O pastor distrital de Colon ficou maravilhado com as minhas histórias. Pediu para que eu ficasse mais dias. Meu prazer seria descansar um bom tempo por ali, até esquecer todas as sequelas da viagem pela Colômbia. Mas tenho um alvo e para alcançá-lo não posso deixar de avançar um pouco a cada dia. Sim, meu destino fica bem para frente desta cidade. Ele se localiza no Estado da Geórgia nos Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Atlanta. Ali pretendo rodar com minha “gorducha” (bike) no dia 18 de junho deste ano. A previsão é percorrer 13.850 km. Até agora, deixei 4.500 km para trás. Ainda falta muito, mas estou confiante de que irei superar todos os desafios que surgirem no roteiro estabelecido até lá, porque acredito que tenho um Deus vivo adiante de mim. Sua espada será minha proteção. Seu escudo está me guardando do mal. Seu capacete está rebatendo dardos inflamados dos meus inimigos invisíveis. Ele é a minha sombra à minha direita. De dia não me molestará o Sol e nem de noite a Lua. Ele guardará a minha entrada e a minha saída, desde agora e para todo sempre.
Por isso recusei o carinhoso convite do pastor de Colon e no domingo cedo sai na direção da capital do Panamá. Viajando pela rodovia Interamericana, que alcancei após chegar a Colon, que inclusive dispõe de acostamento. Depois de percorrer 90 km, chego à Cidade do Panamá, capital do principal país da América Central.
A moeda mais usada é o dólar americano e a nacional é o Balboa. A economia gira em torno do comércio na região do Canal. É grande a imigração de pessoas de outros países de Centro América atraídas pela moeda mais forte. Encontrei vários brasileiros trabalhando por aqui. Também venezuelanos, costarriquenhos e muitos colombianos.
Passei o domingo em um hotel no centro da capital. Na segunda-feira, fui até a sede da Associação Adventista Central Panamenha. Depois das apresentações e das cartas, deixei a sede administrativa sem nenhuma programação agendada. Por isso, desisti de passar mais dias na capital panamenha. Ainda na segunda, debaixo de um temporal, segui para a cidade de Capira, na qual cheguei por volta das 23h30, ainda debaixo de chuva.
Sem qualquer contato com membros da igreja nessa cidade, procurei uma sede do Corpo de Bombeiros para dormir, uma vez que não encontrei hotel ou pousada na cidade. Eles me informaram de que realmente Capira não tem hotéis ou pousadas e que também não havia onde eu dormir no quartel por falta de cama disponível.
Por isso, não tendo onde dormir nessa cidade, saí em busca de um cantinho onde virar a noite. Após pedalar alguns quilômetros, deparei-me na estrada com um posto de combustível abandonado e nele achei um abrigo coberto, onde me deitei sobre um chão de pedras. Sem lençol. Sem água. Sem banho. Sem comida. Mas, que privilégio, vigiado por anjos celestiais. Aliás, aproveitei a noite longa para um diálogo franco com as hostes divinas, porque falo com elas como quem conversa com um amigo.
Não tive como reclamar por passar a noite sobre um “chão de pedras”, pois lembrei que o Rei dos reis e Senhor dos senhores também passou noites em uma manjedoura junto a mudos animais, sendo Ele a majestade de todo o Universo. Portanto, quem sou eu para ter direito a algo melhor. Se Deus permitiu, faça-se a Sua vontade.
Eu sou George Silva, o Atleta da Fé. Sigo para Atlanta na companhia de Deus. Ele está aqui. Venha comigo!
(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)
Nota: O Atleta da Fé, George Silva, está enfrentando grandes dificuldades financeiras para prosseguir nessa missão esportivo-evangelística e precisa urgentemente fazer uma revisão na bicicleta. Ele não me pediu isso, mas eu convido: se você puder colaborar de alguma maneira, escreva para ele: georgepalestras@yahoo.com.br