A família que resultou no que chamamos humanidade está 1 milhão de anos mais velha [sic]. Cientistas descobriram um ancestral dos homens atuais de 4,4 milhões de anos. O Ardipithecus ramidus (ou apenas “Ardi”, como é carinhosamente chamado) foi descrito minuciosamente por uma equipe internacional de cientistas, que divulgou a descoberta em uma edição especial da revista Science desta semana. O espécime analisado, uma fêmea, vivia onde hoje é a Etiópia 1 milhão de anos antes do nascimento de Lucy (estudado por muito tempo como o mais antigo esqueleto de ancestral humano).
“Este velho esqueleto inverte o senso comum da evolução humana”, disse o antropólogo C. Owen Lovejoy, da Universidade Estadual de Kent. Em vez de sugerir que os seres humanos evoluíram de uma criatura similar ao chimpanzé, a nova descoberta fornece evidências de que os chimpanzés e os humanos evoluíram de um ancestral comum [qual?], há muito tempo. Cada espécie, porém, tomou caminhos distintos na linha evolutiva.
"Este não é o ancestral comum, mas é o mais próximo que chegamos" [ah, tá...], disse Tim White, diretor do Centro de Evolução Humana da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Os humanos atuais e os macacos modernos provavelmente tiveram um ancestral comum entre 6 milhões e 7 milhões de anos atrás [sic].
Ardi, porém, tem muitas características que não aparecem nos macacos africanos atuais, o que leva à conclusão de que os macacos evoluíram muito desde que nós dividimos o último ancestral comum. [Eles evoluíram muito, mas continuam macacos...]
O estudo de Ardi, em curso desde que os primeiros ossos foram descobertos, em 1994 [mas convenientemente divulgado no ano de Darwin], indica que a espécie vivia nas florestas e que poderia subir em árvores. O desenvolvimento de seus braços e pernas, porém, indica que eles não passavam muito tempo nas árvores: eles podiam andar eretos, sobre duas pernas, quando estavam no chão.
"Esta é uma das descobertas mais importantes para o estudo da evolução humana", disse David Pilbeam, curador de paleoantropologia do Museu de Arqueologia e Etnologia de Harvard. "É relativamente completo, na medida em que ficaram preservadas a cabeça, as mãos, os pés e algumas outras partes importantes. Ele representa um gênero possivelmente ancestral dos Australopithecus – que eram ancestrais do nosso gênero Homo" [mas que para muita gente não passavam de macacos], disse Pilbeam, que não fez parte das equipes de investigação.
Os cientistas montaram o esqueleto do Ardipithecus ramidus (que significa "raiz dos macacos terrestres") com 125 peças do esqueleto encontradas.
Lucy, também encontrada na África, prosperou um milhão de anos após Ardi e foi um dos Australopithecus mais semelhantes aos humanos.
"No Ardipithecus temos uma forma não especializada que não evoluiu muito em direção aos Australopithecus. Então, quando você olha da cabeça aos pés, você vê uma criatura que não é nem chimpanzé, nem é humano. É Ardipithecus", disse White.
O pesquisador lembrou que Charles Darwin, cujas pesquisas no século 19 abriram o caminho para a ciência da evolução, foi cauteloso sobre o último ancestral comum entre humanos e macacos. "Darwin disse que temos de ter muito cuidado. A única maneira de sabermos como este último ancestral comum se parecia é encontrando-o”, afirmou White. “Em 4,4 milhões de anos, encontramos algo muito próximo a ele."
(G1 Notícias)
Nota: A capa da edição especial da Science, ao lado, mostra as partes do fóssil dispostas da forma como se imagina que os ossos se conectavam. A ilustração que abre esta postagem fica por conta da imaginação dos pesquisadores. Isso me lembrou a matéria publicada pela revista Veja da semana passada, sobre o paleoartista Viktor Deak. Ele é o autor de boa parte dos hominídeos expostos na sala Origens Humanas, do Museu Americano de História Natural, em Nova York. Segundo a reportagem, "recriações desse tipo são hipóteses. Dez especialistas diferentes produzirão dez imagens diferentes". Depois é descrito o processo de preparo da imagem em programas de computador, num processo bem parecido com a modelagem de animações usadas em filmes como Homem-Aranha. Homens-macacos... Homens-aranhas... "Qual o sonho de Deak?", pergunta Veja. Resposta: "Construir figuras tão realistas que convençam o observador, ainda que por segundos, de que o ser representado está vivo." Qual o sonho dos darwinistas? Construir um modelo naturalista da nossa origem tão realista que nos convença de que esses primatas realmente foram nossos ancestrais.[MB]
quinta-feira, outubro 01, 2009
Observe bem: este é seu “novo parente mais antigo"
quinta-feira, outubro 01, 2009
antropologia, evolucionismo