sábado, agosto 07, 2021

Pesquisadores encontram estromatólitos em cavernas de MG

No mês de julho deste ano, os portais de notícias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)[1] e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)[2] publicaram matéria intrigante sobre uma recente descoberta que reforça a tese de que o mar já esteve presente na região de Minas Gerais. A pesquisa foi realizada por pesquisadores da UFU e Unifesp, que fazem parte do Grupo Alto Paranaíba de Espeleologia (Gape). O projeto é coordenado por Marco Delinardo Silva, especialista em Geologia Estrutural e professor da UFU,[1] e vice-coordenado por Fernanda Quaglio, especialista em Paleontologia e professora do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (Debe) do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF/Unifesp), Campus Diadema.[2]

Essa equipe de pesquisadores, que que se dedica a estudar, preservar, conservar e promover o patrimônio espeleológico brasileiro, com ênfase na região do Alto Paranaíba, descobriu, no interior das cavernas de Coromandel, icnofósseis (vestígios que ficaram preservados) da era Neoproterozóica [sic]. Segundo o professor coordenador, os icnofósseis identificados são chamados de estromatólitos, que representam estruturas bio-induzidas (cuja deposição é determinada pela ação de organismos) edificadas em carbonato de cálcio (CaCO3).[1]

Estromatólitos são fósseis vivos e supostamente as formas de vida mais antigas em nosso planeta. O nome deriva do grego, stroma, que significa “colchão”, e lithos, que quer dizer “pedra”. Estromatólito significa literalmente “rocha em camadas”.

Como o desenvolvimento de estromatólitos ocorre em ambiente marinho raso, a presença deles em Coromandel reforça a tese de que o mar já esteve presente na região, afirma o geocientista Silva. “Os estromatólitos representam uma das principais evidências que sustentam essa hipótese, pois esses icnofósseis são vestígios de organismos que vivem em ambiente marinho, especialmente na região costeira. Nós reconhecemos o ambiente onde esses organismos vivos ocorreram no passado por meio de análogos modernos, como os estromatólitos que ocorrem nas praias de Shark Bay, no extremo oeste da Austrália”, ressalta.[1]

Fernanda Quaglio, vice-coordenadora do projeto, traz alguns questionamentos que acompanham a descoberta: “Sabemos de ocorrências dessas rochas mais para o norte. Mas, nessa região, esses fósseis podem acrescentar informações sobre o mar que existia ali. Os estromatólitos indicam água rasa, porque o tapete microbiano precisa ter proximidade com a luz para poder fazer fotossíntese. Mas como era essa água? Havia ondas? Ocorreram ciclos climáticos importantes, por exemplo, com uma queda brusca ou subida do nível do mar?”[3]

Mardem Melo Silva, um dos membros fundadores do Gape, cedeu entrevista ao portal da UFU: “Acredito que a descoberta mais significativa que o Gape realizou foi a identificação dos fósseis de estromatólitos no interior de algumas cavidades de Coromandel, MG, especialmente na Gruta do Ronan I. Estromatólitos são vestígios de organismos que constroem estruturas biossedimentares, resultantes da interação de comunidades microbianas bentônicas (cianobactérias e bactérias) com o meio em que vivem. Estromatólitos são considerados importantes registros para a compreensão da origem e diversificação da vida na Terra, sendo merecedores de proteção e conservação.”[1]

(Liziane Nunes Conrad Costa é formada em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia [UNIPAR], especialista em Morfofisiologia Animal [UFLA] e mestranda em Biociências e Saúde [UNIOESTE]. É vice-presidente do Núcleo Cascavelense da SCB [Nuvel-SCB])

Nota: De tempos em tempos, temos nos deparado com descobertas de fósseis marinhos em localidades muito distantes da costa, como no caso dos estromatólitos das cavernas de Coromandel, MG. Na verdade, fósseis marinhos em áreas continentais e montanhosas não deveriam causar estranheza, considerando que são encontrados em diversos locais ao redor do mundo. Grande parte dos sedimentos continentais são de origem marinha, conforme referências presentes no livro A História da Vida. Descobertas como essa vêm reforçar os relatos bíblicos de Gênesis, os quais indicam a existência de um período em que toda a Terra foi coberta pelas águas.

Ademais, a existência da grande variedade de espécies fossilizadas em diversas localidades pelo mundo fornece forte evidência de que houve uma catástrofe hídrica global, responsável pelo sepultamento repentino de tantos seres vivos. Muitos desses fósseis foram preservados em estado de agonia e sufocamento; alguns foram pegos de surpresa, abocanhando sua presa; outros animais foram fossilizados em pleno ato de dar à luz. Na sequência, seguem dois artigos que relatam a descoberta de sítios encontrados com manadas inteiras: confira aquiaqui e aqui.

É valido lembrar que existem pesquisas não criacionistas que já admitem inundações catastróficas (confira aquiaqui e aqui).

Referências:

[1] PORTAL DE NOTÍCIAS DA UBU:

http://www.comunica.ufu.br/noticia/2021/07/pesquisadores-da-ufu-identificam-cavernas-em-coromandel

[2] PORTAL DE NOTÍCIAS DA UNIFESP:

https://www.unifesp.br/reitoria/dci/noticias-anteriores-dci/item/5279-projeto-de-pesquisa-realiza-expedicoes-em-cavernas-de-minas-gerais

[3] SUPERINTERRESANTE:

https://super.abril.com.br/ciencia/fosseis-de-bacteria-em-cavernas-de-minas-mostram-que-o-estado-ja-teve-mar/

LEIA MAIS SOBRE O ASSUNTO

http://www.criacionismo.com.br/2008/05/dilvio-lenda-ou-fato.html

http://www.criacionismo.com.br/2013/01/pesquisador-diz-que-encontrou-novas.html

http://www.criacionismo.com.br/2014/06/retracao-de-geleira-expoe-grandes.html

http://www.criacionismo.com.br/2011/01/diluvio-universal-e-suas-implicacoes.html

http://www.criacionismo.com.br/2019/02/gordura-fossilizada-e-encontrada-pela.html