quarta-feira, janeiro 18, 2012

Cristãos entre leões

O Cristianismo cresce quase tão rápido quando a própria humanidade, mas os seus 2,2 bilhões de seguidores não podem contar com segurança baseada apenas em números. Em parte, porque a localização da maior religião do mundo está começando a se deslocar para regiões mais quentes (em vários sentidos) do mundo. De acordo com um relatório publicado pelo Pew Forum em dezembro, a parte cristã da população da África subsaariana disparou ao longo do último século, de 9% para 63%. Ao mesmo tempo, a proporção de cristãos entre os europeus e entre os povos das Américas caiu, respectivamente, de 95% para 76% e de 96% para 86%.

Mas esse deslocamento, do norte para o dinâmico sul, não é presságio de um futuro fácil. Na Nigéria vários cristãos foram mortos em atentados islâmicos a bomba, com alvo em celebrações de Natal. No Irã e no Paquistão há cristãos no corredor da morte, por “apostasia” – deixar o islamismo – ou blasfêmia. Dezenas de igrejas na Indonésia foram atacadas ou fechadas. Dois terços da população cristã pré-guerra no Iraque fugiu do país. No Egito e na Síria, onde déspotas seculares deram ao cristianismo certa proteção, agitação política e o zelo dos muçulmanos ameaçam antigos grupos cristãos.

Mas nem todos os problemas dos cristãos se devem aos muçulmanos. A religião também enfrenta perseguição nos países oficialmente comunistas, China e Vietnã. Na Índia, nacionalistas hindus querem penalizar cristãos que fazem convertidos. Na Terra Santa, igrejas locais se encontram em uma encruzilhada entre a invasão israelense em sua propriedade e tentativas de islamitas de monopolizar a vida na Palestina. Seguidores de Jesus podem acabar se tornando uma raridade em sua terra natal. [...]

(Opinião e Notícia)