domingo, abril 22, 2018

Verdade: Isso existe? Isso importa?

Este é o meu post inaugural no blog www.criacionismo.com.br. É uma grande honra e também uma grande alegria contribuir neste projeto com meu amigo, o jornalista Michelson Borges, sem dúvida um dos maiores vultos do criacionismo no Brasil, bem como com tantas figuras que têm feito esforços sobre-humanos para levar uma visão alternativa, sóbria, racional e científica do criacionismo para o público brasileiro. Dedico com carinho o meu melhor a todos esses nobres bastiões da ciência bíblica e também a você, leitor, a quem eu tributo todo o meu respeito e os melhores votos de que você encontre as respostas que procura.

Há cerca de dez anos eu criei um blog chamado Em Defesa da Verdade. Naquela época, ainda muito jovem e idealista, me angustiava e mesmo me irritava a quantidade desmedida de desinformação que circulava nos meios acadêmicos e autointitulados cultos a respeito de criação, Bíblia, religião e mesmo ciência. Como todo apaixonado jovem, decidi que faria o possível para ajudar a criticar as incoerências e falsidades que se espalhavam na velocidade do transístor pela sempre exponencialmente crescente internet. Dez outonos depois, posso dizer que meu objetivo continua sendo o mesmo, todavia com uma visão - espero - mais sóbria e menos iludida a respeito da natureza humana. Concluí, nesse período, que, infelizmente, o erro não se espalha tanto por falta de verdade mas, principalmente, pela indisposição de nós, humanos, desejarmos e aceitarmos uma verdade impopular, e desagradável a um coração corrupto.

"Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar" (Isaías 59:14). 

Em tempos de relativismo moral, pergunto: Faz sentido acreditar em uma Verdade? Se sim, como saber o que é a Verdade ou onde encontrá-la? Não estariam certos os que dizem que não existe verdade absoluta? Que a verdade é mutável e dependente da cultura (contexto)? Que cada sociedade constrói o coNjunto de valores morais que forma a ética de um povo?

É sobre esSe assunto e alguns outros que discutiremos no futuro. Por ora, deixe-me apenas estressar uma máxima que de tão expressa já se tornou um clichê: "Tudo é relativo."

Não vou perguntar se você já ouviu esSa expressão, pois já sei a resposta. Vamos apenas refletir rapidamente na lógica desse axioma. Se tudo é relativo, essa asserção também deve ser relativa; e se essa declaração é relativa, então, ao menos em algum momento, nem tudo é relativo. Ou seja, existiria uma verdade absoluta. É um exercício despretensioso, apenas para pensarmos a respeito do que ouvimos todos os dias.

Qual é o ponto? Bem, minha experiência tem me mostrado que os relativistas geralmente usam o argumento do relativismo moral a seu favor, mas quando seus interesses entram em jogo, as atitudes e as posturas se tornam contrárias ao discurso. Vou dar um exemplo: se você encontrar alguém de um grupo que julgo ser 90% dentro do rol de pessoas cultas de hoje em dia e você disser a ela que segue uma religião, ela vai dizer a você: "Que bom! Faz bem a você? Siga o caminho." Mas quando você diz que ela precisa contar às outras pessoas sobre sua fé, e o que você sabe, e que as pessoas precisam mudar o rumo de suas vidas para terem esperança, essa pessoa vai lhe acusar de fundamentalismo ou fanatismo (que são praticamente a mesma coisa em termos práticos hoje em dia).

Em termos: você pode dizer que tem uma fé. É bonito, politicamente correto aceitar e tolerar a fé das pessoas, desde que esta seja apenas um fenômeno cultural, emocional e social humano. Imagine-se chegando a uma tribo isolada de uma ilha perdida da Oceania e vendo os nativos praticando rituais religiosos peculiares da sua cultura. "Que bonitinho." "Interessante." Pode até sair disso alguma seita para o lado B da nossa sociedade ocidental. Algum amuleto dessa tribo pode aparecer no pescoço de alguma magérrima em alguma catwalk em Paris. Todavia, essa fé, se corajosa o suficiente para crer que deve ser transmitida, precisa se submeter à grande e indiscutível verdade da ausência de verdade, da submissão ao status quo. À verdade de que a sociedade contemporânea, com sua imprensa, seus cientistas, filósofos deve ditar quem você é e como você deve pensar.

É lógico que o conhecimento científico é uma grande bênção, e temos muitas coisas boas em nosso mundo. Meu ponto aqui não é atacar a sociedade, mas desmistificar a ideia de que esta é coerente. De que o paradigma atual de pensamento é uma evolução dos predecessores. De que nós realmente somos livres para pensar o que quisermos no ambiente cultural contemporâneo.

Embarque comigo nessa jornada! Vamos falar de ciência, de razão, de fé e de comportamento. Conto com você nessa caminhada. Grande abraço e lembre-se: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" (João 8:32).

Alexsander Silva
Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.

Isaías 59:14
Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.

Isaías 59:14