quarta-feira, dezembro 05, 2012

Terras lendárias submersas

Os primeiros contos de excursões inacreditáveis para reinos e civilizações desenvolvidas apareceram em uma época em que grande parte do mundo era desconhecida – e tudo parecia possível. Da história de Platão sobre Atlântida aos contos de Mandeville sobre homens com cabeça de cachorro, sociedades e mais sociedades ingeriram essas lendas sem encontrar boas razões para duvidar de sua verdade. Mesmo contos mais recentes, do século 18, sobreviveram e foram acreditados porque muitas partes do mundo, como a Austrália, África, América do Sul e grande parte da Ásia, permaneciam em grande extensão inexploradas.

Ainda em meados do século 19, romances de locais perdidos explodiam através dos contos de Jules Verne, H. Rider Haggard, Arthur Conan Doyle e H. G. Wells, ainda que tenha ficado claro que os mundos dessas histórias nunca existiram.

Hoje, o fascínio desses romances parece estar em baixa, mas a força atrativa dessas lendas, embora adormecida, permanece em nossos corações. Confira [algumas] terras perdidas que até hoje “procuramos”:

Lemúria. Lemúria ou Mu é um continente que teria sido engolido pelo mar, e encontra-se agora sob o Oceano Índico ou Pacífico. A ideia teve origem no século 19, pela teoria geológica do Catastrofismo, mas desde então foi adotada por escritores do Oculto, assim como pelo povo Tâmil, da Índia.

A famosa teósofa Madame Blavatsky alegou que os lemurianos eram criaturas semelhantes a macacos gigantes que tinham o dom da telepatia. Já em um livro chamado Continente Perdido de Mu, um escritor afirmou que toda a humanidade tem suas origens no Mu, que tomava uma região que ia do Havaí à Ilha de Páscoa e Fiji. Supostamente, o continente foi completamente destruído 12 mil anos atrás por um terremoto enorme, e afundou no mar (um continente inteiro afundado no mar é considerado, hoje, uma impossibilidade pela maioria dos cientistas). [Será? E se tiver sido inundado?]

Atualmente, o grupo Stelle nos EUA afirma ser descendente dos lemurianos. De acordo com esse grupo, os lemurianos escaparam da Terra após a catástrofe, e desde então têm vindo orientar o destino de multidões escolhidas, como eles. [...]

Lyonesse. Casa de Sir Tristan, um dos lendários cavaleiros da távola redonda do Rei Arthur, Lyonesse é um país fictício localizado perto de Cornwall (condado da Inglaterra). Embora a sua localização exata não seja especificada, diz-se que afundou no mar, assim como a cidade de Ys, de acordo com contos celtas. Lord Tennyson descreveu Lyonesse como o local da batalha final de Arthur, em que ele foi mortalmente ferido.

Como a lenda do naufrágio Lyonesse aparece na mitologia da região, tem sido sugerido que a história representa um exemplo extraordinário de memória popular e tradição de história oral; pensa-se que ela pode ter suas origens na enchente histórica das ilhas da Sicília e Mount’s Bay, em Penzance (Inglaterra).

Hoje, Lyonesse é firmemente enraizada nas tradições de Cornualha, e vinculá-la às ilhas da Sicilia parece o passo mais lógico. Ao redor da terra principal das ilhas, ainda é possível encontrar fósseis de uma antiga floresta, cheia de árvores carregando nozes.

Cantre’r Gwaelod. Cantre’r Gwaelod é um antigo reino lendário afundado, supostamente localizado na área entre as ilhas Ramsey e Bardsley, a oeste do País de Gales. Esse reino aparece no folclore, literatura e música da região, e acredita-se estar sob as águas da Baía de Cardigan. [...] Mesmo que não haja nenhuma evidência física confiável de que Cantre’r Gwaelod esteja sob a baía, tem havido vários relatos de avistamentos de habitações humanas, muros de pedra e calçadas afundados. [...]

Atlântida. Talvez a mais famosa cidade perdida dessa lista, Atlântida supostamente desapareceu 10 mil anos atrás, destruída do dia para a noite por terremotos e uma inundação. Vários pesquisadores afirmam que a Atlântida realmente existiu, e que seu império abraçou partes da África, Ásia, Europa e Américas. Outros acreditam firmemente que os sobreviventes da Atlântida foram responsáveis pela construção de Stonehenge e das pirâmides.

Segundo Platão, Atlântida era governada por dez reis, tinha um palácio real com água quente e fria disponível, e um grande templo (o maior de todos, que ficava na ilha central) dedicado a Poseidon e Cleito. A maioria dos crentes afirma que a prova dessa lenda está na ilha Antilia, que pode ser vista nos gráficos portugueses do século 15. [...]


Nota: A despeito dos elementos míticos de cada lenda, chama atenção o fato de muitas terras lendárias do passado terem sido destruídas por uma grande inundação. Seriam resquícios históricos de uma catástrofe real e global?[MB]