Fatores intervieram no design |
Argumento evolucionista: “O design inteligente é capaz de verificar um projeto intencional nas garras e
dentes de um leão que os utiliza para caçar e matar um antílope a fim de saciar
sua fome? Em outras palavras: é capaz de identificar um projeto intencional na
morte?”
Argumento do design: Alguns adeptos da Teoria do Design Inteligente (TDI) até poderiam
levantar objeções de natureza moral a esse respeito, porque muitas vezes a
intencionalidade desperta essa questão. Mas devemos nos restringir apenas ao
campo científico. Nesse sentido, o design está
especificamente comprometido com forma e função (Ex.: como lindas e eficientes
facas de cozinha). A propósito, as espadas são projetos formidáveis (design para
a morte).
Mas em relação a questionamentos como esse,
precisamos separar o que é científico do que não é científico. Esse tipo de
argumento é científico, mas a analogia não. Por quê? Porque estão sendo usadas
duas coisas ontologicamente diferentes: uma teoria e um leão. Uma teoria
científica é uma tentativa LÓGICA de nos levar ao conhecimento. O leão é um
ser.
Essa pergunta científica se reduziria a pó
numa análise filosófica. Por quê? Porque está atribuindo à TDI o status de TEORIA DO TUDO – capaz de
identificar um projeto intencional de morte! Os proponentes do design buscam esclarecer que a TDI é uma
teoria científica minimalista que IDENTIFICA sinais de inteligência. Só isso!
Quanto ao leão, se realmente suas garras e
dentes foram projetados para matar, por que nem sempre ele mata um antílope?
Quanto ao antílope, se suas pernas foram projetadas para correr, por que nem
sempre sobrevive? Aqui entramos em outro ponto. É preciso entender que a TDI
possui um comprometimento mínimo com o grau de otimização (eficiência) de um projeto.
Aliás, esse comprometimento mínimo está relacionado às regras básicas de
sistemas. Portanto, uma das predições da TDI é que existem fatores que podem
vir a interferir no design de
um projeto.
(Everton Alves e Junior Eskelsen)