Nos protestos por igualdade racial que se espalham através da América e do mundo, uma cena é recorrente: caem as estátuas em homenagem a figuras históricas cuja biografia é controversa. Em seu lugar, pedestais vazios ostentam pichações de censura a seus feitos, celebrados no passado mas inaceitáveis no presente. Sob a representação de Cristóvão Colombo, em Providence, Estados Unidos, lê-se: “pare de celebrar genocídio”.
Além de ter encontrado o continente americano em 1492, Cristóvão Colombo também foi governador e vice-rei das “Índias” (hoje, o país caribenho da República Dominicana). Segundo historiadores, em resposta à agitação e revolta dos nativos, Colombo ordenou uma repressão brutal na qual muitos foram mortos. Em uma tentativa de impedir mais rebeliões, Colombo ordenou que seus corpos desmembrados fossem exibidos pelas ruas.
No rastro das manifestações que seguiram a morte de George Floyd, a agitação de grupos minoritários tem como um de seus alvos os personagens históricos reconhecidamente racistas. O escritor e jornalista italiano Indro Montanelli – que quando servia o exército fascista durante a invasão italiana na Abissínia (hoje Etiópia) chegou a comprar uma africana de apenas doze anos como escrava – teve sua imagem em Milão depredada. Sob ela escreveram “racista estuprador”.
(Jornal Opção)
Nota: Se é para levar esse revisionismo até às últimas consequências, sugiro que se derrubem também as estátuas do naturalista inglês Charles Darwin, pelas ideias racistas que expôs em seu livro menos conhecido A Descendência do Homem. Mas acho que minha proposta não dará em nada... [MB]
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