Todo fim de ano é a mesma coisa. Milhões de pessoas pegam as estradas congestionadas ou embarcam em voos lotados para se encontrar com a família. É o momento tão esperado por muitos, quando as férias são usadas para fazer uma pausa, matar a saudade, receber abraços e dar presentes. Mas você sabia que as férias não precisam ser anuais? Que existe um tipo de “férias” semanal?
O mundo carece dessa pausa como o trabalhador fatigado precisa de descanso. Devido ao corre-corre destes dias agitados, os relacionamentos vão se deteriorando. Os laços sociais se tornam mais frágeis. Falta tempo. Falta diálogo. Falta relacionamento real com sabor de humanidade.
No Salmo 46:10, Deus nos dá um conselho em forma de ordem: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus” (ARA). As pessoas estão perdendo a capacidade de se aquietar. Têm dificuldade de pisar no freio e se conceder férias. Uma pausa para o bate-papo despreocupado, esquecido do girar incessante dos ponteiros do relógio. Um tempo para o aconchego, para passear de mãos dadas, contando estrelas e observando as flores. Mas que “férias” são essas?
Uma conhecida revista semanal brasileira publicou recentemente: “Dependendo do momento que você está atravessando nas suas relações com pais, filhos e cônjuges, você irá gostar mais ou menos dessa ideia, mas a medicina já se rendeu completamente a ela: sua família está no centro da sua saúde e tem função determinante em seu bem-estar físico e mental a longo prazo. … Uma das mais sólidas descobertas é que as crianças que cresceram em um ambiente de acolhimento e segurança emocional em geral são providas de maior senso de integração social e mais capazes de regular o próprio comportamento para manter a saúde do corpo e da mente independentemente do apoio de outras pessoas.”
O apóstolo Paulo, ao narrar o momento de tranquilidade que viveu com seus amigos, revela que “férias” semanais são essas: “No sábado saímos da cidade [de Filipos, onde não havia igreja] e fomos para a beira do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a conversar com as mulheres que haviam se reunido ali” (Atos 16:13).
Este é o tipo de pausa de que as pessoas carecem: reservar o sétimo dia para sair da cidade, ir para a beira de um rio (ou outro lugar tranquilo qualquer), orar, sentar-se e conversar. Um dia de esperança para os relacionamentos desgastados, para as famílias desunidas, para os casais que apenas dividem o mesmo teto. Um dia para buscar a união com o Deus que nos une aos semelhantes. Não é preciso dirigir nem tomar um avião para desfrutar essas “férias”. O sábado vem a nós a cada semana. É um presente temporal que Deus nos oferece para fortalecer os relacionamentos e dar sentido à vida.
No ambiente familiar, é preciso evitar que os mal-entendidos se cristalizem, gerem mágoas e afastem as pessoas. E nada melhor do que uma pausa semanal para aliviar essa carga, numa verdadeira oportunidade de recomeço, de reaproximação. Com o pôr do sol da sexta-feira e o começo de cada novo sábado (cf. Marcos 1:32 e Levítico 23:32), devem ficar para trás também o rancor, o ressentimento e os pequenos atritos que se acumulam e podem amargar a vida.
O sábado é o passo atrás para o salto adiante numa existência plena de significado e realização. É o dia semanal de férias para a família. Desfrute-o!
(Michelson Borges, www.esperanca.com.br)
Nota: Tive o privilégio e o prazer de escrever esse texto para a revista missionária Um Dia de Esperança, a qual será distribuída no dia do Impacto Esperança, no mês que vem (serão 19 milhões de revistas somente no Brasil).