quarta-feira, junho 11, 2014

EUA têm plano agressivo de combate às emissões de CO2

Urgência no combate ao aquecimento
Em anúncio na [semana passada], o governo americano apresentou a primeira grande estratégia do país para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa: um plano nacional de energia limpa que obriga, pela primeira vez, a redução da poluição das usinas termelétricas. Essas usinas são responsáveis por cerca de um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa domésticos nos Estados Unidos. O anúncio histórico, feito pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), tem uma ambição: influenciar a agenda climática global. Segundo a agência, trata-se de uma “proposta flexível para garantir um ambiente mais saudável, estimular a inovação e fortalecer a economia”. Embora existam limites em vigor para o nível de arsênico, mercúrio, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e partículas de poluição que as usinas podem emitir, atualmente não há limites nacionais sobre os níveis de emissão de carbono.

Com o plano de energia limpa, a EPA está propondo diretrizes que se baseiam em tendências já em curso nos estados americanos e no setor de energia para reduzir a emissão de carbono das usinas existentes, tornando-as mais eficientes e menos poluentes.

A EPA determinou o corte de emissões de carbono do setor de energia em 30% em todo o país em relação aos níveis de 2005. Isso equivale às emissões do setor elétrico para abastecer mais de metade das casas nos Estados Unidos ao longo de um ano. Além disso, a agência fechou o cerco contra outros poluentes, como óxidos de nitrogênio e dióxido de enxofre, definindo um corte de 25 por cento.

Com essas medidas, o governo americano espera evitar até 6.600 mortes prematuras, até 150.000 ataques de asma em crianças, e até 490.000 dias de trabalho ou escola perdidos. De quebra, com o aumento da eficiência no sistema, espera reduzir em 8% a conta de luz dos americanos.

“Ao alavancar fontes de energia mais limpas e cortar o desperdício de energia, este plano irá limpar o ar que respiramos, ajudando a combater a mudança climática para que possamos deixar um futuro seguro e saudável para os nossos filhos”, disse a diretora da EPA, Gina McCarthy.

O passo dado hoje pelo governo americano para reduzir as emissões das usinas de energia é o sinal mais forte de que as mudanças climáticas estão, finalmente, virando um negócio sério para o país. A ação vem na esteira de movimentos significativos adotados no mês passado pelo México e pela China para aumentar os seus suprimentos de energia renovável.


Nota: Qualquer iniciativa para reduzir a poluição em nosso planeta é muito bem-vinda, evidentemente. Mas o que me chama a atenção nessa matéria é o uso da “força” para obrigar usinas a reduzir a poluição e a colaborar no combate ao aquecimento global. Se o governo faz isso com esse setor, no futuro poderá fazer também com seus cidadãos que, devidamente assustados com os efeitos do aquecimento global, muito provavelmente aceitarão qualquer medida proposta pelos governantes. É bom lembrar que já houve quem propusesse uma “medida simples” para combater o aquecimento: reservar um dia para a Terra descansar; um dia de baixo carbono – o domingo. Essa proposta tem até nome: “Slow Sunday”, e é apoiada pelo jornal The Guardian e, claro, pelo Vaticano. [MB]