A revista Veja desta semana destaca um tema bastante oportuno: a vingança. A publicação relaciona o que chama de as faces atuais do ancestral dilema da humanidade, perdoar ou retaliar. Segundo a revista, a luta entre a sabedoria que leva à reconciliação e o desejo de vingança... essa luta é mais antiga que a civilização e continua sendo travada nos dias atuais. A reportagem ressalta que parece fazer parte do mecanismo instintivo de defesa dos seres humanos responder a um tapa com outro tapa. Diante da constatação, Veja resgata algumas histórias curiosas. Histórias de gente que tramou até por seis meses uma forma de vingança contra uma pessoa. A revista também revela as novas de formas de vingança. Se, no passado, a vingança tomava corpo, muitas vezes, através de um ato agressivo, hoje, a retaliação vem, por exemplo, através da internet. Tem pessoas encontrando na rede mundial a chance de denegrir a imagem de alguém que as ofenderam em algum momento. Eu, por exemplo, conheço o caso de uma jovem que teve fotos íntimas publicadas na internet depois da separação do marido...
Mas a revista traz uma conclusão importante para o drama da humanidade. De acordo com Veja, a lição que podemos aprender na história é que foi através do perdão que a humanidade conseguiu interromper as espirais de violência provocadas pela vingança.
E a publicação tem toda razão. Toda vez que o ser humano tenta responder um tapa com outro tapa, toda vez que isso acontece, o quadro de tensão inicial tem como conseqüência um fato novo e, quase sempre, mais grave.
É por isso que Deus nos ensina a perdoar. A máxima de Jesus de darmos a outra face quando somos agredidos também é clara. A atitude pacificadora, o perdão... é sempre a saída mais sábia.
Mas talvez você diga: “Mas, Ronaldo, eu estou muito magoado. Fui ofendido... O que fizeram comigo foi muito grave.” Eu não duvido de você. Sei que algumas atitudes nos entristecem e despertam a nossa ira. Nossa atitude mais natural é mesmo partir para a retaliação; imaginar uma forma de nos vingar da pessoa que nos fez algum mal.
Acontece que nossos desejos instintivos, pecadores, nos levam a cometer um novo erro. Entretanto, o Deus dos Céus promete nos ensinar a perdoar. Por isso, como encerra a reportagem da Veja, quero concluir minha reflexão com você. Contra a nossa vontade, podemos contar com a graça divina. A graça divina nos garante a sabedoria necessária para perdoarmos.
(Ronaldo Nezo, Fato Pensado)