sexta-feira, junho 24, 2011

A punição eterna no inferno não existe

Edward William Fudge, autor de The Fire That Consumes: A Biblical and Historical Study of the Doctrine of Final Punishment (O Fogo Que Consome: Um Estudo Bíblico e Histórico da Doutrina da Punição Final), é um defensor da visão aniquilista [aniquilacionista] do inferno. Ele acredita que o inferno é real e que as pessoas são torturadas no inferno. Mas, diferentemente da visão tradicional, ele sustenta que a dor é temporária e que aqueles [que estarão] no inferno eventualmente cessarão de existir. “Isso tem a ver com o caráter de Deus e a maneira como as pessoas veem o caráter de Deus”, explicou Fudge para o The Christian Post na quarta-feira. “O Deus que ama o mundo tanto que deu Seu único filho para que os crentes não perecessem, mas tivessem a vida eterna vai então voltar e atirar bilhões deles dentro de algo que é como um lago de lava vulcânica e fazer assim de maneira que eles não morram, e que eles enfrentem isso para sempre. Isso não parece o Deus que eu conheço e vejo em Jesus Cristo”, afirmou ele.

O Fogo Que Consome, livro de 442 páginas com cerca de mil notas de rodapé, foi primeiramente lançado em 1982. O livro, que é considerado leitura obrigatória pelos teólogos e estudiosos do inferno, apenas marcou o lançamento de sua primeira edição há poucas semanas. Fudge, que é advogado e ex-ancião nas Igrejas de Cristo, diz que ele não leu o livro controverso de Rob Bell, O Amor Vence, e não vê necessidade para isso. Mas ele leu “sérias análises por pessoas de mente soberba” sobre o livro e diz que ele concorda com Bell em que a visão tradicional que um não salvo tem que ser sujeitado à tortura pela eternidade contradiz o entendimento de um Deus de amor.

Fudge afirma que dezenas de passagens na Bíblia sustentam sua posição de que a vida eterna é presente de Deus somente para os crentes. Em João 3:16, por exemplo, é dito que “todo aquele que nEle crê não perecerá mas terá vida eterna”. Esse versículo famoso somente promete a vida eterna para aqueles que acreditam em Jesus, mantém o defensor do [aniquilacionismo]. E em Romanos 6:23, o apóstolo Paulo diz que “o salário do pecado é a morte, mas o presente de Deus é a vida eterna”.

Todas as vezes em que a palavra imortalidade é usada no Novo Testamento em relação às pessoas, o estudioso diz, está sempre falando sobre os salvos, tal como 1Coríntios 15. “Isso (imortalidade) nunca é usado para os perdidos. Porque os seres humanos existem somente enquanto Deus lhes dá a vida. Se os ímpios crescem como não imortais… então não há nenhuma base na qual eles possam continuar a existir para sempre”, disse Fudge.

É importante para todo cristão pensar cuidadosamente sobre o que acontece no inferno, disse o respeitado autor, porque os crentes devem ensinar a Palavra de Deus corretamente. “Se pretendemos falar de Deus, precisamos ser bem cuidadosos e tentar ser precisos no que representamos sobre o que Deus está dizendo”, disse ele. “Acredito que a visão tradicional por si só é um terrível escândalo contra a natureza de Deus.”

Entre os estudiosos cristãos notáveis que também sustentam a mesma visão de Fudge sobre o inferno estão: F.F. Bruce, estudioso bíblico considerado um dos fundadores do entendimento evangélico moderno da Bíblia, e NT Wright, estudioso do Novo testamento e ex-bispo de Durham, na Igreja da Inglaterra, entre outros. John Stott, clérigo anglicano e líder do movimento evangélico mundial, pediu uma consideração dessa visão.

(Gospel Mais)

Nota: É bom que se saiba que não são apenas os adventistas e outros cristãos minoritários que defendem o aniquilacionismo. A verdade é que o dogma do inferno eterno é um mito (entre tantos outros) que acabou se infiltrando na igreja cristã e contaminando a teologia de muitas denominações. Confira aqui e aqui.[MB]

Leia também: "O inferno afasta de Deus"

Dica de leitura: Samuele Bacchiocchi, Imortalidade ou Ressurreição (Unaspress).