Pierre
Louis Moreau de Maupertuis (1698-1759) [imagem ao lado] foi um matemático e filósofo francês
cuja contribuição para o desenvolvimento do conhecimento científico da
humanidade tem sido subestimada. O que existe de mais avançado no conhecimento
científico até hoje tem por base a ideia bíblica de que as leis físicas foram
projetadas de forma otimizada pelo Ser Supremo.[1] Alguns exemplos:
“E
viu Deus que isso era bom” (Gênesis 1:10, 12, 18, 21; essa frase se repete após
o relato de atos específicos de criação por parte de Deus em Gênesis 1).
“E
viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31).
“Ele
é a Rocha; Suas obras são perfeitas” (Deuteronômio 32:4).
“A
lei do Senhor é perfeita” (Salmo 19:7).
Maupertuis
enunciou o princípio. Ensaiou maneiras de utilizá-lo na prática. Outros
pesquisadores seguiram com o trabalho: Euler, Lagrange, Hamilton... O
entendimento do princípio foi refinado e sua expressão, simplificada:
δS
= 0.
A
descoberta do Cálculo por Newton proveu a Maupertuis o poder de lidar com
otimização. Ele partiu da ideia de um supremo Ser perfeito para o princípio de
leis otimizadas. O Cálculo abriu as portas para as equações diferenciais. Com
isso nos tornamos capazes de expressar leis físicas, entender seu funcionamento
e descobrir consequências que ultrapassam os limites da mente humana desarmada.
Encontra-se na Bíblia uma lei de otimização que agora já faz sentido à luz das
pesquisas em Cálculo Diferencial. Essa lei ficou conhecida como o princípio da ação mínima, que pode ser
considerado a teoria de tudo.
O
princípio da ação mínima permite deduzir equações para as leis físicas. Existem
pelo menos duas famílias de maneiras muito úteis de usar essa equação: a
abordagem de Euler e Lagrange e a de Hamilton. Essas abordagens permitem tanto
tratar cada sistema como um todo quanto levar em conta cada uma de suas partes.
Têm sido utilizadas para estudar mecânica, eletrodinâmica, cromodinâmica
quântica e caminhos para completar a teoria das cordas, entre outras coisas.
Maupertuis
deduziu da Teologia Bíblica que as leis físicas são otimizadas. Encontrou
evidências de que isso é verdade. Iniciou a exploração das consequências
matemáticas disso. Outros pesquisadores descobriram métodos matemáticos para
usar o princípio de Maupertuis. Aquele princípio de otimização alavancou o
progresso do conhecimento. O conhecimento científico ultrapassou a capacidade
filosófica humana em pouco tempo e agora a guia a novos horizontes.
Na
verdade, a própria existência de Deus pode ser deduzida da Matemática. A
Matemática fala de todas as características de qualquer entidade (coisa ou
pessoa) que possa existir. Isso inclui seres inteligentes. Uma dessas entidades
é máxima.
Para
apoiar ou negar hipóteses sobre a realidade, normalmente contamos apenas com
evidências, não provas. Contudo, existe um teorema demonstrado por Kurt Gödel
segundo o qual Deus necessariamente existe (figura 1). Apesar do conceito
confuso de axioma que alguns usam ao interpretá-lo, o teorema é formalmente
consistente, correto. É necessário conhecimento de Lógica Modal para entendê-lo
corretamente. Há pessoas se esforçando para desacreditá-lo. Há quem veja
contradição entre o Deus que aparece no teorema e a existência do mal no mundo
(mas a Bíblia trata disso). O teorema foi validado por alguns softwares.[2, 3] Alguns aspectos e algumas
consequências do teorema ainda estão sendo investigados.
Figura 1: Sequência lógica do teorema
ontológico de Gödel
Podemos
concluir que, ao contrário do que é acreditado popularmente ou mesmo por
acadêmicos, os paradigmas, as crenças e ideologias presentes na sociedade não
podem afetar o modo como a natureza funciona e, portanto, o que pode ser obtido
quando se usa Ciência? Que a natureza vai funcionar do jeito que funciona e que
não importa o quanto queiramos que os resultados condigam com nossas crenças,
ela vai nos dar suas respostas doa a quem doer? Que a natureza nos sugere que o
universo (espaço-tempo) teve uma origem como diz a Bíblia? Que o surgimento da
vida se recusa a se encaixar em um modelo de evolução química das moléculas?
Que a seleção natural não é o único caminho para evolução e adaptação de
organismos? Que as leis físicas são otimizadas como sugere a Bíblia? Que a
lógica determina que existe um ser supremo com todas as boas características
possíveis? Que existe uma realidade que vai além da nossa filosofia?
Conclusões
Os
pioneiros da Revolução Científica, como Galileu, Newton, Leonardo da Vinci e
outros, começaram a utilizar a palavra “Ciência” com o sentido de métodos
matemáticos para lidar com as leis da natureza e, a partir daí, Ciência passou
a significar um conjunto infinito de métodos matemáticos que podem ser
aprendidos e validados no estudo da natureza. Ao mesmo tempo, antigos
significados para ciência continuaram em uso. Significados tais como: conhecimento,
utilização do protocolo conhecido como método científico, resultados de
pesquisas, consenso acadêmico, etc. A diferença entre o primeiro tipo de
significado e os outros pode ser vista comparando-se os resultados de ambos. A
Ciência que começou a ser usada por meio de métodos matemáticos, por pessoas
que criam em um Criador e estudavam a Bíblia, resultou no desenvolvimento do
Cálculo que alavancou todo o progresso que conhecemos hoje. A ciência que
consiste em conhecimentos obtidos de outras formas têm múltiplos resultados,
alguns são úteis, são reais, outros são uma mistura de coisas reais com crenças
e paradigmas, coisas mutáveis como a sociedade.
A
Idade Média não foi uma época em que Deus estava no centro do pensamento
ocidental e o surgimento do Iluminismo e do Racionalismo tirou a Deus dessa
posição e O substituiu pela razão humana amparada pelas descobertas
científicas. Deus nunca ocupou uma posição central em parte alguma deste mundo
desde que a humanidade, ainda em seu início, se rebelou contra Ele. A história
da humanidade, desde então, é Deus buscando alcançar os seres humanos que se
desviam dEle, seja por meio de religião ou por afastar-se dela. Os responsáveis
pela Revolução Científica foram, em sua maioria, homens religiosos que extraíram
de seu conhecimento de Deus por meio da Bíblia e da natureza os métodos e as leis
para desvendar a natureza.
O
mundo moderno foi perdendo o otimismo inicial do racionalismo. A Revolução
Francesa, em muitos aspectos, foi uma contradição de seus ideais de Liberdade,
Igualdade e Fraternidade. A obra de Darwin sobre a origem das espécies
contribuiu para o surgimento da escola de filosofia americana, conhecida como
naturalismo. Outras filosofias ostensivamente prejudiciais, como o nazismo,
também pretenderam basear-se no Darwinismo. Ocorreram as guerras mundiais e o
estabelecimento do comunismo/socialismo em diversos países baseando-se nas
teorias de Marx sobre o que seria uma sociedade economicamente justa. De modo
geral, as tentativas de colocar o marxismo em prática falharam em criar uma
sociedade mais justa, assim como os resultados de pesquisas científicas foram
utilizados para a produção de meios de destruição em massa e não de promover
igualdade e fraternidade. Porque o problema humano é o homem e não Deus. Deus é
a solução que nunca foi aceita a não ser por uns poucos.
Uma
das pessoas que mais influenciaram e/ou previram o mundo contemporâneo foi
Friedrich Nietzsche (1844-1900). Ele acreditava que a ideia de Deus era algo
que foi morto pelos filósofos; que a ausência de uma moral absoluta leva ao
relativismo não apenas na esfera da moralidade, mas na própria crença de
verdades absolutas; que uma pessoa forte e livre é aquela que segue seus
impulsos sem restrições e hipocrisia. Ele percebeu que tudo isso levaria a
sociedade a um vazio existencial ou aniquilamento (nilismo). Na visão dele,
toda bondade era fraqueza ou egoísmo disfarçado. “Na última década de sua vida
ele sofreu de insanidade; morreu em 25 de agosto de 1900”, ao 56 anos.[4]
Aparentemente, ele também sofreu os efeitos do niilismo.
O
naturalismo que permeia a academia é uma crença filosófica que não encontra
respaldo na natureza. A despeito do que as pessoas possam acreditar, sejam
quais forem os paradigmas da sociedade, a natureza e a Ciência prosseguem dando
respostas de acordo com seu funcionamento. Para os que estão dispostos a “ouvir”
essas respostas, independentemente dos raciocínios e das conclusões das pessoas
de qualquer época, elas se tornam uma revelação de Deus.
(Graça Lütz é bióloga e bioquímica)
Referências:
[1] DE MAUPERTUIS, P. L. M.
Translation: Derivation of the laws of motion and equilibrium from a
metaphysical principle. https://en.m.wikisource.org/wiki/Translation:Derivation_of_the_laws_of_motion_and_equilibrium_from_a_metaphysical_principle
[2] BENZMULLER, C., PALEO, B.
W. Automating Godel’s ontological proof of god’s existence with higher-order
automated theorem provers. http://page.mi.fu-berlin.de/cbenzmueller/papers/C40.pdf
[3] BENZMULLER, C., WEBER, L.,
PALEO, B. W. Computer-assisted analysis of the anderson-h’ajek ontological
controversy. http://page.mi.fu-berlin.de/cbenzmueller/papers/J32.pdf
[4] EDITORS, B. Friedrich Nietzsche
biography.com. http://www.biography.com/people/friedrich-nietzsche-9423452