Perigo no prato! |
O
maior consumo de carne processada aumenta o risco de câncer do intestino em
humanos, e a carne vermelha é fator de risco provável, afirmaram especialistas
da OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta segunda-feira (26), divulgando um
relatório que deve acirrar o debate sobre os méritos de uma dieta baseada em
carne. A IARC (Agência Internacional de Pesquisa do Câncer), braço da OMS
baseado na França, colocou produtos como salsichas, linguiças, presunto e bacon
em sua lista do grupo 1, que já inclui o tabaco, amianto e fumaça de diesel,
para os quais já há “evidência suficiente” de ligação com o câncer. A decisão
não foi tomada apenas com base em estudos novos, mas em uma análise da
literatura médica sobre o assunto existente até agora, mais de 800 estudos. “Para
um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal em razão do consumo de
carne processada permanece pequeno, mas esse risco aumenta com a quantidade de
carne consumida”, afirmou Kurt Straif, chefe de programa Monographs, do IARC,
que avalia riscos para o câncer.
Os
especialistas endossam estudos segundo os quais para cada porção diária de 50
gramas de carne processada aumenta o risco de câncer colorretal em 18%.
A carne vermelha - grupo dentro do qual estão tecido muscular de boi, porco, carneiro, bode e cavalo - foi classificada como um carcinógeno “provável” e entrou na lista do grupo 2A, que contém o glifosato, princípio ativo de muitos herbicidas.
A
definição do IARC para carne processada inclui produtos “transformados por
salgamento, curagem, fermentação, defumação e outros processos para realçar
sabor ou melhorar a preservação”, afirma um artigo publicado por cientistas do
IARC na revista médica The Lancet,
que acompanhou a divulgação do novo relatório.
“A
maior parte das carnes processadas contém carne de porco ou boi, mas também
pode conter outras carnes vermelhas, frango, carne de segunda (fígado, por
exemplo), ou subprodutos da carne, como o sangue”, afirma o artigo.
A
classificação mais branda para a carne vermelha é reflexo de “evidências
limitadas” de que ela causa câncer. O IARC descobriu ligações principalmente
com o câncer de intestino, mas também observou associações com tumores no
pâncreas e na próstata, afirmou.
“Essas
descobertas dão mais suporte às recomendações sanitárias atuais para limitar o
consumo de carne”, afirmou Christopher Wild, Diretor do IARC. “Ao mesmo tempo,
a carne vermelha tem valor nutricional”, afirmou o médico, sugerindo que as
novas recomendações não sejam encaradas de maneira alarmista. “Esses
resultados, então, são importantes para permitir governos e agências
regulatórias internacionais para conduzirem avaliações de risco, de modo a
equilibrar riscos e benefícios de comer carne vermelha ou processada e para
fornecer as melhores recomendações diárias possíveis.”
Nota 1:
O valor nutricional da carne é facilmente substituído por alimentos de origem
vegetal, como as castanhas e os feijões, por exemplo. Se você precisava de mais
um incentivo para se tornar vegetariano, aí está. E se quiser conhecer mais
informações sobre dieta adequada e estilo de vida saudável, assine a revista Vida e Saúde, há quase 80 anos publicando
boas ideias para você viver bem. [MB]
Nota 2: Há mais de cem anos, Ellen White escreveu: “A carne nunca foi o melhor alimento; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as doenças nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. Os que comem alimentos cárneos mal sabem o que estão ingerindo. Frequentemente, se pudessem ver os animais ainda vivos, e saber que espécie de carne estão comendo, iriam repelir enojados. O povo come continuamente carne cheia de micróbios de tuberculose e câncer. Assim são comunicadas essas e outras doenças” (A Ciência do Bom Viver, p. 313).
Nota 2: Há mais de cem anos, Ellen White escreveu: “A carne nunca foi o melhor alimento; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as doenças nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. Os que comem alimentos cárneos mal sabem o que estão ingerindo. Frequentemente, se pudessem ver os animais ainda vivos, e saber que espécie de carne estão comendo, iriam repelir enojados. O povo come continuamente carne cheia de micróbios de tuberculose e câncer. Assim são comunicadas essas e outras doenças” (A Ciência do Bom Viver, p. 313).