Seus olhos sondam o ambiente ao redor – não há portas, janelas, dutos de ventilação. O galpão é completamente fechado, não se ouve o menor ruído do lado de fora. Ninguém entra ali para incomodá-lo, fazer ameaças ou simplesmente manter algum tipo de contato. A realidade é exatamente como você a vê, o que está no ambiente presente e pode ser conhecido de forma objetiva; talvez nem exista um motivo ou sequer um responsável pelo seu cativeiro. De qualquer forma, uma hipótese que tentasse explicar a situação não teria como ser comprovada.
O estranho quadro acima não descreve a situação de um refém sequestrado por criminosos ou mesmo mantido em alguma prisão militar. O cativeiro descrito é onde se encontra o homem do pós-modernismo. A concepção da realidade, a partir do período iluminista, atravessando a Modernidade até o advento da Pós-Modernidade, impede o homem de se realizar, enquanto ser pessoal, aprisionando-o em um universo vazio[1]. A única esperança existe em bases subjetivas, fantasiosas. A realidade é implacavelmente desesperadora. [Leia mais]