Essa não dá para perder! Trata-se de um novo artigo
científico, “Causa da Explosão Cambriana – Terrestre ou Cósmica?”, que argumenta em favor da panspermia. Em outras palavras, a semeadura da vida
na Terra vinda do espaço sideral. Publicado na revista Progress in Biophysics and Molecular Biology (Progresso em
Biofísica e Biologia Molecular), ele vem trazendo uma impressionante lista de
mais de trinta autores de instituições renomadas em volta do mundo. Os próprios
editores do periódico são altamente confiáveis, incluindo Denis Noble da
Universidade de Oxford. Darwinistas responderão com a usual risada sem graça da
hiena. Mas não se trata de uma piada. Os proponentes do design inteligente falarão sobre o artigo por muito tempo, já que
ele aborda os mesmos problemas que teoristas como Stephen Meyer do Instituto Discovery
buscam resolver – a origem da informação biológica, a origem da vida, a origem
de novos genes, a Explosão Cambriana, a aparição abrupta de outras vidas
complexas na Terra, e até mesmo as origens humanas.
Discutimos outras explanações materialistas propostas
do enigma Cambriano – a teoria do oxigênio, a teoria do lodo, a teoria do ponto
da virada, a teoria do câncer, mais recentemente a teoria da pipoca. Esta, a
teoria do espaço sideral, pelo menos tem a virtude de levar a sério o problema
da informação biológica. As outras são absurdas. O apelo à panspermia é
extremamente exagerado, mas interessante. Sim, eles estão tentando substituir
teorias de origem terrestre com algo vindo de um filme de ficção científica.
(De fato um muito divertido, Prometheus,
de Ridley Scott.) Do Resumo do artigo:
“A vida pode ter sido semeada aqui na Terra por
cometas que transportam vida assim que as condições na Terra permitiram que ela
florescesse (por volta ou próximo de 4,1 bilhões de anos atrás); e organismos
vivos resistentes ao espaço como bactérias, vírus, células eucariontes
complexas, ovos fertilizados e sementes têm sido continuamente entregues desde
sempre à Terra, sendo portanto um importante meio de evolução terrestre, a qual
resultou em considerável diversidade genética e a qual levou ao surgimento da
humanidade.”
Ao tratar da aparição abrupta dos animais, o artigo
propõe que “ovos criopreservados de lula e/ou polvo chegaram em meteoritos
centenas de milhões de anos atrás”, e que isso ajuda a explicar “o rápido
surgimento do polvo por volta de 270 milhões de anos atrás”. Isso mesmo: eles
argumentam, entre outras propostas extraordinárias, em prol de polvos e lulas
alienígenas, vindos das estrelas.
Ao tratar da origem da vida, eles dizem que um
“milagre” seria necessário para que isso ocorresse na Terra: “A transformação
de um amontoado de monômeros biológicos apropriadamente selecionados (por
exemplo, aminoácidos, nucleotídeos) em uma célula viva primitiva capaz de
evoluções adicionais parece requerer a superação de uma barreira de informação
de proporções superastronômicas, um evento que não poderia ter acontecido dentro
da linha do tempo da Terra exceto, acreditamos, por um milagre (Hoyle and
Wickramasinghe, 1981, 1982, 2000). Todos os experimentos de laboratório que
tentaram simular tal evento até agora levaram a deprimentes fracassos (Deamer,
2011; Walker and Wickramasinghe, 2015). Parece então razoável irmos ao maior ‘local’
disponível com relação a espaço e tempo.”
A solução? “Uma origem da vida cosmológica parece
então plausível e esmagadoramente provável para nós.”
E a origem de novas informações genéticas? É oriunda
de vírus, segundo eles, “dentre os sistemas naturais mais ricos em informação
do Universo conhecido”, tendo, novamente, sido transportados à Terra a partir
espaço:
“Devemos então plausivelmente considerar os vírus dentre
os sistemas naturais mais ricos em informação no Universo conhecido. Seu
tamanho os define como alvos muito pequenos, minimizando a probabilidade de
destruição por ondas de calor ou radiação ionizadora (Hoyle and Wickramasinghe [1979],
Capítulo 1). Suas dimensões nanométricas plausivelmente permitem fácil
transporte e dispersão em grãos de poeira micrométricos e outras matrizes
protetivas físicas de tamanho similar. Eles são então vetores genéticos de
tamanho de nanopartículas que contêm toda a informação essencial para assumir e
liderar a fisiologia de qualquer célula-alvo com a qual eles entram em contato.
Seu crescimento replicante significa que eles são produzidos, e existem em
números enormes em escalas cósmicas; de tal forma que eles (e em menor escala
quantitativa seus reservatórios celulares) podem sofrer grandes perdas por
inativação ao mesmo tempo em que deixam resíduos de milhões de partículas
sobreviventes ainda potencialmente infecciosas. O vírus é então um tipo de módulo
comprimido em contato com a totalidade da habilidade da célula de crescer e
dividir para produzir a prole de células e dessa forma evoluir.”
Eles então argumentam que a informação necessária para
construir vida complexa chegou à Terra antes que a vida complexa surgisse: “Em
outras palavras, podemos agora plausivel e cientificamente argumentar que uma característica-chave
de sistemas genéticos de informação densa para fazer organismos mais complexos
já estava presente na Terra antes da aparição de fato da maior complexidade
terrestre subsequente.”
Assim como o design
inteligente, esse é um argumento de informação pré-existente. E eles aplicam a
mesma forma de explicação à origem de humanos, plantas e animais, os quais eles
dizem terem sido infectados por “vírus ricos em informação”, que fizeram com que
eles evoluíssem: “Os genes cruciais mais relevantes para a evolução de
hominídeos, assim como de todas as espécies de plantas e animais, parecem ser
prováveis em muitos aspectos de origem externa, sendo transferidos ao longo da
galáxia por vírus ricos em informações.”
E quanto à questão mais importante de todas: De onde
essas informações nesses vírus viajantes do espaço vieram originalmente? Eles
nem mesmo mencionam isso. E quem pode culpá-los? Então enquanto dão a impressão
de explicar a origem da complexidade biológica, eles estão apenas deixando a
questão para trás. Isso é o que a panspermia geralmente faz.
Bem, de certa forma, a abordagem faz total sentido se
você for um materialista e, como eles afirmam, você “não encontrar teoria
científica alternativa ao modelo de Wickramasinghe de Panspermia Cósmica
(Cometária) como o maior condutor de vida na Terra”. O artigo é uma admissão de
que as teorias Cambriana e outras antigas falharam. Enquanto bizarra,
literalmente, a solução do espaço sideral sugere que o materialismo pode estar
no caminho de dar seus últimos suspiros.