sábado, maio 19, 2018

Yoda e a pós-modernidade

"Chegou a hora de você ignorar uma pilha de livros velhos." "São os textos Jedi sagrados!"n"Uma lida neles você deu?" [embarassado] "Bem... eu..." "Mágicos eles não são... sim... sim... sabedoria eles possuem... mas não há nada naquela biblioteca que a jovem Rey já não possua."

Essa é a fala do espírito desencarnado do gnomo alienígena Yoda com o ex-caipira ingênuo e aventureiro, agora hermitão, Luke Skywalker, a respeito da jovem novo-padrão-de-[não]beleza-e-comportamento-feminista Rey (p.s.: nome assexual), em torno do minuto 82 do filme Star Wars: The Last JediEssa fala, de um dos personagens mais canhestros e emblemáticos da cultura popular do último meio-século, representa com invulgar escancaramento o pensamento pós-moderno que nos cerca aonde quer que vamos ou onde quer que permaneçamos.

Não precisamos ser muito perspicazes para entender qual é o recado dessa (e de muitas outras) fala, para quem se destina e quem é o autor. "Sim, sim. Sabedoria os velhos livros sagrados possuem, mas nada que você, que é um Jedi (caso contrário não estaria se interessando por este filme), já não possua. Olhe para dentro de você, a resposta e o poder estão sempre lá."

A cultura pós-moderna surge como uma reação normal e até mesmo esperada da frustração humana dos últimos 250 anos. Por determinado tempo se imaginou que os problemas da humanidade seriam resolvidos quando todos tivessem acesso à comida e aos bens de consumo necessários. Veio a revolução industrial e escravizou seres humanos a jornadas de 16 horas diárias, sete dias por semana, com recursos para parcamente pagar por seu alimento, e apenas isso. Então foi a vez das doenças: a higiene e a vacina de Pasteur, os antibióticos de Fleming e tudo o mais eliminaram algumas doenças - só para dar lugar a outras muito mais misteriosas e sinistras como o câncer e as doenças genéticas. O desenvolvimento da ciência levaria a humanidade ao suprimento inesgotável de energia a partir da fissão do átomo, mas as esperanças praticamente se desfizeram ao se verem dezenas de milhares de pessoas instantaneamente incineradas pelos filhotes gêmeos bivitelinos do Projeto Manhattan e sua prole infindável nas mãos de americanos, russos, ingleses, franceses, indianos, paquistaneses e até... norte-coreanos. Frustrações de um mundo sem Deus, que quer se apropriar por si só da fórmula da vida e da felicidade.

Mais uma vez: a indústria, a ciência, a medicina são todas dádivas maravilhosas. Me refiro aqui ao depósito da confiança humana exclusivamente nessas ferramentas e ao esquecimento da figura do Criador.

O método científico cartesiano não foi capaz de lidar satisfatoriamente com questões subjetivas, metafísicas e de altíssima complexidade. Bauman abordou esse paradoxo em termos de modernidade líquida. Edgar Morin falou sobre a metáfora do holograma para expor ideias sobre o pensamento complexo. Michel Focault, Jacques Derrida, dentre outros, aliados com o mais antigo David Hume tentam desconstruir (e conseguiram, em grande extensão) o conceito de uma verdade absoluta, do dogmatismo e do positivismo, justamente sobre os argumentos de que a ciência de Newton e Descartes falhara, e a da relatividade de Einstein viera para sobrepujá-la. Ora, se o que era tido como pétreo nas ciências duras foi "derrubado" e considerado relativo, por que não os estudos sociais e humanos, incluindo a ética e a moral?

Embora as previsões de Nietzsche de que Deus estava morto e a religião não veria a luz do século 21 felizmente e profeticamente estivessem erradas, de certa forma, a religião (quase) morreu. O homem se tornou o seu próprio deus, e então a régua da perfeição, do padrão moral de ideal para o ser caído passou a ser ele mesmo: um ser confuso, malévolo e inseguro, tentando se autoafirmar em ideias de autoajuda como a do Sr. Miyagi New Age, descritas acima. Mesmo nas igrejas é muito comum vermos repetidamente esse novo paradigma transliterado. Deus saiu do altar e ocupou um lugarzinho escondido no meio da plateia, se é que é convidado(!). A música já não é mais uma ode ao - indescritivelmente- grande-demais-para-ser-adjetivado-humanamente - Criador, Mantenedor e Redentor, e passa a incorporar indiscriminadamente a primeira pessoa dos pronomes pessoais do caso reto e, notavelmente, os possessivos. Os sermões abandonaram o "livro antigo que tem algumas coisas boas" para recorrer às elucubrações portentosas dos doutos em centros de treinamento secular altamente institucionalizados.

Nos tornamos nihilistas. Nos tornamos relativistas. Nos tornamos hedonistas. Nos tornamos individualistas.

Supresa! Será que Deus foi "pego despreparado"?

Gaste alguns minutos refletindo sobre as palavras de Paulo a Timóteo:

"Sabe porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos, porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus. Tendo aparência de piedade, mas negando-lhe a eficácia dela. Destes, afasta-te" (2 Timóteo 3:1-5).

Com outros termos, Paulo descreve a sociedade pós-moderna. Em tempo: estou fazendo uma leitura e uma aplicação amplas. Evidentemente nosso mundo guarda, em todos os seus recônditos, pessoas às quais esta descrição não se adequa bem. Mas você irá concordar que esta parece ser uma descrição perfeita do que lemos no nosso site favorito de notícias, o que recebemos no Whatsapp, vemos no Facebook ou experienciamos no trânsito das grandes cidades.

A pós-modernidade, de acordo com a Bíblia, é o sintoma de uma causa que ocorre em uma etapa anterior: "...e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (2 Tessalonicenses 2:10).

Mais uma vez ela: a verdade. O engano, de acordo com Paulo, ocorre não como condição inicial, mas como condição final. A causa está declarada na segunda sentença do versículo: não acolheram o amor da verdade. Quando a verdade é rejeitada, resta apenas a ilusão do engano próprio, que é o pior tipo de engano que existe.


Quando o mundo aceitou a ideia de que Deus não Se revelou na Bíblia ou na pessoa de Cristo, embora tenha tido maus testemunhos da Igreja durante mais de um milênio, e continua tendo, infelizmente, abriu as portas para que toda e qualquer filosofia se apresentasse como válida e digna de atenção. Todavia, "pelos seus frutos os conhecereis". O humanismo tem se mostrado deserto, infrutífero e desconsolador. A ciência, uma ferramenta inegavelmente fantástica dada aos seres humanos, fora da consideração de seu Autor, como Newton sempre mantinha em mente, se torna um veículo instável de alguns acertos, quase ao acaso, e um universo de falhas, às vezes desastrosas. O hedonismo, em lugar de trazer liberdade e felicidade, está trazendo frustração e depressão.

Mas nem tudo são lágrimas. Qual a boa notícia? Se o ser humano tem carência de uma verdade pétrea que atue como um padrão de referência, para manter sua estabilidade mental e emocional, e seu significado, resta dizer que essa verdade existe, e está acessível a todos. Não com as ferramentas humanas, mas alcançável pelos humanos. E a despeito das inumeráveis caricaturas enganosas dessa Verdade, que se prezam a descrê-la, ela continua sendo surpreendentemente maravilhosa e atrativa.

E uma notícia melhor ainda é que essa Verdade é proativa e está à procura do filho rebelde e assustado em um mundo hostil: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6).

Por que o autoexilado Skywalker ficou silencioso e perdidamente confuso diante do pigmeu verde e aceitou fleumaticamente sua saraivada de pensamentos massageadores do ego, mas vazios? Foi porque o eremita não leu os livros antigos sagrados. Guardava por guardar. Pela tradição. Porque os antigos fizeram. Quando chegou a hora da verdade, ele falhou.

E você?

(Alexsander Silva é doutorando em Administração)

P.S.: No referido filme, todos - absolutamente todos - os personagens masculinos humanos são: ou maus, ou fracos, ou tolos, ou covardes. E todos os personagens femininos são: sábios, corajosos, fortes, autocontidos e dotados de sensibilidade.

Leia também: O feminismo invadiu Star Wars
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.

2 Timóteo 3:1
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

2 Timóteo 3:1-5
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

2 Timóteo 3:1-5
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

2 Timóteo 3:1-5
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

2 Timóteo 3:1-5