Jogando o problema para fora |
Cientistas
informaram na sexta-feira que conseguiram identificar, pela primeira vez, duas
moléculas orgânicas complexas em um cometa - lançando nova luz sobre as origens
cósmicas de planetas como a Terra. Segundo a pesquisa, publicada na revista Science Advances, os especialistas detectaram
moléculas de álcool etílico e de um açúcar simples conhecido como glicolaldeído
no cometa Lovejoy. “Essas moléculas orgânicas complexas podem ser parte do
material rochoso a partir do qual os planetas se formaram”, afirmou o estudo. Moléculas
orgânicas já haviam sido encontradas em núcleos de cometas. O caso mais recente
foi o do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, onde o robô Philae da agência
espacial europeia encontrou várias, algumas das quais nunca antes detectadas
num cometa. Como os cometas contêm os materiais mais antigos e primitivos do
sistema solar, os cientistas os estudam como se fossem cápsulas do tempo que
oferecem pistas sobre como tudo começou [ou teria
começado], 4,6 bilhões de anos atrás.
Durante anos, debateu-se se os cometas que se chocaram com a Terra há milhões de anos a alimentaram com os componentes necessários para a vida. Embora este último estudo não resolva a questão, adiciona novos elementos para o debate, garante Dominique Bockelée-Morvan, co-autor e astrofísico do Centro Francês para a investigação científica.
“A presença de uma grande molécula orgânica complexa no material de um cometa é um passo fundamental para uma melhor compreensão das condições que prevaleceram no momento em que a vida surgiu [sic] em nosso planeta”, explicou à AFP. “Essas observações vão significar uma possível explicação para a origem da vida em nosso planeta”, apontou.
Lovejoy interessa particularmente os cientistas porque “é um dos cometas mais ativos na área orbital da Terra”, disse o estudo.
A pesquisa foi feita através de um telescópio de 30 metros de comprimento no Instituto de Radioastronomia Milimétrica em Sierra Nevada, Espanha, em janeiro de 2015, quando o cometa estava no seu momento mais brilhante e produtivo.
Durante anos, debateu-se se os cometas que se chocaram com a Terra há milhões de anos a alimentaram com os componentes necessários para a vida. Embora este último estudo não resolva a questão, adiciona novos elementos para o debate, garante Dominique Bockelée-Morvan, co-autor e astrofísico do Centro Francês para a investigação científica.
“A presença de uma grande molécula orgânica complexa no material de um cometa é um passo fundamental para uma melhor compreensão das condições que prevaleceram no momento em que a vida surgiu [sic] em nosso planeta”, explicou à AFP. “Essas observações vão significar uma possível explicação para a origem da vida em nosso planeta”, apontou.
Lovejoy interessa particularmente os cientistas porque “é um dos cometas mais ativos na área orbital da Terra”, disse o estudo.
A pesquisa foi feita através de um telescópio de 30 metros de comprimento no Instituto de Radioastronomia Milimétrica em Sierra Nevada, Espanha, em janeiro de 2015, quando o cometa estava no seu momento mais brilhante e produtivo.
Nota:
Como me disse um amigo biólogo dotado de grande senso de humor: “Deve ter muito
pinguço perdido nas estrelas!” O desespero para explicar a misteriosa origem da
vida é tanto que a ideia da panspermia cósmica (origem espacial) vem ganhando
força entre os cientistas. Como se fosse um pulinho partir de moléculas orgânicas
para a vida, com toda a sua informação genética, suas máquinas moleculares e
complexidades específicas. A hipótese da panspermia é a admissão de que mesmo
em quase cinco bilhões de anos seria impossível surgir e evoluir vida aqui em
nosso planeta. Então, o jeito é jogar o problema para fora. Mas se a vida
viesse embarcada num cometa na forma de, digamos, uma bactéria alienígena? Ficaria
muito difícil explicar como esse ser vivo teria sobrevivido no vácuo e no frio
espaciais e resistido às radiações cósmicas letais. Além disso, quando chegasse
ao nosso planeta, esse ET microscópico teria que resistir às altíssimas temperaturas
causadas pelo atrito da entrada do cometa na atmosfera e, se o cometa não se
esmigalhasse no ar e chegasse ao solo, o ser unicelular ainda teria que
suportar a força do impacto. Só se fosse uma bactéria kryptoniana! Supor que o
cometa Lovejoy, com seu conteúdo de “caipirinha espacial” pudesse ajudar a
desvendar o mistério é depositar fé demais no acaso. E eu não tenho tanta fé
para acreditar nesse tipo de história. [MB]