A China enviou ao espaço [na] quinta-feira o módulo central da sua estação espacial, dando início a uma série de missões de lançamento que visam concluir a construção da estação até o fim do próximo ano. O módulo, chamado Tianhe (Harmonia dos Céus), atuará como centro de gerenciamento e controle da estação espacial Tiangong (Palácio Celestial), com uma unidade que pode acoplar até três espaçonaves por vez para estadias curtas, ou duas para estadias longas. O Tianhe tem um comprimento total de 16,6 metros, diâmetro maior de 4,2 metros e massa de decolagem de 22,5 toneladas. É a maior espaçonave desenvolvida pela China até agora.
Quando pronta, a estação espacial Tiangong terá a forma de T, com o módulo central no meio e uma cápsula de laboratório em cada lado. Cada módulo terá mais de 20 toneladas. Quando a estação estiver com espaçonaves tripuladas e de carga atracadas, sua massa deverá chegar a quase 100 toneladas.
A estação operará na órbita baixa da Terra a uma altitude de 340 km a 450 km, similar à da Estação Espacial Internacional. A vida útil projetada da estação é de 10 anos, mas os especialistas acreditam que ela poderá durar mais de 15 anos com manutenção e reparos adequados.
"Aprenderemos como montar, operar e manter grandes espaçonaves em órbita e pretendemos transformar o Tiangong em um laboratório espacial estatal que apoie a longa permanência de astronautas e experimentos científicos, tecnológicos e de aplicação em larga escala", disse Bai Linhou, da CNSA, a agência espacial chinesa.
Como base da estação, o Tianhe ajudará os engenheiros a realizarem a verificação de tecnologias-chave, incluindo painéis solares flexíveis, sistemas de comunicação de banda larga e, acima de tudo, um novo sistema de suporte de vida.
A mais longa estadia no espaço até agora pelos astronautas chineses é de 33 dias. "Nas missões anteriores, enviamos água e oxigênio para o espaço junto com astronautas. Mas para uma estadia de três a seis meses, água e oxigênio lotariam a nave de carga, deixando nenhum espaço para outros bens e materiais necessários. Então instalamos o módulo central com um novo sistema de suporte de vida para reciclar urina, condensado de respiração exalado e dióxido de carbono", explicou Bai.
A China também lançará este ano a nave de carga Tianzhou-2 e a nave tripulada Shenzhou-12 para atracar com o módulo central. Três astronautas estarão a bordo da Shenzhou-12 e ficarão em órbita por três meses. "Vamos transportar primeiro materiais de apoio, peças de reposição necessárias e equipamentos e depois nossa tripulação", anunciou Hao Chun, também da CNSA.
A nave de carga Tianzhou-3 e a nave tripulada Shenzhou-13 serão lançadas no final deste ano para atracar com o Tianhe, quando outros três astronautas começarão sua estadia de seis meses em órbita.
Após as cinco missões de lançamento deste ano, a China planeja seis missões, incluindo o lançamento dos módulos de laboratório Wentian e Mengtian, duas naves espaciais de carga e duas naves espaciais tripuladas em 2022, para concluir a construção da estação espacial. [...]
Nota: Para desespero dos terraplanistas (que creem que a Terra é um disco plano coberto por um domo sólido intransponível), a Nasa não é a única agência espacial a enviar astronautas ao espaço, lançar foguetes e sondas, etc. Coreia do Norte, Japão e Índia já fizeram isso. [MB]