sexta-feira, junho 27, 2014

Borboletas-monarca dispõem de “bússola interna”

GPS supereficiente
As borboletas-monarca norte-americanas usam o Sol e o campo magnético da Terra como ferramentas de navegação para sua famosa migração de longa distância, afirmaram cientistas nesta terça-feira (24). Batendo suas delicadas asas alaranjadas e pretas, o inseto viaja por milhares de quilômetros todos os anos dos Estados Unidos e do sul do Canadá até as montanhas Michoacán, no centro do México, onde passam o inverno. As borboletas, cujo nome científico é Danaus plexippus, são conhecidas por usar um tipo de bússola solar no cérebro. No entanto, curiosamente, elas também são capazes de migrar quando o céu está nublado, o que sugere uma codependência em uma bússola magnética. Agora, biólogos de Massachusetts dizem ter encontrado evidências disso, o que torna a borboleta o primeiro inseto migratório de longa distância a usar a navegação magnética.

Os cientistas colocaram as monarcas em um simulador de voo, que cercaram com diferentes campos magnéticos artificiais para testar o senso de direção dos insetos. A maioria se orientou na direção do Equador no teste inicial, mas se voltou para o norte quando o ângulo de inclinação do campo magnético foi mudado. A bússola funcionou apenas na presença de luz na extremidade superior do espectro luminoso visível. De acordo com os pesquisadores, as antenas das borboletas pareciam conter sensores magnéticos sensíveis à luz para fazer todo o trabalho.

A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, inclui a monarca a uma lista crescente de aves, répteis, anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, que se acredita que usem o campo magnético para navegação.

“Nosso estudo revela outro aspecto fascinante do comportamento migratório da borboleta monarca”, afirmaram os autores. “O maior conhecimento dos mecanismos subjacentes à queda da migração pode ajudar em sua preservação, atualmente ameaçada pelas mudanças climáticas e pela perda contínua das plantas da família das asclépias e dos hábitats de hibernação”, diz  estudo.

Outra vulnerabilidade a considerar é a potencial interrupção da bússola magnética nas monarcas pelo ruído eletromagnético induzido pelo homem, o que pode, aparentemente afetar a orientação geomagnética de uma ave migratória.


Nota: Aves, répteis, anfíbios, tartarugas e insetos, inclusive abelhas e cupins, dependem de mecanismos complexos para navegar usando o campo magnético da Terra. Teria esse sistema vital evoluído simultaneamente em seres vivos tão distintos? Já é difícil explicar o "surgimento" disso numa espécie... E se esses seres vivos dependem desses sistemas para sobreviver (afinal, um erro de cálculo poderia levar as borboletas para regiões inóspitas ou fazer com que elas se perdessem e esgotassem suas reservas de energia), como "se viravam" até que o mecanismo evoluísse? Dá-lhe sistemas de complexidade irredutível que tinham que funcionar bem desde que foram criados! [MB]