No ano Darwin 200, nem os antidarwinistas imaginavam: a Unesp Ciência abordou o status epistêmico da teoria da evolução de Darwin e apresentou visões antípodas e extremas da evolução. O título e o subtítulo induziram o leitor ao detalhamento do grau de dificuldade que a complexidade encontrada nas ciências do DNA trouxe para a corroboração da teoria da evolução de Darwin num contexto de justificação teórica. As evidências contrárias foram quase “invisíveis” ao longo do texto. Serviram tão somente de “gancho” para desvelar as evidências a favor do fato da evolução.
O editorial celebrou a teoria de Darwin (omitiram Wallace) como “revolucionária” quando há precursores. A afirmação de Dobzhansky — “nada em biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução” — não veio acompanhada da “confissão de fé” dobzhanskyana feita naquele artigo: ele era teísta evolucionista.
A obra de Darwin teve repercussão com rejeição. Os anos de 1859 a 1882 foram de controvérsia. A teoria entrou em eclipse em 1909. Hoje, o ensino da evolução é versão expandida e melhorada do pensamento darwiniano, mas é teoria morta desde 1980. O espectro de Lamarck ronda Darwin, mas a mudança conceitual mais importante não é o ambiente agindo no processo evolutivo: é a origem da informação complexa especificada e da complexidade irredutível de sistemas bióticos.
A falta de explicações dos saltos evolutivos é objeção fatal à teoria de Darwin e fortalece a teoria do Design Inteligente. A revista está de parabéns pela abordagem, mas faltou “ouvir o outro lado”...
Enézio E. de Almeida Filho, coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente (NBDI)
(Unesp Ciência)
terça-feira, fevereiro 02, 2010
Revista da Unesp publica carta do coordenador do NBDI
terça-feira, fevereiro 02, 2010
design inteligente