A revista Época desta semana aproveitou como "gancho" a polêmica criada em torno da brasileira Paula Oliveira - acusada de inventar um ataque neonazista na Suíça - e publicou a matéria de capa "Por que as pessoas mentem". O texto afirma que "a ciência ajuda a entender o que nos leva a enganar os outros – e a nós mesmos". Assim que vi a capa da semanal num restaurante, enquanto voltava com minha família de um retiro espiritual, já imaginei o tipo de "explicação científica" que eles apresentavam. Abri a revista e passei os olhos pela reportagem. Bingo! Lá estava a típica resposta nesse tipo de assunto: o darwinismo garante que mentir é uma vantagem evolutiva, por isso os seres humanos têm esse comportamento até hoje. Simples assim...
No ano passado, publiquei aqui o texto "Superinteressante mata a razão", no qual destaquei o seguinte trecho da matéria de capa publicada então pela revista: "O desejo de variedade sexual nos homens é insaciável. Quanto maior for o número de mulheres com quem um homem tiver relações, mais filhos ele terá (pelo menos é o que ‘pensam’ os genes)." E comentei: "Já pensou o cara chegando em casa de madrugada, mancha de batom no colarinho, a mulher o encara com olhar fulminante e ele solta com o maior cinismo: 'Querida, foram os genes. Eu sou apenas a máquina de sobrevivência deles, que me usam para se reproduzir [palavras da Super]' Depois a Bíblia é que é machista..."
Cada vez mais o darwinismo é usado para justificar comportamentos que, na Bíblia, são considerados pecado, como a mentira e o adultério. Se se trata de uma herança evolutiva, que culpa temos quando cometemos esses erros? Por que procurar solução (perdão, redenção) para "problemas" contra os quais é inútil lutar?
Realmente é um grande inconveniente quando a filosofia (de vida) se intromete em assuntos científicos...