Recentemente
circulou nas redes sociais a ilustração de um bode representando Lúcifer com um
texto em espanhol no qual se afirma que foi ele quem legou à humanidade o
verdadeiro conhecimento, tendo Deus tentando nos impedir de ter esse
conhecimento (veja a figura abaixo). Trata-se de uma típica distorção. O que
Deus queria evitar era o conhecimento experimental do mal, isto é, queria
evitar que Seus filhos vivenciassem o sofrimento, a injustiça e a morte. Deus
disponibilizou todo conhecimento a eles, menos o conhecimento pessoal do mal (o
teórico lhes foi apresentado). O inimigo gosta de colocar o erro
suficientemente próximo da verdade para que possa aproveitar parte da força
dela. É uma técnica que funciona muito bem com muita gente. Dependendo do
calibre, às vezes engana quase 100% das pessoas.
Quando
dois pontos estão tão próximos que é difícil distingui-los, dizemos que essa distância
está no limite da resolução. E, de fato, usamos essa distância como base para
definir resolução. Quanto menor for essa distância mínima entre pontos para que
possam ser distinguidos, maior é a resolução. Existe também uma resolução
intelectual, que é muito menor para abordagens qualitativas do que para boas
abordagens matemáticas. Quanto menor é a resolução intelectual das pessoas,
mais fácil será o trabalho do inimigo em colocar o erro próximo à verdade para
confundir. Por isso é importantíssimo para ele que as pessoas não tenham acesso
à ciência, seja por não entender o que ela é, seja por usar uma contrafação em
lugar dela, seja por desenvolver barreiras filosóficas ou psicológicas contra
ela.
(Eduardo Lütz é físico e engenheiro de software)