quarta-feira, dezembro 19, 2018

Pterossauros e o dilema das penas: fato ou suposição?

A revista Nature Ecology & Evolution publicou nessa segunda (17) um artigo polêmico que foi noticiado em vários meios de comunicação. Essa repercussão midiática se deveu ao fato de a pesquisa levantar a hipótese de um novo visual para os pterossauros. Um grupo de pesquisadores encontrou no nordeste da China dois exemplares de fósseis de pterossauros, excepcionalmente bem preservados. O que causou grande surpresa é que os cientistas acreditam que esses répteis podem ter penas, assumindo uma aparência como de um “morcego com asas felpudas”, bem diferente da imagem que conhecemos.

Sobre as “supostas” penas, “os pesquisadores verificaram nos pterossauros quatro tipos diferentes de cobertura, incluindo pele peluda na maior parte do corpo e, em partes da cabeça e asas, três tipos de fibras, semelhantes às penas”. O pesquisador Zixiao Yang, da Universidade de Nanjing, relatou à revista: “Exploramos cada parte dos exemplares usando potentes microscópios e descobrimos quatro tipos de penas.”

No mesmo artigo, o professor Mike Benton, que também participou desse trabalho na China, se refere às fibras como algo relacionado a pêlos: “Essas estruturas no pterossauro fazem com que pareça um morcego frugívoro, ou algo parecido, uma criatura ‘cabeluda ou peluda’.” Nesse ponto cabe questionar a estrutura das fibras encontradas. Afinal, são pêlos ou penas? Os pesquisadores atribuem aspectos morfológicos diferentes para uma mesma estrutura, mas pêlos e penas possuem “arquiteturas” bem distintas.

O paleontologista do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleontologia da Academia Chinesa de Ciências Jimgmai O’Connor disse que interpretar penas e estruturas “semelhantes a penas”, encontradas em fósseis, não é tarefa fácil. “Não sei se as morfologias descritas para as picnofibras dessa espécie são válidas”, afirmou. Para o biólogo evolutivo Matthew Shawkey, da Universidade de Ghent, na Bélgica, “os dados encontrados não são provas conclusivas”, apesar de algumas imagens darem a impressão de serem filamentos ramificados. Ele ainda ressalta que na natureza existem variadas formas de ramificação, como os galhos de arvores, por exemplo, e que “tal fator não implica estarmos diante de penas”. Já a paleontologista da Universidade do Texas, Julia Clark, sugere outra nomenclatura para as estruturas em questão: “filamentos ramificados ou estruturas tegumentárias ramificadas”.

Além da evidente divergência de opiniões sobre o assunto no próprio meio evolucionista, outro fator nos faz refletir sobre as incoerências dos processos evolutivos: a inconsistência da ancestralidade comum proposta por essa teoria, uma vez que esse “parentesco” dos indivíduos é questionada a cada nova descoberta: “Surpreendentemente, a descoberta sugere que as penas evoluíram não em pássaros, nem em dinossauros, mas em tempos mais distantes.”

Ainda é válido ressaltar outro detalhe mencionado no artigo em questão. Os cientistas relataram ter encontrado tecido mole nos fósseis. Esse “achado” corrobora os estudos do pesquisador criacionista Mark Armitage, que encontrou tecidos moles “ao examinar o chifre de tricerátops, através de um potente microscópio na Universidade Estadual da Califórnia (UEC). Essa descoberta causa espanto no meio científico por ser um indicativo de que os dinossauros não foram extintos há 60 milhões de anos, mas, sim, que viveram na Terra há milhares de anos, o que é notoriamente um problema para a escala de tempo geológica padrão evolucionista.

Nota: Na leitura do artigo relacionado percebe-se que ainda existe muita “suposição” e pouca afirmação sobre o assunto. De acordo com as imagens e descrições registradas, e considerando o divergente posicionamento dos pesquisadores supracitados, os filamentos encontrados não podem ser considerados penas por falta de provas. Além disso, é importante verificar que os evolucionistas ainda não encontraram uma criatura com um sistema intermediário. As estruturas descobertas já se mostram finalizadas, sem qualquer traço de sistemas inacabados ou em fase de transição. Existe um grande abismo entre as fibras que vêm sendo encontradas e as penas das aves. A explicação para isso ainda continua um mistério. Com o passar do tempo e por meio das descobertas científicas, percebe-se que as lacunas presentes no evolucionismo estão aumentando, e novos argumentos devem ser postulados para sustentar a teoria evolucionista.

Fontes: BBC News e The New York Times

(Liziane Nunes Conrad Costa é formada em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia [UNIPAR], especialista em Morfofisiologia Animal [UFLA] e mestranda em Biociências e Saúde [UNIOESTE]. É diretora-presidente do Núcleo cascavelense da SCB [Nuvel-SCB]))

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