quinta-feira, agosto 04, 2016

O feminismo invadiu Star Wars

A nova cavaleira jedi
Não precisei ver muita coisa do novo “Star Wars: O Despertar da Força” para perceber que o feminismo tomou conta da franquia. A cena que me chamou a atenção logo de início é a que mostra o personagem Finn, o stormtrooper desertor vivido por John Boyega, pegando a mão da moça protagonista Rey, interpretada pela inglesa Daisy Ridley, de 23 anos. Numa cena de perseguição, Finn simplesmente deseja proteger a moça, ajudando-a a fugir, mas ela rejeita a ajuda e manda que ele solte a mão dela. Parece um simples detalhe, e pode ter passado despercebido de muita gente. Só que revela uma triste tendência do nosso tempo: a do feminismo militante e do “desempoderamento” masculino. E há mais evidências de que essa filosofia invadiu a franquia: além de Rey, as outras personagens femininas do filme são a General Leia Organa (Carrie Fisher, que volta anos depois para interpretar a mesma personagem que a tornou célebre), a pirata Maz Kanata e a Capitã Phasma (sim, a chefona dos stormtroopers é uma mulher nesse novo filme da série).

Claro que não há nada de mais em mulheres assumirem posições de protagonismo e serem líderes, muito pelo contrário. Não há nada de mais em as produções hollywoodianas reservarem papeis de mais destaque e relevância às mulheres, até porque só 12% das protagonistas dos filmes de maior bilheteria nos Estados Unidos em 2014 eram mulheres, representando somente 30% dos personagens com falas.

Outro aspecto elogiável nesse novo filme “Star Wars” é a não sexualização das personagens femininas. As roupas de Rey são soltas e práticas, apropriadas para alguém que ganha a vida catando sucata para vender. Portanto, algo bem diferente do que foi visto no início dos anos 80, quando a princesa Leia foi exibida vestindo um pequeno biquíni dourado, em “O Retorno de Jedi”, numa típica cena de donzela erotizada e em perigo.

A erotizada Leia dos anos 80
De acordo com a agência de notícias Reuters, a intenção da Disney (dona da Lucas Film desde 2012) é estimular a adesão de mulheres à franquia criada por George Lucas, a fim de expandir os lucros e fazer valer o investimento de quatro bilhões de dólares na compra da produtora. Ok, mas não precisava sair do extremo do machismo e da desvalorização da mulher para o outro extremo, o do feminismo exagerado. E aqui eu volto à cena em que Rey recusa a ajuda de Finn.

Para as militantes feministas, o ato cavalheiresco de um homem abrir a porta do carro para uma mulher, por exemplo, já é interpretado como desejo de poder e coisas do tipo. “A mulher não tem condições de abrir a porta por si mesma?”, vociferam as defensoras do meu corpo minhas regras. Quando manda Finn largar sua mão, Rey está dizendo para ele abafar seu instinto natural de homem de proteger, cuidar e amar. O homem foi criado assim. Proteção não significa dominação, evidentemente. O que se vê é o surgimento de uma geração de homens feminilizados, confusos quanto ao seu papel social e receosos diante de mulheres indevidamente “empoderadas” – elas também confusas e, no fundo, fragilizadas por ideologias que não as protegem, apenas as usam como peões num tabuleiro.

A chefona dos stormtroopes
O cavalheirismo não mais é incentivado, e é comum vermos comportamentos egoístas por parte de homens cada vez mais preocupados consigo mesmos. Esses, ou são afeminados ou veem a mulher apenas como um objeto a ser usado, e não um ser humano para ser amado e protegido. Que tipo de libertação é essa? Ideologias sempre têm seus efeitos colaterais...

O pano de fundo da franquia “Star Wars” é a necessidade de rebelião contra um império opressor. Tomara que essa rebelião não volte as armas contra os homens também, contribuindo, assim, para o processo de enfraquecimento do masculino.

A Bíblia ensina que homens e mulheres são por natureza iguais diante de Deus, mas com papeis e características diferentes que se complementam. O machismo e o feminismo destroem esse equilíbrio e acabam por deformar a humanidade.

Michelson Borges

Convido você a assistir a esta palestra na qual falo sobre as consequências sociais do abandono da cosmovisão criacionista, umas das quais é justamente o advento do feminismo militante inspirado no marxismo, com sua atuação deletéria: