segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Mais uma vida interrompida

Um autor que aprecio muito é o psicanalista austríaco Viktor Emil Frankl (os livros Em Busca de Sentido e A Presença Ignorada de Deus são verdadeiros tesouros). Segundo matéria publicada na revista Ultimato de novembro-dezembro de 2010, “antes de ser levado para o campo de concentração de Theresienstadt, em setembro de 1942, Frankl, aos 37 anos, já tinha um doutorado em medicina e era um conhecido e respeitado neurologista e psiquiatra. Depois de passar por outros campos de concentração, inclusive Auschwitz, e ser libertado pelo exército americano em abril de 1945, Frankl tornou-se chefe do Departamento de Neurologia do Hospital Policlínico de Viena e doutorou-se em filosofia. Valendo-se de sua própria experiência, fundou a logoterapia, muitas vezes chamada de ‘terceira escola vienense de psicoterapia’ (depois da psicanálise de Freud e da psicologia individual de Adler)”.

Em seu livro mais famoso, Em Busca de Sentido, Frankl afirma que “não há dúvida de que o amor-próprio, quando ancorado em áreas mais profundas, espirituais, não pode ser abalado por uma situação de tremendo sofrimento”. E mais: “Ouso dizer que nada no mundo contribui tão efetivamente para a sobrevivência, mesmo nas piores condições, como saber que a vida da gente tem um sentido.” Uma vida com sentido – isso é que dá verdadeiro sentido à vida.

No último fim de semana, a morte de duas pessoas teve destaque na mídia e foi tema de vários comentários em redes sociais como o Twitter. A socialite Ana Carolina Oliveira, mais conhecida como Carola Scarpa, e o escritor Moacyr Scliar fecharam os olhos para a vida.

Carola morreu na sexta-feira, 25, com apenas 40 anos. Era famosa pelo fato de ter sido casada com o playboy Chiquinho Scarpa. Segundo ele, ela sofria de anorexia, estava pesando apenas 42 quilos e teve uma parada cardiorrespiratória. Na noite de quinta-feira, Carola se sentiu mal e pediu ao filho que fosse à farmácia comprar um remédio. “Dormiu o dia seguinte, amanheceu toda inchada e em coma. Chamaram uma ambulância, mas, no caminho para o hospital, a Carola teve uma parada cardiorrespiratória. Ao meio-dia, morte cerebral”, contou Chiquinho Scarpa à revista Veja São Paulo.

Segundo o portal Terra, o fim do casamento de Carola e Chiquinho [que durou apenas nove meses] foi polêmico. No início da relação, em 1997, foram encontrados indícios de que ela era uma garota de programa de luxo. Em 1999, após a separação, Carola foi à imprensa e disse que encontrou o ex na cama com dois homens. Em 2002, ela participou do reality show “Casa dos Artistas 2”, mas após inúmeras brigas dentro da casa, pediu para deixar a atração do SBT. De lá para cá, teve uma ou outra aparição fugaz na mídia. Uma vida conturbada interrompida precocemente e de maneira trágica.

Moacyr Scliar morreu no domingo, 27, aos 73 anos de idade. Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor era colunista da Folha de S. Paulo, entre outros jornais, e publicou mais de 70 livros. Ganhou vários prêmios Jabuti e recebeu outras honrarias por sua obra literária, tendo livros traduzidos para doze idiomas e dois deles adaptados para o cinema. Scliar teve uma vida muito produtiva e deixou grande legado para o mundo.

Por terem morrido no mesmo fim de semana, me foi inevitável – mesmo correndo o risco de cometer injustiça – fazer algumas comparações entre a vida da socialite e do escritor. Frankl tinha razão ao afirmar que quando se perde o sentido para a vida, perde-se também a razão de viver. Carola viveu para a fama, para as luzes, para as câmeras, como tantas outras pessoas cujo rosto aparece sorrindo nas páginas de revista que não revelam a angústia que essas mesmas pessoas vivem quando estão sozinhas consigo mesmas. Jovem ainda, ela se despediu do mundo como uma chama que se apaga e deixa depois de si apenas um filete de fumaça que revela um passado não tão longo, mas carregado de desilusões, dor e frustração.

Scliar poderia ter vivido mais, sem dúvida, mas chegou à ditosa velhice. Apagou-se, também, como a chama de uma vela, mas em lugar de apenas fumaça, deixou um rastro de luz que brilhará por muito tempo.

Na verdade, a vida de todos nós, mais cedo ou mais tarde, será interrompida neste planeta – seja pela morte ou pela volta de Jesus. O que determina o “depois” são as escolhas que fazemos agora. O modo como você está vivendo faz sentido? Se morresse hoje, você deixaria fumaça ou luz no caminho das pessoas? Para os que morreram, nada mais há para se fazer. Mas você está vivo. Tem o dom da livre escolha e pode dar novo rumo à sua vida. Quer uma dica (a melhor que eu poderia lhe dar)? Entregue sua vida a Deus; Ele é especialista em endireitar caminhos tortos e nos conduzir para a vida eterna.

Michelson Borges

Leia também: “Moacyr Scliar e a Bíblia”, “Vidas secas” e “Ela estava em busca de Deus”

Deus no banco dos réus – Parte 2

Vimos anteriormente duas fortes evidências para a existência de um Ser sobrenatural que possui as características que a Bíblia atribui a Deus. Nesta segunda parte, abordaremos mais uma característica que, para mim, é a mais forte.

O Argumento Moral

O Argumento Moral se resume basicamente na seguinte lógica: (1) Se valores morais objetivos existem, então Deus existe; (2) valores morais objetivos realmente existem; (3) portanto, Deus existe.

Vamos analisar a primeira premissa: Existem valores objetivos? Se a moralidade é relativa e não absoluta, este argumento é destruído! Só para entender o vocabulário utilizado, moralidade objetiva significa que a diferença entre o certo e o errado é muita clara entre a humanidade, enquanto a moralidade relativa significa que a moralidade depende, ou não é clara para os seres humanos. Abordamos até certa extensão deste assunto no artigo a respeito de verdade relativa versus verdade absoluta, mas aprofundaremos a questão mais um pouco.

Existem três tipos de moralidade relativa: Relativismo Cultural, Convencionalismo e Subjetivismo Ético.

O Relativismo Cultural defende que o que é certo em uma cultura pode ser errado em outra cultura, e por isso a moralidade não é objetiva. Por exemplo, o aborto é completamente proibido em países como o México, opcional em países como os Estados Unidos e liberalmente praticado em países como a China. O grande problema dessa afirmação é que a moralidade não é descritiva e sim prescritiva. Ela diz como deveria ser o mundo e não o que é o mundo hoje. Além disso, só porque a resposta das culturas é diferente para uma determinada pergunta, não quer dizer que não exista uma resposta correta para essa pergunta.

Quando esse assunto surge, muitos céticos gostam de ilustrar com a história do elefante e das três pessoas vendadas. Ao apalpar partes diferentes do elefante, elas divergem na definição do objeto. Ao apalpar a trompa do elefante, uma diz que é uma cobra. Ao apalpar a pata do animal, a outra diz que é o tronco de uma árvore. A última, ao apalpar as orelhas do elefante, diz que é uma grande folha. Com essa história, querem dizer que pessoas diferentes veem a realidade de forma diferente, dependendo de onde você está e qual a cultura que você tem. Mas, com isso, eles se esquecem de um detalhe: apesar de cada pessoa ter dito uma coisa, a verdade não deixava de ser que eles estavam apalpando um elefante! Percebe? Quando as pessoas discordam a respeito da moralidade, não significa que não exista moralidade objetiva!

O segundo tipo, chamado Convencionalismo, diz que a sociedade seria o agente que deveria decidir o que é certo ou errado. Ao contrário do Relativismo Cultural segundo o qual não existem respostas certas ou erradas, o Convencionalismo diz que existe certo ou errado, porém, cada sociedade deve decidir. Não precisamos ir muito longe para entender que o Convencionalismo não dá certo. Essa era a filosofia da Alemanha na época de Segunda Guerra Mundial. A lei dizia que os judeus eram sub-humanos e indignos de viver. Essa lei era “moral” porque, em um sistema Convencionalista, tudo o que é legal é moral, e o que é ilegal é imoral.

A forma mais propagada de moralidade relativa é o Subjetivismo Ético. Nessa filosofia, é o indivíduo que define o que é certo e errado para ele. A moralidade nada mais é do que preferência e opinião pessoal. Nesse caso, ninguém poderia dar qualquer opinião concreta sobre um fato ou uma ação de forma coerente. Não poderia ser dito que os ataques terroristas ou guerras realizadas nas últimas décadas foram ruins, e nem que os grandes pacificadores e altruístas foram bons. Um subjetivista ético teria que passar indiferentemente por uma situação de homicídio ou de estupro sem dizer nada, porque, para ele, isso pode ser errado, mas para outros pode não ser.Pode parecer exagero, mas sua casa pode ser roubada e sua filha morta, desde que o ladrão e o assassino acreditem que suas ações são corretas.

Agora vamos para o outro lado da moeda: a Moralidade Objetiva. A Moralidade Objetiva é uma prescrição de princípios morais aplicáveis em todas as situações, para todas as pessoas em todas as épocas. Uma das formas de observar sua existência é simplesmente por nossa intuição. É o que percebemos, por exemplo, quando vemos a frase “Crianças são torturadas como forma de entretenimento”. Qual a sua intuição primária ao ler essa frase? Isto é errado! E quando lê a frase: “Homem mata esposa e filha com trinta facadas”. Errado!

O inglês Richard Dawkins, o mais famoso ateu fundamentalista da atualidade, em seu livro River Out of Eden, diz que nosso universo não oferece “nenhum propósito, nenhum mal e nenhum bem. Nada senão uma cega e impiedosa indiferença. O DNA não se importa. O DNA simplesmente é. E nós dançamos conforme sua música.”[1] Mas seu livro Deus, um Delírio está completamente permeado de um sentimento de profundo desgosto por atos “imorais”, assim demonstrado também por sua ativa participação em protestos contra abuso de crianças e pelo preconceito contra homossexuais. Mas, se o DNA não sabe e nem se importa, por que e como sabemos o que é certo e errado e por que nos importamos?

Ele então continua a argumentar que a moralidade evoluiu dos chimpanzés que têm uma noção de viver em família, de ajudar seus parceiros e trabalhar em grupo. O problema disso tudo é que, se foi realmente a evolução que nos levou a adquirir o senso de moralidade que temos hoje, a moralidade é subjetiva, ou seja, cada pessoa, família ou grupo pode construir seu próprio código de moralidade. Isso não seria, porém, a moralidade absoluta que observamos na humanidade.

A Moralidade Objetiva é a única forma coerente de moralidade e a única que pode ser vivida consistentemente.

Agora que estamos tranquilos com a primeira e a segunda premissas, temos que entender como chegamos diretamente à terceira. Por que precisamos necessariamente chegar prematuramente à ideia de que a Moralidade Objetiva prova a existência de Deus? Não podemos explicar essa moralidade simplesmente atribuindo-a à lógica e à evolução naturalista?Para isso, precisamos explicar de onde veio a moralidade.

Primeiro, vejamos esta citação de Kai Neilsen, um filósofo ateu dinamarquês: “Não fomos capazes de mostrar que a razão exige o ponto de vista moral, nem que todas as pessoas realmente racionais não deveriam ser individualistas egoístas ou não morais clássicos. A razão não decide aqui. O que pintei para você não é agradável. A reflexão sobre isso me deprime. [...] A razão prática, pura, mesmo com um bom conhecimento dos fatos, não o levará à moralidade.”[2] Isso se explica facilmente porque na visão ateia evolucionista o ser humano é apenas um animal, e animais não têm qualquer obrigação moral.

Outra citação interessante é do australiano J. L. Mackie, um filósofo que tentou provar com unhas e dentes que a moralidade é relativa: “Se há valores objetivos, eles tornam a existência de um deus mais provável do que seria sem eles. Portanto, temos um argumento defensável a partir da moralidade para a existência de um deus.”[3]

Com isso em mente, vamos relembrar os fatos que temos por enquanto. Sabemos que a moralidade é: (1) Prescritiva, (2)um comando, (3) universal, (4)objetiva, (5) autoritativa.

Levando isso em consideração, em primeiro lugar, prescrições e comandos são feitos apenas entre seres pensantes, portanto, podemos saber que, seja de onde vem a moralidade, tem que vir de uma mente pensante. Em segundo lugar, a moralidade vem com um propósito e uma vontade, portanto, a fonte de moralidade também deve ter um propósito e uma vontade. Em terceiro lugar, a moralidade é universal e transcende os seres humanos, o tempo e o espaço, portanto, a fonte também deve ser transcendente. Em quarto lugar, já que a moralidade é autoritativa, deve ter vindo de uma autoridade e autoridade só pode ser mantida por uma pessoa, portanto, a fonte deve ser pessoal. E, finalmente, a fonte deve ter o poder e a habilidade para impor a sua vontade moral em nossa intuição. Como podemos chamar essa fonte de moralidade? Deus.

Nas palavras de Paul Copan, filósofo e Teólogo americano: “A razão pela qual o teísmo faz mais sentido aqui é que a personalidade e a moralidade estão necessariamente conectadas. Isto é, os valores morais estão enraizados na personalidade. Sem Deus (um Ser pessoal), nenhuma pessoa – e, portanto, nenhum valor moral – poderia existir.”[4]

É interessante notar que, de longe, o argumento mais usado por ateus é: “Como podemos acreditar em um Deus bom se existe tanta maldade no mundo?” A resposta completa a esse argumento será dada em outro momento, porém, existe uma importante questão que precisamos levantar motivados por essa afirmação. Com esse argumento, um ateu ou até mesmo um cristão sincero está afirmando claramente que existe o mal no mundo. Se alguém acredita que existe o mal, também está pressupondo que exista o bem. Mas se alguém diz que existem o bem e o mal, está implicitamente afirmando que existe uma lei moral que diferencia o bem do mal. E se existe uma lei moral, existe um doador da lei moral. Portanto, um argumento que era primariamente para ir contra a existência de Deus, na realidade, é um argumento a favor dEle!

O argumento moral nos mostra evidências claras de que existe um Deus pessoal e poderoso que colocou no seu e no meu coração a vontade de fazer o que é certo, e abre nossa realidade para a culpa quando fazemos o que é errado. A questão é se vamos reconhecer que Ele existe nos apoiando em todas as evidências que Ele nos dá para acreditar nisso.

Um soldado na Guerra do Vietnã, cansado da incessante pressão dos companheiros que lhe diziam que Deus não existia, escreveu uma poesia em meio aos ruídos da morte. Na noite anterior a uma terrível batalha, ele escreveu o seguinte:

“Eu nunca falei contigo, Deus Pai / Mas agora quero dizer, ‘Como vai?’

“Eles me disseram que Você não existia / E eu como um tolo acreditei com garantia.

“Ontem à noite, de um buraco o Seu céu contemplei / O que eles me disseram era uma mentira, agora eu sei.

“Se eu tivesse separado tempo para ver as coisas que Você fez / Eu saberia que eles não estavam nos chamando para fazer guerra.

“Me pergunto, Deus, se Você tomaria a minha mão / De alguma forma eu sinto que terá compaixão.

“Engraçado eu ter que vir para este lugar infernal / Antes de ter tempo para ver Sua face eternal.

“Acho que não há muito mais para dizer / Mas estou muito feliz, Deus, de hoje Lhe conhecer.

“Acredito que a meia-noite chegará certa / Mas eu não estou com medo sabendo que Você está por perto.

“O sinal soou, Deus, eu tenho que partir / Gosto muito de Você, e quero admitir.

“Saiba que essa será uma luta assustadora / Quem sabe eu vá para Sua casa na aurora.

“Apesar de nunca ter sido Seu amigo / Me pergunto se naquele grande dia / Você me esperaria para dar abrigo.

“Olhe, agora estou chorando, estou derramando lágrimas, Deus / Tenho que ir agora, Senhor, adeus.

“Estranho que agora que vim a você conhecer / Não tenho mais medo de morrer.”

Você pode até afirmar que Ele não existe, só não pode dizer que não recebeu evidências suficientes!

(Marina Garner Assis)

Referências:

1. Richard Dawkins, River Out of Eden (New York: Basic Books, 1992), p. 133.
2. Kai Nielsen, “Why Should I Be Moral?”, American Philosophical Quarterly 21 (1984), p. 90.
3. J. L. Mackie, The miracle of Theism. Oxford: Clarendon Press, 1982, p. 115-16.
4. Paul Copan em Ensaios Apologéticos , p. 135

Cientistas ateus rejeitam evidências com “sabor teísta”

Alguns comentadores tem o hábito de dizer que se a Criação fosse assim tão óbvia, então os “cientistas” haveriam de subscrevê-la. Isso assume tantas coisas erradas que nem sei por onde começar. Primeiro, a veracidade de uma teoria não é medida pelo número de cientistas que a subscrevem. Segundo, a história da ciência está repleta de casos em que o consenso estava errado. O cientista católico Galileu era minoria contra o consenso científico da época, mas ele estava certo e o consenso errado. Terceiro, há um clima de censura em relação às teorias que possam colocar o Naturalismo em questão. Será que a calibração perfeita do Universo exige a crença em Deus? Ou será que a teoria dos multiversos permite um universo autoperpetuante, eterno, e sem Deus?

Numa entrevista publicada na Discovery Magazine, Tim Folger explorou esse tópico com Andrei Linde (cosmólogo da Stanford). O início da entrevista resume de forma sucinta a controvérsia: “Nosso Universo está perfeitamente arquitetado para a vida. Isso pode ter sido causado por Deus, ou pode ser que nosso Universo seja um de muitos.”

Folger e Linde repetiram enfaticamente que nosso Universo parece ter sido criado. Linde afirma: “Estamos frente a um número elevado de coincidências, e todas essas coincidências estão de tal forma que elas permitem que a vida seja possível.”

Folger afirmou que os físicos não gostam de coincidências. Para evitá-las, alguns cosmólogos foram forçados a postular que nosso Universo pode ser um de muitos.

A pergunta que surge na mente é: O que os forçou a postular essa hipótese? De certo que não foi nenhuma observação científica, uma vez que, até hoje, não há evidência nenhuma da existência de outros universos materiais para além do nosso. Provavelmente, eles foram “forçados” a postular uma hipótese não científica por motivos ideológicos, os mesmos motivos que levam homens inteligentes a acreditar que dinossauros evoluíram para pássaros.

Segundo a teoria dos multiversos, supostamente o que acontece é que habitamos um dos muitos universos que, por acaso, tem as constantes da Física perfeitamente ajustadas para a existência da vida. O todo-poderoso “acaso”. Sim, se Deus não existe, então o “acaso” tem que ser nosso “criador”. Impressionante é que pessoas inteligentes atribuam poderes criativos às forças da natureza. Mas se levarmos em conta Romanos 1, talvez não seja tão impressionante. A ginástica mental que as pessoas fazem para rejeitar o óbvio (Deus Criador) é perfeitamente manifesto na teoria dos “multiversos”.

Chamem-no de um golpe de sorte, um mistério, um milagre. Ou chamem-no de o maior problema para a Física. Como é que a ordem do Universo é um problema para a Física? A ordem existente no Universo não é um problema para a Física, mas sim para o Naturalismo. Como é hábito dos cientistas seculares, eles [consideram equivocadamente] o Naturalismo com a ciência.

Em vez de se invocar um Criador benevolente, muitos físicos veem apenas uma explicação possível: nosso Universo pode ser um de um numero infinito de universos. Tradução: muitos físicos veem apenas uma explicação naturalista possível: tudo isto foi coincidência!

Em outras palavras, em lugar de aceitar as evidências, postulam uma teoria que não tem evidência nenhuma, como forma de manter Deus Afastado.

Os críticos dizem que a teoria dos multiversos não é uma teoria científica uma vez que ela não pode ser confirmada nem refutada. Obviamente! Esse é mais um exemplo de como a ciência está sendo destruída devido ao Naturalismo.

Os proponentes da teoria afirmam que, quer se goste ou não, essa hipótese pode muito bem ser a única alternativa não religiosa para o que é chamado de “o problema da calibração afinada” – a observação de que as leis do Universo aparentam ter sido feitas sob medida para o aparecimento da vida.

Em outras palavras, “vamos aceitar o que é totalmente não científico, não observável, não refutável porque não gostamos de Deus.”

Linde afirma: “Para mim, a realidade da existência de muitos universos é uma possibilidade lógica.” Não, não é uma “possibilidade lógica”, mas sim uma necessidade ideológica. Pode ser dito como resposta: “Talvez isso seja uma coincidência misteriosa. Talvez Deus tenha criado o Universo para o nosso benefício.”

Escolha difícil: (1) coincidência ou (2) design. Hmmm...

“Well, I don’t know about God, but the Universe itself might reproduce itself eternally in all its possible manifestations.” Nem me dei ao trabalho de traduzir isso para que as pessoas leiam e vejam um dos pontos mais baixos do pensamento humano – se é que se pode chamar isso de “pensamento”.

O artigo diz ainda: “If you don’t want God, you’d better have a multiverse.” Portanto, segundo o artigo, a razão que leva esses “cientistas” a postular a teoria dos multiversos é puramente ideológica. Não gostam de interpretações que estejam de acordo com a crença em Deus, e, como tal, preferem acreditar naquilo que não tem evidências a seu favor. Isso é o ateísmo suprimindo a conclusão mais óbvia.

Conclusão: se mais evidências fossem necessárias para se ver que as crenças pessoais têm um peso enorme na forma como interpretamos as evidências, esse artigo dissipa todas as dúvidas. Esses cientistas, sabendo que a explicação mais lógica para a ordem existente no Universo é a ação criadora de Deus, preferem imaginar “fábulas enganosas” como forma de manter sua fé nos poderes mágicos da natureza. Coisas como essa acontecem não só na Astronomia, mas principalmente na Biologia.

Sabendo a verdade, os naturalistas preferem aceitar a fábula do darwinismo para manter sua fé em Darwin.

Apocalipse 4:11 diz: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua Vontade são e foram criadas.” [...]

(Darwinismo)

Leia também: "Por que a vida surgiu no Universo?"

Primeiro tuitaço criacionista do ano é destaque nos TTs

O tuitaço (campanha de divulgação em massa de conteúdos na rede social Twitter) com a tag #religiaoeciencia, promovido pelo blog www.criacionismo.com.br, mobilizou milhares de tuiteiros e conseguiu manter o assunto nos Trend Topics Brasil (TTs) por mais de 24 horas, a partir das 18h do dia 26 de fevereiro.

Durante a semana que antecedeu o evento virtual, foram veiculadas mensagens incentivando os participantes e estimulando-os a tuitar conteúdos respeitosos, com o objetivo que mostrar que ciência (método) e religião bíblica não são áreas contraditórias, mas podem ser complementares. O blog www.criacionismo.com.br publicou banners com a foto de cientistas famosos que acreditavam em Deus e fizeram boa ciência. A frase comum em todos os banners foi: “[Nome do cientista] conseguiu compatibilizar a fé religiosa com o conhecimento científico.”

Na primeira meia hora do tuitaço, a tag #religiaoeciencia ficou entre os primeiros assuntos destacados nos TTs, chegando a primeiro lugar e mantendo a posição em vários momentos durante a noite e no dia seguinte. A reação de alguns descrentes não tardou a ocorrer e muitos internautas tuitaram até mensagens desrespeitosas contra os criacionistas, mas estes mantiveram o bom nível e publicaram mensagens respeitosas. Muitas pessoas também elogiaram o evento por ter possibilitado a discussão de um assunto sério no Twitter.

Uma das maiores vantagens dos tuitaços promovidos por adventistas têm sido a motivação dos membros da igreja ao trabalho missionário virtual, sem contar o fato de que, com essas iniciativas, cria-se uma cultura de bom uso da internet, especialmente nas horas do sábado.

(Felipe Lemos, ASN)

domingo, fevereiro 27, 2011

Moacyr Scliar e a Bíblia

“O que dizer de um livro que está traduzido em 2.167 idiomas e dialetos, que, no último século, teve edições totalizando mais de 2 bilhões de exemplares, está ao alcance de 85% da humanidade e é lido há cerca de 3 mil anos? Que tal coisa não existe, responderia um editor incrédulo (sobretudo um editor brasileiro, acostumado a pequenas tiragens). Mas existe, sim. Esse livro é a Bíblia, que merece, com justiça, o título de maior best-seller de todos os tempos. [...] Como se explica que um livro que começou a ser escrito há quase três mil anos, ainda tenha tantos, e às vezes tão importantes, leitores? Uma pergunta tanto mais significativa quando se considera que textos envelhecem... A Bíblia é uma exceção. Trata-se de um livro eminentemente legível, mesmo em tradução, e mesmo nos dias atuais, uma fonte de sabedoria e ensinamento até para pessoas não religiosas” (Moacyr Scliar, Biblioteca Entre Livros, maio de 2008).

Entrevista: Michelson Borges e o vegetarianismo

O Portal Tudo Para Vegetarianos conseguiu uma entrevista exclusiva com Michelson Borges, jornalista, editor e autor de diversos livros publicados pela Casa Publicadora Brasileira, entre eles o mais recente A História da Vida. Ele é autor do blog www.criacionismo.com.br e membro da Sociedade Criacionista Brasileira. Sua esposa, Débora Borges, é vegetariana e autora do blog Do Lar Cristão. Conheça em detalhes sua trajetória vegetariana e seus diversos conselhos sobre alimentação, família e saúde.

Qual a sua experiência com o vegetarianismo?

Eu era recém-convertido quando comecei meu curso de jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, em 1992. Na pensão em que eu morava, havia alguns jovens estudantes adventistas; um deles cursava engenharia de alimentos e o outro, processamento de dados. Os dois eram vegetarianos. Nos tornamos amigos e eles viviam lendo para mim trechos dos livros A Ciência do Bom Viver e Conselhos Sobre o Regime Alimentar, de Ellen White. Aos poucos, fui me convencendo de que o estilo de vida orientado por Deus promove não apenas a saúde física, mas também a saúde mental e espiritual. Entendi que nossa mente (a “antena” de comunicação com o Céu) pode se tornar muito mais clara quando vivemos de acordo com as orientações divinas e nos alimentamos o mais corretamente possível. [Leia mais]

sábado, fevereiro 26, 2011

Mulheres têm cérebro mais ativo do que os homens

Um estudo canadense revela que os homens, quando comparados com as mulheres, apresentam uma predisposição maior para viver sem pensar. A descoberta ocorreu acidentalmente durante uma pesquisa sobre esquizofrenia. Enquanto o cérebro das mulheres consegue atender inúmeras solicitações ao mesmo tempo, o cérebro dos homens entra mais frequentemente em repouso, revela o estudo liderado por Adrianna Mendrek, pesquisadora canadense do departamento de Psiquiatria da Universidade de Montreal. Na verdade, os homens são mais dados a viver do que a pensar, menciona o trabalho dos pesquisadores que chegaram à conclusão que os cérebro masculino entra com maior facilidade em repouso durante uma pesquisa sobre esquizofrenia.

“Na realidade, os cérebros estão sempre ativos. É uma questão de intensidade, mas podemos dizer que o cérebro dos homens repousa mais do que o das mulheres”, explicou Adrianna Mendrek, em declarações ao jornal francês Le Figaro.

Segundo a investigadora, existe uma explicação neurológica para essa característica que dota os homens com a capacidade “de não pensar em nada”. A atividade neural do cérebro é maior em pessoas do sexo feminino, por isso o cérebro dos homens entra em repouso com mais facilidade.

A descoberta surgiu por mero acaso, já que a área de estudos de Adrianna Mendrek é a esquizofrenia - um transtorno mental que difere entre os sexos em termos de idade de início, sintomatologia, resposta à medicação e anormalidades estruturais do cérebro. Nesse contexto, analisou diversos sujeitos de ambos os sexos afetados por essa doença e comparou a sua atividade cerebral.

(Jornal de Notícias)

Nota: Para quem achava que as distinções entre homens e mulheres eram apenas “construções sociais”, essa pesquisa mostra algo diferente. Homem e mulher foram criados diferentes e complementares.[MB]

Mulher em período fértil atrai solteiros e repele casados

Uma nova pesquisa joga um balde de água fria em quem justifica a infidelidade como “natural”. Segundo um experimento da Universidade da Flórida, a fidelidade também pode ser explicada pela biologia. Os coordenadores do estudo, Saul Miller e Jon Maner, mostraram que sinais de que uma mulher está em período fértil, como mudança de cheiro, são percebidos pelo homem. Mas, se ele for comprometido, em vez de atração, ele tende a rejeitar os sinais em uma desconhecida. Pesquisas anteriores já apontaram a relação entre pico fértil da mulher e resposta masculina. Um estudo feito em 2007 com dançarinas de striptease mostrou que as gorjetas aumentavam quando elas estavam ovulando. “No pico de fertilidade, o aumento do estrogênio deixa a mulher mais lubrificada, com mais brilho na pele. O cheiro do corpo também muda de forma sutil, mas que é percebida pelo homem”, diz a endocrinologista Vânia Assaly, membro da International Hormone Society.

A reação fisiológica do macho é responder com excitação sexual e partir para o bote. Mas, se isso significa pular a cerca, outras reações biológicas podem entrar em jogo, especulam pesquisadores.

No trabalho da Flórida, uma jovem frequentou o laboratório de psicologia social por vários meses. Os homens participantes classificaram o grau de atratividade da moça. A maioria dos desimpedidos a considerou mais atraente nos períodos férteis. Os que estavam em relacionamentos românticos a acharam menos atraente justamente nessas fases.

“Parece que os homens estavam de fato tentando afastar qualquer tentação que pudessem sentir diante da mulher que estava ovulando”, disse o psicólogo Maner.

Para Assaly, isso mostra como condições sociais modulam a ação hormonal. “A presença da mulher fértil aumenta a produção de hormônios sexuais no homem, como testosterona. Mas a consciência e a memória desencadeiam a produção de outros hormônios, como ocitocina, que trabalham contra a ameaça ao vínculo amoroso.”

Para o psiquiatra Luiz Cushnir, do grupo de estudos de gêneros do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior valor desse tipo de pesquisa é possibilitar reflexões. “Relacionamentos são multifatoriais e o ser humano tem grande repertório emocional, ao contrário dos animais. Valores socioculturais influenciam a resposta sexual e podem ter repercussão bioquímica. Mas não dá para reduzir tudo à biologia.”

(Folha.com)

Nota: Onde estão os darwinistas de plantão e suas “explicações” do tipo: o homem pula a cerca por um imperativo biológico de espalhar seus genes por aí, não importando se a mulher é comprometida ou não? Essa pesquisa parece contradizer a teoria da poligamia inata e mostra que, na verdade, o adultério e a infidelidade são mesmo desvios de conduta (pecado), já que, ao que tudo indica, fomos programados para a fidelidade.[MB]

Leia também: "Resistir à tentação fortalece o caráter", "Adúlteros – é como a evolução nos torna" e "Adúlteros pela própria natureza"

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Mobilização revoluciona costumes e relações no Egito

Vestindo luvas cirúrgicas sujas de chorume, Farida Abboud, 20, segura um saco plástico azul no qual recolhe lixo desde cedo na praça Tahrir (da Libertação) do Cairo, centro simbólico das manifestações que exigem a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Um dia depois de frustrar as expectativas ao descartar deixar o poder, Mubarak partiu da capital egípcia para Sharm el-Sheik com sua família. No início da terça-feira 8 de fevereiro, ela e mais cinco jovens faziam o trabalho; à tarde, eram 35. Desde 25 de janeiro, primeiro dia dos protestos, Farida, muçulmana que não usa véu e estuda na Universidade Americana do Cairo, anda pelas ruas do Cairo sem ouvir gracejos machistas, antes uma repetitiva rotina diária. Também pode fumar um cigarro na rua e vestir-se como quiser, sem ser recriminada. Ao contrário, a todo momento, alguém se aproxima e lhe faz um agradecimento respeitoso por ajudar na limpeza.

Embora ainda sem um desfecho político definido, o movimento contra o regime autoritário do país operou uma silenciosa revolução nos costumes e nas relações entre as classes sociais na sociedade egípcia, ainda invisível aos olhos de muitos estrangeiros. Numa sociedade claramente estratificada – ou mesmo “segregada”, na visão de muitos ouvidos pelo iG –, as manifestações uniram o povo egípcio em um novo projeto de país.

Na opinião de dezenas de entrevistados pela reportagem, as enormes disparidades socioeconômicas, o discurso desagregador do regime e a falta de liberdade levaram a população à apatia, frustração, raiva e incentivavam o ressentimento entre os diferentes grupos sociais e religiosos. Era um habilidoso método de dividir para imperar.

A “revolução”, como a chamam os seus integrantes, trouxe de volta a autoestima, o orgulho nacional – milhares portam bandeiras do Egito – e o sentimento de que o país lhes pertence. “É a primeira vez que me sinto pisando em meu solo. Renasci, sou dona das ruas, que eram de Mubarak. A única coisa boa que Mubarak fez foi unir todos contra ele. Sinto-me como se tivesse 18 anos”, disse ao iG Nema Khalija, que vive de US$ 45 de pensão.

Para a cientista política Salma, que omitiu o sobrenome por trabalhar no gabinete de um ministro, o movimento teve um impacto social muito positivo na interação das pessoas e na liberdade das mulheres egípcias. “É impressionante, as mulheres eram praticamente tratadas como propriedade pública. Mas aqui não há nenhum assédio, nada de assovios ou cantadas grosseiras, nada. Faça o que quiser, vista o que quiser, as pessoas não vão te olhar torto. Os mais velhos nos dizem: ‘Vocês nos trouxeram esperança.’ Antes, as pessoas odiavam o país e assim, não cuidavam. Estavam frustradas, ressentidas, não eram elas mesmas. Agora todos dividem água, alimentos... Nunca vi isso, todos se preocupam em ser gentis, e há diálogo entre as classes. Há um senso de responsabilidade social, e estamos orgulhosos disso. Socialmente, é uma enorme conquista, é grandioso”, afirmou Salma, que antes andava com spray de pimenta na bolsa.

A antropóloga Noha Roushdy, 27, concorda. “Mulheres nunca fumariam aqui antes. Não há nenhum assédio, as pessoas pedem desculpas dez vezes se esbarram em você.”

Para a estudante Farida El-Gueretly, 20, os egípcios eram “muito egoístas, voltados para si”. “Ninguém fazia nada pelo outro, não havia conexão. A sociedade era tão dividida, e agora existe uma integração como nunca houve antes. As pessoas se sentam juntas, e antes ninguém ouvia ninguém. Não sei o que está acontecendo, mas isso é muito bom”, disse.

Para a maioria dos cidadãos, há apenas três semanas era impossível imaginar que tudo isso pudesse acontecer. Os protestos raramente reuniam mais de 300 e eram controlados por policiais em quantidades ao menos dez vezes superiores. A marcha que começou com jovens de classe média em um bairro rico do Cairo, porém, espalhou-se e agora junta milhões. [...]

Uma canção entoada na Tahrir ilustra as diferenças religiosas tradicionalmente existentes que se procuram dissipar no discurso de um “novo Egito”, unido pela nacionalidade: “Olhe aí os egípcios! Não são os muçulmanos, não são os cristãos, são os egípcios!”

Todos os dias na praça, é possível observar conversas entre religiosos, como os da Irmandade Muçulmana, e muçulmanos, seculares ou até cristãos. “Eles vão mudar, e nós também mudaremos”, disse o arquiteto Tamer Elp-Shayal.

“Quem atacou as igrejas (no início do ano, houve uma onda de ataques a igrejas no Egito, e ele insinua que foi o governo)? Desde o começo das manifestações não há ataques, e as igrejas são protegidas por muçulmanos”, disse o farmacêutico Hamdy Tawfik, 45. [...]

(Ultimo Segundo)

Nota: Os desdobramentos da revolução que se espalha por outros países árabes mostram alguns pontos positivos, especialmente para aqueles interessados em partilhar a mensagem do evangelho com os muçulmanos: (1) o povo daquela região clama por liberdade (ainda que seja a de fumar em público), e essa liberdade passa pela religiosa; (2) revoluções podem mudar costumes e posturas em pouquíssimo tempo; (3) já parece haver maior diálogo (ainda que limitado) entre cristãos e muçulmanos. Que esta seja a derrubada da “cortina de ferro” dos países árabes. Deus ama aquele povo e devemos orar muito por ele.[MB]

O Projeto Genoma detona o dogma central darwiniano

O Projeto Genoma completou dez anos e eu nada vi na Grande Mídia que informasse os leitores leigos sobre o status desse grande projeto científico. Você viu? Nem os grandes jornais como a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, e olha que esses dois jornais têm editorias de ciência pra ninguém botar defeito; eles não publicaram um especial ou apenas um artigo informativo. Por que nada publicaram? Explico. A revista Nature publicou um especial sobre o Projeto Genoma Humano no dia 10 de fevereiro de 2011. Naquela semana a Science também publicou uma série de artigos sobre isso. Eu não vi uma linha na Grande Mídia sobre essa importante questão científica. Você viu? Por que será que as editorias de ciência ficaram mudas? Elas ficaram mudas porque a maioria dos artigos destacou que as descobertas contrariam as predições do paradigma darwiniano. Quando a questão é Darwin, a Grande Mídia vive uma relação incestuosa com a Nomenklatura científica: o que Darwin tem de bom, a gente mostra; o que Darwin tem de ruim, a gente esconde! Tutti cosa nostra, capice?

Traduzindo em miúdos: as descobertas científicas do Projeto Genoma não estão corroborando as expectativas do paradigma evolucionário. A publicação do genoma humano revelou duas coisas interessantes: não identifica a nossa história evolucionária e nem levou às curas milagrosas.

Gente, entre outras coisas, o genoma humano revelou complexidade por detrás de mais complexidade que é a biblioteca de informação genética existente em cada um de nós. Como a Grande Mídia não destacou, este blogger destaca alguns excertos dos artigos da Science que revelam essa maravilha de complexidade.

O cientista John Mattick, da Universidade de Queensland, evolucionista, no seu artigo “The Genomic Foundation is Shifting” [A base genômica está mudando], destacou como que a fundação genômica está mudando: “Para mim, o resultado mais importante do projeto do genoma humano foi ter exposto a falácia de que a maioria da informação genética está expressa como proteínas.”

Gente, do que mesmo o Mattick está falando? Você está sentado? Como vai o coração? Está de bem com a vida? Não tem inimigos? Nem este blogger por dizer a verdade sobre Darwin e seus discípulos? Mattick está falando do Dogma Central da genética – o princípio de que o DNA é o controlador mestre da hereditariedade, traduzindo sua informação em proteínas que criam nossos corpos e cérebros.

Uma coisa surpreendente revelada no Projeto Genoma é que o número de genes é muito menor do que era esperado (apenas 1,5% do DNA humano contém genes), é suplantado pelo DNA não codificante (foi chamado de DNA lixo, lembra?), mas que é responsável pela geração do RNA, pela regulação da expressão dos genes, especialmente durante o desenvolvimento embriônico.

O código da histona y otras cositas gerou mais “tremores secundários” que minaram o Dogma Central. Mattick concluiu: “Essas observações sugerem que nós precisamos reavaliar a ortodoxia genética subjacente, que está profundamente arraigada e tem sido dada trégua superficial pelas premissas aceitas sem críticas sobre a natureza e o poder do controle combinatorial. Como Barbara McClintock, laureada com o Nobel, escreveu em 1950: 'Nós estamos permitindo uma filosofia da [codificação de proteína] de gene controlar [o nosso] raciocínio? O que é então a filosofia do gene? É uma filosofia válida?' […] Há uma alternativa: A complexidade humana tem sido construída em uma grande expansão de sequências genômicas reguladoras, a maioria das quais é efetuada pelos RNAs que usam a infraestrura genérica de proteína e controlam os mecanismos epigenéticos que sustentam a embriogênesis e a função cerebral. Eu considero o genoma humano não simplesmente como fornecendo detalhe, mas muito mais importante, como o começo de um iluminismo conceitual em biologia.”

(Desafiando a Nomeklatura Científica)

Anjos caídos são os "mocinhos" da vez

Foram vampiros, lobisomens, zumbis e parece que a nova onda é: anjos caídos. Talvez nem tão nova assim para um pessoal que acompanha uma série de livros e HQs sobre o tema… Mas é novidade para quem quer estar a par dos assuntos da moda. Pra quem não sabe, resumidamente, anjos caídos são seres que viviam no Paraíso e, por querer poder demais, coisas terrenas demais ou por discordarem das regras celestiais, acabaram sendo expulsos de lá. Tudo começou com a popularização de alguns livros lá para meados de 2009. Desde então, é um lançamento atrás do outro. E a onda ainda promete: a Disney comprou os direitos de Fallen (que já tem continuação: Tormenta). Em breve, os anjos chegarão aos cinemas também. Enquanto isso não acontece, fique com as histórias já publicadas sobre o tema: A Batalha do Apocalipse, Anjos Caídos e Um Guia para Demônios, Fadas, Anjos Caídos e Outros Espíritos Subversivos.

(Blog Fnac)

Nota: O texto acima, publicado no blog da Fnac, é claramente promocional, mas revela algo que salta à vista dos mais atentos observadores das tendências na literatura e no cinema: de início, o sobrenatural e o ocultismo foram embalados em livros infantis com um personagem “inofensivo” chamado Harry Potter (isso sem contar os inúmeros livros e filmes ocultistas e espiritualistas não necessariamente voltados para crianças). Os leitores do bruxinho (principalmente as leitoras), agora adolescentes, foram contemplados com a série “Crepúsculo”, cujo pano de fundo é o vampirismo. A culminação (se é que esse já é o ponto culminante) dessa tendência aparentemente orquestrada só poderiam ser os anjos caídos. É verdade que bruxaria, ocultismo e vampirismo são temas diretamente ligados aos anjos caídos (embora muita gente ignore esse fato), no entanto, como as pessoas hoje estão dessensibilizadas com respeito ao verdadeiro mal, uma vez que foram gradualmente condicionadas para aceita-lo travestido em histórias aparentemente insuspeitas, não mais se espantam com essas temáticas. Pior é que a Disney está se metendo aí... Com a produção de Fallen pela gigante, essas distorções a respeito dos anjos ganharão ainda mais publicidade. Milhões de crianças que não leem a Bíblia crescerão aprendendo bobagens sobre os anjos maus (ou concluirão que eles são seres mitológicos) e serão mais facilmente confundidas quando esses mesmos anjos aparecerem para o engano final.[MB]

Leia também: “Anjos de baixo” e "'Anjos' devem ser a nova febre da literatura"

Médico cristão é demitido por publicar estudo

Um médico cristão diz ter sido “sacrificado no altar do politicamente correto” depois de ser demitido como conselheiro antidrogas. O Dr. Hans-Christian Raabe, um respeitado médico, foi demitido por deter visões “embaraçosas” sobre o homossexualismo. Ativistas antidrogas tinham até comemorado a indicação dele ao Conselho Consultivo sobre o Mau Uso das Drogas (ACMD), pois, ao contrário da maioria dos integrantes, Raabe defendia uma política agressiva contra as drogas, enquanto os outros preferiam focar no modo mais seguro de consumo.

O Dr. Raabe disse ao Daily Mail: “Tenho sido discriminado por causa das minhas opiniões e crenças, que estão em sintonia com o ensinamento das principais igrejas. Isso estabelece um precedente perigoso: estamos dizendo que ser cristão é agora um impedimento ao emprego público?”

Ele adicionou: “Minha nomeação foi revogada baseada na falsa percepção de que eu poderia potencialmente discriminar pessoas gays - algo que eu nunca fiz; nem na minha vida privada, nem na vida profissional. Mesmo o Home Office não questionou meu conhecimento e experiência em matérias relacionadas a mau uso de substâncias e política de drogas. Minha nomeação foi revogada simplesmente como resultado de minhas visões sobre assuntos que não são relacionados à política de drogas.”

O Home Office disse que Raabe foi demitido porque não revelou um relatório que “levanta preocupações sobre sua credibilidade em prover conselhos equilibrados em questões relacionadas ao mau uso de drogas”. Como parte da entrevista, Raabe foi orientado a revelar qualquer coisa sobre sua história pessoal ou profissional que pudesse causar embaraço ao Home Office ou ACMD.

Os comentários sobre homossexualismo e pedofilia foram retirados de um paper científico que ele escreveu com outros seis médicos, há seis anos. O paper “Casamento gay e homossexualismo: alguns comentários médicos” obteve conclusões de pesquisas e estudos de outros acadêmicos. Usando esses dados, Raabe e seus colegas concluíram que há um “número desproporcionalmente maior de homossexuais entre os pedófilos”, e alerta que isso é de “grave preocupação”.

O Dr. Raabe disse: “Em meu caso - detendo visões cristãs tradicionais - estou sendo discriminado por um ministro do Home Office e estou sendo sacrificado no altar do politicamente correto.”

(Mídia Sem Máscara)

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Sugestões para o tuitaço #religiaoeciencia

No próximo tuitaço promovido pelo blog www.criacionismo.com.br (dia 25, a partir das 18h), será usada a tag #religiaoeciencia. Ao contrário do que alguns possam pensar, a ideia não é promover a controvérsia artificialmente alimentada pela mídia entre a ciência e a religião. O objetivo é justamente o contrário disso – queremos mostrar que a ciência experimental (método) e a teologia bíblica são duas ótimas lentes para compor uma cosmovisão útil com a qual se possa entender melhor a realidade que nos cerca. Assim fizeram os cientistas que criaram o método científico, homens do quilate de Galileu Galilei e Isaac Newton (clique aqui). Assim fizeram grandes pensadores como Blaise Pascal e Antony Flew. Assim fazem muitos cientistas atuais, como Ruy Vieira e Marcos Eberlin (veja os banners abaixo e espalhe-os na internet). Ajude-nos a mostrar para muita gente que os religiosos podem amar a ciência tanto quanto os cientistas podem amar a religião. Corretamente compreendidas, essas duas áreas nos levam ao verdadeiro conhecimento e à Fonte desse conhecimento verdadeiro. Participe do tuitaço e ajude a espalhar os banners dessa campanha.


Sugestões de conteúdos para serem tuitados (basta copiar e colar em seu Twitter):

Leia a coluna “Ciência e Religião”: http://bit.ly/8Ekc2q >> #religiaoeciencia

Leia a coluna “Ciência e Criacionismo”: http://bit.ly/gRSolJ >> #religiaoeciencia

Jornalismo, teologia e ciência http://bit.ly/e5tehT >> #religiaoeciencia

Deus – mais uma biografia não autorizada http://bit.ly/ihtUr6 >> #religiaoeciencia

Papa afirma que Deus é responsável pelo Big Bang http://bit.ly/gpG9iW >> #religiaoeciencia

Mistura impossível http://bit.ly/4WWNlK >> #religiaoeciencia

Cosmos versus caos, ou discurso conveniente? http://bit.ly/fJIeWG >> #religiaoeciencia

Jornalismo, teologia e ciência http://bit.ly/e5tehT >> #religiaoeciencia

O que é ciência? http://bit.ly/g14xFW >> #religiaoeciencia

Em busca das digitais do Criador http://bit.ly/cws8IB >> #religiaoeciencia

O berço da ciência http://bit.ly/gYUubr >> #religiaoeciencia

Apologética cristã: uma necessidade presente http://bit.ly/bZo5Qk >> #religiaoeciencia

Ele harmonizou a fé com a razão http://bit.ly/djJkyj >> #religiaoeciencia

Não se pode explicar o universo sem Deus http://bit.ly/gfQ4wK >> #religiaoeciencia

Professor da Unicamp defende design inteligente http://bit.ly/9ife3T >> #religiaoeciencia

Assinatura química do Criador http://bit.ly/aopmZ >> #religiaoeciencia

Sobre as origens http://bit.ly/9ZJm8p >> #religiaoeciencia

Entrevista para o Correio Braziliense http://bit.ly/68DWl >> #religiaoeciencia

Gazeta do Povo dá espaço a biólogo criacionista http://bit.ly/h6oJ8m >> #religiaoeciencia

O criacionismo no ano de Darwin http://bit.ly/bozxtY >> #religiaoeciencia

Educação, ciência e... Deus http://bit.ly/gz38Bj >> #religiaoeciencia

A História da Vida (edição revista e atualizada) http://bit.ly/hgezMg >> #religiaoeciencia

O benefício da dúvida http://bit.ly/e09x92 >> #religiaoeciencia

Robert Boyle, o cientista cristão à frente de seu tempo http://bit.ly/gfn0Vu >> #religiaoeciencia

O que os cientistas pensam sobre religião http://bit.ly/hjBNjJ >> >> #religiaoeciencia

Vídeo "Por Que Creio em Deus" http://bit.ly/gyihph >> #religiaoeciencia

A fé de Von Braun http://bit.ly/efe4bp >> #religiaoeciencia

Estão redescobrindo o Newton religioso http://bit.ly/fv0q1V >> #religiaoeciencia

Simetrias da criação, mistério de Deus http://bit.ly/hebU0a >> #religiaoeciencia

Isaac Newton: cientista e teólogo http://bit.ly/fW0CUl >> #religiaoeciencia

Quem alimenta a controvérsia ciência x religião http://bit.ly/e13uKn >> #religiaoeciencia

Também é preciso ter fé na ciência http://bit.ly/hPXSR7 >> #religiaoeciencia

Religião estereotipada http://bit.ly/gzONju >> #religiaoeciencia

Pasteur e a Bíblia http://bit.ly/geg1Ri >> #religiaoeciencia

Como se faz ciência http://bit.ly/hjCRXd >> #religiaoeciencia

Adventistas que fazem ciência http://bit.ly/ia8s5f >> #religiaoeciencia

A dívida da ciência http://bit.ly/ej8Wum >> #religiaoeciencia

A Religião do Cérebro http://bit.ly/fGbSgR >> #religiaoeciencia

Os físicos e a Bíblia http://bit.ly/gfrrCL >> #religiaoeciencia

Peixe “evolui” para sobreviver no meio de toxinas

A maioria das pessoas pensa que a evolução ocorre ao longo de centenas ou milhares de anos, mas não é o que aconteceu com um peixe dos Estados Unidos. Bastaram 50 anos para que a espécie, parecida com um pequeno bacalhau, evoluísse [sic] com o propósito de se tornar mais resistente às toxinas que poluem o rio Hudson. “Estamos falando de uma evolução muito rápida”, comenta o professor de medicina ambiental da Escola de Medicina da Universidade de New York, Isaac Wirgin. Segundo Wirgin, autor de um estudo publicado na versão on-line da Science, a variação de um gene garantiu ao peixe uma resistência ao bifenilpoliclorado (PCB), substância tóxica e cancerígena. O peixe se tornou capaz de acumular grandes quantidades da química industrial sem necessariamente morrer ou ficar doente.

O rio Hudson recebeu durante 30 anos altas doses de PCB - a substância foi identificada pela primeira vez nas suas águas em 1947 - e ainda continua sob processo de limpeza. “A questão seguinte é como eles fazem isso”, comenta Adria Elskus, especialista que estuda a resistência de peixes a PCBs, mercúrio e outras dioxinas.

Uma segunda pergunta, feita pelo cientista que realizou o estudo, é sobre a contaminação de PBC por outras espécies, já que o pequeno bacalhau serve de comida para peixes maiores. Isso significa que há transferência da toxina pela cadeia alimentar e possivelmente para o homem.

(Folha.com)

Nota 1: É o velho sensacionalismo ultradarwinista em ação. É preciso pontuar algumas questões, depois de se ler uma matéria enviesada como essa: (1) Sobre o que o autor do texto e os entrevistados estão falando quando usam a palavra “evolução”? O que fica no subconsciente das pessoas e vem à tona quando leem reportagens como essa é aquela figura dos hominídeos “evoluindo” para se tornar humanos ou a ideia da macroevolução de uma célula até uma ave passando por um réptil. Só que o que ocorreu com peixe do rio Hudson é semelhante ao que ocorre com bactérias que adquirem resistência a antibióticos, ou seja, sofrem algum tipo de mutação (microevolução), mas não deixam de ser bactérias, assim como o peixe não deixou de ser peixe. (2) A própria matéria acima admite que o peixe sofreu “variação”, portanto, não houve qualquer acréscimo de informação genética capaz de dar origem a um novo órgão complexo e funcional, o que seria de esperar, caso a macroevolução fosse um “fato” científico e não um mito naturalista. (3) Parece que a capacidade de acumular grandes quantidades de toxinas não pertence apenas ao pequeno bacalhau, mas também aos peixes que se alimentam dele. Não seria essa uma característica já presente em todos esses peixes e manifestada no momento em que dela precisaram? Portanto, afirmar que essa adaptação se trata de “evolução” (e nós sabemos o que eles querem dizer com essa palavra) é forçar a barra. Pra variar.[MB]

Nota 2: O que ocorreu com esse peixe foi uma base mecanicista de resistência ao PCB por meio de uma mutação adaptativa com perda de função em um local, resultante de deleção de seis bases em um gene particular, o AHR2. Não houve macroevolução, e a microevolução que ocorreu foi perda de função, e não de acréscimo de informação genética.

Excerto da pesquisa que destaca isso:

The mechanistic basis of resistance of vertebrate populations to contaminants, including Atlantic tomcod from the Hudson River (HR) to polychlorinated biphenyls (PCBs), is unknown. HR tomcod exhibited variants in the aryl hydrocarbon receptor2 (AHR2) that were nearly absent elsewhere. In ligand binding assays, AHR2-1 protein (common in HR) was impaired compared to widespread AHR2-2 in binding TCDD (2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin) and in driving expression in reporter gene assays in AHR-deficient cells treated with TCDD or PCB126. We identified a six-base deletion in AHR2 as the basis of resistance and suggest that the HR population has undergone rapid ev olution probably due to contaminant exposure. The mechanistic basis of resistance in a vertebrate population provides evidence of evolutionary change due to selective pressure at a single locus.

Ciência confirma que dinossauros viveram recentemente

As crianças em idade escolar têm sido doutrinadas no sentido de acreditar não só que são necessários “milhões de anos” para a formação de fósseis, mas também no sentido de acreditar que os fósseis têm estado debaixo das camadas rochosas há “milhões de anos”. No entanto, a descoberta de diversos fósseis com tecido macio em todo o mundo põe em causa este mito evolutivo. (Veja um exemplo aqui.) Outro exemplo disso é um fóssil de mosassauro recentemente descoberto em Dakota do Sul. Esse fóssil – que tem cerca de três metros – não só ainda tem tecido macio nele como também retém dentro do estômago partes da sua última refeição. Aparentemente, a “espantosa” preservação não só reteve os ossos na sua posição articulada, mas também reteve algum tecido original.

Uma equipe de pesquisadores descobriu os fósseis em setembro do ano passado. Após a a descoberta, os fósseis foram transportados para a School of Mines, em Rapid City. Espera-se que mais tarde o Museu de Geologia possa expor o achado ao público.

James Martin, o curador do museu, afirmou ao Rapid City Journal que “ainda há cartilagem nos ossos da omoplata e num osso chamado de caracóide...” Esse fóssil inclui também o conteúdo do estômago do animal – a sua última refeição.

[A legenda] de uma das fotografias declara que “o fóssil, descoberto neste verão viveu na Idade dos Répteis, há 80 milhões de anos atrás” [segundo a cronologia evolucionista]. Mas essa data evolutiva não está em conformidade com o fato de o fóssil ainda conter material orgânico.

A cartilagem é uma mistura de material biológico, incluindo colágeno e proteínas elastinas. Essas mesmas proteínas foram também detectadas num hadrossauro com “80 milhões de anos” (Schweitzer, M. H. et al. 2009. “Biomolecular Characterization and Protein Sequences of the Campanian Hadrosaur B. Canadensis”. Science 324 [5927]: 626-631.). O colágeno integra também o tecido dos ossos.

Os cientistas têm realizado experiências em que são observadas as taxas de decaimento da proteína colagênica. Uma equipe liderada pelo pesquisador da origem da vida (ODV), Jeffrey Bada, descobriu que “a hidrólise interna fragmenta a proteína original” de modo que ela se deteriora espontaneamente. Eles calcularam que o colágeno preso dentro de um osso sólido decai mais rapidamente que o colágeno embutido nas conchas marinhas.

Uma estimativa numérica presente num livro de bioquímica convencional demonstra a natureza errônea dos “milhões de anos” consignados ao mosassauro. O livro declara: “Na ausência de um catalisador, a meia-vida para a hidrólise de um peptídeo com pH neutro está estimada entre os 10 e os 1.000 anos.” Isso significa que depois dos mil anos, metade da proteína original – se mantida seca e fria – deveria se desintegrar. Passados mais mil anos, outra metade decairia. Eventualmente, nada restaria.

A essa taxa de deterioração seria interessante saber se uma proteína do tamanho da Terra poderia sobreviver 80 milhões de anos!

Conclusão: tal como Bada e seus colegas demonstraram, mesmo não sendo solúvel em água o colágeno se degrada a um ritmo demasiado elevado para caber nas idades requeridas pela teoria da evolução. Como é possível que a história evolutiva de que o colágeno durou 80 milhões de anos se mantenha, mesmo depois de experiências laboratoriais demonstrarem que isso é cientificamente impossível? Simples. É possível manter a fé na teoria da evolução mesmo quando a ciência mostra que essa teoria não está de acordo com os dados, porque a teoria da evolução não depende da ciência. Como a teoria da evolução não veio à existência devido aos dados da ciência, mas sim devido à fé no naturalismo, também não serão as evidências científicas que farão um [ultradarwinista] mudar de crença. [...]

(Darwinismo)

iPhone, iPad, iPod: o ser humano sempre imita a natureza

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Para resistir aos hunos

Em meados do século 18, a física “newtoniana” anunciava um mundo duro, frio, incolor, silencioso e morto. Alegria, beleza, amor e cores seriam não mais que abstrações casuais da mente humana, ela mesma relegada a observadora irrelevante, insignificante. O século seguinte estenderia essa visão ao mundo das coisas vivas, e a gradação por complexidade dos diversos seres vivos passaria a hierarquizar, inclusive, os grupamentos humanos. De repente, o homem olhava para o céu e não mais via Deus, mas “o frio, a escuridão sufocante e o silêncio”. Olhando para dentro de si, percebeu apenas o horror, que é, afinal, “o retrato frio e vazio da escuridão”. Pior que a morte, a única certeza da vida era agora a falta de sentido, de propósito e significado. Restava-nos o laxismo, o relativismo e o pragmatismo. Inaugurava-se, assim, a justificação pseudocientífica para todas as formas de engenharia social, do Congo Belga aos Gulags, passando por inúmeros Birkenaus.

Mas o que blindava essa visão mecanicista tão suicida? A irrefutabilidade de suas afirmações ou o repúdio amargurado a qualquer esperança de natureza metafísica? Seria maturidade julgar mentirosa, a priori, a figura de um Deus amoroso e pessoal, mas verdadeira a redução do semelhante a algo acessório senão inconveniente? O Cristianismo não poderia se calar. Contudo, sua resistência, inicialmente despreparada, serviu de anteparo ao naturalismo mecanicista, principalmente sua pedra angular, o evolucionismo. Afrontar esse último passou a ser tachado de delírio ou impostura. Tal doxa amordaçou boa parte dos críticos. No Brasil, então, era como se esses nem existissem. Me foram particularmente melancólicos os anos 1980, quando o silêncio resignado ou a concordância pusilânime de meus colegas cristãos de universidade ajudavam a promover o materialismo à condição de verdade absoluta. Triste, pois sempre considerei que um cristão capitula por falta de argumentos, nunca de coragem.

Um dia, há nove anos, tive acesso à primeira versão do livro A História da Vida, do jornalista Michelson Borges. Foi de imensa satisfação descobrir que ainda havia jornalistas em Berlim. E biólogos e químicos e físicos e arqueólogos! Ao ampliar minha biblioteca com autores correlatos, pensei: “Não tardará até reocuparmos a Normandia e devolvermos os hunos à aridez de suas estepes.”

Quando há um ano Michelson, agora meu amigo, me participou que trabalhava em nova versão de seu livro, iniciei contagem regressiva, ansioso. A década que separava as duas versões de A História da Vida trouxe grandes novidades: desconcertantes descobertas no campo da genética, o fundamentalismo xiita dos neoateus, apostasias de cada lado da disputa criacionismo-evolucionismo, a consolidação do Design Inteligente nos meios cultos, apesar da truculência quase mafiosa da Nomenklatura Científica. Esses e outros temas são devidamente tratados ao longo do novo livro. O resultado cativará o leitor pouco afeito a embates filosóficos, e instigará o raciocínio crítico dos que não adotaram o naturalismo mecanicista como dogma e credo (“Darwin locuta, causa finita”). Apesar do deleite que será sua leitura, cabe ao menos uma única - e justa - crítica: a brevidade de suas 224 páginas. Ao fim delas, o leitor ansiará por que uma terceira versão já esteja a caminho do prelo. Bon appetit!

(Marco Dourado, analista de sistemas formado pela UnB, com especialização em Administração em Banco de Dados)

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Cientistas debatem se Ardi era humana ou macaca

Macaca ou humana? O fóssil da pequena Ardi, uma criatura 1,2 metro e 50 kg que viveu há 4,4 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], despertou um furioso debate agora que um artigo na Nature colocou mais dúvidas sobre ela ser de fato um ancestral humano. Batizada com o nome científico Ardipithecus ramidus, sua descrição detalhada na Science em 2009 se tornou a descoberta do ano [e não foi fácil aguentar o típico ufanismo darwinista na época]. O fóssil foi declarado o mais espetacular achado paleontológico desde a escavação de Lucy, em 1974, com 3,2 milhões de anos [idem]. Os paleontólogos sempre especularam sobre como seria a forma do ancestral comum [sic], se algo intermediário entre o humano e os grandes macacos africanos. “Nós vimos o ancestral, e não é um chimpanzé”, declarou Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que chefiou os estudos. Ardi é o grande achado de White e colegas. Por isso, é compreensível que não gostem da ideia de que ela seja apenas uma macaca velha. [Que bom que, de vez em quando, a mídia admita que os cientistas não são assim tão objetivos quanto nos tentam fazer crer. Há ambições, vaidades e segundas intenções também nos domínios da ciência.]

Ardipithecus ramidus é apenas 200 mil anos mais velho que o Australopithecus anamensis. Mesmo com a melhor boa vontade do mundo eu não consigo ver o Ardipithecus ramidus evoluindo para o Au. Anamensis”, disse à Folha um dos autores do artigo da Nature, Bernard Wood, da Universidade George Washington.

O outro autor do mesmo trabalho é Terry Harrison, da Universidade Nova York. “Não há absolutamente nada de novo nesse artigo”, reagiu White, em declaração à Folha sobre o artigo de Wood e Harrison, que criticam a humanidade de Ardi.

O principal argumento da dupla é que White e colegas não teriam considerado a hipótese de “convergência evolutiva”, isto é, o mesmo traço anatômico - a forma de um osso, por exemplo - surgir em espécies que não são diretamente relacionadas. A ancestralidade humana de Ardi já tinha sido criticada no ano passado na própria Science por Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação Evolução Humana, em Nova Jersey. Para ele, o Ardipithecus é um quadrúpede palmígrado, que se apoia nas plantas das quatro patas, e não um bípede, como dito por White.

Sarmiento não gostou nem da réplica de White e colegas publicada na mesma Science, nem do novo artigo de Wood e Harrison. “Para ser capaz de decidir sobre as relações ancestral-descendente entre macacos vivos e fósseis, nós precisamos olhar para traços suficientemente complexos de modo a deixarem um registro de convergência na anatomia”, declarou Sarmiento. Segundo ele, a dupla, com base nos mesmos traços anatômicos, aceita que o Australopithecus seja da linhagem humana, mas não o Ardipithecus.

[Essa história de ancestralidade comum e evolução humana ainda vai dar muito pano pra manga. Não caia na conversa de que esse assunto está resolvido e que “a ciência diz isso, diz aquilo”. A ciência não diz nada; os cientistas é que dizem, e eles frequentamente se contradizem quando o assunto é macroevolução.–MB]

(Folha.com)

Leia também: "Estudo diz que Ardi não é ancestral do homem" e "Observe bem: este é seu 'novo parente mais antigo'"

Descoberto “segundo cérebro” no aparelho digestivo

Carlos costuma dizer que sente “um nó no estômago” quando está angustiado ou muito estressado e sente a barriga encolher. Sebastião afirma que está “se remoendo por dentro” quando enfrenta uma situação de dúvida ou incerteza ou está simplesmente muito curioso por algo. Provavelmente você mesmo já tenha mencionado alguma vez que sente “borboletas no estômago” para explicar as cócegas causadas pela presença de uma pessoa que o atrai ou o nervosismo prévio a um encontro com alguém por quem está apaixonado. Essas e outras sensações na região do aparelho digestivo, que aparentemente têm algum vínculo com os sentimentos, podem ter uma explicação científica segundo o médico Michael Gershon, pesquisador da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e autor do livro The Second Brain (O Segundo Cérebro).

O segundo cérebro de Gershon está na região do corpo chamada sistema nervoso entérico, formado por uma série de camadas de células nervosas localizadas nas paredes do tubo intestinal e que contém cerca de 100 milhões de neurônios. Nesse sistema estão presentes todos os tipos de neurotransmissores - substâncias químicas que transmitem os impulsos nervosos entre os neurônios e os nervos - que existem no encéfalo craniano, como a serotonina, cuja maior concentração se encontra justamente na região intestinal.

Esse pequeno cérebro estomacal tem uma conexão direta com o cérebro de verdade, e determina, ele também, em certa medida, o estado mental da pessoa. Também desempenha um papel-chave em certas doenças que afetam outras partes do organismo, como a maioria dos transtornos de intestino, desde a síndrome do intestino irritado até as doenças relacionadas com a inflamação intestinal e a prisão de ventre da terceira idade.

De acordo com Gershon, “o sistema nervoso entérico fala ao cérebro e este órgão responde. O intestino pode afetar o estado de ânimo, e a estimulação do nervo principal, chamado vago, que conecta o cérebro com o intestino, pode ajudar a aliviar a depressão e a tratar a epilepsia”.

O estômago não é a única parte do aparelho digestivo que mantém um vínculo com o cérebro. De acordo com outro estudo, de cientistas canadenses, a flora intestinal também se relaciona com a conduta e a memória. Segundo a pesquisa, comandada pelo médico Stephen Collins, professor da Faculdade de Ciências da Saúde na Universidade McMaster, em Ontário, as bactérias que formam a flora intestinal são capazes de se comunicar com o cérebro, além de poderem ter um papel importante no combate a algumas doenças de estômago.

Segundo Collins explicou à publicação especializada Diário Médico, a evidência obtida até agora “reforça a teoria de que as bactérias se comunicam com o cérebro e têm um efeito em algumas de suas funções”. [...]

Collins e sua equipe acreditam que "as mudanças nas bactérias poderiam explicar, em grande medida, os problemas físicos e de conduta sofridos pelas pessoas afetadas pela síndrome do intestino irritado, uma doença inflamatória intestinal”. Entre 60% e 80% das pessoas que sofrem dessa desordem gastrointestinal sofrem de estresse, ansiedade e depressão também. Até há alguns anos se pensava, inclusive, que em muitos dos casos o problema poderia ser tratar como uma doença psicossomática.

(Época)

Nota: Essa pesquisa deixa mais evidente a correlação entre “estado de espírito” e alimentação/estilo de vida. Há um século, Ellen White escreveu: “As coisas que perturbam a digestão têm uma influência entorpecente sobre os sentimentos mais delicados do coração” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 298); “Alimentos cárneos, manteiga, queijo, ricas massas, alimentos temperados e condimentos são usados livremente, por adultos e jovens. Esses artigos fazem sua obra em perturbar o estômago, estimulando os nervos e enfraquecendo o intelecto” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 236); “O chá, o café, os condimentos, os doces, as pastelarias, todos constituem causas ativas de perturbações da digestão. O alimento cárneo também é prejudicial. Seu efeito, por natureza estimulante, deveria ser argumento suficiente contra o seu uso, e o estado doentio quase geral entre os animais torna-o duplamente objetável. Tende a irritar os nervos e despertar as paixões, fazendo assim com que a balança das faculdades penda para o lado das propensões baixas” (Educação, p. 203). Note também como, à luz da reportagem acima, este salmo se torna ainda mais significativo: “Quando o coração se me amargou e as entranhas se me comoveram” (Salmo 73:21). A ciência avança, mas a revelação já estava lá na frente.[MB]

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

O maravilhoso design da pena

Raros dentre nós têm a oportunidade de ver as grandes maravilhas da natureza. Nunca podemos dar uma espiada no olho de uma lula-colossal, tão grande quanto uma bola de basquete. O mais próximo a que chegamos de uma presa de narval, parecida com a de um unicórnio, é por meio de fotos. Mas há uma maravilha natural acessível a todos, e para presenciá-la basta olhar para o céu. Porém, as aves são de tal modo comuns, até mesmo nos locais mais urbanizados do planeta, que é fácil ficar indiferente. As aves são dotadas de uma engenhosa plumagem que permite à maioria delas voar. Para suportar a força das correntes de ar, uma pena de voo tem formato assimétrico, com a borda de ataque fina e rígida e a borda de fuga longa e flexível. A fim de gerar a força de sustentação, a ave só precisa inclinar as asas, ajustando o fluxo de ar tanto embaixo quanto acima delas.

As asas dos aviões aproveitam alguns desses mesmos truques aerodinâmicos. Contudo, uma asa de ave é bem mais complexa do que qualquer coisa feita de placas metálicas e rebites. A partir da raque, o eixo central da asa, projeta-se uma série de barbas mais esguias, cada qual dando origem a bárbulas (filamentos) ainda menores, como ramos de um galho, todas dotadas de minúsculos ganchos. Eles se agarram aos ganchinhos das bárbulas adjacentes, criando uma trama leve e resistente. Quando o pássaro usa o bico para limpar as penas, as barbas se separam com facilidade e logo depois se recompõem (fonte).

Observando o design das penas e asas de aves, que inspiram inclusive grandes avanços tecnológicos como asas de aviões, é difícil não acreditar na existência de um Designer.

“Nosso Salvador ligava Suas preciosas lições às coisas da natureza. As árvores, os pássaros, as flores dos vales, as colinas, os lagos, o belo firmamento, assim como os incidentes e o ambiente da vida diária, tudo ligava-o Ele às palavras de verdade, para que Suas lições fossem assim muitas vezes trazidas à memória, mesmo em meio dos absorventes cuidados da trabalhosa vida humana” (Ellen White, A Ciência do Bom Viver, p. 265).

(Cantinho da Unidade)

Deus no banco dos réus – Parte 1

A Bíblia assume como pressuposto básico desde sua primeira frase que existe um Ser sobrenatural que criou, comanda e cuida do Universo, do planeta Terra e de seus habitantes. Essa afirmação tem sido uma das mais debatidas por séculos, principalmente nos últimos três séculos. Porque esse Ser comumente chamado de Deus ser invisível, não podemos fazer a comprovação mais fácil e mais utilizada: a de testemunhas oculares. Portanto, vamos utilizar outros meios.

Argumento Cosmológico - O Argumento Cosmológico tem três premissas: (1) Tudo o que começa a existir tem uma causa; (2) o Universo começou a existir; (3) portanto, o Universo tem uma causa.

Quanto à primeira premissa, é muito fácil comprovar que é verdadeira: Você já teve a experiência de estar sentado em sua sala de estar assistindo TV e, derepente, uma piscina aparece do nada em sua frente? Acredito que não, e na realidade isso não acontece com ninguém! Sabemos que as coisas, por realidades empíricas e experiências que vivemos todos os dias, não surgem do nada. De acordo com essa premissa, portanto, podemos entender que tudo o que começa a existir tem uma causa.

Já ouvimos muitas teorias, até mesmo do famoso Richard Dawkins, de que algum extraterrestre superevoluído possa ter deixado sua “semente” aqui no planeta Terra para que a vida viesse a existir. Apesar de Dawkins negar fervorosamente a existência de um Deus que sempre existiu, como se explicaria a origem desses “seres extraterrestres”, ou dos criadores deles? Como eles surgiram? Até mesmo o famosíssimo cético David Hume, em suas cartas, não negou a primeira premissa dizendo que ele “nunca afirmou tão absurda proposição de que algo pudesse iniciar sem uma causa”.[1]

Já que a primeira premissa foi resolvida, vamos à segunda: oUniverso teve um começo. Aristóteles e muitos depois dele criam que o Universo era estático e eterno, portanto, eram completamente contrários à ideia de começo. O que seria descoberto a partir do século 19 se constituiria numa grande surpresa para todos.

Com a ajuda de Albert Einstein e diversos cientistas da década de 1920, concluiu-se pela física de que seria impossível que o Universo fosse estático. Na verdade, o Universo estaria em expansão. E se algo está em expansão, a pressuposição lógica é de que esse elemento teve um início quando começou a se expandir.

Pense em um balão sendo cheio. A cada soprada, o balão cresce mais e mais. Você já encheu um balão por um tempo infinito? Penso que a resposta seria não por três motivos: (1) Você não é infinito; (2) o balão acabaria estourando; (3) se o balão está aumentando de tamanho é por que ele teve um início!

Depois de duas premissas concluídas e confirmadas, vamos à última, mas antes voltemos à história da piscina. Vamos dizer que alguém esteja do seu lado e você pergunta: “De onde veio essa piscina?”, e a resposta seja: “De lugar nenhum, simplesmente apareceu do nada!” Você aceitaria essa “resposta”? Acredito que não. A mesma coisa acontece com o nosso Universo. Se teve um início, ele teve uma causa. Alguma coisa ou alguém fez com que o Universo que conhecemos hoje viesse a existência!

Porém, nosso problema não pára nesse ponto. Alguém poderia, nessa mesma linha de raciocínio, perguntar, então: Quem criou Deus? Se tudo o que existe tem um causa, qual é a causa de Deus existir? O problema desse questionamento é rapidamente solucionado. Se você faz essa pergunta, esquece-se da primeira premissa que desenvolvemos: tudo o que começa a existir tem uma causa. Agora, se nossa crença em Deus é de um ser que não começou a existir, não teve nascimento, então Ele não pode fazer parte da mesma lógica aplicada para o Universo: Ele não tem uma causa. Somente aquilo que é finito tem uma causa. Deus é um ser infinito. Além disso, existe a necessidade de algo ou alguém no Universo ser infinito porque sem algo ou alguém infinito, o ciclo de causas será infinito, e isso é impossível!

Agora, o que podemos saber a respeito dessa “causa”? Com certeza, deverá ter as seguintes características: uma causa no espaço e no tempo que não tenha causa inicial, sem início, sem tempo, imaterial, um ser pessoal com liberdade de escolha e com enorme poder. Parece-se com algo que você já tenha ouvido falar?

O Argumento do Design - O Argumento do Design, ou Argumento Teleológico, compreende a ideia do extraordinário equilíbrio das leis fundamentais e dos parâmetros da física e as condições iniciais do Universo. O resultado é um Universo que tem exatamente as condições perfeitas para sustentar a vida. Ou seja, as “coincidências” que existem em nosso Universo.

Na última década, o Brasil e principalmente o Estado de São Paulo têm sofrido imensamente com as enchentes que aterrorizam a população a cada ano. Imagine que você morasse em São Paulo e após uma dessas terríveis enchentes você caminhasse pelas ruas danificadas e encontrasse um objeto que nunca havia visto antes nesse mesmo percurso: um avião Boeing 747 inteiro, no meio da calçada! Como ele foi parar lá? Então você raciocina e conclui que, com a enchente daquela semana, o lixo de toda a cidade e mais alguns objetos se acumularam e formaram aquele lindo avião. Isso parece plausível para você? Não, o mais plausível seria imaginar que engenheiros se reuniram por dias e meses, projetaram o avião e finalmente o construíram.

Infelizmente, a primeira hipótese é aquela em que muitos ateus ativistas acreditam, isto é, que através de anos e anos de desenvolvimento e seleção natural o mundo e o Universo que conhecemos hoje teriam surgido. O avião é obviamente arquitetado por homens, porque já vimos isso acontecer, temos prova da complexidade dele. Obviamente algo tão complexo deve ser feito por seres humanos inteligentes. Mas o que as coisas naturais ou o próprio Universo tem de tão especial? E por que precisaríamos associar nosso Universo a um ser inteligente e não somente ao acaso? Vamos ver.

O astrônomo Hugh Ross formulou algumas evidências dos parâmetros especiais que temos no Universo. Entre trinta e dois deles, veremos apenas seis: (1) Se a inclinação da Terra fosse um pouco maior ou menor, as temperaturas da superfície seriam extremas demais para suportar vida como nós a conhecemos; (2) se a distância da Terra ao Sol fosse maior, o planeta seria frio demais para um ciclo de água estável. E se a distância fosse menor, a Terra seria quente demais para o ciclo de água estável; (3) se a crosta terrestre fosse mais grossa, oxigênio demais seria transferido da atmosfera para a crosta. E se a crosta fosse mais fina, haveria atividade vulcânica e tectônica em demasia; (4) se a interação gravitacional com a Lua fosse maior, os efeitos nas marés oceânicas, na atmosfera e no período rotacional seriam severos demais. E se fosse menor, a órbita da Terra iria mudar de tal forma que causaria instabilidades climáticas; (5) se a gravidade da Terra fosse mais forte, a atmosfera reteria amônia e metano em demasia, que são venenosos. Mas se a gravidade fosse menor, a atmosfera perderia muita água; (6) se a duração do dia fosse maior, as diferenças na temperatura seriam grandes demais para manter a vida. Mas se o dia fosse mais curto, a velocidade dos ventos atmosféricos seria grande demais para que a vida sobrevivesse.

O físico Robin Collins usa a seguinte ilustração: imagine que astronautas finalmente conseguissem alcançar Marte. Chegando lá, eles veem uma estrutura como uma redoma. Entrando nela, eles verificam as condições do ambiente e percebem que está tudo condicionado para a vida humana: a quantidade de oxigênio no ar é perfeita, a temperatura é de 22 graus, a umidade é de 50%, existem sistemas para produzir alimento, gerar energia e depositar lixo. E você vê que se qualquer uma das definições fosse modificada por um pouco apenas, o ambiente mudaria completamente e a existência da vida seria impossível. Qual a conclusão a que se chega? Alguém tomou muito cuidado em arquitetar aquele ambiente e construí-lo.

Com essas informações, e sem falar na imensa e incompreensível complexidade do DNA humano, do corpo humano e até de um pequeno átomo, é fácil entender frases célebres de alguns cientistas, a maioria das quais não motivadas por razões religiosas:

O engenheiro e cientista Walter Bradley escreve que “é muito fácil entender porque tantos cientistas mudaram de opinião nos últimos trinta anos, concordando que o Universo não pode ser racionalmente explicado por um acidente cósmico”.E que “evidências para um arquiteto inteligente se tornam mais convincentes quanto mais nós compreendemos a respeito do nosso habitat cuidadosamente desenhado”.[2]

Paul Davies, físico e outrora cético, disse que “através do meu trabalho científico eu vim a crer mais e mais fortemente que o Universo físico foi construído com uma habilidade tão surpreendente que eu não posso aceita-lo como um fato bruto”; “eu não posso acreditar que nossa existência neste Universo é um mero equívoco do destino, um acidente da história, um engano acidental no grande drama cósmico”.[3]

Robert Augros e George Stanciu dizem que, com as “coincidências” encontradas, vemos que “um Universo focado na produção do homem implica em uma mente que o direciona”.[4]

Sir Fred Hoyle, famoso astrônomo agnóstico britânico que anteriormente (em 1951) argumentou que as coincidências eram apenas isso, coincidências, em 1984 mudou de ideia, como evidencia esta citação: “Tais propriedades parecem tecer pelo tecido do mundo natural como um fio de coincidências felizes. Mas existem tantas estranhas coincidências essenciais à vida que alguma explicação parece ser necessária para dar conta delas.”[5]

Ganhador de Prêmio Nobel de física, Arno Penzias faz a seguinte observação sobre o caráter enigmático do Universo: “A astronomia nos leva a um evento único, um Universo que foi criado do nada e equilibrado delicadamente para prover exatamente as condições necessárias para suportar a vida. Na ausência de um acidente absurdamente improvável, as observações da ciência moderna parecem sugerir um plano oculto ou, um poderia dizer, sobrenatural.”[6]

O renomado físico Freeman Dyson disse que, “ao olharmos para o Universo e identificar os muitos acidentes da física e da astronomia que têm trabalhado para o nosso benefício, quase parece como se o Universo em algum sentido soubesse que nós estávamos chegando”.[7]

Acredito que Ele sabia, sim. Não o Universo, mas um Ser sobrenatural que vai além daquilo que podemos explicar ou compreender. O design do Universo e de todo o ser vivo grita um nome. Resta saber se estamos escutando.

(Marina Garner Assis)

Referências:

1. David Hume, The Letters of David Hume, dois volumes, JYT Greig, editor (Oxford: Clarendon Press, 1932), 1:187.
2. Walter Bradley, “The ‘Just So’ Universe”, no Sign of Intelligence, de William A. Dembski e James M. Kushiner, 170.
3. Paul Davies, The Mind of God (New York: Touchstone, 1992), 16, 232
3. Robert M. Augros e George N. Stanciu, The New Story of Science, 70.
4. Sir Fred Hoyle, The Nature of the Universe (New York: Harper, c1950), 101.
5. Arno Penzias, Our Universe: Accident or Design (Wits 2050, S. Africa:Starwatch, 1992), 42.
6. Freeman J. Dyson, citado em Barrow e Tipler, Anthropic Cosmological Principle, 318.