O ótimo livro O Ateísmo Moderno (Loyola), do doutor em filosofia e teologia Georg Siegmund, na página 86, apresenta um breve retrato da sociedade judaica dos tempos do Antigo Testamento (AT). Note como Deus tomou providências para que Seu povo não reproduzisse a desvalorização da vida e as injustiças comuns dos povos pagãos em redor:
“O amor ao filho era tão grande, que a esterilidade era considerada castigo de Deus e não havia necessidade de proibição especial para o aborto. A fim de se evitar que os pobres fossem oprimidos pelos ricos, e para que estes não se apoderassem indevidamente das terras, ordenava-se que no fim de cinquenta anos qualquer terreno vendido fosse devolvido ao seu proprietário anterior (Lv 25:13-16). Procurava-se assim conservar a repartição primitiva e equitativa do país entre as famílias. As pessoas pobres tinham direito às espigas que sobravam da colheita. Aos que emprestavam dinheiro era vedado cobrar juros, ao passo que outros povos orientais praticavam a usura, exigindo juros de até cinquenta por cento. Até a sorte dos escravos se achava mitigada por lei. Esta jamais os considerou como simples mercadoria, e sim como pessoas e imagem de Deus.
“Mas é sobretudo o sábado do Antigo Testamento que representa uma instituição social de primeira categoria: proporcionava ainda ao mais pobre um dia de repouso com intervalos regulares, impedindo assim a exploração sem piedade de suas forças e o prejuízo da sua saúde. Era, além disso, um dia em que o homem era chamado a refletir sobre seu destino ultraterreno. Nenhuma outra religião da época conhecia tais benefícios, que favoreciam igualmente a todos, livres e escravos.”
Leia também: “O retorno a Deus do ateu Heinrich Heine”, extraído do mesmo livro O Ateísmo Moderno.
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