Um autor que aprecio muito é o psicanalista austríaco Viktor Emil Frankl (os livros Em Busca de Sentido e A Presença Ignorada de Deus são verdadeiros tesouros). Segundo matéria publicada na revista Ultimato de novembro-dezembro de 2010, “antes de ser levado para o campo de concentração de Theresienstadt, em setembro de 1942, Frankl, aos 37 anos, já tinha um doutorado em medicina e era um conhecido e respeitado neurologista e psiquiatra. Depois de passar por outros campos de concentração, inclusive Auschwitz, e ser libertado pelo exército americano em abril de 1945, Frankl tornou-se chefe do Departamento de Neurologia do Hospital Policlínico de Viena e doutorou-se em filosofia. Valendo-se de sua própria experiência, fundou a logoterapia, muitas vezes chamada de ‘terceira escola vienense de psicoterapia’ (depois da psicanálise de Freud e da psicologia individual de Adler)”.
Em seu livro mais famoso, Em Busca de Sentido, Frankl afirma que “não há dúvida de que o amor-próprio, quando ancorado em áreas mais profundas, espirituais, não pode ser abalado por uma situação de tremendo sofrimento”. E mais: “Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido.” Uma vida com sentido – isso é que dá verdadeiro sentido à vida.
No último fim de semana, a morte de duas pessoas teve destaque na mídia e foi tema de vários comentários em redes sociais como o Twitter. A socialite Ana Carolina Oliveira, mais conhecida como Carola Scarpa, e o escritor Moacyr Scliar fecharam os olhos para a vida.
Carola morreu na sexta-feira, 25, com apenas 40 anos. Era famosa pelo fato de ter sido casada com o playboy Chiquinho Scarpa. Segundo ele, ela sofria de anorexia, estava pesando apenas 42 quilos e teve uma parada cardiorrespiratória. Na noite de quinta-feira, Carola se sentiu mal e pediu ao filho que fosse à farmácia comprar um remédio. “Dormiu o dia seguinte, amanheceu toda inchada e em coma. Chamaram uma ambulância, mas, no caminho para o hospital, a Carola teve uma parada cardiorrespiratória. Ao meio-dia, morte cerebral”, contou Chiquinho Scarpa à revista Veja São Paulo.
Segundo o portal Terra, o fim do casamento de Carola e Chiquinho [que durou apenas nove meses] foi polêmico. No início da relação, em 1997, foram encontrados indícios de que ela era uma garota de programa de luxo. Em 1999, após a separação, Carola foi à imprensa e disse que encontrou o ex na cama com dois homens. Em 2002, ela participou do reality show “Casa dos Artistas 2”, mas após inúmeras brigas dentro da casa, pediu para deixar a atração do SBT. De lá para cá, teve uma ou outra aparição fugaz na mídia. Uma vida conturbada interrompida precocemente e de maneira trágica.
Moacyr Scliar morreu no domingo, 27, aos 73 anos de idade. Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor era colunista da Folha de S. Paulo, entre outros jornais, e publicou mais de 70 livros. Ganhou vários prêmios Jabuti e recebeu outras honrarias por sua obra literária, tendo livros traduzidos para doze idiomas e dois deles adaptados para o cinema. Scliar teve uma vida muito produtiva e deixou grande legado para o mundo.
Por terem morrido no mesmo fim de semana, me foi inevitável – mesmo correndo o risco de cometer injustiça – fazer algumas comparações entre a vida da socialite e do escritor. Frankl tinha razão ao afirmar que quando se perde o sentido para a vida, perde-se também a razão de viver. Carola viveu para a fama, para as luzes, para as câmeras, como tantas outras pessoas cujo rosto aparece sorrindo nas páginas de revista que não revelam a angústia que essas mesmas pessoas vivem quando estão sozinhas consigo mesmas. Jovem ainda, ela se despediu do mundo como uma chama que se apaga e deixa depois de si apenas um filete de fumaça que revela um passado não tão longo, mas carregado de desilusões, dor e frustração.
Scliar poderia ter vivido mais, sem dúvida, mas chegou à ditosa velhice. Apagou-se, também, como a chama de uma vela, mas em lugar de apenas fumaça, deixou um rastro de luz que brilhará por muito tempo.
Na verdade, a vida de todos nós, mais cedo ou mais tarde, será interrompida neste planeta – seja pela morte ou pela volta de Jesus. O que determina o “depois” são as escolhas que fazemos agora. O modo como você está vivendo faz sentido? Se morresse hoje, você deixaria fumaça ou luz no caminho das pessoas? Para os que morreram, nada mais há para se fazer. Mas você está vivo. Tem o dom da livre escolha e pode dar novo rumo à sua vida. Quer uma dica (a melhor que eu poderia lhe dar)? Entregue sua vida a Deus; Ele é especialista em endireitar caminhos tortos e nos conduzir para a vida eterna.
Michelson Borges
Leia também: “Moacyr Scliar e a Bíblia”, “Vidas secas” e “Ela estava em busca de Deus”
Em seu livro mais famoso, Em Busca de Sentido, Frankl afirma que “não há dúvida de que o amor-próprio, quando ancorado em áreas mais profundas, espirituais, não pode ser abalado por uma situação de tremendo sofrimento”. E mais: “Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido.” Uma vida com sentido – isso é que dá verdadeiro sentido à vida.
No último fim de semana, a morte de duas pessoas teve destaque na mídia e foi tema de vários comentários em redes sociais como o Twitter. A socialite Ana Carolina Oliveira, mais conhecida como Carola Scarpa, e o escritor Moacyr Scliar fecharam os olhos para a vida.
Carola morreu na sexta-feira, 25, com apenas 40 anos. Era famosa pelo fato de ter sido casada com o playboy Chiquinho Scarpa. Segundo ele, ela sofria de anorexia, estava pesando apenas 42 quilos e teve uma parada cardiorrespiratória. Na noite de quinta-feira, Carola se sentiu mal e pediu ao filho que fosse à farmácia comprar um remédio. “Dormiu o dia seguinte, amanheceu toda inchada e em coma. Chamaram uma ambulância, mas, no caminho para o hospital, a Carola teve uma parada cardiorrespiratória. Ao meio-dia, morte cerebral”, contou Chiquinho Scarpa à revista Veja São Paulo.
Segundo o portal Terra, o fim do casamento de Carola e Chiquinho [que durou apenas nove meses] foi polêmico. No início da relação, em 1997, foram encontrados indícios de que ela era uma garota de programa de luxo. Em 1999, após a separação, Carola foi à imprensa e disse que encontrou o ex na cama com dois homens. Em 2002, ela participou do reality show “Casa dos Artistas 2”, mas após inúmeras brigas dentro da casa, pediu para deixar a atração do SBT. De lá para cá, teve uma ou outra aparição fugaz na mídia. Uma vida conturbada interrompida precocemente e de maneira trágica.
Moacyr Scliar morreu no domingo, 27, aos 73 anos de idade. Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor era colunista da Folha de S. Paulo, entre outros jornais, e publicou mais de 70 livros. Ganhou vários prêmios Jabuti e recebeu outras honrarias por sua obra literária, tendo livros traduzidos para doze idiomas e dois deles adaptados para o cinema. Scliar teve uma vida muito produtiva e deixou grande legado para o mundo.
Por terem morrido no mesmo fim de semana, me foi inevitável – mesmo correndo o risco de cometer injustiça – fazer algumas comparações entre a vida da socialite e do escritor. Frankl tinha razão ao afirmar que quando se perde o sentido para a vida, perde-se também a razão de viver. Carola viveu para a fama, para as luzes, para as câmeras, como tantas outras pessoas cujo rosto aparece sorrindo nas páginas de revista que não revelam a angústia que essas mesmas pessoas vivem quando estão sozinhas consigo mesmas. Jovem ainda, ela se despediu do mundo como uma chama que se apaga e deixa depois de si apenas um filete de fumaça que revela um passado não tão longo, mas carregado de desilusões, dor e frustração.
Scliar poderia ter vivido mais, sem dúvida, mas chegou à ditosa velhice. Apagou-se, também, como a chama de uma vela, mas em lugar de apenas fumaça, deixou um rastro de luz que brilhará por muito tempo.
Na verdade, a vida de todos nós, mais cedo ou mais tarde, será interrompida neste planeta – seja pela morte ou pela volta de Jesus. O que determina o “depois” são as escolhas que fazemos agora. O modo como você está vivendo faz sentido? Se morresse hoje, você deixaria fumaça ou luz no caminho das pessoas? Para os que morreram, nada mais há para se fazer. Mas você está vivo. Tem o dom da livre escolha e pode dar novo rumo à sua vida. Quer uma dica (a melhor que eu poderia lhe dar)? Entregue sua vida a Deus; Ele é especialista em endireitar caminhos tortos e nos conduzir para a vida eterna.
Michelson Borges
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