segunda-feira, julho 03, 2017

As duas revelações (parte 7): outras evidências

Pierre Louis Moreau de Maupertuis (1698-1759) [imagem ao lado] foi um matemático e filósofo francês cuja contribuição para o desenvolvimento do conhecimento científico da humanidade tem sido subestimada. O que existe de mais avançado no conhecimento científico até hoje tem por base a ideia bíblica de que as leis físicas foram projetadas de forma otimizada pelo Ser Supremo.[1] Alguns exemplos:

“E viu Deus que isso era bom” (Gênesis 1:10, 12, 18, 21; essa frase se repete após o relato de atos específicos de criação por parte de Deus em Gênesis 1).

“E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31).

“Ele é a Rocha; Suas obras são perfeitas” (Deuteronômio 32:4).

“A lei do Senhor é perfeita” (Salmo 19:7).

Maupertuis enunciou o princípio. Ensaiou maneiras de utilizá-lo na prática. Outros pesquisadores seguiram com o trabalho: Euler, Lagrange, Hamilton... O entendimento do princípio foi refinado e sua expressão, simplificada:

δS = 0.

A descoberta do Cálculo por Newton proveu a Maupertuis o poder de lidar com otimização. Ele partiu da ideia de um supremo Ser perfeito para o princípio de leis otimizadas. O Cálculo abriu as portas para as equações diferenciais. Com isso nos tornamos capazes de expressar leis físicas, entender seu funcionamento e descobrir consequências que ultrapassam os limites da mente humana desarmada. Encontra-se na Bíblia uma lei de otimização que agora já faz sentido à luz das pesquisas em Cálculo Diferencial. Essa lei ficou conhecida como o princípio da ação mínima, que pode ser considerado a teoria de tudo.

O princípio da ação mínima permite deduzir equações para as leis físicas. Existem pelo menos duas famílias de maneiras muito úteis de usar essa equação: a abordagem de Euler e Lagrange e a de Hamilton. Essas abordagens permitem tanto tratar cada sistema como um todo quanto levar em conta cada uma de suas partes. Têm sido utilizadas para estudar mecânica, eletrodinâmica, cromodinâmica quântica e caminhos para completar a teoria das cordas, entre outras coisas.

Maupertuis deduziu da Teologia Bíblica que as leis físicas são otimizadas. Encontrou evidências de que isso é verdade. Iniciou a exploração das consequências matemáticas disso. Outros pesquisadores descobriram métodos matemáticos para usar o princípio de Maupertuis. Aquele princípio de otimização alavancou o progresso do conhecimento. O conhecimento científico ultrapassou a capacidade filosófica humana em pouco tempo e agora a guia a novos horizontes.

Na verdade, a própria existência de Deus pode ser deduzida da Matemática. A Matemática fala de todas as características de qualquer entidade (coisa ou pessoa) que possa existir. Isso inclui seres inteligentes. Uma dessas entidades é máxima.

Para apoiar ou negar hipóteses sobre a realidade, normalmente contamos apenas com evidências, não provas. Contudo, existe um teorema demonstrado por Kurt Gödel segundo o qual Deus necessariamente existe (figura 1). Apesar do conceito confuso de axioma que alguns usam ao interpretá-lo, o teorema é formalmente consistente, correto. É necessário conhecimento de Lógica Modal para entendê-lo corretamente. Há pessoas se esforçando para desacreditá-lo. Há quem veja contradição entre o Deus que aparece no teorema e a existência do mal no mundo (mas a Bíblia trata disso). O teorema foi validado por alguns softwares.[2, 3] Alguns aspectos e algumas consequências do teorema ainda estão sendo investigados.
  

Figura 1: Sequência lógica do teorema ontológico de Gödel

Podemos concluir que, ao contrário do que é acreditado popularmente ou mesmo por acadêmicos, os paradigmas, as crenças e ideologias presentes na sociedade não podem afetar o modo como a natureza funciona e, portanto, o que pode ser obtido quando se usa Ciência? Que a natureza vai funcionar do jeito que funciona e que não importa o quanto queiramos que os resultados condigam com nossas crenças, ela vai nos dar suas respostas doa a quem doer? Que a natureza nos sugere que o universo (espaço-tempo) teve uma origem como diz a Bíblia? Que o surgimento da vida se recusa a se encaixar em um modelo de evolução química das moléculas? Que a seleção natural não é o único caminho para evolução e adaptação de organismos? Que as leis físicas são otimizadas como sugere a Bíblia? Que a lógica determina que existe um ser supremo com todas as boas características possíveis? Que existe uma realidade que vai além da nossa filosofia?

Conclusões

Os pioneiros da Revolução Científica, como Galileu, Newton, Leonardo da Vinci e outros, começaram a utilizar a palavra “Ciência” com o sentido de métodos matemáticos para lidar com as leis da natureza e, a partir daí, Ciência passou a significar um conjunto infinito de métodos matemáticos que podem ser aprendidos e validados no estudo da natureza. Ao mesmo tempo, antigos significados para ciência continuaram em uso. Significados tais como: conhecimento, utilização do protocolo conhecido como método científico, resultados de pesquisas, consenso acadêmico, etc. A diferença entre o primeiro tipo de significado e os outros pode ser vista comparando-se os resultados de ambos. A Ciência que começou a ser usada por meio de métodos matemáticos, por pessoas que criam em um Criador e estudavam a Bíblia, resultou no desenvolvimento do Cálculo que alavancou todo o progresso que conhecemos hoje. A ciência que consiste em conhecimentos obtidos de outras formas têm múltiplos resultados, alguns são úteis, são reais, outros são uma mistura de coisas reais com crenças e paradigmas, coisas mutáveis como a sociedade.

A Idade Média não foi uma época em que Deus estava no centro do pensamento ocidental e o surgimento do Iluminismo e do Racionalismo tirou a Deus dessa posição e O substituiu pela razão humana amparada pelas descobertas científicas. Deus nunca ocupou uma posição central em parte alguma deste mundo desde que a humanidade, ainda em seu início, se rebelou contra Ele. A história da humanidade, desde então, é Deus buscando alcançar os seres humanos que se desviam dEle, seja por meio de religião ou por afastar-se dela. Os responsáveis pela Revolução Científica foram, em sua maioria, homens religiosos que extraíram de seu conhecimento de Deus por meio da Bíblia e da natureza os métodos e as leis para desvendar a natureza.

O mundo moderno foi perdendo o otimismo inicial do racionalismo. A Revolução Francesa, em muitos aspectos, foi uma contradição de seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A obra de Darwin sobre a origem das espécies contribuiu para o surgimento da escola de filosofia americana, conhecida como naturalismo. Outras filosofias ostensivamente prejudiciais, como o nazismo, também pretenderam basear-se no Darwinismo. Ocorreram as guerras mundiais e o estabelecimento do comunismo/socialismo em diversos países baseando-se nas teorias de Marx sobre o que seria uma sociedade economicamente justa. De modo geral, as tentativas de colocar o marxismo em prática falharam em criar uma sociedade mais justa, assim como os resultados de pesquisas científicas foram utilizados para a produção de meios de destruição em massa e não de promover igualdade e fraternidade. Porque o problema humano é o homem e não Deus. Deus é a solução que nunca foi aceita a não ser por uns poucos.

Uma das pessoas que mais influenciaram e/ou previram o mundo contemporâneo foi Friedrich Nietzsche (1844-1900). Ele acreditava que a ideia de Deus era algo que foi morto pelos filósofos; que a ausência de uma moral absoluta leva ao relativismo não apenas na esfera da moralidade, mas na própria crença de verdades absolutas; que uma pessoa forte e livre é aquela que segue seus impulsos sem restrições e hipocrisia. Ele percebeu que tudo isso levaria a sociedade a um vazio existencial ou aniquilamento (nilismo). Na visão dele, toda bondade era fraqueza ou egoísmo disfarçado. “Na última década de sua vida ele sofreu de insanidade; morreu em 25 de agosto de 1900”, ao 56 anos.[4] Aparentemente, ele também sofreu os efeitos do niilismo.

O naturalismo que permeia a academia é uma crença filosófica que não encontra respaldo na natureza. A despeito do que as pessoas possam acreditar, sejam quais forem os paradigmas da sociedade, a natureza e a Ciência prosseguem dando respostas de acordo com seu funcionamento. Para os que estão dispostos a “ouvir” essas respostas, independentemente dos raciocínios e das conclusões das pessoas de qualquer época, elas se tornam uma revelação de Deus.

(Graça Lütz é bióloga e bioquímica)

Referências: 
[1] DE MAUPERTUIS, P. L. M. Translation: Derivation of the laws of motion and equilibrium from a metaphysical principle. https://en.m.wikisource.org/wiki/Translation:Derivation_of_the_laws_of_motion_and_equilibrium_from_a_metaphysical_principle
[2] BENZMULLER, C., PALEO, B. W. Automating Godel’s ontological proof of god’s existence with higher-order automated theorem provers. http://page.mi.fu-berlin.de/cbenzmueller/papers/C40.pdf
[3] BENZMULLER, C., WEBER, L., PALEO, B. W. Computer-assisted analysis of the anderson-h’ajek ontological controversy. http://page.mi.fu-berlin.de/cbenzmueller/papers/J32.pdf
[4] EDITORS, B. Friedrich Nietzsche biography.com. http://www.biography.com/people/friedrich-nietzsche-9423452