terça-feira, fevereiro 20, 2018

Pesquisas com híbridos reforçam o que Ellen White escreveu no século 19


Pesquisadores norte-americanos produziram um novo tipo de embrião híbrido de ovelhas com humanos. O objetivo desse estudo não é criar um animal quimérico meio ovino meio humano que saia andando por aí, mas, sim, doação de órgãos – ou seja, usar partes cultivadas do corpo humano dentro de animais para transplante. Os cientistas introduziram células-tronco humanas em embriões de ovelhas, resultando em uma criatura híbrida que é mais de 99% ovelha. Todos os embriões criados no experimento foram destruídos após 28 dias. “A contribuição das células humanas até agora é muito pequena. Não é nada como um porco com rosto humano ou cérebro humano”, disse o biólogo Hiro Nakauchi, da Universidade de Stanford, em uma apresentação da pesquisa realizada em Austin, no Texas. Os pesquisadores explicaram que, por contagem de células, apenas cerca de uma em cada 10.000 (ou menos) nos embriões de ovinos são humanas. O experimento se baseou em estudos anteriores da mesma equipe. Esses estudos envolveram colocar células humanas em embriões de porcos em laboratório, com sucesso.

A ideia do estudo é que esses embriões possam um dia fornecer uma solução única para milhares de pessoas em listas de espera de doação de órgãos, sendo que a maioria morre antes de conseguir um compatível. “Mesmo hoje, os melhores órgãos, exceto se vierem de gêmeos idênticos, não duram muito tempo, porque o sistema imunológico continuamente os ataca”, disse o biólogo reprodutivo Pablo Ross, da Universidade da Califórnia.

Embora isso ainda esteja muito distante de ser prático, órgãos produzidos em quimeras poderiam ser uma forma de criar um estoque suficiente para atender à demanda de transplantes. Poderíamos, por exemplo, colocar um pâncreas hibridizado de uma ovelha ou porco em um paciente em necessidade.

Para que o transplante funcione, contudo, os pesquisadores pensam que pelo menos 1% das células do embrião precisariam ser humanas, o que significa que os primeiros passos demonstrados nesse estudo ainda são preliminares.

Apesar de não representar um perigo imediato, experiências como essa são sempre controversas. Aumentar a proporção humana na mistura de uma quimera também aumenta inevitavelmente as críticas éticas sobre o tipo de criatura que está sendo criada, com o único propósito de ter seus órgãos essenciais colhidos. “Digamos que, se nossos resultados indicarem que as células humanas vão ao cérebro do animal, talvez nunca possamos levar isso em frente”, explicou Ross.

Não há respostas fáceis para os tipos de questões que a pesquisa levanta, mas tendo em vista que a lista de espera por órgãos é preocupante no mundo todo, não devemos descartar de cara as possibilidades que as quimeras nos proporcionam. “Todas essas abordagens são controversas, e nenhuma delas é perfeita, mas oferecem esperança às pessoas que morrem diariamente”, conclui Ross.


Nota: No século 19, a escritora inspirada Ellen G. White escreveu algo sobre experiências de “amalgamação” (hibridização) levadas a cabo pelos antediluvianos e/ou pelo próprio Satanás (leia mais sobre isso aqui). Isso gerou muita discussão na época, justamente porque se desconheciam maneiras de fazer isso que não fosse pela via sexual, por reprodução simples. Nesse caso, “amalgamar” espécies diferentes como ser humano e ovelha realmente era impossível. Pelo teor polêmico do assunto, ela foi orientada por um anjo a não mais falar sobre isso. Naquela época, as possibilidades oferecidas pela engenharia genética eram desconhecidas, no entanto, nada impede que os inteligentíssimos, inventivos e longevos seres humanos que viveram antes do dilúvio e mesmo os anjos caídos possam ter feito experiências genéticas de hibridização, o que, também, levou Deus a dar um basta, tendo Ele considerado essas misturas, essas “brincadeiras” com a vida um pecado gravíssimo. Claro que as experiências de Hiro Nakauchi e outros têm como objetivo salvar vidas, mas sabe-se lá o que pesquisadores menos éticos podem estar fazendo em laboratórios por aí...

No tempo de Ellen White, “amalgamação” genética realmente era algo impossível. Hoje não mais. Pelo visto, essa simples mulher sem educação formal acertou mais uma vez, o que deve, no mínimo, despertar respeito e curiosidade pelas coisas que ela escreveu. E esse acerto dela acaba se constituindo em mais um sinal da breve volta de Jesus, pois a Bíblia diz que os pecados que marcaram o período imediatamente anterior ao dilúvio se repetiriam antes da volta de Jesus – pecados como o de “brincar” com algo sagrado como a vida. [MB]

Leia mais sobre hibridização aqui.