Localizado ao sul de Bagdá, o santuário de Al-Kifl, onde fica o túmulo do profeta hebraico Ezequiel, está ameaçado de perder sua identidade judaica. Durante séculos, o templo foi reverenciado por fiéis dos três grandes credos monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo). Mesmo quando foi construído um minarete no local, no século 14, as características judaicas – inscrições, ornamentos e um arco da Torá, o Pentateuco, foram preservadas. Quase toda a comunidade judaica deixou o Iraque há 60 anos, mas os muçulmanos xiitas sempre cuidaram bem do templo. Agora, as autoridades iraquianas responsáveis pelo patrimônio histórico querem construir uma grande mesquita sobre o topo do túmulo do profeta, eliminando as inscrições e ornamentos judaicos. A informação, divulgada pela agência de notícias iraquiana Ur, foi confirmada pelos professor Shmuel Moreh, da Universidade Hebraica de Jerusalém. “Um professor alemão me revelou que algumas inscrições hebraicas foram cobertas por uma camada de argamassa e que uma mesquita será construída no topo do túmulo”, disse Moreh, presidente da Associação de Acadêmicos Judeus do Iraque.
A mídia do Iraque alega que o local será reformado por conta das condições precárias, mas Shelomo Alfassa, diretor da organização norte-americana Justiça para Judeus de Países Árabes, acredita que as autoridades iraquianas “estão sendo pressionadas por extremistas religiosos islâmicos para que sejam apagadas todas as evidências de conexão entre o judaísmo e o Iraque”.
(Jerusalem Post)
Nota: O extremismo intolerante sempre é objetável. É por essas e outras que a religião, na mente dos generalistas, acaba sendo considerada motivo de discórdia, quando deveria promover o amor e a tolerância. Já que os muçulmanos lutam para ter seus direitos preservados em outros países (como o uso do véu na França, por exemplo), deveriam respeitar símbolos religiosos de outras religiões em seus países.[MB]