espacial levará alguns habitantes sorteados para um lugar seguro.

Ficção 3: O Abrigo. O começo: um homem tenta avisar a todos sobre a iminente destruição. O fim: o apocalipse tarda, mas não falha. O lado religioso: ninguém acredita na pregação dele. O filme pode ser um tanto enigmático, mas possui um subtexto teológico instigante. 

Ficção 4: A Última Noite. O começo já é o fim: o mundo vai acabar à meia-noite do último dia do ano de 1999. O lado religioso: descrença geral. Seis horas antes do fim, alguns personagens se conformam e outros querem fazer tudo o que não fizeram antes na vida. “Quando o Filho do homem vier, achará fé na Terra?”

Ficção 5: 2012. O começo: a profecia dos maias vai se cumprir no dia marcado. O fim: monumentos (e grande parte da população) não sobrevivem. O lado religioso: os que sobreviveram vão recomeçar a vida numa nova região que se formou após a catástrofe planetária. O apocalipse e o gênesis sem a intervenção de Deus.

Ficção 6: Deixados para Trás. O começo: após o arrebatamento dos fiéis, o mundo é entregue ao Anticristo. O fim: a interpretação teológica de Tim LaHaye é mesmo o fim. O lado religioso: o filme dá uma requentada numa teoria (arrebatamento secreto) surgida em 1827 e se torna o engodo mais lucrativo do cinema evangélico norte-americano.

Verdade 1: O livro do Apocalipse. Lido apressadamente, esse livro parece uma história mítica e tremendamente excludente. Mas, lido com acuidade, o Apocalipse também pode ser visto como uma história de amor. É que, com relação ao juízo divino, o amor vem junto com a justiça. Por isso, para quem não crê, soa terrível. Para quem crê, soa esperançoso. Mas atenção: segundo a Bíblia (Mateus 7), até para quem diz crer pode não haver um final feliz.

As variações do fim do mundo contadas por livros e filmes vão da melancolia ao escárnio. Banalizado por descrentes e desacreditado por causa de fanáticos marcadores de datas, o fim do mundo, pelo menos de acordo com a Bíblia, representa um novo começo. Como você faria se quisesse entender seriamente qualquer assunto, sugiro que o leitor procure os especialistas e teólogos que tratam do tema como uma verdade coerente.

É incrível como Hollywood nunca pretendeu filmar a versão bíblica do apocalipse. Uma história de grandes conflitos, esperança e concretização de antigas profecias: se os cristãos não proclamarem corretamente, as pedras hollywoodianas clamarão? 

(Joêzer Mendonça, Nota na Pauta)

Credores recomendam que Grécia reduza fim de semana

A Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, os principais credores da Grécia, pediram que o governo reduza o fim de semana como parte do termo de resgate do país. A demanda por aumentar o número de dias trabalhados foi revelada ontem pelo jornal britânico The Guardian [o mesmo que apoia o domingo como solução para o aquecimento global] na noite [de] quarta, que teve acesso a um documento no qual os credores insistiam numa reforma radical do mercado de trabalho. Ela envolve aumento no número de horas trabalhadas, horários flexíveis e salários menores. Os credores devem entregar no próximo mês um veredito sobre se a Grécia deverá permanecer ou não na zona do Euro.

Enviado na semana passada aos ministros gregos das Finanças e do Trabalho, recomenda ao governo estender a semana de trabalho ao fim de semana, fazendo com que todos os setores trabalhem seis dias. Também diz que os trabalhadores devem ter o horário de trabalho flexibilizado e que o tempo de descanso deve ser reduzido a 11 horas diárias. As instruções contidas no documento mantêm o foco nas reformas do mercado de trabalho, exigindo que a inspetoria nacional de trabalho seja radicalmente reformada e colocada sob supervisão europeia. [...]

Segundo carta, “o desemprego está alto demais, e são necessárias políticas para impedir que isso se torne estrutural”. O documento também pede que os custos não trabalhistas sejam reduzidos, que os benefícios sociais dos empregados sejam cortados e que uma desregulação do mercado de trabalho. [...]


Nota: Imagine o que pode acontecer se a crise (não apenas na Grécia) se aprofundar e a ideia de estender a semana de trabalho pegar (outras ideias também são aplicadas em tempos de crise). Pelo visto, não faltarão argumentos para a observância unicamente do domingo como dia descanso.[MB]

Pornografia online pode causar perda de memória

Pessoas viciadas em assistir a pornografia na internet correm o risco de sofrer perda de memória a curto prazo, indica uma pesquisa feita por cientistas alemães. O estudo da Universidade de Duisburg-Essen investigou a parte do cérebro responsável por manter uma informação na mente enquanto executa uma tarefa, área fundamental para a compreensão, raciocínio, resolução de problemas e tomadas de decisões. As informações são do jornal inglês Daily Mail. O estudo teve 28 homens heterossexuais com idade média de 26 anos, que olharam para uma sequência de imagens em um computador, algumas pornográficas. A cada imagem, eles tinham que responder se aquela foto havia sido mostrada quatro slides antes ou não. A média de acerto quando uma imagem pornográfica era mostrada foi de 67%, número que subiu para 80% com imagens sem conteúdo sexual.

De acordo com os pesquisadores, as descobertas podem ajudar psicólogos a entenderem por que alguns pacientes viciados em pornografia online se esquecem de dormir, perdem compromissos, se esquivam de responsabilidades profissionais ou negligenciam relacionamentos. “A excitação sexual e seus impactos sobre os processos cognitivos podem explicar parte desses efeitos negativos”, escreveram os pesquisadores.

O estudo ainda está na primeira fase, segundo os cientistas, e precisam ser testados com relação ao gênero e à orientação sexual.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Nova interpretação sobre o relógio molecular

No artigo “Freada de arrumação”, de Fraklin Rumjanek, publicado na revista Ciência Hoje nº 299, ele fala sobre a mudança de interpretação do relógio molecular e traz um dado interessante e surpreendente: a contagem do tempo com base nesse método agora coloca os “ancestrais” do ser humano no tempo dos dinossauros. Ele escreveu: “A frequência de mutações aumentava em proporção direta com a idade do genitor masculino no momento da concepção e havia uma correlação clara entre essas mutações e a ocorrência de autismo e de esquizofrenia. [...] é provável que a produção periódica de milhões de gametas masculinos, ao exigir um número muito maior de divisões celulares, aumente a chance do surgimento de mutações.”

O primeiro detalhe que fica evidente nessa constatação é que mutações via de regra ocasionam problemas (neste caso específico, autismo e esquizofrenia), nunca ganho de informação genética ou aprimoramento a ponto de dar origem a novos órgãos funcionais e planos corporais. Isso é o que os dados observacionais dizem. O resto é especulação. Mas tem mais.

Rumjanek diz que os pesquisadores “perceberam que a taxa de mutação não pode ser considerada uma constante e que, se isso for válido também para outras espécies, a investigação de suas árvores evolutivas deverá levar em conta que a idade do genoma paterno introduz uma variável que altera a medida do tempo de evolução. Em consequência, o tempo estimado de divergência evolutiva entre as espécies terá que ser recalculado. Em outras palavras, será preciso reajustar o relógio molecular [que mede quanto tempo é necessário para a ocorrência de uma mutação]”.

Resultado: “Segundo o novo relógio molecular, os ancestrais comuns [sic] de humanos e macacos teriam convivido com os últimos dinossauros, ideia até recentemente execrada. Na nova conjuntura, usando alguma licença poética, a velha cena de ficção na qual humanos fogem apavorados de dinossauros não seria tão estapafúrdia.”

Deixando de lado certos “detalhes”, é interessante lembrar que os criacionistas sempre disseram que humanos e dinossauros foram contemporâneos. Também é interessante ver como certas “verdades científicas” acabam sendo lançadas por terra depois que os fatos vêm à tona. Quem sabe algum pesquisador ainda tenha coragem para demonstrar as insuficiências epistemológicas da macroevolução darwinista.[MB]

Futebol e cerveja são as maiores paixões dos brasileiros

As duas maiores paixões dos homens brasileiros são futebol (82%) e cerveja (36%). Mulher aparece só depois, em terceiro lugar, com 33% dos votos, segundo pesquisa do Ibope feita com 2.000 pessoas de todo o país com idade acima de 18 anos. A pesquisa também mostra que, para 20% dos entrevistados, o churrasco é uma paixão - à frente de praia (13%), cachaça (10%) e da própria família (9%). Em último lugar, com 1% das respostas, estão dinheiro e trabalho. As respostas eram espontâneas.


Nota: É o tipo de pesquisa que ajuda a traçar o perfil do nosso povo que, infelizmente, dá mais importância a frivolidades e prazeres intemperantes do que a tudo o mais. O que se pode esperar de homens que preferem futebol à mulher e churrasco à família? Pior é que os publicitários, bastante conscientes dessas preferências nacionais, criam campanhas que degradam a figura da mulher, como no caso ao lado, em que a garota é claramente comparada à segunda preferência masculina, sendo assim descaradamente coisificada e transformada em algo para ser degustado. Lamentável![MB]

Isaac & Charles: o gênio das curvas

Clique nas tirinhas para vê-las ampliadas.

sábado, dezembro 15, 2012

A Superdona da verdade

A revista Superinteressante, ao longo dos anos e cada vez mais distante de sua proposta original, se tornou extremamente previsível e redundante. Tanto é assim que, quase sempre nos meses de dezembro, os editores dela dão um jeito de publicar alguma coisa sobre Jesus, desde que seja algo sensacionalista e contrário ao que dizem os Evangelhos. O título da matéria de capa deste mês é autoexplicativo e típico: “Jesus, a verdade por trás do mito”. É a mesma ideia de sempre: o relato evangélico sobre Jesus é mitológico, mas a Superinteressante, com base em duas ou três fontes (sempre liberais ou simplesmente descrentes), tem a verdade. É a Superdona da verdade.

Segundo a reportagem, “é consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu mesmo em Nazaré”. Então citam John Dominic Crossan, para quem “tanto Mateus quanto Lucas dizem que Jesus nasceu em Belém com o objetivo de dizer metaforicamente, simbolicamente, que ele é o ‘novo rei Davi’”.

E a revista prossegue em sua tentativa de desconstrução da história: “O motivo que Lucas dá para José e Maria terem ido a Belém não existiu. O governo de Augusto é extremamente bem documentado. E não há registro de censo nenhum. Menos ainda um em que as pessoas teriam que ‘voltar à cidade de seus ancestrais’.” Isso não é verdade", afirma o teólogo e doutorando em arqueologia pela USP, Rodrigo Silva. "Os especialistas sabem comumente que a Biblioteca Nacional de Londres guarda vários desses censos romanos que ocorriam em ciclos de 14 em 14 anos. Alguns deles, como, por exemplo, o Papiro Oxyrynchus 225, datado do tempo de Tibério, mencionam a necessidade de cada cidadão voltar à sua aldeia natal durante o processo do recenseamento." 

Mas o fato é que, quando o assunto é a pessoa de Jesus Cristo, mesmo entre os incrédulos a resposta não é clara. “Existem aqueles que defendem a ideia do Jesus mito, dizendo que ele não foi nada além do que um plágio de divindades egípcias, gregas, romanas e do hinduísmo”, explica o pastor e teólogo Luiz Gustavo Assis, de Porto Alegre, RS. Alguns ateus militantes são taxativos em dizer que Jesus jamais existiu, e quase num malabarismo lógico (ou ilógico) tentam descartar as mais de dez referências extrabíblicas que O mencionam. Mais recentemente, o agnóstico Bart Ehrman lançou o livro Did Jesus Exist? The Historical Argument for Jesus of Nazareth (HarperOne, 2012), no qual ele curiosamente defende a historicidade do carpinteiro de Nazaré! “Afinal, quem está com a razão?”, pergunta Luiz.

Entre uma e outra crítica, existem uns poucos fatos bem conhecidos na matéria da Super. Por exemplo: “Outro consenso é o de que Jesus nasceu ‘antes de Cristo’. A fonte aí é a própria Bíblia [note como, de repente, numa crise de “bipolaridade jornalística”, a Bíblia passa a ser aceita como fonte histórica]. Mateus e Lucas dizem que Ele veio ao mundo durante o reinado de Herodes, o Grande (não confundir com Herodes Antipas, seu filho, o soberano da Galileia durante a fase adulta de Jesus). Bom, como esse reinado terminou em 4 a.C., Ele não pode ter nascido depois disso. E sobre o dia do nascimento a Bíblia é clara: não diz nada.” Curiosamente, Superinteressante escolhe os textos bíblicos que devem ser claros e confiáveis e descarta os que não quer que sejam confiáveis. Tanto é que, quando trata dos “reis magos”, sentencia: “Essa é uma história típica da mitologia em torno de Jesus.”

No quarto tópico tratado pela matéria sob o intertítulo “Jesus era só um entre vários profetas”, há a sugestão de que Jesus Cristo teria sido apenas um profeta. O especialista consultado é Chevitarese, para quem João Batista seria um “concorrente” de Cristo: “Ele não se ajoelharia na frente de Jesus e diria que não é digno de amarrar a sandália dele, como está nos evangelhos”, diz Chevitarese. E mais uma vez ficamos confusos: Superinteressante aceita ou não o relato dos Evangelhos?

Mais: não é possível aceitar que Jesus fosse apenas um profeta. Nenhum profeta bíblico jamais assumiu prerrogativas divinas como a de perdoar pecados e se dizer Deus. Conforme lembra Luiz Gustavo, no Antigo Testamento, o verbo hebraico salah (perdoar) só ocorre tendo Deus como sujeito. “Quando Jesus utilizou esse verbo, estava deixando bem explícito como Ele via a Si mesmo”, diz o teólogo. Jesus fez isso mais de uma vez, tanto é que quase foi apedrejado por blasfêmia. Fosse apenas humano e teria sido mesmo uma blasfêmia. Fosse apenas humano e não teria aceitado a declaração de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus.” Se Jesus fosse apenas humano, jamais teria sido aceito como profeta, apenas. Ou seria um lunático ou um impostor. Não profeta.

O tópico 5 vai mais longe ao afirmar que Mateus, Marcos, Lucas e João não são os autores dos evangelhos. “Ninguém sabe quem escreveu os livros”, afirma a revista. Falso. Os chamados pais da igreja, ou seja, a geração seguinte de líderes que sucedeu os apóstolos, citaram vários textos dos Evangelhos, e os atribuem unânime e inegavelmente aos mesmos autores que temos hoje, a saber, Mateus, Marcos, Lucas e João. "Nenhum autor antigo nega qualquer dessas autorias ou apresenta autorias alternativas para os evangelhos", diz Rodrigo.

Outra “verdade” da Super: “O mais provável é que comunidades cristãs tenham encomendado esses trabalhos [os Evangelhos] – e ditado aos escribas as histórias que conhecemos hoje.” Por quê? Porque, segundo a revista, os discípulos seriam analfabetos. Contraditoriamente, a mesma matéria informa que Mateus era cobrador de impostos e que Lucas era médico. Seriam mesmo analfabetos? De acordo com o especialista em Novo Testamento Ben Whiterington III, do Asbury Theological Seminary, nos EUA, a palavra grega agrammatos, utilizada em Atos 4:13 referindo-se aos discípulos de Cristo, tem o significado de não ser treinado nas leis rabínicas e não significa ausência de instrução. (Certa ocasião, a revista Galileu também afirmou que Jesus seria iletrado, esquecendo-se completamente da cena em que Ele escreve no piso do templo.)

“Dos evangelhos, o primeiro a ser escrito foi aquele que hoje [não apenas hoje, mas desde sempre] é atribuído a Marcos, quase 40 anos após a morte de Jesus”, afirma a matéria, se esquecendo de que uma fonte tão recente assim em relação aos fatos ocorridos seria facilmente refutada pelas testemunhas oculares ainda vivas na época. Segundo Luiz Gustavo, atualmente existe acalorada discussão envolvendo um fragmento descoberto entre os Manuscritos do Mar Morto, na Jordânia, e o Evangelho de Marcos. Trata-se do documento 7Q5, que muito provavelmente seja o manuscrito mais antigo desse evangelho, de acordo com o falecido papirologista espanhol e teólogo Josep O’Callaghan. “É bom lembrar que a comunidade de Qumran foi destruída antes do ano 70 d.C., e na biblioteca deles já havia um exemplar do Evangelho de Marcos. Sem dúvida, ele deve ter sido escrito antes dessa data”, conclui Luiz. Os textos de Paulo são ainda mais próximos do tempo de Jesus. Um exemplo disso é 1 Coríntios 15:3-7. Trata-se de um antigo credo cristão que Paulo estava citando para os fiéis de Corinto. Existem várias palavras e expressões nesses versos que jamais foram utilizadas por ele em outras passagens, demonstrando que ele estava citando algo. Não só isso, mas os verbos “entregar” e “receber” eram termos técnicos utilizados no meio rabínico para transmitir tradições orais.

As fortes tendências semíticas nesses textos demonstram que esse credo surgiu na região de Jerusalém e Paulo deve ter tido contato com ele em algum momento depois de sua conversão, em 34 d.C., poucos anos após os ministério de Jesus, que se encerrou em 31 d.C. “Em outras palavras”, explica Luiz, “o que temos em 1 Coríntios 15:3-7 é um credo cristão falando da morte, sepultamento, ressurreição e das aparições de Jesus, elaborado pouco tempo depois desses eventos, e que facilmente poderia ser desmentido.”

Na contramão da Super, a jornalista Isabela Boscov, na revista Veja do dia 15 de dezembro de 2004, escreveu: “As fontes mais aceitas sobre a trajetória de Jesus – os evangelhos sinópticos, de Mateus, Lucas e Marcos – são consistentes com o que se sabe sobre a Palestina do século I, de forma que a chance de serem fruto da imaginação de seus autores é desprezível.”

Sir William Ramsey, célebre historiador do século 19, esforçou-se por demonstrar que o relato de Lucas estaria cheia de erros. Entretanto, após um longo período de sistemáticos estudos ele reconsiderou sua posição dizendo: “A história de Lucas é insuperável quanto a sua fidedignidade” (The Bearing of Recent Discoveries on the Trustworthiness of the New Testament [Grand Rapids: Baker], p. 81). Mas a Superdona da verdade consulta esse tipo de fonte? Não, nunca.

A revista não ia perder a chance de colocar o dedo na polêmica em torno da suposta esposa de Jesus: ao falar a respeito dos “evangelhos apócrifos”, informa que “um deles é aquele descoberto recentemente e que ficou famoso por dizer que Jesus era casado”. Trata-se de um fragmento de papiro em que se lê: “Minha esposa [...].” O resto está cortado. “O manuscrito é dos anos 300 d.C. Bem mais recente que os evangelhos do Novo Testamento”, portanto, muito menos confiável que os manuscritos bíblicos. Mas o pior vem a seguir: “O que ele [o fragmento egípcio com texto incompleto e cortado] significa? Que alguma comunidade cristã daquela época acreditava que Jesus era casado.” Isso é interpretação mirabolante de quem não estuda a Bíblia. Ainda que acreditássemos na autenticidade do papiro, o fragmento de frase “Minha esposa [...]” poderia significar muitas coisas, inclusive uma menção à igreja, representada no Apocalipse (e em outros livros bíblicos) como a “esposa do Cordeiro”.

Além de também tentar redimir o traidor Judas (tópico 6) (leia sobre isso aqui, aqui e aqui), no tópico 7, a revista vai mais longe: procura reinterpretar as palavras de Jesus (registradas nos evangelhos que ela não aceita, relembre-se). “O reino de Deus ou Reino dos Céus) que Jesus pregava iria acontecer aqui na Terra mesmo [...] Jesus chega a afirmar que o Reino de Deus já chegou”, diz o texto, numa clara tentativa de sugerir que Jesus não Se refere ao fim do mundo. Que falta faz a boa teologia! Superinteressante deveria fazer o dever de casa e perguntar a alguns bons teólogos por que Jesus Se referia ao reino de Deus no futuro e no presente. Algum desses estudiosos poderia explicar que Jesus faz menção ao reino da graça (presente) e ao reino da glória (futuro). Como Rei dos reis, onde Jesus está, ali está o reino dos Céus. Portanto, o reino já estava de fato entre as pessoas do século 1, e também pode estar com qualquer um que convide Jesus para morar em seu coração, em sua vida. Mas o aspecto glorioso desse reino de fato está no futuro, quando Jesus voltar à Terra para resgatar aqueles que aceitaram o reino da graça. Simples assim. Não tem nada de oportunismo, como Superinteressante sugere, como se Jesus, ao ver que Sua pregação apocalíptica não se cumpria, teria se saído com esta: “Meu reino não é deste mundo.”

O viés da matéria da Superdona da verdade fica ainda mais claro no fim do texto, no “Para saber mais”. São indicados apenas dois livros, de autores que defendem a mesma linha de pensamento: André Chevitarese e Bart Ehrman. Existem vários acadêmicos de respeito que poderiam ser citados como contraponto. O teólogo e filósofo Gary Habermas, da Liberty University, nos EUA (leia entrevista exclusiva com ele na revista Conexão 2.0 de janeiro), e Craig Evans, da Acadia Divinity College, no Canadá. Ambos possuem vários livros publicados sobre Jesus e o surgimento do cristianismo, mas são sempre ignorados em matérias como essa da Super.

Se não consegue sequer fazer bom jornalismo “ouvindo os dois lados”, como Superinteressante vai nos fazer crer que é capaz de falar de Jesus com isenção? Bem, o importante é vender revistas e Jesus é um bom “vendedor”. Isso é fato e a Super sabe muito bem.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia)

sexta-feira, dezembro 14, 2012

Líderes criacionistas se unem em plano de ação

Foi criado nesta quinta-feira, dia 13, em Brasília, o pioneiro Consórcio Criacionista Adventista. O grupo foi organizado para promover a implantação de um conjunto integrado de ações destinadas a disseminar o criacionismo no Brasil, no âmbito da América do Sul e em outras regiões. Foi assinado um Protocolo de Intenções entre a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia (sede geral dos adventistas para oito países sul-americanos), o Núcleo de Estudos das Origens (NEO) do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), a subsede brasileira do Geoscience Research Institute (GRI Brasil), a Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) e o Museu de Geociências das Faculdades Adventistas da Bahia. Na prática, haverá mais pesquisa criacionista, maior número de publicações na área e visibilidade nos meios de comunicação dos materiais científicos produzidos.

O Protocolo prevê assembleias com representantes de todas essas entidades, as principais criacionistas no País atualmente. Além disso, foi montado um planejamento de atividades integradas para os próximos dois anos. Ficou acertado, por exemplo, que haverá investimento em pesquisa de campo na área de criacionismo nos próximos anos. Na área editorial, está prevista a publicação de várias obras impressas que ajudarão a fortalecer os conceitos criacionistas. Vários vídeos, alguns deles com linguagem voltada para adolescentes e jovens, inclusive, deverão ser produzidos com temáticas sobre criação e dilúvio.

Outra preocupação dos participantes do Consórcio foi a de planejar um projeto piloto para capacitação de docentes, com plano pedagógico para a utilização do livro-texto Criação – Criacionismo Bíblico. “Esse é um passo muito importante, pois o criacionismo está ligado à primeira mensagem angélica da Bíblia que tem total relação com a nossa missão como adventistas do sétimo dia”, afirma o professor Edgard Luz, diretor da Rede de Educação Adventista para oito países sul-americanos.

Para o presidente da SCB, Ruy Vieira, a iniciativa é necessária e oportuna, pois significa conjugação de esforços para promoção do criacionismo. O secretário geral da entidade, o advogado Hipólito Remigio, ressalta que a união desse grupo resultará em diminuição da duplicação de atividades. As entidades e instituições participantes vão cooperar dentro da sua esfera de atuação. O coordenador do NEO, Marcos Natal Costa, comemorou a assinatura do Protocolo de Intenções e destacou que é um momento histórico, pois nunca antes houve a reunião das principais lideranças criacionistas em torno de um plano de ação comum. Nahor Neves de Souza Jr., que coordena a subsede Brasileira do GRI, comemorou o encontro, especialmente por causa da possibilidade de incremento e incentivo à pesquisa científica criacionista.

O documento foi assinado pelo presidente da Divisão Sul-Americana, pastor Erton Köhler, pelo tesoureiro da instituição, pastor Marlon Lopes, pelo vice-presidente, pastor Almir Marroni, entre outros representantes das entidades relacionadas ao assunto. O Consórcio terá continuidade com reuniões regulares para que as metas gerais propostas se concretizem. O pastor Köhler ressaltou que a Igreja Adventista vai investir mais na área de criacionismo e que a criação de um Consórcio é algo estratégico para a organização, especialmente no cumprimento da missão evangelística.

(Felipe Lemos, ASN)

O melhor negócio do ano: pornografia

Deu na Veja desta semana: “O fenômeno Cinquenta Tons de Cinza está chegando à marca dos 2,4 milhões de livros vendidos no Brasil em apenas quatro meses. O volume 1 da trilogia alcançou 1,13 milhão de exemplares; o segundo, 700.000; e o último, lançado há um mês, vendeu 550.000 cópias. Isso significa que a Intrínseca ganhou na Mega-Sena com a compra dos direitos do livro. Pagou 780.000 dólares pela trilogia (um valor altíssimo no mercado editorial) e vai botar líquidos nos cofres da editora cerca de 20 milhões de reais dos 80 milhões de reais que os três livros de E. L. James faturaram até agora.”

Recentemente, fiz uma viagem a Brasília e, como sempre costumo fazer quando sobra um tempinho antes do embarque, visito livrarias nos aeroportos. Não pude deixar de ver os tais livros de James, afinal, havia pilhas deles em lugares de destaque e cartazes de divulgação. A capa discreta, com a foto de um nó de gravata (no volume 1), esconde o conteúdo sexualmente explícito misturado com romance barato. E o fenômeno se retroalimenta. Com tanta exposição na mídia, as pessoas ficam curiosas e compram a série badalada. Aí comentam com os/as amigos/amigas que também compram para conferir ou simplesmente para estar “na moda”. Isso aumenta as vendas e garante mais presença na mídia.

No último trecho de minha viagem de volta para casa, enquanto esperava o ônibus na rodoviária em São Paulo, vi uma senhora (creio que na casa dos sessenta e poucos anos) com um dos volumes na mão, folheando-o com interesse. O fenômeno editorial está nas ruas (não apenas nos aeroportos), e fiquei pensando no que deve ter motivado aquela senhora a comprar um livro que trata de sadomasoquismo e descreve cenas detalhadas de sexo oral, de fornicação entre um pervertido e uma recém-ex-virgem, e otras cositas mas.

Assim caminha a humanidade. E assim caminha nosso país, onde poucos leem livros, mas, quando resolvem ler, é isso o que consomem.[MB]

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Vida complexa surgiu em terra firme?

A imagem [ao lado] é de um fóssil - a esse respeito não há muitas dúvidas. A questão que tem atormentado os paleontólogos desde os anos 1940: fóssil de quê, afinal de contas? Uma nova e ousada hipótese, publicada na edição desta semana da revista científica Nature, diz que a criatura ao lado, conhecida como Dickinsonia costata e com idade em torno de 560 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], era uma espécie de líquen terrestre, e não um animal marinho, como a maioria das pessoas crê hoje. A ideia está sendo defendida por Gregory Retallack, da Universidade do Oregon (EUA), e é importante porque se refere a um conjunto crucial de fósseis, a chamada biota de Ediacara. Essas criaturas são os primeiros exemplos de vida multicelular - composta pela união cooperativa de muitas células num só organismo, como no corpo humano.

A maioria dos pesquisadores argumenta que esse passo-chave na história da vida teria ocorrido nos mares, levando à formação de seres como as atuais águas-vivas, por exemplo, e também outros que não deixaram descendentes vivos hoje. Retallack, no entanto, ao examinar detalhadamente a química das rochas australianas onde a biota de Ediacara foi encontrada, diz que elas representam antigos solos de terra firme, nos quais esses organismos teriam se estruturado como os líquens modernos (que são a junção colaborativa de algas e fungos).

Outros cientistas, comentando a pesquisa, dizem que a ideia é interessante, mas demanda mais estudos.


Nota: Será que outro dogma evolutivo cairá por terra? O título “Vida complexa surgiu em terra firme” merece uma analisezinha. Primeiro, o que é vida complexa? Se levarmos em conta o fato de que no núcleo de uma “simples” ameba existe tanta informação quanto a contida em todos os volumes da Enciclopédia Britânica, concluiremos que a ameba não tem nada de simples. Portanto, se a primeira forma de vida foi alguma coisa parecida com uma célula, com informação genética capaz de fazê-la sobreviver, metabolizar e se multiplicar, a vida complexa (mesmo sob o ponto de vista evolucionista) existe desde sempre – há requisitos mínimos de complexidade (irredutível) sem os quais a vida se torna inviável, mas é inconcebível que tal complexidade já existisse no começo da “história evolutiva”. Segundo, o emprego da palavra “surgir” é sempre esquisito, já que o senso comum e a própria ciência nos dizem que se existe informação complexa e específica, é necessária uma fonte de informação. Se existem projeto e design, é necessário um designer. O problema é que a insistência dos darwinistas e da mídia secular no uso da palavra “surgir” acabou acostumando as pessoas com a ideia absurda de que a vida poderia simplesmente aparecer do nada. “Vida complexa surgiu” é outro exemplo de contrassenso empurrado goela abaixo dos leitores acríticos.[MB]

Leia também: "Cientistas copiam RNA para “explicar” origem da vida", "Outra hipótese para a origem da vida", "Livro tenta discutir origem da vida e evolução" e "Nova teoria para a origem da vida (eles não descansam)"