Apenas 3 ou 5% das quase 5 mil espécies de mamíferos (incluindo os humanos) formam laços duradouros e monógamos com os mais notórios sendo os castores, lobos e alguns morcegos. A monogamia social é um termo que se refere a criaturas que formam casais e criam seus filhotes, mas ainda tem "casos" extraconjugais. Casais sexualmente monógamos se acasalam apenas com um parceiro. Portanto um marido que trai a esposa com outra relação romântica e volta para casa em tempo de colocar as crianças na cama seria considerado socialmente monógamo. Além disso, a definição de monogamia, para os cientistas, varia.
Psicólogos evolucionários já sugeriram que os homens têm maior possibilidade de ter sexo extraconjugal, parcialmente devido à necessidade masculina de "espalhar os genes" através da disseminação de esperma. Tanto mulheres como homens, dizem esses cientistas, tentam melhorar seu progresso evolucionário ao procurar parceiros de alta qualidade, embora o façam de maneiras diferentes.
A parceria comprometida entre um homem e uma mulher evoluídos, dizem alguns, é para o bem-estar das crianças. "As espécies humanas evoluíram para formar compromissos entre homens e mulheres com o propósito de cuidar das crianças, portanto isso é um laço", disse Jane Lancaster, uma antropóloga evolucionária da Universidade do Novo México (EUA). "No entanto esse laço pode se enquadrar em todo o tipo de padrões de casamento: poligamia, pais e mães solteiros, monogamia."
A espécie humana é única entre os mamíferos no fator investimento dos pais ao criar os filhos. "Nós sabemos que com os humanos há um laço entre o casal que é bastante forte, e há mais investimento paterno do que na maioria dos demais primatas", disse Daniel Kruger, psicólogo social e evolucionário da Universidade de Michigan (EUA). "Nós somos especiais neste aspecto, mas ao mesmo tempo, como a maioria dos mamíferos, nós somos uma espécie polígama." Daniel disse que os humanos são considerados "levemente polígamos", pois os homens se acasalam com mais de uma fêmea.
Se as pessoas casadas ou com outros tipos de compromissos procuram por mais sexo, isso depende dos custos e benefícios. "Há bastante evidência de que os homens têm menos a perder do que as mulheres ao ter sexo extraconjugal", disse Jane. "Por ter menos a perder é mais fácil para que eles o façam." As mulheres, no entanto, podem perder os recursos do "papai" no que tange a cuidar dos filhos. "Para a mulher o bem-estar das suas crianças não é maior por causa da promiscuidade", disse Jane ao LiveScience.com.
Alguns cientistas vêem tanto a monogamia social como a sexual em humanos como estrutura social ao invés de como um estado natural. "Eu não acho que sejamos animais monogâmicos", disse Pepper Schwartz, professora de sociologia da Universidade de Washington em Seattle, EUA. "Um animal realmente monogâmico é o ganso, que nunca se acasala novamente mesmo que seu parceiro (a) seja morto (a)."
Ela adicionou que a "monogamia é inventada para haver ordem e investimento, mas não necessariamente porque é ‘natural’."
(Paraná Online)
Nota: O esforço por “macaquizar” o ser humano é impressionante. Usa-se a evolução para justificar todo tipo de comportamento impróprio. Os “puladores de cerca” devem gostar muito disso. “Desculpe-me, querida, a culpa é dos meus genes...” [MB]