Vivemos num mundo estruturado sobre a tecnologia e que,
por isso, é incrivelmente dependente dela. Graças ao avanço científico, somos
capazes de enviar robôs a outros planetas, carregar computadores na palma da
mão ou amarrados ao pulso e até modificar o código genético de espécies. No
entanto, a ciência nem sempre teve essa precisão e status. Os “cientistas” da Idade Média trabalharam em condições bem
precárias, comparadas às atuais. E essa diferença não se explica somente pelo
abismo tecnológico e de conhecimento que separa os dois períodos, mas também
pelo modo com o qual as pessoas interpretavam os fenômenos naturais. Alguns
estudiosos defendem a ideia de que existe uma relação íntima entre a forma com
que a Bíblia (o livro da revelação especial de Deus) era interpretada e como a
natureza (o livro da revelação natural de Deus) era estudada. Este artigo
pretende mostrar como o método de interpretar o texto sagrado redescoberto
pelos protestantes teve impacto no modo de fazer ciência.