Mutação é toda e qualquer alteração do material genético, não importando se estas ocorrem nas células somáticas ou em células germinativas (Junker e Scherer, 2002). Porém, para os processos evolutivos, mutações importantes são apenas as que alteram o material genético de células germinativas e suas células precursoras, isto porque apenas estas são transmitidas hereditariamente à geração seguinte. Mas qual é o papel que ela desempenharia no processo de macroevolução? Uma das premissas evolucionárias é a de que alguns mecanismos evolutivos, tais como a seleção natural agindo sobre mutações aleatórias, recombinação genética e duplicações gênicas produziriam variação alélica e, consequentemente, aumento de informação genética ao longo do tempo. Será que essa ideia ainda se mantém à luz dos atuais dados científicos?
Fato é que desde a “redescoberta” das leis de Mendel, por Hugo de Vries e colaboradores (Moore, 2004), no início do século 20, que então deu origem à síntese evolutiva moderna ou neodarwinismo, o DNA sempre se demonstrou incompatível com essa hipótese que defende que a vida é fruto de causas exclusivamente naturais.
Por outro lado, cientistas tedeístas e criacionistas entendem que a ideia de que mutações genéticas, quando combinadas com o processo de seleção natural, promoveriam a “evolução” – geralmente usada como sinônimo de macroevolução – é um atestado de ignorância em seu sentido literal de, ou desconhecer alguns fatos fundamentais sobre este assunto ou ignorar os dados.