segunda-feira, abril 26, 2010

Sam Harris: o fim da razão

O filósofo americano Sam Harris, autor de O Fim da Fé (Companhia das Letras, 2009), que segundo alguns é bem parecido com o comediante Ben Stiler, foi questionado numa entrevista com Bethany Saltman se suas conclusões sobre a religião não tinham ido longe demais. Harris respondeu: “Se tivesse uma varinha mágica com a qual eu pudesse escolher erradicar todas as crenças religiosas ou o estupro, eu escolheria erradicar a religião” (Ravi Zacharias, The End of the Reason, p. 16, 17). Espero que ele nunca tenha que passar por uma situação em que alguém de sua família seja vítima desse tipo de atrocidade. Esta é a verdadeira face do ateísmo: não há nada de errado com atitudes como estupro.

Por que Harris não conversa com os amigos dele, Dawkins e Hitchens, para pegarem leve com o Catolicismo? Para o ateísmo, o que sacerdotes católicos fizeram não tem nada de errado! Conversei demoradamente com um ateu muito esclarecido na semana passada. Ele estava todo orgulhoso com a atitude dos seus escritores favoritos (Dawkins e cia) em relação ao Papa. Palavras dele: “Eu não acredito no bem e mal, mas pedofilia é algo mal!”

Tão confusa quanto o neoateísmo de Sam Harris acredito ser a música dos Titãs “O que”: “Que não é o que não pode ser; que não é o que não pode ser; que não é, não é... não não não é!”

Alguém conseguiu entender?


(Luiz Gustavo Assis é pastor em Caxias do Sul, RS, e escreve para o site Outra Leitura)